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Jogos Paraolímpicos

Os Jogos Paraolímpicos, destinados a atletas com diversas deficiências físicas


e motoras, tiveram início em 1960, com a realização do primeiro evento do
género em Roma, começando a partir de então a realizar-se a par dos Jogos
Olímpicos, coincidindo quase sempre com a cidade e país organizadores e com
um intervalo de pelo menos duas semanas. Mas a ideia que preside à sua
realização tinha já alguns anos. De facto, em 1948, Sir Ludwig Guttmann
organizara já uma competição desportiva para veteranos da Segunda Guerra
Mundial com lesões na espinal medula, na localidade de Stoke Mandeville, na
Inglaterra. Quatro anos depois, atletas
com limitações físicas provenientes
dos países baixos juntaram-se a este
grupo inglês, dando assim início ao
movimento internacional
conhecido como Jogos
Paraolímpicos. Os primeiros assim
propriamente ditos, com carácter
organizado a nível de federações e
envolvendo modalidades
diversas foram realizados em Roma. Acompanham desde então o Ciclo
Olímpico, tendo apenas não sido realizados em 1968 (México) e 1980
(Moscovo), por circunstâncias relacionadas com logística, boicotes políticos e
ausência de intenções concretas de organização por parte dos países que
organizavam as respectivas Olimpíadas. Nos casos - Munique, 1972; Montreal,
1976; Los Angeles, 1984 - realizaram-se em cidades vizinhas (Heidelberg,
1972; Toronto, 1976; Nova Iorque, 1984). Desde Seul 88 (Verão) e Albertville
92 (Inverno), tem coincidido sempre os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em
termos de cidade organizadora. O Comité Olímpico Internacional (COI), com
sede em Lausana, Suíça, e o Comité Paraolímpico Internacional (CPI), sediado
em Bona, Alemanha, decidiram que esta correspondência de cidades entre
ambos os Jogos (e também tanto nos de Verão como de Inverno) se deveria
manter, por uma questão de facilidades e de aproveitamento de tecnologia e
logística.
Só em Toronto, Canadá, em 1976, é que se assistiu à integração nos Jogos de
outros grupos de deficiências, reforçando assim a ideia da junção de vários
tipos de incapacidades físicas e motrizes e não somente das resultantes de
lesões na espinal medula. Neste quadro de diversificação e desenvolvimento
do espírito paraolímpico, também se realizaram pela primeira vez os Jogos
Paraolímpicos de Inverno, desta feita na Suécia.
Actualmente, os Paraolímpicos constituem um grupo de atletas pertencentes
a seis diferentes categorias de incapacidades: tetra/paraplégicos, amputados,
paralisia cerebral, invisuais, mental, "les autres". Os dois primeiros grupos são
por vezes reunidos em um só, o que faz com que se fale em cinco grupos,
como se passa em Portugal. Mas a ênfase, hoje em dia, é dada mais às
prestações e resultados obtidos pelos
atletas do que propriamente à
deficiência em causa, ou ao esforço
de superação da mesma. Há alguma
polémica relativamente a certos
atletas e respectivas deficiências,
consideradas nesses casos pouco, ou
nada limitadoras, ou numa
percentagem que os exclui das categorias paralímpicas.
No entanto, o número de atletas em Jogos Paraolímpicos de Verão tem vindo
sempre a aumentar: de 400 em Roma, em 1960, atingiram-se os 3195 em
Atlanta, tendo sido superada a cifra de 4000 em Sidney. Em Sidney 2000, na
Austrália, as modalidades paraolímpicas foram 18, duas mais que na edição
anterior em Atlanta, pois assistiu-se à introdução de duas modalidades tanto
do agrado dos australianos: o râguebi de cadeira de rodas e a vela. Das outras
modalidades, e para além da nova que é o râguebi, são exclusivamente
paralímpicas apenas o boccia e o goalball.
Relativamente à participação portuguesa nos Jogos Paraolímpicos, a primeira
registou-se em Heidelberg 72, com 9 atletas, unicamente para basquetebol
em cadeira de rodas, nos grupos de tetra/paraplégicos e amputados, não se
tendo obtido qualquer medalha (a única vez até hoje). Em Nova Iorque 84,
depois de um interregno de 12 anos, foram 15 atletas (paralisia cerebral),
para boccia, atletismo, ciclismo e ténis de mesa, que trouxeram 14 medalhas.
Em Seul 88, 13 atletas para atletismo e boccia, apenas do grupo de paralisia
cerebral, conquistaram 12 medalhas. Barcelona 92 registou uma participação
com mais do dobro de atletas em relação a Seul 88, com 28 atletas, de todos
os grupos menos "Mental", para atletismo, boccia, futebol e natação (9
medalhas). Em Atlanta 96, estiveram 35 atletas portugueses, nas mesmas
modalidades de Barcelona, agora de todos os grupos, tendo sido conquistadas
14 medalhas. Em Sidney 2000, com um record de presenças de 53 atletas, em
todos os grupos e agora com mais modalidades (às anteriores, acrescentar
basquetebol, ténis de mesa e ciclismo), foram conquistadas 15 medalhas.
Apenas não participaram atletas paraolímpicos portugueses nas seguintes 11
modalidades: esgrima, equitação, goalball, judo, halterofilismo, râguebi,
ténis, tiro, tiro com arco, vela e voleibol. Assim, em 11 dias de provas, os 53
atletas portugueses conquistaram 15 medalhas (bem como nove quartos
lugares), ficando em 26.º lugar entre 68 países participantes, atrás da Nova
Zelândia (17) e Brasil (22). A Austrália venceu em número de medalhas (149),
seguida da Grã-Bretanha (131) e da Espanha (107). As medalhas portuguesas
foram assim distribuídas: 6 de ouro, 5 de prata e
4 de bronze. Por modalidades, ao atletismo coube
a fatia maior, 11 (5 de ouro, 3 de prata e 3 de
bronze), seguido do boccia com 3 (1 medalha de
cada tipo) e da natação, com uma medalha de
prata. Há a registar ainda 4 records paralímpicos
(todos no atletismo) e de um nacional (na natação, 50 m costas, S3, por
Susana Barroso, com 1,05.53 min).
Na XII edição dos Jogos Paraolímpicos, que decorreu em Atenas entre 17 e 28
de Setembro de 2004, participaram cerca de 4000 atletas de 146 países.
Portugal conseguiu 12 medalhas (duas de ouro, cinco de prata e cinco de
bronze), tendo sido o boccia e a natação as modalidades mais bem sucedidas.
No ranking dos medalhados ficou em 34.º lugar, enquanto a China obteve o 1.º
lugar, com 141 medalhas, seguida da Austrália, com 100.

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