You are on page 1of 23

MINISTÉRIO DA ECONOMIA, PLANO E INTEGRAÇÃO REGIONAL

Bissau, 4 de Dezembro de 2010

O presente relatório retraça as principais actividades realizadas pelo Ministério da


Economia, do Plano e da Integração Regional, no decurso de 2010.

Ele encontra-se estruturado da seguinte forma: o balanço de actividade com a


descrição das principais actividades realizadas, em função dos eixos estratégicos em
que assenta a actuação deste departamento ministerial; os principais constrangimentos
e dificuldades que afectam directa ou indirectamente, com maior ou menor intensidade
o desempenho do ministério e finalmente as perspectivas.

Apesar de se pretender abranger o maior número de actividades possíveis, deu-se


maior ênfase àquelas consideradas mais prioritárias em função dos eixos estratégicos
definidos. Naturalmente, que muitas outras acções que contribuíram para o
desempenho global foram realizadas sem contudo serem explicitamente mencionadas
no relatório.

Pretende-se que este documento seja um contributo relevante para melhorar a


qualidade da acção do Governo, mormente para se compreender o papel deste
ministério, muitas vezes ignorado ou desconhecido, na formulação de estratégias para
o desenvolvimento nacional.

A horizontalidade e transversalidade deste ministério, ampliam a sua responsabilidade


no seio do executivo e justificariam um maior peso na articulação com os demais
departamentos sectoriais. Julgo que desta forma se ganharia em eficácia, agilidade
através de uma mais robusta coordenação ministerial.

Helena Maria José Nosolini Embaló

1
NOTAS PRELIMINARES

A actuação do Ministério da Economia, Plano e Integração Regional (MEPIR), a


exemplo das acções do Governo, foi marcada por um contexto de instabilidade política
e governativa cíclica, que afectou, não só a continuidade das suas acções, como
também reduziu a confiança dos parceiros. Ela foi ainda agravada pela crise financeira
internacional, que teve impacto significativo na ajuda e cooperação para o
desenvolvimento, no aumento do preço dos principais produtos de importação,
nomeadamente dos hidrocarbonetos.

No plano interno, a herança de um ajustamento estrutural inconsequente e a fraqueza


do sector privado muito incipiente e descapitalizado, influenciaram o crescimento da
economia.

Em consonância com o Programa do Governo e de acordo com as suas atribuições


orgânicas e ainda sob o pano de fundo do compromisso assumido pelo país no âmbito
dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), em 2010, o MEPIR, focalizou o
essencial das suas actividades em três eixos estratégicos:

i. Planificação e Coordenação do Desenvolvimento e Governação


Económica;

ii. Promoção do crescimento económico, Melhoria do Ambiente de Negócios


e Apoio ao Sector Privado;

iii. Aprofundamento Integração Regional.

2
I. PRINCIPAIS ACTIVIDADES REALIZADAS

As principais actividades realizadas pelo Ministério da Economia, do Plano e


Integração Regional, no decurso de 2010, são a seguir enumeradas:

1. PLANIFICAÇÃO E COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO E


GOVERNAÇÃO ECONÓMICA
No quadro deste eixo, está a ser elaborado o DENARP II e a ser reforçado a
capacidade de gestão e coordenação da Ajuda Pública ao Desenvolvimento. Ambas as
acções enquadram-se no Programa de Reforço de Capacidades de Pilotagem da
Economia e de Coordenação da Ajuda (PECA), lançado em Novembro de 2009 pelo
Ministério da Economia, Plano e Integração Regional, com a assistência técnica e
financeira conjunta do BAD e do PNUD. O PECA encontra-se ainda em processo de
execução.

Ainda no âmbito deste eixo, o MEPIR pretende reforçar as suas acções para o uso
estratégico do potencial em recursos humanos e naturais, com vista à promoção do
desenvolvimento harmonioso e integrado das regiões e do mundo rural.

1.1 ELABORAÇÃO DO DOCUMENTO DE ESTRATÉGIA NACIONAL DE


REDUÇÃO DA POBREZA

A formulação do Documento de Estratégia Nacional de Redução da Pobreza (DENARP)


II tem uma importância muito particular, não só por articular todos os planos de
desenvolvimento sectorial num quadro concertado e consensual de intervenção e
desenvolvimento socioeconómico entre os actores e segmentos da sociedade
guineense, como ainda por propiciar um quadro de referência para a implementação
planificada de acções do Governo e de toda a sociedade no processo de redução da
pobreza e na prossecução dos ODM, promoção do crescimento económico, melhoria e
estabilização da governação e no aprofundamento e consolidação do processo de
democratização.

