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TEORIA ‐ RISCOS – PÓS EM GESTÃO PÚBLICA – FABIO LUCIO

Riscos de auditoria demonstrações contábeis sob exame. A avaliação do auditor independente,


quanto à relevância de contas específicas e classes de transações ou divulgações
Ao emitir uma opinião sobre algo, qualquer pessoa tem a necessárias, ajuda-o a decidir sobre assuntos de planejamento de auditoria,
possibilidade de acertar ou errar. No caso de auditores independentes, essa como por exemplo:
possibilidade está relacionada com a manifestação da sua opinião sobre se as
demonstrações contábeis de uma entidade representam adequadamente, em a) Quais itens a examinar;
todos os aspectos relevantes, a sua posição patrimonial, financeira e
econômica. b) Onde aplicar, ou não, amostragem e procedimentos analíticos.

Devido à complexidade das informações e o grande número de A idéia é que o auditor examine os itens que, se errados, causam
transações contábeis a serem examinadas na execução de uma auditoria, é um impacto maior na situação patrimonial e financeira da empresa. Isso permite
inevitável que exista o risco de que erros ou irregularidades existentes nos ao auditor independente selecionar procedimentos de auditoria que,
registros e nas demonstrações contábeis possam não ser detectados pelo auditor combinados, possam reduzir o risco de auditoria a um nível aceitável.
durante a execução da auditoria. Estes riscos são conhecidos como riscos de
auditoria. Contudo, como a auditoria é um processo vivo de análise, a
De acordo com a NBC-T-11, risco de auditoria é a possibilidade avaliação da relevância e dos riscos de auditoria pode diferir entre o
de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre as planejamento da auditoria e a avaliação dos resultados da aplicação dos
demonstrações contábeis significativamente incorretas. procedimentos de auditoria. Isso pode ser causado por uma mudança nas
condições do trabalho ou por uma mudança no nível de conhecimento do
Na prática risco de auditoria é a possibilidade de o auditor auditor independente em relação à empresa auditada, em função dos resultados
emitir uma opinião equivocada sobre as demonstrações contábeis incorretas, ou encontrados nos trabalhos de campo.
seja, concordar com as demonstrações erradas, emitindo um parecer sem
ressalva. Existe uma relação inversa entre o risco de auditoria e o nível
estabelecido de relevância, isto é, quanto maior for o risco de auditoria, menor
Em um processo auditoria o auditor deve obter o maior nível de será o valor estabelecido como nível de relevância e vice-versa. O auditor
certeza possível sobre a exatidão das demonstrações para emitir a sua opinião, independente toma essa relação inversa em conta ao determinar a natureza,
de tal forma a restringir o risco de auditoria ao seu menor nível, por exemplo, época e extensão dos procedimentos de auditoria, ou seja, ao elaborar o seu
se o auditor deseja ter 90 % de certeza, então ele estará correndo 10% de risco programa de auditoria. Por exemplo, se na execução de procedimentos
de auditoria. Existe uma relação inversa entre risco e a quantidade de evidência específicos de auditoria, o auditor independente determinar que o nível de risco
necessária para suportar a opinião do auditor, ou seja, se o risco de auditoria é é maior que o previsto na fase de planejamento, o nível de relevância,
baixo, é necessária grande quantidade de evidência. A lógica é simples, para ter preliminarmente estabelecido, deve ser reduzido. O auditor independente deve
certeza razoável o auditor deve encontrar evidências de sua exatidão, quanto atenuar tal ocorrência por:
mais evidências sobre algo, menor a possibilidade de aquele algo estar errado.
a) Reduzir o nível de risco de controle, onde praticável, e suportar tal
Como auditor responde junto à sociedade pela sua opinião, ele
redução por meio de ampliação dos testes de observância;
deve no planejamento da auditoria efetuar um estudo acurado sobre as
possíveis áreas de risco de auditoria, a fim de que não emita uma opinião
equivocada sobre o conjunto das demonstrações contábeis. Quando os erros b) Reduzir o risco de detecção via modificação da natureza, época e
não são significativos, e conseqüentemente não invalidam as demonstrações extensão dos testes substantivos planejados.
contábeis examinadas, o risco de ser o auditor responsabilizado por sua Para entender a lógica da relação inversa entre o risco de
omissão é pequeno, contudo se o erro ou a fraude for de proporção maior, auditoria e a relevância devemos saber:
trazendo prejuízo para os beneficiados pela auditoria, poderá envolvê-lo em I. O auditor dever estipular um nível de relevância paras as
processo de responsabilização penal e civil. informações auditadas ainda na fase de planejamento;
O risco de auditoria pode ser considerado relativo, pois ele não é
padronizado, não se manifesta de forma idêntica, diferente disto, se manifesta II. O risco de auditoria, em regra, esta relacionado com os itens que não
das mais variadas formas dependendo das transações da empresa. Após a foram examinados, aqueles que não foram selecionados para
identificação e a classificação dos riscos, ainda no planejamento da auditoria, é exames;
necessário avaliar a probabilidade da ocorrência e o impacto econômico-
III. Para diminuir o risco de auditoria o auditor deve selecionar o item
financeiro do risco nas demonstrações contábeis. Devido a essa situação o
que será examinado, assim ele não ficará sem ser testado;
auditor, em regra, direciona seus testes para as áreas de maior relevância nas
demonstrações. IV. Quanto maior é a relevância de um item, menor é a possibilidade de
ele não ser selecionado; como ele é selecionado ele não fica sem ser
testado, assim quanto maior a relevância menor o risco de auditoria.
3.6.1 Relação: risco de auditoria e relevância

