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Poesia completa
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Poesia completa

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A obra completa do poeta, jornalista e sociólogo Alberto da Cunha Melo (1942–2007), um dos maiores nomes da Geração 65 de poetas pernambucanos. Experimentador radical do estilo literário, mas sem esquecer da tradição que o influenciou, Alberto tem como matéria poética não somente suas queridas cidades de Jaboatão, Olinda e Recife, mas o Brasil como uma nação a ser descoberta. Para ele, a poesia era o veículo perfeito para uma travessia rumo ao imprevisível, dentro de um país que ainda precisa ser decifrado. Em 2001, foi incluído nas antologias Os cem melhores poetas brasileiros do século e 100 anos de poesia: um panorama da poesia brasileira no século XX.
LanguagePortuguês
PublisherRecord
Release dateJan 29, 2018
ISBN9788501113306
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    Poesia completa - Alberto da Cunha Melo

    Organização de

    Cláudia Cordeiro Tavares da Cunha Melo

    1ª edição

    2017

    CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA FONTE

    SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

    Melo, Alberto da Cunha

    M473a

    Poesia completa [recurso eletrônico] / Alberto da Cunha Melo ; organização Cláudia Cordeiro Tavares da Cunha Melo. - 1. ed. - Rio de Janeiro : Record, 2017.

    recurso digital

    Formato: epub

    Requisitos do sistema: adobe digital editions

    Modo de acesso: world wide web

    ISBN 978-85-01-11330-6 (recurso eletrônico)

    1. Poesia brasileira. I. Melo, Cláudia Cordeiro Tavares da Cunha. II. Título.

    17-46508

    CDD: 869.91

    CDU: 821.134.3(81)-1

    Copyright © Alberto da Cunha Melo

    Copyright © Cláudia Cordeiro Tavares da Cunha Melo, 2017

    Fotógrafos:

    Fícus-Benjamin do Parque 13 de Maio: Assis Lima

    Salmos de Olinda: João Castelo Branco

    Preparadoras de texto:

    Andréia Caroline Pereira de Oliveira e Isabel de Andrade Moliterno

    Digitação:

    Luanda Calado de Santana e Rafael Assis

    Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução, armazenamento ou transmissão de partes deste livro, através de quaisquer meios, sem prévia autorização por escrito.

    Texto revisado segundo o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

    Direitos exclusivos desta edição reservados pela

    EDITORA RECORD LTDA.

    Rua Argentina, 171 – Rio de Janeiro, RJ – 20921-380 – Tel.: (21) 2585-2000.

    Produzido no Brasil

    ISBN 978-85-01-11330-6

    Seja um leitor preferencial Record.

    Cadastre-se em www.record.com.br e receba informações sobre nossos lançamentos e nossas promoções.

    Atendimento e venda direta ao leitor:

    mdireto@record.com.br ou (21) 2585-2002.

    À memória de Alberto da Cunha Melo,

    para todos, para sempre.

    A César Leal, Bruno Tolentino, Pedro Vicente Costa Sobrinho, Cyl Gallindo e Celina de Holanda, amigos comuns, em nome de todos os parceiros na arte de viver, divulgar e publicar a poesia de Alberto

    (in memoriam).

    À Sóror Juana Inés de la Cruz (1651- 1695), a Décima Musa.

    A Divaldo Pereira Franco, mestre e amigo.

    A Beliza e Cordeiro, meus pais, Nemzinha, minha madrinha, e Márcio e Márcia, meus filhos.

    Ao Amor.

    A Deus.

    O PRESENTE

    O que hoje recebes

    e não podes pegar, guardar

    em panos e papéis laminados,

    é imperecível,

    presente onipresente.

    Estás com ele na chuva

    e não temes que se desfaça.

    Estás com ele na multidão

    e não o escondes dos mutilados.

    O que não existe para os homens

    deles estará protegido,

    o que os homens não veem

    não poderão espedaçar.

    Eis o que não te denuncia

    porque não tem face

    nem volume para ser jogado no mar.

    Eis o que é jovem a cada lembrança

    porque não tem data

    e série, para envelhecer.

    O que hoje recebes

    Não pode ser devolvido.

    Em suma, minha poesia deveria ser tão parecida comigo quanto minha voz, o ruído dos meus passos, as explosões de minha natureza contraditória. A arte é o último reduto do indivíduo, apesar de sua função social, de seu compromisso ontológico com o destino humano.

    Alberto da Cunha Melo

    In: A noite da longa aprendizagem.

    Notas à margem do trabalho poético, vol. I.

    Nota de 15 de março de 1978.

    SUMÁRIO

    AGRADECIMENTOS

    APRESENTAÇÃO

    PARTE I — OBRA PUBLICADA

    CÍRCULO CÓSMICO

    1. Publicação do corpo / 2. O síndico / 3. Notas de um expatriado / 4. Asteriscos / 5. Palestra sangue / 6. O irmão poeta / 7. O levantar das venezianas / 8. Convite no verão / 9. Breviário da pantomina / 10. Salvar de longe / 11. Bilhete a Ascenso Ferreira / 12. Nênia a Raphael Peixoto com a lira de João Cabral / 13. Para Manuel Bandeira / 14. Ociosidade da criação / 15. O televisor / 16. Helicóptero (Geral de pouso) / 17. Hora de voar / 18. O preço das conchas / 19. Performance / 20. Círculo cósmico

    ORAÇÃO PELO POEMA

    I [Escrevo de cabeça baixa] / II [Senhor, dá-me a palavra brisa] / III [Quando pela noite repleta] / IV [Talvez as palavras se esgotem] / V [Deixaste-me um momento. Agora] / VI [Tocam-me de repente o rosto] / VII [De novo mergulhei a pena] / VIII [Ó eterno regressar de Deus] / IX [Publicar-se depois da morte] / X [Sei que falo destituído] / XI [Tudo condenado a nascer] / XII [Se escuto apenas o rumor] / XIII [Por que levarei adiante] / XIV [O poema ataca de noite] / XV [Os filamentos da desordem] / XVI [Senhor, este poema sabe] / XVII [Sob o silêncio geométrico] / XVIII [Agora mesmo perguntaram] / XIX [A manhã não deve surgir] / XX [Logo mais baterão na porta] / XXI [Somente uma tranquila réstia] / XXII [A multidão que me jogou] / XXIII [Conheço minha letra, escrevo] / XXIV [De repente, surge a vontade] / XXV [Como um vento muito pesado,] / XXVI [A cem quilômetros por hora,] / XXVII [Sob a chuva de outra estação] / XXVIII [Na vigésima oitava parte] / XXIX [O teu filho distanciado] / XXX [Senhor, nesta manhã de outubro,]