O início do processo traduziu-se na realização de uma série de trabalhos preparatórios,


que incluiram o seu lançamento oficial, a 23 de Abril, num fórum nacional de todos os
actores sociais, e que serviu também para a disseminação dos principais ensinamentos
do Primeiro Relatório de Seguimento & Avaliação do DENARP I, que foram de grande
utilidade na preparação do novo DENARP. Previamente, foi elaborada a Nota
Metodológica sobre o desenvolvimento do processo, como ainda foram definidos o
quadro institucional, organizacional e o orçamento deste exercício.

3
Após as consultas sectoriais efectuadas por inúmeros grupos de trabalho, elaborou-se
uma primeira versão do DENARP II, que foi objecto de validação técnica, seguida da
restituição e consultas regionais, tendo em vista o seu enriquecimento, a sua
divulgação e apropriação pelos diferentes actores e pela sociedade em geral.

Para melhorar a qualidade técnica do documento e afinar a estratégia, foram


empreendidos vários estudos inéditos, cujas conclusões e recomendações mais
significativas foram tomadas em consideração no processo de elaboração do DENARP
II. Entre estes estudos figura o relativo às Fontes de Crescimento Económico na Guiné-
Bissau, que permitiu identificar os sectores-chaves – pesca, castanha de caju,
produção de arroz e turismo – para o crescimento económico do país e que devem ser
objectos de uma atenção muito particular na implementação do DENARP II. Outro
estudo incidiu sobre a Pobreza Não Monetária, cujo relatório preliminar possibilitou
identificar as zonas geográficas mais vulneráveis à pobreza. Ao contrário do exercício
anterior, foram igualmente tratados alguns sectores transversais, nomeadamente o
Ambiente, a questão do Género, o VIH/SIDA, a diáspora, a gestão e prevenção das
catástrofes naturais, cujas análises permitiram determinar e incorporar estratégias e
acções respectivas em todos os eixos essenciais do DENARP II.

O Segundo Relatório de Seguimento & Avaliação do DENARP I, que cobriu o período


entre Junho de 2009 a Junho de 2010 foi igualmente elaborado e validado. A
disponibilização deste relatório é uma das pré-condições para conduzir o país ao ponto
de conclusão da iniciativa do FMI de Alívio da Dívida aos Países Pobres Altamente
Endividados (PPTE), com o consequente perdão de mais de 80 por cento da dívida
multilateral guineense, pelo que foi atempadamente disponibilizado ao FMI e ao BM
dentro do período estipulado. Em Novembro último, durante uma reunião do Comité
de Pilotagem, o relatório foi apresentado ao Governo, aos representantes da sociedade
civil, do sector privado e aos parceiros da cooperação e submetido a apreciação com
sucesso. Na mesma ocasião, o Ministério informou os participantes sobre o ponto de
situação do processo de elaboração do DENARP II.

1.2 REFORÇO DAS CAPACIDADES DE GESTÃO E COORDENAÇÃO DA


AJUDA PÚBLICA AO DESENVOLVIMENTO

1.2.1 REFORÇO DA CAPACIDADE DE GESTÃO E DE COORDENAÇÃO DA AJUDA


PÚBLICA

Esta sub-componente do PECA registou igualmente avanços consideráveis. Este ano foi
substancialmente melhorada o seguimento da execução do PIP, através da revisão,
melhoria e preenchimento das fichas de recolha de informações sobre os projectos que
o integra. Neste âmbito foi desenvolvido e instalado um programa informático (logiciel)
de seguimento de projectos de investimento, denominado SPIP (Seguimento do
Programa do PIP). E está em curso a finalização do Programa Trienal de Investimento
Público 2011-2013 e o orçamento do PIP para o ano 2011.

4
Efectuaram-se missões de avaliação de necessidades e custos previstos para as áreas
da Educação, Agricultura, Saúde, Energia e Infra-estruturas e Transportes e com o
objectivo de elaborar um Plano de Acção para acelerar a realização dos ODM nestes
sectores. Da mesma forma encontra-se em curso a avaliação das necessidades de
reforço de capacidade para a realização do Quadro das Despesas a Médio Prazo
(CDMT) e os orçamento-programas abrangendo os sectores da Saúde, Educação e
Agricultura, seleccionados nesta primeira fase piloto.