A NBCT 11.6, emitida pelo CFC, estabelece que a relevância O normal de uma auditoria é que o planejamento seja efetuado
depende da representatividade quantitativa ou qualitativa do item ou da em período anterior ao encerramento das demonstrações contábeis, assim o
distorção em relação às demonstrações contábeis como um todo ou informação auditor, embasado nos testes sobre o controle interno, nas informações colhidas
sob análise. Uma informação é relevante se sua omissão ou distorção puder junto á administração e na sua experiência, pode estimar o que irá encontrar na
influenciar a decisão dos usuários dessa informação no contexto das auditada. Caso os resultados reais sejam, substancialmente, diferentes dos
demonstrações contábeis. valores estimados, a relevância quantificada na fase do planejamento e utilizada
na execução da auditoria, assim como a avaliação dos riscos de auditoria,
O que é relevante para uma empresa pode não ser relevante para podem também mudar, e, dessa forma, requerer julgamento do auditor
outra, assim a determinação do que é relevante em uma auditoria é uma independente com relação à suficiência dos procedimentos de auditoria até
questão de julgamento profissional do auditor, que deverá estabelecer um nível então aplicados.
de relevância aceitável para permitir a detecção de distorções relevantes. Ao
estabelecer um nível de relevância o auditor estabelece um parâmetro de Devido a possibilidade da variação entre o estimado no
relevância para a sua auditoria. planejamento e o encontrado efetivamente na auditoria, o auditor independente
pode, no processo de planejamento da auditoria, intencionalmente, estabelecer o
Ao definir seu programa de auditoria, após a análise do controle nível de relevância num patamar abaixo daquele a ser utilizado para avaliar os
interno e das áreas de risco de auditoria, o auditor independente deve levar em resultados da auditoria. Isso pode ser feito para reduzir a probabilidade de
conta quais fatores poderiam resultar em distorções relevantes nas existência de distorções não-identificadas e para propiciar ao auditor

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independente uma margem de segurança ao avaliar as distorções identificadas V. Dificuldades significativas para a auditoria;
no curso da auditoria. VI. Transações problemáticas com empresas correlacionadas;
VII. Erros de consideração detectados na auditoria do ano anterior.
3.6.2 Tipos de risco de auditoria
Risco de controle
O risco de auditoria para fins de análise divide-se em três
componentes: risco inerente, risco de controle e risco de detecção, e pode ser Ocorre quando um erro ou uma fraude não foi detectada pelo
calculado pela seguinte fórmula: sistema de controle interno. Este deixou de prevenir e corrigir em tempo uma
distorção no saldo de uma conta, sendo que era responsabilidade dos controles a
Risco de Auditoria = Risco Inerente x Risco de Controle x Risco de sua detecção. O risco pode ser relevante individualmente ou em conjunto com
Detecção outras distorções; o nível deste risco é em função da efetividade dos
procedimentos de controle interno da empresa auditada.
Para cada risco normalmente é estabelecida uma variação de 0 a Considerando-se que é impossível que qualquer sistema de
1. por exemplo, se a empresa não possui um controle interno, o risco de controle interno possa ser eficiente a tal ponto de eliminar todos os erros
controle será de 1. No máximo o risco de auditoria pode ser de 1 ou de 100%, possíveis, o risco de controle nunca pode ser igual a zero. Como o auditor não
entretanto esta situação é impossível em uma auditoria, pois, o risco do auditor pode controlar o risco de controle, pois ele já existe, pode alterar seu método de
errar também deverá ser de 100%, fato inexistente em uma auditoria. Nos avaliação alternando os procedimentos utilizados para entender a estrutura de
trabalhos auditoriais o risco de auditoria de 5% é um risco dentro do aceitável. controle interno com os testes sobre o controle interno, normalmente por meio
da aplicação de testes de observância (cumprimento) e substantivos
A avaliação do risco de auditoria busca permitir que o auditor (evidenciação).
identifique::
Em uma auditoria o risco de controle não pode ser avaliado
9 Os aspectos do risco inerente com probabilidade alta de separadamente do risco inerente, face às relações que ambos têm, entretanto o
ocasionarem erros importantes, indicando maior atenção nos risco de controle está ligado à ineficácia dos procedimentos do controle interno
objetivos da auditoria; ao contrário do risco inerente que está mais ligado à inexistência do controle
9 As contas às quais possam ser aplicados procedimentos de auditoria interno.
limitados face ao seu baixo risco; De qualquer forma, é o funcionamento adequado do controle
9 Os controles internos contábeis e administrativos que reduzem o interno quem determina a natureza, oportunidade e extensão dos testes
risco de erros e permitam que o auditor limite suas provas substantivos que serão aplicados nos trabalhos de campo.
substantivas.
Risco de detecção