    PUBLICAÇÃO DO CORPO

    Plataforma / Apedrejamento de Terêncio / Pitangas na biblioteca / Limitação de... / Blindagem / Absolutamente / Estágio / O comensal / Lembranças do amigo José Vilela / Transcrição do diário / Relógio de ponto / Tesoura de jardim / Aviso prévio / Correspondência / Acossados / Na alça de mira / A novíssima Heloísa / Desdobramento do apólogo / Office-boy / Depósito de munição

    POEMAS ANTERIORES

    Hebdomadário / Escritório da Mesbla / Tempos das levas / Estação terminal / Exibicionista / Um cartão de visita / Alta residência / Lendo Émile Zola / Zona da Mata / Antibiográfico / Mártir Luther King / Coletivo suburbano / Provisões / Convocação / Camuflagem nietzschiana / Manual dos exilados / Edgar Allan Poe / Ricochete / Esquete de Natal / Espátula / Kama Sutra / Questionário / Vitrina / A máscara / Edifício Itália (SP) / Discurso de Narciso / Mesopotâmia / Um diretor falando consigo mesmo / Segundo dia de carnaval / Reis Magos / Uma edição de Pan / Metralhadora Thompson ou morte T / Dois poemas franciscanos / Volta à rotina / Pavilhão das enfermarias / Velhos soldados da reserva / Exportação / O poeta na Alvorada / Lázaros / Plano diretor / Período de testes / Tradição / Trópico / A vizinha / Ludoterapia / Praia Sul / Semiótico / Relendo Camões / O adesista / A João Cabral / A mala das gravatas / Vocação do oceano / Oferta na salva da noite / Premonição / Revelações / Primeiro selo do apocalipse / O homem de borracha / Primeira ceia / A imagem do barco / O matadouro / Rua Azul, Jaboatão, PE / Sobreviventes / Canto medular / Um preso, no interior / Começo de carreira (ou correria) / Um corpo que cai / Apresentação do Natal / Tempos de existir / Estratégia / Funcional / Correspondência / Melina Mercouri (Phaedra) / Rua Vigário Tenório / Knut Hansum / Barcaça / Retirada da Laguna / Mal-estar-no-mundo / Tentação no bosque

    Mar de Homero / Vida nova / Formas de abençoar / Marilyn Monroe / Terceiro poema franciscano / As saias da vida / Região palustre / Revisão de Beethoven / Regatas / Cartaz de publicidade / Plataforma II / Uma falha no ritual / Cozinheiras / O livro projetado / Formas de despertar / Inconfidencial / Hábito marrom / Um casal muito conhecido / O aviador / Um estudo da porta / Afronta a H. G. Wells / Influência das vozes / Artesã do templo / Um homem na rede / A comarca dos inocentes

    CANCIONEIRO PARA O TERCEIRO MUNDO

    NOTICIÁRIO

    Condições nem tanto objetivas

    NOTÍCIAS LOCAIS: Mais resíduos da Schutzstaffel (SS) / Aos mestres, com desrespeito / Divagações sobre o mesmo medo / De um profeta latino-americano / Ritual do espancamento / Chegada de um camponês à rodoviária / Cançoneta do Terceiro Mundo / Um lide, para o caso Herzog / Essas velhas surpresas / As concessões ou os degraus do palácio / Injunções na central de abastecimento / O desertor se justifica / Em quatro tempos: a ordem / Antonios & Antonio’s / Ame-a ou chore-a / Nos quintais, depois dos quartéis / Réquiem a um ditador / Macroproblemas e microssoluções / Bazucas para os colibris / Pelo rádio do ônibus, em Recife / Abel, o reformista maior / Meninos serpentes ou exportadores de rãs / Previdência social (sem comentários) / Persuasão muito extremista / Observações do terceiro andar / Pergunta a todos os condenados / Aconteceu na ala norte / Dilema dos moralistas oficiais / Quinta enfermaria no fim do corredor / Os cereais e seu destino / Cemitério de ônibus da CTU / O que não era belo / Volante, na Mata Sul / Neorromantismo à nordestina / O porre do comandante / O servente: como descobri-lo / As emergências tão rotineiras / Um cidadão chato mas respeitável / O executivo está acompanhado / Reunião da diretoria: expectativas / Na mansão dos York / Argumento estranho numa casa de tolerância / Instruções para jantar no Hilton / O diretor chega ao restaurante / A ceia de Maria, última também / As mulheres, na enchente de 75 / Demografia, segundo ela mesma / As ameaças do autoencontro / Na lanchonete dita Estrela / Os substituíveis: um flagrante / Jorge, o pequeno maneta / A enfermidade de Cyntia, da boite Color / Uma estratégia como desculpa / Armas para a alegria conquistada / Código animal, impróprio para heróis / Vinte e três horas / Insinuação à porta de casa / Perímetro e periferia / Sob as contentes ciladas / Orgulhos de um autodidata / As sucedâneas severas / Quando muitos ficam sem ópio / História da princesa Alegria / A chegada dos paizinhos / Um casal muito autossuficiente / Avaliações a zero hora / Rute, a mundana do cais / Bondade tipo primeira-dama / Sábios sonhos de sabotagem / Segundo poema sobre João Câmara / As vantagens de ser um sórdido / A Jaci Bezerra, num papo antigo / Ora, que pureza mais suja / Uma etiqueta muito reveladora / Morra este antieducador / A arrogância dos enforcados / Homem sozinho na balança / Olhando-se no espelho do hotel / A Plekhanov, antes e depois do expurgo / A vergonha, poucos sabem contá-la / O cidadão, mártir do nada / Uma sociologia do mercado / Algum silêncio particular

