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QUISTOS DA REGIÃO DA CABEÇA E PESCOÇO

QUISTO – cavidade patológica revestida por


epitélio, apresentando um conteúdo líquido ou
semi-sólido.
O revestimento epitelial varia nos vários
quistos e pode ser:
- estratificado pavimentoso
(queratinizado ou não queratinizado)
- prismático
- cubóide
- pseudo-estratificado

● A parede quística apresenta tecido conjuntivo que contém fibroblastos


e vasos sanguíneos.
● Os quistos apresentam por vezes diferentes graus de inflamação que
podem alterar a sua morfologia básica, “mascarando” as suas características
identificativas.
● A maioria dos quistos da região oral são verdadeiros (apresentam
revestimento epitelial), contudo existem alguns pseudo-quistos (sem
revestimento epitelial).

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CLASSIFICAÇÃO DOS QUISTOS DOS MAXILARES:

- Quistos Odontogénicos Não Inflamatórios


- Primordial (queratoquisto)
- Folicular (dentígero)
- Variedade de queratoquisto (síndrome de Gorlin)
- Calcificante

- Quistos Odontogénicos Inflamatórios


- Radicular
- Residual
- Lateral

- Quistos de Desenvolvimento
- Naso- palatino
- Globo-maxilar
- Erupção

- Falsos quistos
- Ósseo traumático
- Ósseo aneurismático
- Ósseo estático (cavidade idiopática de Stafne)

- Quistos iatrogénicos
- Implantação cirúrgica ou naso- maxilar

CLASSIFICAÇÃO DOS QUISTOS DOS TECIDOS MOLES DO PESCOÇO

- Quisto branquial / linfoepitelial cervical


- Quisto dermóide
- Quisto do canal tireoglosso

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QUISTOS ODONTOGÉNICOS

Apresentam um revestimento epitelial derivado do epitélio produzido


durante o desenvolvimento do dente:
– Restos de Malassez (restos da bainha epitelial de Hertwig, que
persistem no ligamento periodontal depois de completa a formação radicular,
sendo mais abundantes na região apical).
– Epitélio reduzido do esmalte (epitélio residual que rodeia a coroa do
dente, depois de completa a formação do esmalte).
– Restos de Serres (restos da lâmina dentária que têm origem no
epitélio oral e permanecem nos tecidos depois de induzirem o desenvolvimento
do dente).

OKC – Queratoquisto odontogénico


D – Quisto dentígero
P – Quisto radicular
R – Quisto residual
L – Quisto Lateral
E – Quisto de erupção