Risco inerente ou implícito


É a possibilidade do saldo de uma conta ou de uma informação
É o risco que esta relacionado com as atividade operacionais da estar errada e não ser detectada ou ainda levar o auditor a concluir pela sua
empresa, normalmente este risco já existe, é intrínseco da natureza das ações e inexistência em função de um erro de avaliação próprio ou da sua equipe.
negócios da empresa. Ao aplicar os procedimentos de auditoria o auditor não detecta
É o erro ou irregularidade que ocorreu nas demonstrações ou uma distorção no saldo de uma conta ou de transações que poderia ser relevante,
registros em função da suscetibilidade dos saldos ou da transação a uma estes erros podem ser em decorrência de não examinar todas as evidências
distorção que poderia ser relevante individualmente ou em conjunto com outras disponíveis, de possível ineficiência do procedimento de auditoria ou de
distorções na mesma conta, presumindo-se a falta de um controle específico possível deficiência na avaliação dos fatos descobertos durante o exame.
por parte da empresa. Este risco se dá na parte operacional da empresa sendo
difícil a sua mensuração. O risco de detecção não pode ser reduzido a zero na medida em
Um exemplo de risco implícito é quando a empresa vende a que o auditor deve estar consciente da existência de incertezas acerca dos
maioria de seus produtos para somente um Cliente, centralizando assim seus atributos das evidências, da eficiência dos mecanismos de controle interno do
créditos a receber; caso o cliente venha a ter problemas financeiros não cliente e do fato do seu procedimento se basear em estimativas e amostras, mais
conseguindo efetuar o pagamento, com certeza afetará a estabilidade da ou menos representativas.
empresa. O risco de detecção está diretamente relacionado com os testes
O risco inerente é, portanto, influenciado pela natureza da conta, substantivos, podendo então, ser analisado sob dois aspectos:
pelo tipo de transações e por outros fatores, podendo ser citados os exemplos a
seguir: 1. Risco de revisão analítica, significa que o erro pode não ser detectado pelas
verificações e análises utilizadas.
9 As vendas a prazo são mais passíveis de fraudes que as
vendas a vista, pois é mais fácil comprovar o dinheiro 2. Risco de testes de transações e saldos, é o risco dos erros nos saldos ou
que entrou do que as contas a receber; transações não serem identificados pela ineficácia dos testes aplicados, quanto
9 O caixa é mais suscetível ao roubo que a conta veículos; ao tipo e a profundidade do teste.
9 As despesas com materiais de consumo podem
apresentar mais distorções em relação às despesas de Ambos os procedimentos, o de revisão analítica e dos testes de
salários; transações e saldos, mantêm certa correspondência, ou seja, os riscos associados
9 As contas derivadas de estimativas contábeis têm maior a eles têm um efeito multiplicativo definindo o fato de que a segurança derivada
risco que as rotineiras. de um deles reduz proporcionalmente a segurança exigida do outro para limitar
o risco de detecção ao nível desejado pelo auditor.
Um material apresentado pelo AICPA (American Institute of
Certified Public Accoutant), corroborado pelo IBRACON (Instituto Brasileiro Cabe ressaltar que o risco inerente e o de controle diferem do
de Contadores) destaca alguns fatores que estão relacionados à estimativa do risco de detecção, por existirem independentemente da auditoria, pois os
risco inerente: primeiros fazem parte da operacionalidade da empresa enquanto que o de
detecção advém de uma falha do auditor.
I. Decisões financeiras e operacionais dominadas por uma única
pessoa; Também é importante entender que quanto maior é o risco
II. Alta rotação de executivos e administradores; inerente e de controle menor deve ser o risco de detecção. A lógica é simples, se
III. Má reputação da gerência; na visão do auditor existem riscos inerentes e o controle interno é ineficiente, o
IV. Problemas contábeis de alta dificuldade;

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único que não pode errar é o próprio auditor, por isto que a possibilidade de ele h) as comparações e análises dos resultados financeiros com
errar deve ser pequena, diminuindo assim, o nível de risco de detecção. dados históricos e/ou projetados.