    NOTÍCIAS DA ALDEIA (PERDIDA): Lamento um tanto regressivo / Canto dos emigrantes / Nos escombros da comunidade / Refugiados do cotidiano / Altas sereias de setembro / Um sítio, perto de Lagedo / Em Tampico, quando ela existia / Novidades na aldeia perdida / Os Kaapor / Os andamaneses / Os esquimós / Os boximanos / Os zuñis / Inscrições ao vivo / Herói escovando os dentes / Ponta Verde, no litoral do Nordeste / A paz eterna, para os utópicos / No álbum de Tereza Mota / Alguma pressa na calçada / As Penélopes urbanas não têm ajuda dos deuses / Tiranos & caramelos / Desembarque de rum / Ninguém diga: desse filho não beberei / Apolo XI, visto de Brasília / Uma sopa chamada turbulência / Operação Fênix: relatório / Aos poetas patriotas / Muito prazer, igualmente / O que o expediente camufla / Uma carta quase igual às outras / Quase à maneira de Jacques Prévert / Conversações com uma masoquista / Atualizações de Penélope / Estes ciúmes dos começos / No bar da Livro 7 / Uma semana de Rute / A paz relativa ou a catástrofe legal / Uma conversa de casal / É difícil punir o gato certo / Assim, já não é fugir / Ela, na aula de anatomia / Olhem os inimigos delicados / A poesia entra na terapia intensiva / O poeta está na pior, como dizem os jovens / A princesa e o plebeu no posto de gasolina / José Teotônio, jardineiro público / Ainda o mar ou talvez a luta / A umbanda, novas louvações / Crueldade de gala, o pragmatismo / Nova discussão sobre o medo / Os Otis, falando também de segurança / Reminiscência de um herói doméstico / Meditações para algum executivo / Help, aos periféricos / A chantagem dos extremosos / Domingo, na matinée / Quando algo foi desligado / Quando chove no progresso do Recife / Importância da guerra familiar

    DUAL

    POEMAS À MÃO LIVRE

    MANHÃS & MÍNGUAS: Nova poesia, grosseira novidade / Nem tanto a Tânatos / Reportando o corre-morre / Amanhecer sem metáforas / Revolução entredentes / O que o inimigo não deve saber / Problema de logística / No Araguaia: lembranças / Recado à tristeza objetiva / Invasões demoradas / Patriotismo a meu modo / Algo não teológico / As iras amáveis / Na terapia intensiva / Lembrando o assalariado / Utilizações do branco / 31 de janeiro de 1980 / Pressentimento no bar Raízes / Crítica da cerveja / Aos amigos grisalhos / Jardins estilo Visconti / Codinomes / O lixo de Boa Viagem / Lembrando Pasolini / Conversa com minha personagem Marta / Colunismo policial / Perguntando a um deus que não bebe comigo / Granja moderna / Na rodovia BR-101 / Retorno dos investimentos / Temor prata / Narcisismo segundo Paulo, o apóstolo / Lições de força / Mágoas marinhas — I / Mágoas marinhas — II / Mágoas marinhas — III / Mágoas marinhas — IV / Mágoas marinhas — V / Mágoas marinhas — VI / Informações para cadastro / Começando a não fingir / Vontade de não chegar / Ela / Nem o nome / Treinamento de emigrante / No aeroporto de Manaus / Quando estamos fritos / Nos espaços fechados / Modos de chegar / A Goethe, o semissol / Amazônia Ocidental / Outra terra, depois de pisá-la / As estradas periféricas de Rio Branco / Nordestinos fazendo feio / A andrajosa sabedoria / Estádio do natural ou lembrando Hemingway / Sobre os autopatíbulos / Pouco antes do expediente / Preocupações de pré-paciente / Futebol nas extremas / No restaurante Terra / A morte excitada / O carnaval de 1980 / Jogando na ponta esquerda / Escutando o corpo / Presságios de Ano Novo / Aproximando-se da meta / Refrescos de pranto / A maldição (sem licença da palavra) / Agenda para uma quinta-feira / A poesia, nova (a)versão / Comparações com a corda / O homem que assoviava Brahms / Para os críticos lerem nus / Canção de Me(ninar) / Os protetores grilados / A Søren Kierkegaard, o sedutor, de molinete / Conversando com uma amiga / Cotações no mercado / Uma dialética conhecida / Transcendência de uma peniqueira / Os amantes carnívoros / Olhando Marta, na cama

    MIMOS & LIMBOS: Programação infantil / Ao lado da garota chorando / Hora de banhar os homens futuros / Visita ao pavilhão infantil / Um diálogo e um poema / Tarde cheia de órfãos / Meu vizinho, o mongoloide / Consultando as estradas / Últimos espetáculos / De vera e de brincadeira / Marcelo: 11 meses / Na terapia infantil / Márcio e Lúcio

    CRÂNIO & ESPINHO: Numa empresa muito privada / Anotações sobre o ritmo / Reunião: acompanhamento dos trabalhos / Uma escolha é uma escolha / Achaques de um executivo / Fora da fila / Observando da sala de espera / No recreio do escritório / Ensaio geral / Racionalização quase simpática / O individualista abusado / Ode aos contínuos / Autoridade: saída triunfal / Nas paragens executivas / A Augusto dos Anjos / De Brasília, para o senhor / Paisagem estratificada / Modos de ver a nossa morte / Cinco dias de um zumbi / Análise de desempenho / Cadência do jugo / Ruídos ao amanhecer / Numa sala de recepção / Homem sem liquidez / A idade produtiva / Secretária executiva / Terreno vazio na Ilha do Retiro / Uma teoria de classe / Vitoriazinha rateada / O espírito da segunda-feira / O chefe se enerva / Carta de imobiliária / Técnicas de documentação / Promovido chegando em casa / Preparando um duro coquetel / Sentado no terraço (do palácio) / Despacho pós-expediente / Análise de planejamento / Discutindo a autoprogramação

    CLAU

    1. Sinais / 2. Pressentimentos / 3. Surpresas / 4. Dúvidas / 5. Acenos / 6. Defesas / 7. Cuidados / 8. Ansiedades / 9. Ensaios / 10. Impulsos / 11. Descobertas / 12. Lições / 13. Vestígios / 14. Visões / 15. Pedidos / 16. Resistências / 17. Êxtases / 18. Ameaças / 19. Sublimações / 20. Invasões / 21. Escolhas / 22. Cristais / 23. Apegos / 24. Ciúmes / 25. Desafios / 26. Aliados / 27. Afagos / 28. Refúgios / 29. Nobrezas / 30. Invejas / 31. Cromos / 32. Sentenças / 33. Elogios / 34. Orgasmos/ 35. Medos / 36. Lembranças / 37. Acordes / 38. Capitulações / 39. Possessões / 40. Confluências / 41. Sugestões / 42. Catarses / 43. Sutilezas / 44. Sentidos / 45. Mimos / 46. Intimidades / 47. Disputas / 48. Indecisões / 49. Manhas / 50. Acordes / 51. Atletismos / 52. Pudores / 53. Lendas / 54. Topografias / 55. Análises / 56. Arroubos / 57. Confissões (de Clau) / 58. Esboços / 59. Comparações / 60. Gafes / 61. Hemisférios / 62. Repetições / 63. Estágios / 64. Aragens / 65. Definições / 66. Quotidianos / 67. Sonos / 68. Contradições / 69. Amenidades / 70. Profundidades / 71. Acervos / 72. Colheitas / 73. Sinestesias / 74. Paisagens / 75. Noites / 76. Contemplações / 77. Resistências / 78. Avanços / 79. Desprendimentos / 80. Inocências / 81. Etiquetas / 82. Abraços / 83. Presságios / 84. Ausências / 85. Leituras / 86. Eclipses / 87. Fúrias / 88. Minúcias / 89. Atritos / 90. Prenúncios / 91. Distâncias / 92. Impasses / 93. Solidões / 94. Rendições / 95. Saúdes / 96. Orfandades / 97. Exorcismos / 98. Baladas / 99. Alternâncias / 100. Escolhas / 101. Finais