Encontra-se igualmente em curso a elaboração do Plano de Acções Prioritárias


(PAP/2010), iniciado com a realização de um seminário que juntou participantes de
todos os Ministérios sectoriais. O PAP, que explicita os programas, os projectos e as
acções de desenvolvimento a materializar no processo de implementação das
estratégias de desenvolvimento, é indissociável do DENARP II e do Programa de
Investimento Público (PIP), os quais são instrumentos de um conjunto global, lógico e
coerentes de estratégias destinadas a promover o desenvolvimento socioeconómico e
o crescimento, como ainda a acelerar a realização dos ODM. Após a aprovação das
principais instâncias política nacionais estes instrumentos serão submetidos à mesa
redonda com os parceiros internacionais.

Em matéria de capacitação de recursos humanos, estão em curso diligências para a


selecção de 200 jovens quadros, que serão submetidos a uma formação direccionada
para reforçar a planificação, a gestão das finanças públicas, a coordenação de ajuda e
a produção de dados estatísticos na Administração Pública. Este programa contempla
igualmente a superação de quadros técnicos do PIP e dos Gabinetes de Estudos dos
Ministérios sectoriais no domínio da elaboração, seguimento e avaliação de projectos.

Na perspectiva de um sistema de seguimento e coordenação técnica da Ajuda Pública


ao Desenvolvimento criou-se e operacionalizou-se uma base de dados sobre a ajuda
(Developement Gateway), elaborou-se um Relatório sobre a Cooperação para o
Desenvolvimento e encontra-se em processo de elaboração um documento sobre a
“Política de Ajuda ao Desenvolvimento”, que clarificará as atribuições dos diferentes
Ministérios e estabelecerá o quadro de diálogo e concertação com os parceiros nesta
matéria.

Em colaboração com os demais actores foram reactivados os grupos temáticos, e


reforçadas as estruturas de coordenação da ajuda nos Departamentos do Estado, de
forma a assegurar a transparência e a eficácia no seu uso.

1.2.2 REFORÇO DAS CAPACIDADE DA ESTATÍSTICA NACIONAL

Na ausência de estatísticas e estudos torna-se impossível governar de forma eficiente,


pois que a concepção de intervenções, a definição dos objectivos e a avaliação dos
impactos não podem ser efectuados em bases científicas. O fornecimento de
informações estatísticas nacionais oficiais, fiáveis e actualizadas sobre a estrutura
económica, demográfica e social são necessárias para a definição eficiente das
políticas, estratégias e programas de desenvolvimento.

5
Para o cumprimento dos objectivos fixados em matéria estatística, muito contribuíram
a aprovação pelo Conselho de Ministros do Projecto de Regulamento da Lei de Base do
Sistema Estatístico Nacional (SEN), a elaboração e aprovação do diagnóstico da
situação do SEN, documento este que servirá de base para a elaboração da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento da Estatística (ENDE), com a finalidade de edificar uma
estatística pública dotada de meios humanos, materiais e financeiros, capaz de medir o
impacto das acções realizadas no âmbito da estratégia de desenvolvimento acelerado e
de redução da pobreza. Vai ainda permitir aos parceiros técnicos e financeiros da
Guiné-Bissau disporem de indicadores estatísticos para medir a credibilidade e a
fiabilidade das nossas políticas de desenvolvimento económico e social. Para além
destas acções, foi elaborada a classificação de actividades estatísticas da Guiné-Bissau
(CAE-GB) revisão dois.

No âmbito da sua missão, o INE levou a cabo este ano uma série de operações
estatísticas, umas ligeiras e outras de grande envergadura.

Em matéria de estatísticas económicas e financeiras, foi realizado o Índice de Preços


no Consumidor, e estão disponíveis dados de Janeiro a Outubro de 2010.

A secção de Estatísticas de Comércio Externo produz mensalmente as estatísticas do


sobre as importações e exportações de produtos. Estão disponíveis dados trimestrais
referentes ao primeiro semestre de 2010. Quanto a estatísticas agrícolas, o INE tomou
parte na preparação e realização do recenseamento de gado e aves de capoeira,
levado a cabo pela Direcção Geral de Veterinária na cidade de Bissau e na construção
da matriz da contabilidade social.