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ASPECTO
QUISTO DESCRIÇÃO LOCALIZAÇÃO RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO
Derivado de restos da lâmina 2/3 na mandíbula Lesão - Revestimento fino uniforme, de - Enucleação cirúrgica
dentária, podendo também ter (região posterior do radiotransparente epitélio pavimentoso
origem no revestimento de um corpo e ramo) isolada, bem paraqueratinizado, geralmente com - Marsupialização
quisto dentígero. definida, unilocular uma espessura de 6 a 10 células e
No Max. Sup.- região ou multilocular/ deficiente em papilas epiteliais. - Acompanhamento
Tem um grande potencial de do canino ou incisivo poliquistica com - Células basais prismática ou clínico rigoroso
Queratoquisto desenvolvimento, atingindo lateral ou no bordo fino cubóides em paliçada. A orientação
grandes dimensões que segmento posterior enrugado do núcleo afastado da membrana - Recorrência de 25 a
resultam em destruição óssea. basal é importante no diagnóstico 60%, excepto o
Odontogénico 2ª, 3ª e 5ª década Pode existir diferencial do queratoquisto queratoquisto
Recorrência de 25 a 60% perfuração da - Separação focal do revestimento odontogénico
cortical óssea epitelial relativamente ao tecido ortoqueratinizado (pouco
conjuntivo adjacente, que freq.) que tem taxa de
frequentemente é laxo e fibrilhar e recorrência < 5%
na maior parte das vezes isento de
inflamação.
- Quantidades variáveis de
paraqueratina descamada no lúmen
quístico
- Ocasionalmente revestimento
formado por epitélio
ortoqueratinizado em vez de
paraqueratinizado.
- Ocasionalmente estão presentes
microquistos na parede capsular.
Origem no epitélio reduzido de Dentes impactados: Radiotransparência O recobrimento epitelial pode ter - Enucleação cirúrgica
esmalte, que rodeia a coroa de - 3ºMS bem delimitada apenas 2 ou 3 camadas de células com extracção do dente
um dente impactado. A coroa - 3ºMI rodeando a coroa de espessura, relembrando o quando necessário
Quisto
situa-se no interior do lúmen -CS de um dente; epitélio reduzido do esmalte - Marsupialização (se for
Dentígero quístico cheio de liquido e as Cortical óssea bem ( células prismáticas) de grande dimensão)
raízes ficam de fora. 3ª e 4ª década definida- A inflamação pode condicionar uma - Recorrências são raras
Assisntomático, mas pode crescimento lento e aparência histológica semelhante á - Casos raros de
produzir edema e dor se for uniforme do quisto radicular. regrassão espontânea
grande ou estiver inflamado
LOCALIZAÇÃO / ASPECTO
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QUISTO DESCRIÇÃO CARAC. CLÍNICAS RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO
Variante de quisto dentígero O trauma mastigatório Sem tradução A maioria destes quistos
que se desenvolve nos tecidos pode causar radiográfica. não necessita de
moles alveolares, rodeando a hemorragia num tratamento, porque
coroa de um dente que quisto de erupção, sofrem rotura como
erupcionou através do osso passando este a resultado da mastigação.
Quisto de mas não dos tecidos moles. designar-se Nos que não se resolvem
Clinicamente visível como uma “hematoma de espontaneamente é
Erupção
massa flutuante mole nos erupção” necessário expor a coroa
rebordos alveolares. do dente.
Raro, com origem em 86% das lesões são Na fase inicial de Proliferação quística bem definida Tratamento agressivo
remanescentes epiteliais quísticas desenvolvimento com uma cápsula de tecido devido a comportamento
odontogénicos. 14% são neoplãsicas observa-se uma conjuntivo fibroso. biológico imprevisível
Lesão de crescimento lento, 90% das lesões radiotransparência (monitorização indefinida
assintomática centrais são quisticas unilocular ou Proliferações epiteliais intraluminais devido às recidivas
Pode ser central ou periférico. Mais frequente na 2ª multilocular, com ocasionalmente preenchem o frequentes).
Quisto 25% das lesões surgem numa época de vida, margens discretas lúmen quístico, dando a impressão
posição extra-óssea como quando surge na e bem definidas de se tratar de um tumor sólido. Tratamento conservador
Odontogénico
massas envolvendo a gengiva mandíbula Posteriormente da variante periférica ou
Calcificante
(variante periférica) 65% das lesões na observam-se na Epitélio de espessura variável. extra-óssea devido às
Esta lesão tem uma variante região anterior de radiotransparência recidivas raras.
quística e outra sólida ambos os maxilares calcificações A basal pode ser focalmente muito
(neoplásica) Em 50% dos casos há dispersas com proeminente com núcleos
A variante sólida só está inclusão dos dentes tamanhos diversos hipercromáticos e padrão cubóide
presente na forma central. adjacentes e (padrão sal ou prismático
reabsorção radicular pimenta)
LOCALIZAÇÃO / ASPECTO
QUISTO DESCRIÇÃO CARAC. CLÍNICAS RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO
Origem em restos da lâmina Surge por volta dos 50 Radiotransparência Revestimento epitelial não Enucleação cirúrgica.

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dentária anos de idade solitária pequena, queratinizado com 1 a 3 células de
Raramente recidiva .
Raro, partilha muitas Normalmente são bem definida, com espessura, com quantidades
características clínicas e uniquisticos, havendo cortical fina (anel variáveisde células transparentes A variante poliquística
Quisto (odontogénico borióide)
morfológicas com o quisto uma variante radiopaco), situada ricas em glicogénio.
tem maior tendência para
Periodontal gengival do adulto. (levou á poliquistica (quisto entre as raízes de recidivar.
Lateral conclusão que estes quistos odontogénico dentes vitais. Alguns deste quistos apresentam
são manifestações intra e botrioide) Apresenta espessamentos epiteliais com
extra-ósseas da mesma lesão) Surge com mais geralmente <1cm características celulares
frequência na região de diâmetro. observáveisnos restos de Serres.
pré-molar mandibular
e na maxila entre o
canino e incisivo
lateral.