    A RURAL TAMBÉM ENSINA A SEMEAR A POESIA

    CARNE DE TERCEIRA

    UM DIA: [Manhãzinha, banhar-se] / [Amanhece, o corpo] / [De manhã, sob o céu] / [Amanhecido, a mesa] / [Tardezinha, antes] / [Entardece: o som] / [De tarde, no escritório,] / [Entardecido, um gorro] / [Noitezinha, uma lua] / [Anoitece, visita] / [De noite, na garagem,] / [Anoitecido, do tempo]

    ADÁGIOS: [Tenha sempre na agenda] / [Mesmo a regra adotada] / [Nem o império dos mansos] / [Preso no corredor] / [Intermitente sangria,] / [O futuro era hoje:] / [A ironia, quando atira,] / [Quando o próprio invisível] / [Esconda, feito um cão,] / [O trabalho não é] / [O dogma do mercado] / [Guarda-livros, guarda-costas] / [Antes, foi chá, pele e trigo,] / [A oficina da Lei] / [É fácil descobrir] / [Palavra gorda, na sauna] / [Amada a ferros, a mais] / [O amor, gesto de azul-cego:] / [A morte, em qualquer casa,] / [Ora sanha geômetra,] / [Ilusão em conserva,] / [Chamar-se de esperança] / [Não a esmola se rende] / [Sem qualquer informante]

    PRESSÁGIOS: [Quando, só por acaso,] / [Era todo promessas] / [Bem cedo, tropeçou] / [Ninguém viu, mas lá fora] / [Quando, sob as marquises,] / [Agora, toda a prática] / [Submergem os nenúfares] / [Seu espaço de um vão] / [Perto da linha férrea,] / [Dezenas de cartões] / [Volta, preso outra vez,] / [Sem água para a pele] / [A estrela federal] / [Perdeu todo o interesse] / [Silhuetas negras chegam] / [Roubaram-lhe as castanhas] / [Aqui, só chega o outono,] / [A terra, em novos blocos,] / [Medo de ter deixado] / [Nova ordem mundial:] / [As horas que vão de uma ] / [Planto tulipas turcas,] / [Cinquenta e oito é a média] / [Como Kant, metódica]

    YACALA

    001. Exórdio / 002 [Yacala Cosmo, diz a crônica,] / 003 [Viu-se entre monges cor de terra] / 004 [Escondeu-se, na adolescência,] / 005 [Numa noite obscura da alma,] / 006 [Cheio de latim e de grego,] / 007 [Depois de limpos e de lidos] / 008 [Mas, certa noite, claro choro] / 009 [Yacala tarda a compreender] / 010 [Tanta mudança é outra rotina,] / 011 [Toda matéria, ou toda força] / 012 [Apagado o fogo acadêmico,] / 013 [A sua hipótese era um só] / 014 [Leva um lápis, tal se levasse] / 015 [Emprega os dados descobertos] / 016 [Debruçado sobre uma estrela] / 017 [Contrair-se ou desintegrar-se] / 018 [Foi em agosto, quando o vento,] / 019 [Com seus cálculos, instalou-se] / 020 [Acostumara-se a estar sempre] / 021 [Se todos têm seu território:] / 022 [A palafita de concreto] / 023 [A tapera, o computador] / 024 [Reciclando os dados do lixo,] / 025 [Como um bando de dançarinas] / 026 [Asas lá fora já ruflavam,] / 027 [Yacala, já senhor das horas,] / 028 [Gorda de luz, a sua estrela] / 029 [Yacala nunca nomeou] / 030 [Pelos seus cálculos, a estrela] / 031 [Até onde Yacala chegou]/ 032 [Pensa no fim, na foz do fogo,] / 033 [Sem parentes, com ex-amigos] / 034 [Uma vez por dia, mestre Bai] / 035 [Às vezes, Bai alonga o olhar] / 036 [Mas o amigo lembra-lhe o estágio] / 037 [Bai ostentava a mansidão] / 038 [A cada três horas, Yacala] / 039 [Há vários dias já desperto,] / 040 [No início, trata-a como cria] / 041 [A intervalos sempre menores,] / 042 [Já não se volta quando Bai] / 043 [A uma súplica de Yacala,] / 044 [Pedra de gelo sobre o corpo] / 045 [Para os mais velhos, as escadas] / 046 [O infinito, abismo do amorfo,] / 047 [Com o afã dos retardatários,] / 048 [De folhas frias recoberta,] / 049 [Yacala rompe, sem saber,] / 050 [Enquanto uns perderam seu norte,] / 051 [Sobressaltam-lhe as compulsórias] / 052 [Do passado, mantém os hábitos] / 053 [Um dia inteiro se acabou] / 054 [A ausência súbita de Bai] / 055 [Aos pedaços, soube Yacala] / 056 [Mestre Bai deixou Adriana] / 057 [Enquanto Yacala rastreia] / 058 [Adriana fora à cidade] / 059 [Além dos jeans e dos cosméticos,] / 060 [Ela pouco sabia do homem] / 061 [Indiferente ao novo aroma] / 062 [No sofá, no canto da sala,] / 063 [No início dos tempos, Adriana] / 064 [Opresso em sua redução] / 065 [Quando Adriana se flagrou] / 066 [Habituando-se a ver sangue] / 067 [Se aos quarenta Bai ficou mudo,] / 068 [Quando atraída pelo caos, ] / 069 [Aquela estrela de Yacala,] / 070 [Que nebulosa deu à luz] / 071 [Pelas brechas dos microssonos,] / 072 [Mortas as feras, os roçados] / 073 [Antes da morte, usando as mãos,] / 074 [Preso a esses gráficos celestes,] / 075 [Café e golfadas de sangue] / 076 [Mesmo de dia, a palafita] / 077 [Procuradora de Yacala,] / 078 [A parede do lado sul,] / 079 [Se Adriana falava pouco,] / 080 [Quando Adriana leva às ruas] / 081 [A vagem, no ponto, deseja] / 082 [Certa manhã, Adriana ouve] / 083 [Sertão, desde o início, sentiu] / 084 [O corpo magro de Yacala] / 085 [Na pele de Adriana, o negro] / 086 [O sono, esse vício ancestral,] / 087 [Yacala colocou uns jarros] / 088 [A vida levanta-se cedo,] / 089 [Essa luz, anticlaridade,] / 090 [Yacala chega à solidão] / 091 [Expulso o sono, seus vazios] / 092 [Numa visão, passam planetas] / 093 [Noutra visão, passam quasares,] / 094 [Numa visão, abre-se um pátio] / 095 [Noutra visão, surge a galáxia] / 096 [Numa visão, novas estrelas,] / 097 [Noutra visão, a estrela cava] / 098 [Numa visão, a da eutanásia] / 099 [Noutra visão, o eclesiástico] / 100 [Essas visões eram sem ritmo,] / 101 [Na parede do lado norte,] / 102 [Adriana um dia atravessa] / 103 [Cálculo a cálculo, Yacala] / 104 [Para chegar à sua fórmula,] / 105 [Todo dia sem alegria] / 106 [Não procura, como os artistas,] / 107 [Quando mudar é, simplesmente,] / 108 [Em suas idas à cidade,] / 109 [Fernando, no seu bar-palhoça,] / 110 [Em voo rasante, de passagem] / 111 [Quando puras, ciência e arte,] / 112 [Porque a verdade, quando inútil,] / 113 [Desde a calçada do mosteiro,] / 114 [Quando se acaba a bateria] / 115 [Colocou ferro nos seus números,] / 116 [Qualquer pássaro, quando cai] / 117 [Adriana já imergira] / 118 [No dia seguinte, não longe,] / 119 [Agora, só quatro resumos] / 120 [Noite de nimbos: as corujas,] / 121 [Adriana entrara no sono,] / 122 [Por hábito, sentam Yacala:] / 123 [Yacala olhava, mas não via] / 124 [Quando Adriana, no estertor,] / 125 [Morta Adriana, inunda a sala] / 126 [Ao segundo tiro, a janela] / 127 [Agora, o grupo de extermínio] / 128 [Pelo ar, espalhou-se o convite] / 129 [Três pescadores de xaréu,] / 130 [João, o Cabral dos pescadores,] / 131 [Foi o jangadeiro Gilvan,] / 132 [Já caminhando sobre as dunas,] / 133 [Rude apóstolo do oceano,] / 134 [Depois que as aves debandadas] / 135 [Retendo o vômito, Gilvan] / 136 [Com seu saco de estrelas mortas] / 137 [O cão, pelas aves rasgado,] / 138 [O sul do Atlântico recorda-se] / 139 [Mais oculto em sua tocaia] / 140 [Nos anais dos tempos perdidos,]

