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A justiça

Para entendermos um pouco melhor buscamos o auxílio do wikipédia a respeito


do que é a justiça:
O termo justiça (do latim iustitia, por via semi-erudita), de maneira simples, diz
respeito à igualdade de todos os cidadãos. É o principio básico de um acordo que
objetiva manter a ordem social através da preservação dos direitos em sua forma legal
(constitucionalidade das leis) ou na sua aplicação a casos específicos (litígio).
Sua ordem máxima, representada em Roma por uma estátua, com olhos
vendados, visa seus valores máximos onde "todos são iguais perante a lei" e "todos têm
iguais garantias legais", ou ainda, "todos têm iguais direitos". A justiça deve buscar a
igualdade entre os cidadãos.
Segundo Aristóteles, o termo justiça denota, ao mesmo tempo, legalidade e
igualdade. Assim, justo é tanto aquele que cumpre a lei (justiça em sentido estrito)
quanto aquele que realiza a igualdade (justiça em sentido universal).
A justiça implica, também, em alteridade. Uma vez que justiça equivale a
igualdade, e que igualdade é um conceito relacional (ou seja, diferentemente da
liberdade, a igualdade sempre refere-se a um outro, como podemos constatar da falta de
sentido na frase "João é igual" se comparada à frase "João é livre"), é impossível,
segundo Aristóteles e Santo Tomás de Aquino praticar uma injustiça contra si mesmo.
Apenas em sentido metafórico poderíamos falar em injustiça contra si, mas, nesse caso,
o termo injustiça pode mais adequadamente ser substituído por um outro vício do
caráter.
Justiça também é uma das quatro virtudes cardinais, e ela, segundo a doutrina da
Igreja Católica, consiste "na constante e firme vontade de dar aos outros o que lhes é
devido"

1.O problema da Justiça e o Brasil


O texto relata diversas situações em que aos olhos do autor a Lei poderia ter sido
utilizada de maneira mais branda, de maneira mais ágil, mais simples. Coisas
insignificantes que são levadas ao julgamento de juízes, que por vezes também agem de
maneira equivocada, estipulando penas de reclusão para um furto de “peixes” cujo valor
estimado seria R$ 7,50.

2.Justiça como virtude


Segundo Aristóteles a respeito da virtude humana: “Vemos que todos os homens
entendem por justiça aquele dispositivo de caráter que torna as pessoas propensas a
fazer o que é justo, que os faz agir justamente e desejar o que é justo.”
A virtude aqui aparece como um elemento intrínseco do ser humano, na busca do
bem próprio. A virtude está nessa busca que é uma ação que simboliza a virtude de
fazer o bem.
Para o filósofo essa ação é atributiva e distributiva, e o justo é ponderado, a justiça
surge daí como um equilíbrio.
O ser humano justo se mostra em suas condutas, suas ações e suas atitudes sendo
justo porque age com justiça, sempre agindo de forma equilibrada. Surge a indagação
sobre até que ponto um ser humano pode ser justo em determinado caso e injusto em
outro? Pode uma pessoa ser justa como juiz, mas ser injusto com seus filhos? Ou ainda,
uma indagação de nosso grupo: Como um ser humano pode ser um excelente pai de
família e ao mesmo tempo ser um traficante perigoso?
Como exemplo de nossa indagação, utilizamos o jogador Vagner Love, um exemplo
a ser seguido, com diversos trabalhos sociais, e excelente jogador, no dia 13 de março
de 2010 esteve em uma festa na Rocinha em meio a traficantes perigosos e armados, e
disse achar normal.
A questão da virtude toma um caráter também objetivo: Fazer o bem. O individuo
justo deve ser equilibrado, ponderado e sua ação deve isso refletir, deve buscar fazer o
bem para o outro, qualquer que seja esse outro. O bem é colocado como projeto,
finalidade qualquer ação justa.
Permanece em aberto a questão de saber se uma pessoa má ou injusta pode praticar
o bem ou como exemplo pode um criminoso contumaz fazer justiça, isto é, agir fazendo
o bem.
Especialmente preocupamo-nos com a ação do individuo que devendo ser justo, não
o é. E especialmente com o operador do Direito que tem o dever ético e jurídico de ser
justo.
Quanto mais pessoas justas pudessem ser selecionadas, escolhidas, jungidas as
funções jurídicas, tanto melhor seria a organização judiciária.

3.Justiça e Igualdade
A solução para o problema da justiça se faz pela via da equidade, o necessário
respeito à dignidade da pessoa humana.
O respeito ao princípio da igualdade impõe dois comandos. O primeiro que a Lei
não faz distinções entre as pessoas, em mesmo grau ou igualdade, e o segundo que
buscar igualar a desigualdade real existe, usando a seguinte forma: “tratar os iguais com
igualdade e os desiguais desigualmente”. Sendo perceptível as falhas no sistema
jurídico nacional, que por isso, o tornam injusto (tendo como suposição que o sistema
legal é justo).
Como exemplo disso temos que a pena por furto qualificado por concurso de
pessoas é o dobro da pena de sonegação de tributos, de corrupção ou de “lavagem de
dinheiro”; e que o homicídio praticado no trânsito é apenado com dois a quatro anos,
enquanto o de adulteração de chassis tem pena de 3 a 8 anos.
Segundo Aristóteles, a justiça é a virtude integral e perfeita. Ela abrange todas as
outras. Quanto à igualdade, distingue dois tipos: a aritmética e a geométrica. Em se
tratando da igualdade aritmética, ele explica que quando alguém provoca prejuízo ao
outro, deve restituí-lo do prejuízo, para que a situação volte à inicial, que era justa. Na
igualdade geométrica, um bem é distribuído entre duas pessoas "de acordo com o seu
valor". O princípio subjacente é este: "Uma distribuição é justa quando iguais recebem
partes iguais e desiguais partes desiguais".

