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RESUMO
INTRODUÇÃO
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Engenheiro Civil da Coordenadoria de Obras e Projetos da Universidade Federal do Ceará, graduado em
Administração e Ciências Econômicas, especialista em gestão universitária, mestre em Políticas Públicas
e Gestão da Educação Superior .
colaborar com a administração do país. O que todos procuram no mundo atual
é encontrar soluções que visem aumentar a eficiência do Estado, bem como,
reduzir seu tamanho. O Brasil não se absteve dessa procura e também
elaborou um projeto para a modernização da máquina estatal. Este projeto
iniciado no governo Fernando Henrique Cardoso tem como diretrizes básicas a
redefinição do papel do Estado (Ferlie, E. et al, 1999).
A primeira idéia de se reformar o aparelho do Estado já tinha aparecido
em meados da década de 70. O primeiro fato que levou a administração
pública a pensar numa redefinição do papel do Estado foi a crise do petróleo.
No Brasil a mudança foi pensada depois da redemocratização do país. As
mudanças no aparelho do Estado foram propostas pelo Ministério da
Administração Federal e da Reforma do Estado – MARE do governo Fernando
Henrique Cardoso (FHC), através de um Plano Diretor. O referido Plano tomou
como referência de análise a existência de quatro setores dentro do Estado:
1) a estratégia do Estado, onde são definidas as leis e políticas públicas;
2) as atividades exclusivas do Estado, onde é exercido o poder do
Estado, isto é de regular, legislar, tributar e transferir recursos;
3) os serviços não-exclusivos ou competitivos do Estado, que são
aqueles que o Estado realiza e/ou subsidia porque determinam o exercício da
cidadania e
4) os serviços prestados pelo Estado através de empresas públicas ou
de economia mista. (Przworski, 1996).
O CASO DO BRASIL
Os teóricos identificam que o estudo da administração pública brasileira
é bastante complexo devido a quantidade exagerada de regras jurídicas, que
limitam a sua clareza. A administração pública fica assim condicionada à
elaboração de leis e regulamentos para a sua aplicação que explicitem todos
os pormenores necessários para o seu cumprimento (Castor et al, 1987).
Segundo Levine:
o campo da Administração Pública já foi caracterizado como
um campo à ´deriva´ , enfrentando ´uma crise intelectual´,
necessitando de uma nova perspectiva, um campo que vinha
tornando-se `isolado` e em um período de `tensão e
mudança(Levine et al 1977).
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As agências executivas são formadas por autarquias ou fundações públicas que celebram contrato de
gestão com o respectivo Ministério supervisor, visando conceder-lhes maior autonomia e agilidade.
distinguir as tarefas centralizadas de formulação e controle das
políticas públicas e da lei, a serem executadas por secretarias
ou departamentos do Estado, das tarefas de execução, que
devem ser descentralizadas para agências executivas e
agências reguladoras autônomas (Bresser Pereira & Pacheco,
2005, p.8).
Para Teixeira, a criação de órgãos responsáveis por desempenhar
atividades e serviços não exclusivos do Estado será através da transformação
dos organismos que atualmente são responsáveis por estas atividades, em
Organizações Sociais. Essas organizações serão públicas, porém de direito
privado. Isso conferirá a elas uma autonomia administrativa e financeira.
Sobre o assunto Bresser Pereira manifesta a seguinte opinião:
Na reforma gerencial em curso no Estado brasileiro, a
instituição que provavelmente terá a maior repercussão é a das
organizações sociais. A proposta da reforma é a transformação
dos serviços sociais e científicos, que o Estado hoje presta
diretamente, em entidades públicas não-estatais, entidades
sem fins lucrativos, do terceiro setor. Ao serem qualificadas
como organizações sociais, as novas entidades públicas, mas
de direito privado, poderão celebrar um contrato de gestão com
o respectivo ministério supervisor e terão de participar do
orçamento do Estado (Bresser Pereira, 2001, p.).
CONCLUSÃO
A administração pública vem passando por mudanças nas últimas
décadas para tentar combater a crise por que atravessam os países. As várias
nações do mundo experimentaram situações de crise no final do século XX.
Essa crise detonada por fatores sócio-econômicos vem contribuindo para
dificultar o gerenciamento da máquina estatal.
Os países que partiram na frente para solucionar o problema apostaram
na substituição do modelo burocrático de Max Weber por outro que permitisse
uma maior flexibilidade na condução da máquina administrativa e que ao
mesmo tempo levasse uma maior eficiência à administração pública. O novo
modelo, que permitiria redefinir o papel do Estado, enfrentar e vencer a crise,
foi denominado de modelo gerencial.
O modelo gerencial surgiu na época em que alguns governos forma
substituídos por outros de corrente diferente. Para Abrúcio
foi nesse contexto de escassez de recursos públicos,
enfraquecimento do poder estatal e de avanço de uma
ideologia privatizante que o modelo burocrático entrou em uma
profunda crise. Não obstante, é importante lembrar que esse
processo não ocorreu nem no mesmo momento histórico nem
da mesma forma nos diversos países. Mais do que isso,
deram-se respostas diferenciadas para problemas muito
parecidos. Contaram para isso a tradição administrativa, as
regras do sistema político, o grau de centralização existente e
a força do consenso pró-Welfare State presente em cada
nação (Abrúcio, 2001, p.178).
Bibliografia