    MEDITAÇÃO SOB OS LAJEDOS

    EMBARQUE: Aeroporto / Anáforas / Casa vazia / Fragmento de uma poética / Lição de casa / Falar, falar / O desenho / Ars, artis, arte / Rodin / Compulsão

    NA ALDEIA: Rupestre / As moscas / Trópico / Tocaias do mal / Terapia solar / Saque & massacre / Promiscuidade doméstica / Parque 13 de Maio / O penitente / Filho do fim / Nuvens de pó / No Hotel América / Neste incerto lugar / Nem sobrados, nem mocambos / Natal de 1999 / Mortes / Odes ao cinza / Livro de história / Gorduras daqui / Futuros / Fins não anunciados / Filhos do Norte / Feira de Jaboatão, 1950 / Extrema-unção de Luzia / Extrema-unção / Dinheiro / Deveres e virtudes / Crônica / Condensar/Concentrar / Coma / Coivara / Cidade / Campo-santo / Blade Runner / Hospital público / Barômetro / Ave Ano 2000 / Aqui e agora / Após filme de Aldrich / Adolescência / A carcaça e a fé / Brasil, 1999 / Metafísica do capital / Morte sob contrato / O fã / Orgasmo / Paideia, hoje / Província

    GENTES E BICHOS: James Cameron / Homenagem a Unforgiven/ O gato cinza / Metamorfose / Míriam / Melissa / Marina / Vida pequena / Café da manhã / Luzia / Heráclito / Garrincha / Crianças no semáforo / Cotó / Colegiais / Top model / Christopher Reeve / César Leal / Cavalo de carroça / Bêbados de Olinda / A uma megera / A uma formiga / A Quinto Horácio Flaco / Ana Vaz / A Lopes Gama / A egípcia / A Bruno Tolentino / Tôta / Mistério em Olinda / O surfista / Suicídio de André / Romário / Quando Marta ficou sozinha / Para João Cabral / No bar do Pepa / O apóstolo / Professor Osório / Pardais / O quarto evangelho

    RETORNO: Cordeiro de Deus / Lajedos / Cores / Carpe diem / Eros / Voragem / Seguindo Horácio / Neoesteticismo / Schopenhauer / Para Augusto dos Anjos / Monturo / A Nova República / NE: 1977-1999 / Fiat / Natureza / Monismo / Werther, de Goethe / Ergonomia / Ecce Homo / Fazenda Nova / Súplica / Suicídio / Recife revisto / Maria Ninguém / Mendigo negro / Alienações da morte / Atravessando o parque / Varrendo o salão / Poetas / Relatório / Tílias / Enigma / Fisiolatria / Enfarte / O último sábio / Pistoleiros do entardecer / Dicionário / Noites negras de Olinda / Guarda Palaciana / Confissão de velho boêmio / Classe média / Anônimos / Setor de Obras Raras / They shoot horses, don’t they? / Lembrando Évora / Frei Damião: deus ex-fábula / Brennand / A rua / Ainda no Parque 13 de Maio / Uma lenda / Especulação imobiliária / Alógico / Boemia / Padre Reginaldo Veloso / Dois demônios / A ode à... / Alma de pedra / Uni-verso / Carma / Pombo negro / Exegese do bar / Violeiros-repentistas / Monismo / Jupy / Anunciação