A divulgação da nova série de Contas Nacionais – sendo as de 2008 definitivas e as de


2009 provisórias - merece particular realce, uma vez que, ao romper com a prática
vigente até Novembro de 2009, introduziu uma melhoria na produção das Contas
Nacionais, ao permitir que fossem elaboradas segundo métodos que tomam em
consideração os padrões internacionais na matéria, isto é, o Sistema de Contas das
Nações Unidas (SCN 93). A nova metodologia de cálculo do PIB teve ainda o mérito de
corrigir e elevar o valor deste indicador macroeconómico de 350 milhões para 800
milhões de dólares em 2009, ou seja para um valor 2,28 vezes superior. Permitiu ainda
uma melhoria substantiva do rácio de rendimento per capita, situando-o em cerca de
500 dólares por pessoa, e uma redução significativa do rácio da dívida pública externa
em relação ao PIB. Este trabalho foi possível graças ao reforço da equipa de
contabilistas com quadros técnicos superiores, recrutados no quadro do Programa de
Comparação Internacional (CPI).

Em termos de estatísticas demográficas e sociais, todas elas importantes para a


elaboração do DENARP II e para o cumprimento dos ODM, este ano foi concluído o III
Recenseamento Geral da População e Habitação (RGPH), que permitiu dispor de dados
estatísticos actualizados sobre a situação da população guineense e sobre os seus
meios de sobrevivência. Em virtude desta operação, os diferentes usuários dispõem

6
ainda de relatórios de análise dos temas relativos à situação da mortalidade infantil,
das mulheres e dos deficientes, entre outros.

Também foi levado a cabo entre Fevereiro e Setembro, em todo o território nacional, o
IV Inquérito Agrupado de Indicadores Múltiplos e o Indicador Demográfico de Saúde
Reprodutiva (MICS/IDSR), com o objectivo principal de determinar os indicadores
sobre a situação das crianças e das mulheres. A população alvo desta operação foram
crianças menores de 5 anos, e mulheres com idade compreendida entre 15-49 anos.

Outra operação estatística de certa envergadura foi o II Inquérito Ligeiro de Avaliação


da Pobreza (ILAP), com vista à recolha de dados para o cálculo do nível da pobreza
monetária e não monetária no seio da população guineense.

Os resultados preliminares desta operação serão publicados entre 17 e 20 de


Dezembro 2010.

As actividades implementadas pelo INE em 2010 permitiram reforçar a sua capacidade


de produzir e disponibilizar informações estatísticas económicas e sociais actualizadas,
que de certa forma reflectem a realidade nacional.

1.2.3 MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS PARA A AJUDA PUBLICA

A expertise técnica do MEPIR tem sido utilizada na elaboração dos dossiers económicos
que serviram de suporte à diplomacia económica do Primeiro-ministro e do Presidente
da República. Neste particular, salienta-se, quer os resultados alcançados nas acções
de sensibilização dos nossos parceiros, quer ainda a mobilização de fundos para o
reforço do Orçamento Geral do Estado (OGE) e para a reestruturação e
desenvolvimento de alguns sectores estratégicos para o crescimento económico.

1.2.3.1 MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS PARA O OGE 2010

As previsões apontam que para o reforço do OGE 2010 foram mobilizados cerca de
23.128 milhões de FCA, dos quais 900 milhões de FCA foram créditos negociados pelo
MEPIR com o BOAD, 4.356 milhões obtidos do BAD e cerca de 1.800 milhões do Banco
Mundial.

1.2.3.2 MOBILIZAÇÃO DE FUNDOS PARA O INVESTIMENTO PÚBLICO

Nesta fase de desenvolvimento, os investimentos públicos são imprescindíveis


para o crescimento económico interno.

1.2.3.2.1 FUNDOS PARA O SECTOR DA ENERGIA

Um dos sectores que mais beneficiou do esforço do Ministério foi o da Energia, que é
um sector de suporte das acções de desenvolvimento e que carece de reformas
profundas e eficientes.

