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Instituto do Ambiente
1 – INTRODUÇÃO
2 – REDUÇÃO DE RUÍDO
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2.2 – Redução na fonte
- Tráfego rodoviário
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O encerramento de uma rua irá certamente trazer um melhor ambiente sonoro,
mas por outro lado, poderá aumentar o ruído noutras ruas. Remover o tráfego
de uma rua com pouca utilização e transferi-lo para outra com já grandes
quantidades de tráfego, provocará um reduzido aumento de ruído nesta e ao
mesmo tempo uma melhoria significativa na primeira.
A criação de variantes ou vias alternativas, destinadas a remover grandes
quantidades de tráfego de zonas residenciais, produz grandes benefícios em
termos de ambiente sonoro para a referida zona, partindo do pressuposto que
estas não serão construídas perto de outras zonas residenciais.
Ainda relativamente à gestão do tráfego rodoviário, outro método de redução é
as restrições em termos de horário e área de circulação. Por exemplo, restringir
determinadas áreas à circulação de veículos pesados de mercadorias, dado
que o ruído provocado por estes facilmente se sobrepõe ao dos veículos
ligeiros numa rua de reduzido tráfego.
A redução de velocidade, tranquilização e suavização de tráfego, poderão ser
alcançados através de limites de velocidade, sistemas automáticos de controlo,
criação de aspectos físicos condicionantes e educação dos condutores.
A redução para metade da velocidade de circulação de uma estrada, apresenta
em média uma redução do ruído de 5-6 dB. Os métodos a utilizar deverão ser
eficazes, no sentido de uma real redução sem afectar a necessidade de uma
alteração de mudanças. Deverá também ser assegurado que o tráfego correrá
fluentemente evitando um estilo agressivo de condução.
Outra medida eficaz de redução de velocidade é a introdução de lombas e
listas perpendiculares à estrada, estas últimas com o intuito de provocar ao
condutor a sensação de maior velocidade. O estreitamento da rua através da
introdução de pinos, estacionamento ou áreas reservadas a peões, induz a
uma redução de velocidade por parte do condutor. Estas medidas permitem
uma redução de ruído de 2-3 dB.
O comportamento do condutor é um outro aspecto que influencia o ruído. Um
comportamento passivo permite uma redução dos consumos, bem como uma
redução substancial do ruído. A redução média é de aproximadamente 5 dB
para os carros e veículos pesados e de 7 dB para motas.
- Tráfego ferroviário
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- Movimentos causados por irregularidade dos carris (rugosidade) e
das rodas (achatamento) que poderão causar aumentos de ruído de
10-20 dB;
- Ligeiro contacto do verdugo das rodas no carril (ruído agudo
geralmente característico de curvas apertadas);
- Vibração de toda a estrutura de suporte.
- Tráfego aéreo
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- Restrições no horário de funcionamento do aeroporto, isto é,
definição de um determinado horário onde não é permitido a operação de
aeronaves. Estas restrições podem ser totais ou parciais, consoante os
objectivos e necessidades do aeroporto;
- Definição de distâncias máximas a percorrer por voo. Quanto menor a
distância a percorrer, mais rápida e em menos espaço é feita a descolagem
(devido à menor quantidade de combustível). Por outro lado as aeronaves
necessárias para percorrer distâncias menores, são geralmente mais
silenciosas.
As operações em terra também causam problemas de ruído perto dos
aeroportos. As fontes destas operações incluem testes nos motores,
deslocamentos nas pistas para descolagem e depois da aterragem. Os
métodos de controlo para o funcionamento dos motores incluem orientação ou
localização das aeronaves longe das áreas mais sensíveis ou o uso de
supressores e barreiras. A utilização de reboques evita o ruído provocado pelas
aeronaves durante os movimentos no aeroporto. É também eficaz a criação de
taxas onde as operações provocadas por aviões mais ruidosos são
penalizadas.
- Indústria
- Utilização de barreiras
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Em determinados casos em que a distância entre a fonte e os receptores não é
suficiente, outro método utilizado é a construção da estrada a um nível inferior
à área envolvente, tirando assim partido da menor propagação do som devido
à protecção pelos taludes que funcionam como barreiras e do material
absorvente que poderá ser utilizado na cobertura do solo.
Tal como referido atrás, os edifícios construídos junto de estradas, funcionam
como barreiras a outros. Por exemplo, uma fileira de edifícios construídos
paralelamente a uma auto-estrada, poderão provocar uma redução de 13 dB
na sua área oposta. Não é recomendada a construção perpendicularmente à
estrada, porque deste modo, ambas as fachadas ficam expostas ao ruído.
Os túneis são o método mais eficaz de controlo de ruído através de barreiras,
mas devido aos custos associados, a sua construção raramente depende de
razões de controlo de ruído. Este método, permite uma redução de ruído de 30
dB.
Em muitos casos e, devido a arquitectos e urbanistas, recorre-se à vegetação
como barreira ao ruído. Este método é pouco eficaz, com uma redução de
cerca de 1 dB por 10 m de plantação, mas é geralmente sobrestimado, dado
que as pessoas geralmente “ouvem menos” quando vêem menos. Este
aspecto psicológico não deve ser ignorado porque realmente provoca uma
diminuição da sensibilidade ao ruído.
- Isolamentos acústicos
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Uma janela de vidro duplo com separação de 100 mm e com uma boa
selagem, apresenta um índice de redução de cerca de 30 dB. Relativamente a
portas, caso sejam de bom material, bem ajustadas à moldura e em total
contacto com a ombreira (não empenadas), são atingidas reduções de 25-30
dB.
No caso de ruído de tráfego aéreo, para além do isolamento ao nível das
portas e janelas, este deverá também ser feito nas coberturas e sistemas de
ventilação com origem no topo do edifício
- Design do edifício
Outubro 2002