    BELO MONTE

    Canto-chão / Canto-gentílico / Canto-guerreiro

    O CÃO DE OLHOS AMARELOS

    O presente / Distâncias / Balada / Marta / Balança / Script / Savanas / O cão de olhos amarelos / Império / Emília / Morte de Franz Kafka (1883-1924) / Marlon Brando / Os Carajás / Marco Polo / Expedição Kon-Tiki / Hugo, mestre pedreiro / Marlene / Gonçalo / Lena / UTI / Clímax / Praieiras / Anno Domini / Visões de Gilso / O lobo-guará / O rochedo / Os Sônios / Onório / Turíbulo / Os Xavantes

    PARTE II — OBRA INÉDITA

    PEQUENAS CONFISSÕES

    01 [Um pedaço verde] / 02 [Em Jaboatão, eu morava] / 03 [Sem as seis doses] / 04 [Um ex-amigo me disse] / 05 [É difícil dizer] / 06 [Sempre que arrependido] / 07 [Às vezes, brinquei mal,] / 08 [Ser admirado é fácil;] / 09 [A história da Eternidade] / 10 [Pi-ó-j, CP, 3X, Kurimba-tora,] / 11 [Um cinquentão que esperava,] / 12 [Ao perder o interesse] / 13 [Bares que vendem enlatados,]/ 14 [Numa tarde de 78,] / 15 [Sempre revejo filmes] / 16 [Só esta falta de ar] / 17 [Quase me tornei] / 18 [Quando abro o jornal,] / 19 [Minha ânsia de aparecer] / 20 [Basta um carro desses] / 21 [Sem erva, pó ou conhaque,] / 22 [Meu pai levava-me] / 23 [Ouvi ontem o chiado] / 24 [Mais envelheço, mais descubro] / 25 [Ela foi para mim] / 26 [Minha hipotética pureza, a de súdito] / 27 [Vocês não sabem que o cinema] / 28 [Segundo o pessoal do Box,] / 29 [Os raros não se confessam,] / 30 [Sofro de urgência] / 31 [Com um naco de ódio,] / 32 [Passei no desespero] / 33 [A inocência está solta] / 34 [Franzina rês,] / 35 [Quem sou eu,] / 36 [Confissão:]

    SALMOS DE OLINDA

    O tempo calado / Ouro dos outros / O estrangeiro / Guias-mirins / Olinda / No Carmo / O fortim / Mosteiro de São Bento / Mercado da Ribeira / Sé / Seminário de Olinda / Museu de Arte Sacra / Belos dias / Farol de Olinda / Passeio / Ameaça / Ruínas / Igreja da Boa Hora / Igreja do Monte / Recolhimento da Conceição / Ladeira do Amparo / Praia dos Milagres / Igreja do Rosário dos Pretos / As bicas / Rio Beberibe / Na festa / Dilema / Juventude / A fila / O hipocondríaco / Casais / Jogos / Saídas / Sinal vermelho / Humildade / Origem / Moços / Paisagem / Apagar-se

    FÍCUS-BENJAMIM DO PARQUE 13 DE MAIO

    Celulose / Fícus / Tapera / Raio / Quasímoda / Escultura / Porte / Enxerto / Contorção / Primeva / Vestido / Noite / Malásia / Oculta / Tentáculo / Resistência / Abstração / Rugas / Paliçada / Encontro / Garrotes

    CRÔNICAS DE ALÉM-BAR E OUTRAS PROSAS

    NO ALÉM-BAR: Equação / Eternidade / Velório / Ad exemplum / O aniversário / Remorso / Stricto sensu / Aviso / Sinal, sinais / O gibi

    NO MEIO DO MUNDO: Culinária / Os demônios / Idade média / Dívida / O agiota / Ornitólogo de um só pássaro / Universo a varejo / Demétrius / Cidade branca / Salmo 22 / O jardineiro / Nobiliarquia / Números / Voltar para casa / Heavy metal? No / Instantâneo / Fragmento do apocalipse / Terra e sombra / Amantes, reincidência / Aldeia / Iraque / Estória bíblica / Burocracia / A agenda de Matilde / O abstrato e o concreto / O Eclesiastes / Vavá / Visconti, o paraplégico / Prognose / Aparentemente bem / Deambulações do mal / Campana / Da terra para o mar / Análise da calúnia / Detento — 8442 KS / Miudezas / Cadáver classe A / Terminais / Coentro / No olho do furacão / Filme interrompido / Salão de beleza / Premonição / Consumo durável / Menino sem sono / Fato fútil / Antessala da morte / Comentário sobre a espera / Formiga / Sobre sapatos / Confissão / Abrigo nenhum / Câncer / Huberto Rohden / McCabe and Mrs. Miller / Passos de Manuel Jordan / No necrotério / Getsêmani / Conversas na enfermaria / Uma avenca entre gemidos / O pecado maior / Lições de Rohden / Lúcio, o fundista / Ornamento / Cromo / Santo Agnelo Cordeiro / Remissão no Recife / Gares / Secretaria da Educação, 2006 / O livro / Dois Ezequias / O deus Fó / A coisa na poltrona do analista / Amada morre / Em trânsito / Pecus / O porteiro / Ross e suas ovelhas / Ferroviários / Cantochão / Evasão / O colosso

    PARTE III — OBRA CONSOLIDADA

    CAPOEIRA DAS JUREMAS

    Na cadmia cadência / No átimo do adeus / No dorso do desafio / Na soleira sofisticada / Na mão dos magnos / Na insólita inspeção / Na ebuliente expectativa / No pandemônio dos peludos / Na incipiente insídia / No batismo da beleza / Na revelação do reduto / Na dependência das dádivas / No confronto dos campos / Na solidária solidão / Na encantação encarniçada / Na óbvia ordem / No limiar de Luiz / No jugo de Joana / Nas manhas da Madona / Na mina Matilde / Nas garras galantes / Na urbana utopia / Na senda dos servos / Na indócil imanência / No círculo cinza / Na selvagem sublimação / Na cândida cerca / No ritmo rival / No vestígio da vespa / No amistoso ardil / Na venosa visita / Nos preparativos da partida / Nos derradeiros descantes / No embalo da emigrante / Na assediada alcatifa / Na lutuosa longitude / No caminho da capoeira / Na cógnita chegada / Na defesa dos dogmas / Na têmpera do terminal