7
A este respeito, há que sublinhar a convenção de financiamento conjunto
CEDEAO/UEMOA, do Programa Especial de Urgência para o Fornecimento de Energia
Eléctrica a Bissau, no valor de 10 milhões de dólares, rubricada em Agosto. Este
financiamento, no quadro da assistência pós-conflito, deve permitir ao país não só
efectuar as reformas desejadas, como ainda ultrapassar o défice de produção,
transporte e distribuição de energia eléctrica na capital. Prevê o fornecimento de
equipamentos e de combustíveis para um ano de exploração, assim como a formação
e assistência técnica à EAGB.

Em Outubro foi assinado uma nova convenção de financiamento com o Banco Mundial,
para um apoio adicional de 12,7 milhões de dólares, destinado ao projecto de
emergência para a Reabilitação dos Sectores de Electricidade e Água na capital. Além
desta acção no quadro do Projecto Multisectorial de Reabilitação de Infra-Estruturas, a
carteira de projectos do BM/IDA inclui um Projecto de Emergência de Apoio à
Segurança Alimentar e o Projecto de Desenvolvimento Dirigido pelas Comunidades.

O Ministério empenhou-se também activamente para impulsionar um projecto de


iluminação pública solar dos locais mais sensíveis da capital, em particular nas zonas
escolares, praças, jardins e algumas vias públicas. Esta iniciativa, por solicitação da
Câmara Municipal de Bissau e em colaboração com outros departamentos do Estado,
começou com um apoio financeiro das Nações Unidas, mas acabou por despertar
posteriormente o interesse de empresas e outros parceiros internacionais, como a
China, sobretudo após a organização de um ateliê para a apresentação e discussão
pública do projecto.

1.2.4 IMPACTO DAS PARCERIAIS COM ALGUNS ORGANIMOS INTERNACIONAIS

Importa salientar algumas parcerias pelo impacto positivo que vêm tendo na melhoria
da Governação, no crescimento económico, nos progressos da realização dos OMD e
no bem-estar das nossas populações.

1.2.4.1 PARCERIAS COM O SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS

A parceria com as instituições do Sistema das Nações Unidas abrange de forma ampla
as diferentes áreas de intervenção do Governo, com uma concentração nos sectores
sociais. Em 2010 foram implementados no quadro desta parceria cerca de 25
projectos, repartidos da seguinte forma: com a ONU foram implementados um total de
25 programas e/ou projectos, sendo 12 com o PNUD, num montante global de cerca
de 2.956.369,01 milhões FCFA, 6 com o UNICEF, num total de 2.024.374,50 milhões
FCFA, 6 com o FNUAP, num total de 595.386,75 milhões FCFA e 1 com o PAM, no
valor de de 1: 396.134,94 milhões FCFA. A maioria destes projectos são donativos,
alguns dos quais provenientes de diferentes mecanismos de financiamento de
programas desenvolvidos pelas Nações Unidas.

8
1.2.4.2 PARCERIA COM O BAD

A nossa cooperação e parcerias com o BAD têm experimentado um desenvolvimento


significativo, ilustrado pelo interesse manifestado pelo seu presidente, Senhor Donald
Kaberuka, em visitar o país em Maio, acompanhado por um número significativo de
governadores do banco, e que foi inviabilizada pelos acontecimentos de 1 de Abril.

O BAD tem sido um parceiro flexível, que responde às nossas necessidades, tanto em
termos de financiamento sectoriais e de ajuda ao orçamento, como no fortalecimento
das estruturas do Estado.

A última avaliação da carteira de projectos financiados pelo BAD, em Outubro, permitiu


estabelecer o grau de alcance dos resultados planeados e identificar os ajustamentos
programáticos necessários para aumentar a eficácia e a eficiência do portefólio, bem
como para melhorar a afectação dos recursos financeiros ao país nos próximos
tempos. Este facto traduz igualmente a melhoria de performance na execução dos
projectos financiados por esta instituição.

Em parceria com o BAD estão a ser implementados um total de 7 projectos, num


montante total de 8.154.611,34 milhões FCFA, sendo cerca de 6.518.989,56 MIL FCFA
constituídos por doações à.

Estes projectos cobrem diferentes sectores de desenvolvimento. Merece particular


referência no quadro desta parceria o Programa PARCA, que permitiu a transformação
do ex-CENFA na Escola Nacional da Administração (ENA), tendo em vista a formação
de quadros para o reforço de capacidades da administração pública e a possibilidade
de concessão de cerca de 150 bolsas de estudo para estudantes do sexo feminino. É
de salientar também a construção do novo porto de pesca de Bandim, cujas obras
encontram-se em execução e o Projecto de Reabilitação do Sector Agrário Rural
(PRESAR) e o de reabilitação e ampliação do Hospital Simão Mendes.