4.Lei justa, felicidade e Razão


Os estudiosos que se baseiam em Aristóteles apresentam a ideia de que a lei tem
como pressuposto ser justa. Aristóteles dizia que: “O homem sem lei é injusto, e o
respeitador da lei é justo, evidentemente todos os atos legítimos são, em certo
sentido, atos justos; porque os atos prescritos pela arte do legislador são legítimos, e
cada um deles dizem-nos é justo.”
Isto não tem mais cabimento, pelo menos desde o surgimento do Estado
Moderno, em que a lei passou a ser produto criado pelo Estado como instrumento da
direção e controle da sociedade.
A evidencia mais clara das condições da era contemporânea, a lei como
resultado do jogo de interesses dos políticos da pressão mais ou menos democrática
exercida pelos vários setores da sociedade.
O importante é evitar a lei injusta, assim como o resultado injusto da aplicação
de qualquer lei, seja ela justa ou injusta.
A justiça portanto, deve surgir como um fenômeno que abarque
simultaneamente a garantia da inviolabilidade da dignidade da pessoa humana, e a
realização dessa pessoa como sujeito social, cujos os direitos sejam concretamente
assegurados.

“Uma tradição ética bastante bem sucedida via na felicidade o


verdadeiro motor do comportamento moral. Agir moralmente bem seria
fundamentalmente procurar a própria felicidade. De acordo com esta
tradição, a acção eticamente sustentada traz a quem a pratica a felicidade;
pelo contrário, a acção moralmente errada conduz à infelicidade humana.
Dentro desta linha de pensamento, o bom senso mostrava que, quando
somos honestos e justos, os outros confiam em nós, relacionam-se
connosco de maneira profundamente positiva, ao ponto de podermos
encontrar a nossa realização pessoal e social.
Mas o que dizer daquelas situações em que a honestidade, a verdade ou a
justiça exigem de nós o sacrifício da felicidade e, em última instância, em
situações extremas, da vida? Para me libertar de uma possível sanção, é
moralmente aceitável mentir, ou acusar o outro de um comportamento
meu? Numa situação limite, o comportamento de quem deu a vida por
alguém (por exemplo, o caso conhecido de Maximiliano Kolbe, no
campo de concentração nazi) é moralmente reprovável? Qualquer
consciência vê neste comportamento um acto heróico e não um atitude
vil. A conclusão que podemos retirar é que a felicidade pessoal não pode
ser, de maneira nenhuma, o motor, o móbil da actuação moral. É essa
conclusão que encontramos na Crítica da Razão Prática de Kant que
destrona impiedosamente as éticas da felicidade.
Então qual é o móbil da acção moral? Para Kant, a resposta é quase
escandalosamente simples: a lei moral que a consciência humana
reconhece no seu íntimo é o único móbil da acção moral. Assim, não
praticamos o bem para sermos felizes mas porque a lei moral, inscrita na
razão humana no-lo manda.
Estará o ser humano condenado a cumprir o seu dever, sem poder jamais
aspirar à felicidade, à sua realização enquanto ser humano? Para Kant, a
resposta é negativa. A felicidade é, sem dúvida, numa ordem justa, o
prémio do homem bom, mas não o móbil concreto, imediato da acção
moral. Se a ordem do mundo é justa, se a lei moral na razão humana tiver
algum sentido, a felicidade humana tem de existir e só Deus a pode
garantir. De facto, como fazer justiça a pessoas que caíram vítimas do
ódio e da maldade humana? Num mundo com sentido, Deus é a condição
da nossa felicidade, exigida pela lei moral inscrita na razão humana.
Verdadeiramente espantoso este livro! Embora de difícil compreensão,
por causa da prosa densa do autor, vale a pena ser lido. Talvez tenha
apenas um pequeno defeito que se percebe à luz do tempo em que foi
escrito. O espaço dado à afectividade é praticamente nulo. Esta tão
importante vertente humana é mesmo encarada como um obstáculo à
acção moral, circunscrita apenas ao poder da razão e da sua influência
sobre a vontade. Hoje sabemos que muito do nosso comportamento, para
o bem e para o mal, é ditado pela dimensão afectiva. E é inútil negá-la
porque de forma consciente ou inconsciente ela lá vai exercendo a seu
poder de influência sobre a vontade. É preferível vê-la como uma aliada e
não como um obstáculo, se não quisermos truncar o ser humano de uma
dimensão tão essencial. A questão não será agirmos de forma
independente do afecto, mas educarmos o afecto, deixando-o orientar-se
pela razoabilidade das máximas morais, tanto quanto é possível ao ser
humano fazê-lo.”

Fonte: http://jorgepaulo.blogs.sapo.pt/24753.html
A ética kantiana e a felicidade
26 Novembro 2008

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