    POEMAS PARA O JARDIM DA INFÂNCIA

    Conversando sobre bichos / Cuide das plantinhas / Hora de dormir / Quando faz sol / O boi também sabe comer / Os cavalinhos de verdade / Noites de prata / Ouvindo os chinelinhos / A lagarta de fogo / Voleibol

    NOTICIÁRIO II

    Tua alegria / Vantagens da morte / Pausa / Autofagia / A inútil dignidade / A técnica de despertar / Decisão / Passageiros / O vizinho intelectual / A metaprefeitura / Aviso aos cães / Ano novo / Elogio da rotina / Contingência / Oração aos impuros / Talão de cheques / O riso abandonado / A morte e sua dificuldade / Chiste ateu / A partir de um quadro de João Câmara / Ao passageiro desconhecido / Extremos / Os cinco sentidos / Estatística do indivíduo / Oportunidades / As belas e a fera / Taxionomia / Angústia / Ensinando o próprio estilo / Ventiladores / Evidências / Impudores / Os hóspedes / Classe A / Visão malthusiana / Um agrônomo / Trabalhador rural volante — Zona da Mata / A hidra / A enésima tortura / Perfil / Na mansão dos Williams / Estudo prematuro da velhice / Despojos / No reino de Shangri-la / Estátuas / A autocrítica possível / Os primitivos — os Rama-Rama / Hipóteses sobre o poder / A difícil convocação / As canções / Do amor, etc. / A falsa estrela / Vocação e obstáculo / Autocrítica / Paz / Velha Canaã / Roteiro / Saídas / Conversa com Fernando Pessoa / Lições de dureza / Lições de fora / O décimo rum / Objetividade / Executivos & executados / Solteirona do apartamento 301 / A cozinheira e seus diálogos / Uma disciplina sertaneja / Agonias do algoz / Circo / Duas visões do Capibaribe / Razões / Prostração meio suburbana / Ah, esses apressados! / Apresentação para críticos / Joana d’Arc / Elevador / Os engraxates e a Zona da Mata / Imitações de Cristo / O jardim do hospital / Observação / Certa economia / Combate de um novo pirro / Reflexão no bar A canequinha / A terceira guerra / A invisível Tereza / Um amante do faroeste / Os grandes arquitetos / Recrutamento / Poder das armas / Para ler antes de deitar / Projeto anual

    Falsidade e erudição / Parada tática / Ocupação / Os pastores nômades / Armadilhas da rua Nova / Emergência / Pedagogia / Check-up classe B / O festival que não vi / A Janis Joplin / Aforismo / Ascendências / Pelotão / Pensão / Brasil, 1975 / Uma tarde oitocentista / Constatação / No túmulo do operário desconhecido / Entalhe / Paternidade / Pouso da senhora G. / A pelada dos executivos / Um guia de viagem / A normalista / Adeus temporário / Provisão / Sabedoria classe B / Metafísica na lanchonete / Correspondência / Relógio dos vizinhos / Medo geral / As novas Espartas / Controle remoto / Aspirações II / Estória de Matilde / Lições tardias

    POEMAS FINAIS

    Variações alternativas / Amadeus/Mozart / Tu, bias, rimado / O fogo / Sósias degradados / Adeus geral / Tristeza urbana / Manomana / Olhando essas raízes doentes / É uma questão de expectativas / Quando mineirinho era convidado / Mais uma agradável alienação / Proesia pró-Deolindo

    JOGOS FRUGAIS: Bolinhas de gude / Estudo de economia / Fim do mês: pare / No diário / Para Murilo Mendes / Prioridades / Um hoje bastante cesariano / Salmo às novas Espartas / Insistência / Calendário / Tomismo / O Capital / (Moderno)

    PICTOGRAMAS: I [Código] / II [Terno camarada] / III [Garras] / IV [Curral]

    POESIA VISUAL: (Somos sonhos) / (Ovni)

    SALVOS DA CESTA: Moto-contínuo / Imprevisto de protocolo / Ressurreição dos corpos / Agenda (classe + ou – B) / Nação dos mortos / Interrogando o interrogatório / Tentações em Volta Redonda / Cidades do interior / Nos restaurantes à beira da rodovia

    SOBRA: Cardápio com leitura de jornal / Ao ritmo das escadarias / Lendo antologias / Persistência à beira do caos / A falta dessas presas / Encontros alucinados / Confissão de um garrote / Um sambinha, pra variar / Pré-pássaro / Natimortos

    POEMAS POLICIAIS: I [É bom aumentar] / II [O problema técnico] / III [Na vigésima oitava] / IV [Semidespidos] / V [Quando o investigador] / VI [Já chegou sangrando,] / VII [Nas celas atulhadas] / VIII [quem disse] / IX [O policial, orgulhoso] / X [As tropas de choque] / XI [Chato é o preso] / XII [Bom mesmo é Paulo] / XIII [Já se riem] / XIV [Os gritos da cela 15] / XV [Quando o camburão] / XVI [Com seus escudos] / XVII [Na delegacia há sempre] / XVIII [No município de Paulista] / Calibre / O presunto / Interrogatório

    BALADAS: Balada um / Balada dois / Balada três / Balada quatro / Balada cinco / Balada da classe média / Canção embalada para Tancredo Neves

    A coisa / Psicanálise / Canção para Analuiza / Cartaz / Três mulheres / Moças / Retrato de Sônia / Margens / Cereja negra / Outro alvorecer / Chiste numérico / Telegrama pra Gena

    DIÁRIO DE CAMPO

    Em viagem aos Crateús / Café da manhã, no Hotel Capital / Nos arredores de independência / Na caatinga de Bargado / Operários do sol da emergência / Chegando de Independência / Ainda (e principalmente) em Quixeramobim / Duas décimas ao Juazeiro / Hotel Premier, Fortaleza / Encontro superficial com a mata / Das quentes colheitas / Alegoria rural-urbana / Noite, na zona rural / Calouro triste, na floresta / Uma reflexão primitiva / Crônica meio clínica / Repetição de pequenas safras / Fruticultura de gabinete / Os bovinos subsídios / Mascates do interior / Se alguém me perguntasse / Perto do não entristecer / Sob pedido urgente / A derrubada da floresta por dentro / Pesquisa de campo / O Ceará nos acompanha / Canção do guarda florestal / Numa colônia no Acre / Um encontro na floresta / Van Gogh / Cumprindo meu acre / A incompletude que passa / Pensando em certas mangueiras / Restaurante do aeroporto: Rio Branco / Impressões de um nordestino na Amazônia / Confissões um tanto coletivas / Uma travessia por etapas / Canaviais de uma lembrança / Postal amazônico / As fáceis colheitas / Alguém é feliz / Jogo de corpo da floresta / Chuvas/Sudene / Poema de Taperoá para Eugenia / Taperoá / Anoitecer do polígono / [Era uma clareira dentro das canas] / Os de Quixeramobim / Sertão central e de Crateús