Por exemplo, o auditor depois de seus testes de observância Depois de analisado o ambiente de controle e destacadas as áreas
identifica um alto nível de risco de controle no estoque da empresa, o controle com maiores possibilidades da ocorrência de riscos de auditoria, o auditor deve
interno é falho, assim ele entende que o saldo do estoque e os valores aplicar os procedimentos de auditoria, seguindo uma escala:
apresentados na conta podem estar errados. Para diminuir a possibilidade de
risco auditoria o auditor deverá proceder a maior número de testes * Risco mínimo – É necessário volume mínimo de testes ou
substantivos, normalmente aumentado a sua amostra ou direcionando seus revisão.
testes para os valores mais relevantes, diminuindo a possibilidade de ele errar. * Risco Baixo – fazer uma revisão analítica, com testes limitados de
comprovação de saldos e transações; testes de cumprimento de normas internas.
As normas internacionais de auditoria independente apresentam * Risco intermediário – testes de várias fontes de evidência de
uma matriz de avaliação dos riscos de detecção a partir do nível estabelecido auditoria, apoiando-se preferencialmente em testes de comprovação de saldos e
para os riscos inerente e de controle, como se segue: transações.
* Risco alto – Maior profundidade nos testes, a fim de conseguir
Risco de Controle embasamento para comprovação das transações.
Risco Alto Médio Baixo
inerente
Alto Muito baixo Baixo Médio Relevância ou Materialidade
Médio Baixo Médio Alto
baixo Médio Alto Muito alto É a importância de um fato em relação ao objeto do exame (demonstrações
financeiras). A materialidade depende do julgamento profissional do auditor.
Considerando o risco e a materialidade o auditor determina a natureza,
Segundo o IFAC – Instituto Federal de Contadores Certificados, oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria.
órgão responsável pela normatização da auditoria nos Estados Unidos existe Observe que há uma interação entre risco e materialidade em razão inversa.
uma relação inversa entre o risco de detecção e o nível combinado dos riscos Exemplificando, quanto menor o número de transações de uma conta, maior o
inerentes e de controle. Entretanto, quando o risco de detecção é muito alto, risco de auditoria. O risco do saldo de uma conta de valor baixo estar errado é
devido aos riscos inerentes e de controle serem baixos, o auditor deverá aplicar grande.
assim mesmo testes substantivos para consubstanciar a sua opinião, no entanto Com estes poucos conceitos básicos, podemos começar a definir os tipos de
a amostra não necessita ser grande. riscos de auditoria.

