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COMPETITIVIDADE.
Tatiane Mohr1
Msc. Eng. Alfredo Pieritz Netto2
Resumo
As organizações inseridas neste mundo globalizado e competitivo não devem centrar seu
trabalho somente na conquista de uma maior fatia de seu market share e em aumentar seus
lucros. Devem reconhecer também a importância da contribuição do capital humano no
desempenho e na produtividade de seu negócio. Pode-se afirmar que, investir no capital
humano aumenta a eficiência competitiva das organizações, gerando um valor empresarial,
imaterial. São as pessoas fazem parte da organização e seus conhecimentos geram valor
para ela no mercado. Hoje na era do conhecimento e da informação, o ser humano é um
recurso organizacional muito importante, afinal, são as pessoas que dão vida ás
organizações. Assim sendo, o conhecimento passa a ser um recurso primordial para o
sucesso da organização profissional. Para isso, é necessário as organizações investirem em
conhecimento, devendo identificar, estimular e reter seus talentos, investindo em
treinamentos e educação, dando segurança e tornando-se competitiva perante o mercado em
que atua.
1 INTRODUÇÃO
Os processos de trabalho estão ficando cada vez mais complexos, exigindo dos
profissionais, aprendizado e formação de conhecimentos constantes, além de trabalhar a
1
Especialista em Gestão do Relacionamento com o cliente. E-mail: tati@belmec.com.br
2
Mestre em. Administração: Gestão Moderna de Negócios – Furb. Especialização em Gerenciamento em
Marketing – Furb. Especialização em Administração do Produto, produção e Marketing – Furb. Graduado em
Engenharia Mecânica, com habilitação em produção – UFSC Consultor Empresarial, Palestrante e Professor
Universitário. E-mail: pieritz.professor@yahoo.com.br
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Está se deixando para trás a época onde as principais fontes de riquezas eram os bens
tangíveis e vive-se numa época de mudanças econômicas radicais, onde os bens intangíveis se
tornaram um ativo importante no processo de geração de riquezas para as organizações.
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“Ativo Intangível é o mesmo que Ativo Imaterial; encerra valores que não encontram
um correspondente corpóreo, como: fundo de comércio ou aviamento, patentes de invenção,
etc. Pode ser chamado, também, ativo incorpóreo.” (SÁ e SÁ ,1995, p.35). O bem intangível é
aquele que possui valor econômico, mas, não é físico, como por exemplo, franquias, licenças,
patentes, nomes de produtos, marcas,conhecimento, etc., sendo que são de elevada
importância na participação do valor de uma organização, estamos na era da competição
baseada no conhecimento. Todos devem estar preparados para aprender e desaprender nesta
era da informação e do conhecimento, e gerar resultados com o intangível.
As organizações serão diferenciadas cada vez mais com base naquilo que sabem, é o
que fazem elas funcionarem é o conhecimento, uma arma competitiva que pode gerar riqueza.
Assim Stewart (1998, p.17) afirma que:
Verifica-se que o conhecimento realmente é um novo fator de produção, ele veio para
substituir os outros recursos utilizados até então, pessoas com valores diferenciados exercem
forte impacto numa organização, onde este impacto pode ser positivo ou negativo, conforme
menciona Stewart (1998, p.18), “com esta era do conhecimento e da informação, as
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organizações não podem mais esperar que as práticas do passado que fizeram sucesso, possam
ser viáveis agora nesta nova era”.
Com o uso mais intensivo do conhecimento, pode-se dizer que, normalmente para as
organizações, o primeiro efeito da mudança é melhorar o que já existe, ou seja, fazer algo
mais rápido, melhor, mais barato ou em maior quantidade, Stewart (1998, p.23), descreve:
De nada adianta para as organizações terem uma estrutura com bens tangíveis, se
quem a gerencia não possui conhecimento suficiente para lidar com a complexidade e
incertezas, se deve buscar respostas simples e decidir melhor, e estas certezas e clarezas
geralmente surgem quando se está interagindo e conhecendo os valores e crenças da
organização e do mercado em que se atua.
