SCHAFF, Adam. A sociedade informática. São Paulo: Brasiliense. 1995, 157
pgs.
Segunda parte: O indivíduo humano e a sociedade informática.
A partir do indivíduo devemos analisar a influência da segunda
revolução industrial e as conseqüências que essa transformação gerou de forma imediata no indivíduo, que é um produto das relações sociais.
Em um primeiro momento a evolução do homem é um resultado de
experiências filogenéticas oriundas da evolução da espécie. Em um segundo momento a evolução é um resultado da experiência histórica.
O individuo humano, no processo de educação social é influenciado
pela linguagem, pelos valores transmitidos, pelas relações normativas e pela transmissão social dos estereótipos.
A pergunta chave retratada no texto é: O que acontecerá com o
indivíduo, assim caracterizado, sob a influência da atual revolução industrial e o que isso implicará para a vida do indivíduo no sentido humano?
Alternativas e soluções são propostas em nível individual, no sentido
da vida para o indivíduo e no seu estilo de vida.
Individuo e Sociedade
As relações oscilam entre o individualismo e o totalitarismo. O
problema do individuo humano é baseado nessa oscilação. Nessa análise não podemos suprimir os problemas sociais, pois eles são de forte influência para explicar a relação individuo e sociedade. A vantagem do individualismo ou do totalitarismo está conexa ao modo de como se desenvolve a política na sociedade.
A sociedade informática entra nesse contexto influenciando as ações
a partir do uso do excesso de informações que podem ser utilizadas como forma de dominação e determinar qual é o resultado desse conflito, além de outras formas e interesses sociais que também se mostram relacionados. O Homem a procura do sentido da vida
A atual revolução tecnológico-industrial apresenta elementos que
ameaçam os valores positivos do homem, isto é, seu bem estar psicológico. Se esse valor se encontra abalado o indivíduo entra no “vazio existencial”, perde o sentido da vida.
A crescente automação gera desemprego estrutural de massa que
acaba levando o homem a um estado de liberação do trabalho, à ociosidade. Essa gradativa mudança afetará a sociedade no nível individual a começar pelos jovens e depois no nível coletivo em muitos setores, o que obrigará muitos indivíduos a se adaptarem as novas condições e divergências. A informação como faísca da integração aproximará campo de cidade reduzindo as distâncias.
O homem à procura de um estilo de vida
Duas análises são fundamentais: a nova ética do trabalho e o novo
estilo de vida do indivíduo. Os problemas oriundos do desemprego gerarão substituição das ocupações dos indivíduos e modificarão as atitudes individuais em relação ao trabalho, bem como ocasionarão uma valorização dessas atividades.
O estilo de vida será modificado radicalmente. Na sociedade
prevalecerão as ocupações criativas provocadas pela automação e pela a robotização de muitas outras. O estilo de vida é o modo pelo qual o homem aplica seu tempo entre o trabalho e o tempo livre, este que será maior devido a uma maior disposição de bens materiais gerados pelo crescimento. O estilo de vida do homem não se resume apenas à ética do trabalho ou a quantidade e a qualidade do tempo livre; também está relacionado à família.
O homem à procura de um sistema de valores
Se o individuo reconhece os valores aceitos pela opinião pública,
então seus laços sociais são permanentes e o indivíduo está socialmente adaptado; caso contrário, torna-se alienado em relação à sociedade. A riqueza material possivelmente perderá seu caráter de valor. Quando se alcança certo nível de riqueza o acumulo tomado como objetivo principal se torna desnecessário. Essa mudança de pensamento pode originar ações altruístas.
Diversos valores serão agregados a sociedade e aos indivíduos em si.
Tais valores como o humanismo, liberdade, coletividade, etc. Os valores serão possíveis de caso a sociedade trabalhe nessa direção. É preciso notar também que não é uma garantia de que a sociedade informática garanta sempre mudanças positivas. A sociedade informática conduzirá a um bem-estar social generalizado, a um nível avançado de conhecimento e a uma maior integração mundial, na qual os problemas serão vistos em caráter global. Contudo, o futuro não é determinado pelo desenvolvimento da tecnologia, mas sim pela escolha do homem.