Segundo a norma de auditoria independente, emitida pelo CFC, Risco Final


ao analisar o risco, o auditor deverá atentar para:
É o produto entre risco inerente (RI), risco de controle (RC) e risco de detecção
¾ A amplitude em que as técnicas de controle estão alcançando seus (RD). Assim temos:
objetivos;
¾ O controle geral do ambiente da empresa; RF = RI . RC . RD
¾ A natureza dos ativos ou operações envolvidas;
¾ A importância das contas e das transações para a empresa; Obviamente o valor do risco final nunca é zero. O auditor deve efetuar os testes
¾ As experiências anteriores com fatos relacionados; de modo que o resultado obtido seja menor que o risco (final) que ele está
¾ A estabilidade das práticas e procedimentos; disposto a assumir. O risco final está ligado a procedimentos estatísticos e de
¾ A extensão de tempo que um erro ou irregularidade pode alcançar sem amostragem.
ser detectado.
Risco de Amostragem
O auditor quando for avaliar a empresa, para analisar as áreas
de risco, deverá trabalhar com dois níveis diferentes, como está destacado É o risco de o auditor chegar a uma conclusão diferente da que teria chegado se
abaixo: tivesse observado todos os elementos de uma determinada conta (população).
a) Geral – observando a empresa como um todo, verificando as
demonstrações contábeis, o controle interno, a situação financeira e
Todas as amostras contêm erros de representatividade. Obviamente, quanto
patrimonial, qual a qualidade e como a administração está definida.
maior a amostra, menor o risco de amostragem.
b) Específico – Analisa as contas pelo seu saldo ou natureza e pelo
número de transações efetuadas.
Importante: Nenhum risco de detecção pode ser dimensionado por métodos de
Para determinar o risco da auditoria, sob a análise em amostragem. O risco de detecção é determinado a partir da eficiência dos
nível geral, o auditor deve avaliar o ambiente de controle da entidade, procedimentos de auditoria. Assim, abrange aspectos não relacionados com o
compreendendo: processo de amostragem.
a) a função e envolvimento dos administradores nas atividades da
entidade; Com relação à amostragem há dois tipos de riscos que interessam: Risco de
b) a estrutura organizacional e os métodos de administração incorreta aceitação e risco de incorreta rejeição (ligados aos testes substantivos)
adotados, especialmente quanto a limites de autoridade e
responsabilidade; Risco de Incorreta Aceitação
c) as políticas de pessoal e segregação de funções;
d) a fixação, pela administração, de normas para inventário, para É a possibilidade do auditor considerar correto o saldo de uma conta ( induzido
conciliação de contas, preparação de demonstrações contábeis e pela amostragem) quando na realidade este saldo esteja incorreto.
demais informes adicionais; O risco de incorreta aceitação é dado pela fórmula:
e) as implantações, modificações e acesso aos sistemas de
informação computadorizada, bem como acesso a arquivos de RIA = RF : (RCI X RRAS)
dados e possibilidade de inclusão ou exclusão de dados;
f) o sistema de aprovação e registro de transações; Onde:
g) as limitações de acesso físico a ativos e registros contábeis
e/ou administrativos; e RIA = Risco de Incorreta Aceitação

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RF = Risco Final auditor pode oferecer sugestões para melhorar os controles internos
relacionados ao risco de negócio.
RCI = Risco de Controle Interno

RRAS = Risco de Revisão analítica e Testes Substantivos


Hoje, mais do que nunca, podemos afirmar que a auditoria é a
arte de administrar o risco e prover receitas. Com o aumento da
O Risco de Controle Interno é a possibilidade do controle interno deixar de
detectar erros superiores ao aceitável (tolerado). Seu valor é estimado através
complexidade e do volume das operações o auditor não tem
de testes de observância (aderência) mais possibilidade de emitir um parecer com 100% de certeza.
Diante desta impossibilidade deve administrar o erro, aceitando
O Risco de Revisão Analítica e Testes Substantivos é a possibilidade dos o risco. Contudo se responsabiliza por uma parte essencial do
testes substantivos e os procedimentos de revisão analítica deixarem de cumprimento da arrecadação no Brasil.
detectar erros superiores ao aceitável (tolerado).

Em geral, os auditores usam tabelas para auxiliar a estimativa do RCI e do Fábio Lúcio
RRAS.

Exemplo:

Supondo um risco de 50% de erros não detectados pelos controles internos


(RCI) e de 60% de erros não detectados pelos procedimentos de revisão
analítica (RRAS) e um risco final de3 8%, calcular o risco de incorreta
aceitação.

Aplicando a fórmula:

RIA = 0,08 : (0,5 X 0,6) = 27%

Risco de Incorreta Rejeição

É a possibilidade do auditor considerar incorreto o saldo de uma conta quando


na realidade este saldo esteja correto.

Há um elevado risco de incorreta rejeição se reduzirmos o tamanho da


amostragem para os testes substantivos.

Risco de Superdependência

È a possibilidade do auditor considerar os controles internos eficientes quando


na realidade não são.

Quando há um baixo risco de superdependência o auditor realiza menos testes


substantivos (a avaliação dos controles internos determina a natureza,
oportunidade e extensão dos procedimentos de auditoria). Neste caso, há um
alto grau de confiança nos controles internos. O grau de confiança é o
complemento do risco. Um grau de confiança de 80% equivale a um risco de
20%.

Há uma interação inversa entre risco de superdependência e tamanho da


amostragem. Se o auditor quer trabalhar com um baixo risco, deve aumentar o
tamanho da amostragem.

Risco de Subdependência

É a possibilidade do auditor considerar os controles internos ineficientes


quando na realidade o são (eficientes).

Risco de Negócio

Dizem respeito ao interesse empresarial. Exemplificando, não é feita licitação


para compra de materiais, não é feito estudos para melhorar a produção,
excesso de desperdícios, etc.

Estes fatos não alteram as demonstrações financeiras, logo, o auditor não avalia
o risco de negócio já que é competência da administração. Eventualmente o

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