1.2.4.3 PARCERIAS COM O BANCO MUNDIAL

Com este organismo foi discutido um Memorando Económico para o País (CEM),
destinado a apoiar a Guiné-Bissau a sair da situação de baixo crescimento,
instabilidade política e governativa, através de um compromisso mais amplo com
múltiplos doadores, no sentido de implementar um programa reforçado, designado por
“Programa de Grande Impactos” (HIP), para aumentar o crescimento económico e
fortalecer as instituições nacionais. Este programa priorizará intervenções e
investimentos que poderão atingir resultados directos e visíveis num período de três a
cinco anos. Visa sobretudo as áreas de electricidade, melhoria de infra-estruturas e
gestão portuária, exploração mineira, agricultura e a agro-indústria, preservação dos
recursos naturais e em especial da biodiversidade, melhoria do ambiente de negócios e
o desenvolvimento da formação profissional.

Actualmente dispomos de 7 projectos em implementação com este organismo, no valor


de cerca de 4.433.555,01 milhões FCFA.
9
1.2.4.4 PARCERIAS NO QUADRO DO FÓRUM MACAU

As parcerias no quadro do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial “Fórum


Macau” com a República Popular da China abrem novas perspectivas para os países da
CPLP e para a Guiné-Bissau. Está prevista a criação de um fundo no valor de mil
milhões de dólares americanos, que deve ser canalizado através de instituições
financeiras africanas, com o objectivo de apoiar os países menos desenvolvidos do
continente a erradicarem a pobreza e a acelerarem o seu desenvolvimento. Ainda no
âmbito do Fórum Macau, a China aumentou para 1.6 mil milhões de Yuans a linha de
crédito destinada aos países lusófonos africanos, com excepção de São Tomé e
Príncipe, mas incluíndo Timor-Leste.

1.3 RELANÇAMENTO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL

Tendo em linha de conta a necessidade de fomentar as potencialidades e o


desenvolvimento equilibrado de todas as partes do território nacional, e sendo o poder
autárquico e local uma das prioridade do Governo na actual Legislatura, o Ministério
desenvolveu este ano esforços relativamente ao componente Desenvolvimento
Regional, inclusive apresentando uma proposta de institucionalização de uma Direcção-
Geral do Desenvolvimento Regional, cuja proposta de Lei Orgânica já deu entrada na
Primatura e aguarda inclusão na agenda do Conselho de Ministros.

Com a dinâmica alcançada neste domínio nas Regiões de Cacheu e Bafatá, está em
preparação o Plano de Desenvolvimento Regional de Oio, cujo roteiro de elaboração foi
concluído em Junho. Foi levada a cabo a actualização dos Projectos de Coesão
Regional, que inclui a Monografia Regional, o Ficheiro Nacional das Tabancas, a
reactivação e reabilitação das Delegacias Regionais do Plano, apoio às iniciativas locais,
elaboração da Política de Ordenamento do Território, o estudo sobre o Sistema Fiscal
Regional, assim como a elaboração de um guião de orientação. Ainda na mira do
desenvolvimento regional, está concluída uma proposta de memorando com vista à
reactivação da cooperação entre a Guiné-Bissau e a Alemanha.

No que se refere ao apoio às iniciativas de base, foram aprovados quatro micro-


projectos, que beneficiarão de fundos de contrapartida da Ong escandinava ADPP. Está
na forja a celebração de um convénio com o UNICEF, para a construção urgente de
duas escolas na Região de Oio.

2. PROMOÇÃO DO CRESCIMENTO ECONÓMICO


Para além do já evocado estudo sobre as fontes de crescimento, a intervenção do
Ministério foi igualmente orientada na estruturação e expansão do sector produtivo.