Com o passar do tempo, os ativos físicos foram substituídos pelos ativos intelectuais, e
sobre esta substituição Stewart (1998, p.24) descreve que:
O mundo econômico era voltado para as fontes de riquezas, terra, petróleo, trabalho
mecânico e humano, e está se delineando um novo tempo para as organizaçãoes voltadas para
o produto conhecimento. A evolução ocorrida nas últimas décadas, nos processos de gestão
foi grandemente influenciada pelo avanço das tecnologias de informação e pela importância
cada vez maior do conhecimento tácito e explícito, conforme definido por Nonaka e Takeuchi
(1997), tornando a interligação do ser humano com a tecnologia de informação cada vez mais
importante para o processo de formação de conhecimento nas organizações.
“A maioria das organizações mal começou a buscar seus benefícios. Elas substituíram
seus estoques por informações e os ativos fixos pelo conhecimento, mas esses são os ganhos
previstos, planejados, que cortam custos, da inovação – os efeitos da primeira ordem da Era
da Informação.” (STEWART, 1998, p. 33).
De acordo com Cassarro (2001), a empresa em si é uma estrutura estática sendo que o
que lhe dá dinamismo é o seu conjunto de sistemas de informações, de modo a possibilitar o
planejamento, a coordenação e o controle de suas operações. É do consenso geral entre os
gestores de empresas que as informações compõem um dos maiores e mais valiosos ativos
que as organizações possuem. Pode-se afirmar que uma empresa será mais dinâmica,
agressiva e atuante do que outras a medida em que possuir melhores informações e,
evidentemente, pessoal de alta e média administração, capacitado e motivado a utilizar destas
informações em seu processo de tomada de decisões
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- Dados: Letras, números, linhas, gráficos, símbolos etc., usados para representar
eventos ou fatos e seus estados, organizados em regras e convenções formais;
- Informação: estado cognitivo da característica ou atributo (como sendo informado)
de representação fixada em forma física (dados). Essa representação física facilita o
processo de conhecer;
- Conhecimento: estado cognitivo além da característica ou atributo. Implica em
envolvimento e entendimento ativo e a habilidade de estender o nível de
compreensão para reunir contingências da vida.
Nunca houve uma demanda tão elevada por profissionais qualificados. Hoje em dia, os
rumos da economia mundial não são mais ditados e determinados por governos, instituições e
multinacionais. Atualmente a economia é centrada no capital humano e este será o fator
determinante do destino de nossa sociedade. O futuro dependerá primariamente do
conhecimento e a inovação será o principal propulsor do crescimento econômico.
O único bem na empresa que não pode ser copiado são as pessoas, o talento faz a
diferença. Cada indivíduo contribui para o crescimento da organização. Com a mudança
constante do contexto econômico, as pessoas se tornaram definitivamente um diferencial
competitivo, deste modo torna-se cada vez mais evidente a demanda das organizações em
novas ferramentas e estratégias de investimento em pessoas.
O capital humano de uma organização, é constituído pelas pessoas que fazem parte
dela, são os talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos para dar continuidade as
mudanças vivenciadas pelas organizações.
“Se nossos ativos humanos forem cada vez mais a chave para a competitividade
global, então não existe área de maior alavancagem do que o desenvolvimento de pessoas
através da educação de alta qualidade.” (SENGE, 2003, p.15).
unida por um pouco de conhecimento e hoje compramos e vendemos uma grande quantidade
de conteúdo de conhecimento em uma pequena caixa de produto.