Pequeno quisto com origem Surge por volta dos 50 Não são visíveis Semelhante ao quisto periodontal Enucleação cirúrgica
nos restos da lâmina dentária, anos radiograficamente. lateral.
de localização nos tecidos Localiza-se Revestimento epitelial de células Não tem tendência para
Quisto moles preferencialmente na Podem provocar cubóides e espessamentos focais. recidivar.
Gengival do região pré-molar, uma compressão
Adulto Tumefacção firme mas canina e incisiva no osso alveolar Tal como no quisto periodontal
compressível, cheia de líquido, subjacente, que por lateral podem existir células
na gengiva vestibular de vezes é visível transparentes.
ambos os maxilares. radiograficamente.

LOCALIZAÇÃO / ASPECTO
QUISTO DESCRIÇÃO CARAC. CLÍNICAS RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO
Deriva dos restos da lâmina Observa-se em geral Lesão superficial com paredes
dentária que permanecem nos nos rebordos finas, revestida com epitélio Resolução espontânea
Quisto
tecidos moles alveolares dos recém- estratificado pavimentoso que sem tratamento

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Gengival do nascidos, como contém queratina descamada
pequenas compacta
Recém-
tumefacções, muitas
Nascido
vezes múltiplas

Quisto raro de dimensões Ocorre geralmente na Radiotransparência Epitélio estratificado pavimentoso


extraordinariamente grandes, mandíbula. unilocular ou fino, que pode ter espessura Enucleação cirúrgica e
Quisto
solitário ou multilocular, multilocular bem relativamente uniforme ou pode curetagem
Odontogénico
provavelmente derivado de definida apresentar espessamentos
Glandular restos da lâmina dentária. epiteliais focais. Grande tendência para
(Sialo- Alguns autores consideram ser Estão presentes inúmeras células recidivar
odontogénico) uma variante do quisto mucosas.
periodontal lateral. Quantidades variáveis de pequenas
estruturas glandulares no interior do
epitélio de evestimento.
Radiotransparência
delimitada quando
Quisto raro, de natureza Encontra-se na face Semelhante á do quisto radicular Enucleação cirúrgica
surge na face distal
inflamatória distal ou vestibular de do 3º molar
mandibular.
um terceiro molar Baixa tendência para
Quando ocorre na
Quisto mandibular vital face vestibular de recidivar
Paradentário um molar
mandibular pode
não ser visível nas
radiografias.

LOCALIZAÇÃO / ASPECTO
QUISTO DESCRIÇÃO CARAC. CLÍNICAS RADIOGRÁFICO HISTOPATOLOGIA TRATAMENTO
Quisto de origem inflamatória Quisto mais frequente; Radiotransparência Epitélio estratificado pavimentoso
que estimula os Restos de
representa mais de arredondada, bem não queratinizado de espessura Enucleação cirúrgica
Malassez presentes no
periodonto (proliferam em metade dos quistos delimitada, variável.
resposta á inflamação na
orais geralmente
sequência da necrose pulpar.)

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As células epiteliais obtêm Desenvolve-se na rodeada por um Intenso infiltrado inflamatório do
os seus nutrientes por
região periapical de anel radiopaco, tecido conjuntivo parietal, onde
difusão a partir dos tecidos
adjacentes. um dente erupcionado relacionada com o existem linfócitos, plasmócitos,
O crescimento progressivo
cuja polpa tenha apex de um dente histiócitos com depósitos lipídicos e
de uma ilha epitelial afasta
as células mais interiores perdido a vitalidade não vital. neutrófilos.
dos seus nutrientes. por cárie ou
Em última análise as
Quisto células mais interiores traumatismo. Raramente O lúmen quístico contém
necrosam, estabelecendo Este quisto também induzem geralmente líquido proteináceo e
Radicular uma cavidade central
(lúmen) rodeada de se pode desenvolver reabsorção restos celulares necrosados
epitélio. junto a canais radicular
Nesta fase estabelece-se

.
um gradiente osmótico acessórios laterais.
através do epitélio, Geralmente é análise bioquímica do aspirado
separando o lúmen central
de conteúdo necrosado, do assintomático,
líquido intersticial do excepto se se
tecido conjuntivo
O efeito final desse encontrar infectado.
gradiente osmótico é o Normalmente mede
aumento progressivo do
volume de líquidos dentro mais de 0,5cm de
do lúmen, tendendo a diâmetro.
aumentar oquisto pela
pressão hidráulica interna
gerada
Quisto Resulta da extracção de um
dente com um quisto radicular,
Residual
sem remoção do quisto

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