    DIÁRIO DE BARDO

    Uma introdução, talvez / Comunidade invisível / Caprichos do horóscopo / A Rilke / Lembranças de Pound / Tentativa nova de louvação a João Cabral / [Nunca foi assim] / O barqueiro (micropoética) / Para Durkheim / A busca / Estudos sobre o medo II / Contenções / O cerco II / Após Calipso / Inquérito / Para o pentágono, sem carinho / Escolha / Dois ônibus / Outubro / Micro maldade / Fins de semana / O convite, o jantar, o pacto / Cidade / Limites do corpo / O inválido / Indagações funcionárias / Ímpeto / Prontuário / Na cabeceira / Pedido / Alternativas de um cantor / Diário / Décima / Atrasos / Réplica / Mais uma reflexão romântica / Ex-canção / Posso estar bêbado / Discurso num bar

    Projeto / Difícil partida / Estudos sobre o medo / A Dostoievski / Bagagem / As virtudes do conflito / Cais do porto: Recife / Encontro / Retorno / Um pouco de dúvida, e cósmica / Outro, para a princesa Alegria / Da poltrona 40 / Nota de pé de página / Interrupção teórica / Os sessentões da Rua do Príncipe / Av. Manoel Borba, 1982 / Calote na vida / Testamento no gabinete / As réstias e os restos de Geraldino Brasil / A gameleira / Outro endereço / Primeira visita a Brennand / Subúrbio de Mauro / Tarde, crônica / Imortalidade / O sábio / No bar Cristal / Rosa Kafka / Chuva sobre Pernambuco / Para Celina de Holanda / Flagrante na avenida Guararapes / Duas fábulas mirins / Nicarágua / Ventanias tardias / Flash suburbano / Desespero / Rápido / Emigrantes: uma despedida / Quando insiste a canção / Grandezas da madrugada / Reversão / Advertências tardias / Nosso Ulisses / Anticuringa / Nor-nordeste / Deserto / A morte do vigilante Amaro Cândido / O escritor tropical / O retardatário

    POEMAS 83/84

    Pequena reflexão sobre a ansiedade / Almas da gente/ou/os terminais / Dilemas / Ao cair de uma pétala / Folha viva / Baleias / Guerra nas estrelas / No atelier de Brennand / Futebol dos mongoloides / Nossa senhora nordestina / Descrição escolar das nuvens / Minha antiga e outras juventudes / Geração 64 / No cerimonial / Algumas rimas / O almirante / O taifeiro / Para Ferreira Gullar / Sepultamento de uma virgem / A Gregório Bezerra

    NA MEDIDA: David está sem pedras / Aquele que se ama / Nos sub-bastidores / Vocação / O anônimo / Garra de nimbos / Fim de mim / Vitória / Letra para um rock / Um incidente revelador / Rimas em im / Egoísmo na medida / Discurso pré-póstumo

    Água / Karg 6 / De uma conversa e uma visita ao pintor Ismael Caldas / Akaba / Kolinos, ah! / Natal / Anúncio turístico do trópico / Temendo a manhã / Killing is our business / Sem ler Tucídides / Delirium-tremens / Frase de efeito / Formas de dizer a dor / A caminho de Lajedo / Felicidade / Os que ficarão / Cinema Glória / Certa senhora / Mães / Pensando no Líbano / Adolescência / A última noite de Boris Grushenko / Pobre Chile / Bach

    VORAGEM

    1. ONTOLOGÍACOS: Exercício (1) / Metafísico para variar / Numa terça / Camarim / Vistoria / A quarta fúria / Os invisíveis / Paciente da ala norte / A uma enfermeira / Bastilha / Conselho ao degredado

    2. VIDA A VAREJO: Curva das boninas / O nordeste sob meu ponto de vista / O bom combate / Outro murro no trópico / Botina/rotina / Evidência II / Novas aldeias / Safári / Missão e destino / Os bem-te-vis / Na portaria / Nosferatu no mangue / O intruso / Desabotoando-se / Entradas do Recife / Sílabas ou polegadas / Meio a meio / A desejada / No McDonald’s / Suores / A greve das borboletas / Frédéric Chopin / A certa afogada / No fundo da noite / Sitiante na plateia / Voragem / Zenão, o beato / Nossas Senhoras do Brasil / A lista de Spielberg / Saintpaulia / O novo e o velho / Poemas passados / Neste vale de pedras / Devastação / Intervalo no plantão / Malas prontas / Antiguidade clássica / A alma da língua / Cronograma / Um cadáver / O de Assis / Esclarecendo o poema / Ode a todo corpo

    Século XX / Erínis / Amantes e enxofre / Saga de uma sitiante / O cantador de monteiro / Serra, serrote, serrita / Ronda / A paz, segundo Schopenhauer / Sob a marquise dos correios / O boteco / Epitáfio ao outro túmulo / Sede solitária / Zona sul / Kafka na caatinga / Competições / Fábula / Lições de um mestre da rotina / O cerco / Maturidade / Manhas de um predador / Divisões do tempo / Pela rua da guia / Os motineses, hoje sônios / Um sônio / Lúcifer / Mercado do interior / Último número / Persistência

    PARTE IV — O ÚLTIMO GARIMPO

    NASCENTES

    Certo sertão / Foi assim / A meu pai / Desenlace / Revista IV / Raro soneto (meu e de setembro) / Mudança de agenda / Tempo tríbio de um poeta: O poeta em Goiana ; Trova-de-União ; O Poeta em Jaboatão

    PRIMEIROS OCTOSSÍLABOS

    Declaração de bens / Às suas margens / Fumaça em Sertânia / Empório / Conversa com Agenor / Fera-bomba / Peço a palavra / Insana / O sétimo fôlego / Revólver com silenciador / A indelével / Trecho da definição / Em defesa de Ângelo Monteiro / O depósito / Carta à França / Phaedra / Ave viva / O mangue e o outro-lado / Irmão negro U.S.A. / Dialogrado

    OUTRAS RETRANCAS

    São Bernardo / Segundo poema para Bruno Tolentino / O rei mor / Pablo / Brasileirinho / Sob o signo da pressa /

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