Duffy (apud WERNKE, 2003, p.18) relata que os conceitos de capital humano e
capital intelectual estão intimamente relacionados e são facilmente confundidos. O capital
intelectual é mais amplo e abrange os conhecimentos acumulados de uma organização
relativos pessoas, metodologias, patentes, projetos e relacionamentos. O capital humano é um
subgrupo de tal conceito. Para facilitar o entendimento, apresenta as seguintes definições:
Esta espiral representa que a inovação surge quando existe a interação entre o
conhecimento tácito e o conhecimento explícito na organização. A criação deste
conhecimento organizacional é uma interação contínua, moldada pelas mudanças dos
diferentes modos de conversão.
O mundo de ontem era bem mais desconhecido. A cada dia que passa, o homem vem
adquirindo mais cultura, conhecimento, conhecendo melhor tudo o que está a seu redor,
inclusive em sua área profissional, assim STEWART, 1998, p. 37, relata que: “a informação
provavelmente é a matéria-prima mais importante de que precisamos para realizar nosso
trabalho. Isso costumava ser verdadeiro para um número reduzido de pessoas; hoje, aplica-se
à maioria delas, e aquelas que não são trabalhadores do conhecimento não são tão bem
remuneradas quanto costumavam ser”.
A maioria dos novos empregos requerem qualificação que o trabalhador industrial não
possui e está mal preparado para adquirir. Eles exigem muita educação formal e a capacidade
de aplicar conhecimentos teóricos e analíticos. Eles demandam uma rentabilidade e
abordagem diferentes ao trabalho e, acima de tudo, um hábito de aprendizado contínuo,
conforme relata Drucker(1999).
Na verdade, o que está acontecendo é uma explosão de empregos que pagam bem
aos trabalhadores do conhecimento. O aumento da oferta de empregos no setor de
serviços ocorre em empresas de fundos mútuos, serviços contábeis, assistência
médica, software para computadores e similares; o número de preparadores de
alimentos, categoria na qual se encontram os fritadores de hambúrgueres, na verdade
está caindo. (STEWART, 1998, p. 38)
Prusak e Davenport(1999, p.XV) citam que “a única vantagem sustentável que uma
empresa tem é aquilo que ela coletivamente sabe, a eficiência com que ela usa o que sabe e a
prontidão com que ela adquire e usa novos conhecimentos”, o autor descreve que atualmente
as informação como dados faz a diferença, a nova economia não está na tecnologia, mas
está na mente humana.
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“Não é apenas o fato de que um número maior de pessoas está executando trabalho do
conhecimento; o que está aumentando também é o conteúdo de conhecimento de todo
trabalho, seja ele agrícola, operário, burocrático ou profissional”. (STEWART, 1998, p. 39)
Ontem, o homem sabia menos do que hoje e, amanhã, o homem saberá mais do que
hoje, existe este crescimento e desenvolvimento do ser humano, sendo que, dispor este capital
através do conhecimento que ele adquiriu, também significa ter mais oportunidades de
trabalho.
SENGE (2003), afirma que as organizações que aprendem são possíveis porque todos
somos aprendizes, destaca muito o trabalho em equipe e ressalta que a equipe que se tornou
excelente, não começou excelente, e o que distinguirá as organizações que aprendem das
autoritárias e controladoras, será o domínio das cinco vitais disciplinas, onde cada uma delas é
crucial para o sucesso das outras disciplinas.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As organizações que buscam conhecer melhor seu cliente têm maiores chances de
prosperar em novos cenários econômicos, exigindo novas estratégias, através do
conhecimento e da informação, visando conquistar ou manter seus clientes, pois do que só
temos certeza, é a mudança.
maior valor que as pessoas têm nos dias de hoje é o conhecimento, mas este também dever ser
de valor, não basta ter informação sobre qualquer coisa, é preciso que ela tenha um valor para
a sociedade, para ser valorizada, trazendo o sucesso e tornando-se conhecimento.
4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SÁ, Antônio Lopes de; SÁ, Ana M. Lopes de. Dicionário da Contabilidade. São Paulo:
Atlas, 1995.