10
2.1. MELHORIA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS

2.1.1. CRIAÇAO DO CENTRO DE FORMALIZAÇÃO DE EMPRESAS (CFE)

A instalação de um Centro de Formalização de Empresas (CFE) ou “Guichet” Único, em


parceria com o sector privado e com a assistência técnica do Banco Mundial, é um dos
resultados mais palpáveis da actividade do MEPIR neste eixo. O centro já dispõe de
instalações, renovadas e equipadas, e será inaugurado brevemente, cumprindo-se
assim o firme compromisso feito pelo Governo no início do ano de melhorar o clima de
negócios no país, a fim de reforçar o sector privado nacional, com base nas melhores
práticas sub-regionais em matéria de criação de empresas. O CFE vai concentrar num
único lugar todos os serviços indispensáveis ao licenciamento de uma empresa ou
negócio, encurtando assim os prazos. Isto permite à Guiné-Bissau melhorar ainda mais
a sua classificação em matéria de Doing Business, o que facilitará a atracção de
investimentos, em particular o estrangeiro.

Ainda na perspectiva de desenvolver o sector privado, proporcionando-lhe condições


para criar postos de trabalho, produzir riqueza e acelerar o crescimento económico, as
Direcções Gerais da Economia e Desenvolvimento, do Plano, da Promoção do
Investimento Privado e da Integração Regional tomaram parte activa na organização
de um ateliê de validação do Estudo Diagnóstico sobre o Sector Privado da Guiné-
Bissau, que recomendou a criação de um Fundo de Promoção do Sector Privado. Em
resultado das diligências do Ministério, o BOAD já se disponibilizou a apoiar este fundo,
e a União Europeia também manifestou interesse em contribuir para a concretização
desta iniciativa, que visa não só atribuir crédito, mas sobretudo dotar os agentes
económicos privados de conhecimentos à altura do seu papel de motor do
desenvolvimento do país.

Entre outras medidas levadas a cabo nesta área, figura a busca de uma parceria com o
experiente Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) a fim
de se encontrar um modelo de cooperação destinado a apoiar o sector informal da
economia. Em resultado desta iniciativa, o Ministério disponibilizou um espaço para a
instalação pelo SEBRAE, já em Fevereiro, de um Centro de Atendimento Empresarial,
destinado a fornecer informações comerciais e empresariais aos empreendedores e
pequenos empresários do sector informal, dar-lhes formação, assistência e
acompanhamento na preparação do dossiê de abertura e legalização das suas
empresas.

Em reforço destas medidas, foi preparado o Guia de Criação de Empresa e elaborou-se


a proposta de criação da Direcção de Promoção da Micro-Finanças. Também já estão
prontos os termos de referência para a criação da Célula de Promoção de Pequenas e
Médias Empresas.

A vinda a Bissau, no início de Dezembro, de uma missão da Sociedade Financeira


Internacional (SFI), um organismo do Grupo Banco Mundial especializado no apoio ao

11
investimento de médio e longo prazo ao sector privado dos países em
desenvolvimento, é um sinal do renovar de interesse das instituições financeiras
internacionais pelo país, apesar da instabilidade política da última década ter
penalizado fortemente a economia nacional. Isso é que levou a SFI a cessar a sua
intervenção na Guiné-Bissau, e agora voltou, graças a um convite do nosso Ministério,
formulado na última reunião da Assembleia Anual do Banco Mundial e do FMI em
Washington. A SFI regressou e discutiu com delegações governamentais e do sector
privado possibilidades de cooperação para a melhoria do ambiente de negócios e o
desenvolvimento de parcerias público-privadas. Um resultado imediato da missão foi a
promessa da SFI de assegurar assistência técnica a fim de apoiar o Ministério no
seguimento dos indicadores do Doing Busines;

Os serviços responsáveis do Ministério também produziram relatórios de análise e


previsão económica, além de notas sobre a situação económica, das Contas Nacionais,
Finanças Públicas, Contas Monetárias e Balança de Pagamentos, salienta-se o trabalho
de coordenação do Grupo de Trabalho Nacional no âmbito do Projecto de reforço de
capacidades no domínio de fluxo de capitais estrangeiros, em parceria com o BCEAO, e
cujo relatório vai ser tornado público ainda em Dezembro. Contudo, dificuldades
logísticas e o atraso na disponibilização de dados pelos departamentos ministeriais
têem vindo a retardar a produção e a publicação dos relatórios.

No que respeita ao seguimento e apoio às empresas, nomeadamente às privatizadas, é


conhecido o papel decisivo desempenhado este ano pelo Ministério no desfecho do
processo negocial com a Portugal Telecom, no caso do diferendo a propósito da Guiné-
Telecom e Guinetel. Esforços vêem sendo envidados nos últimos meses pelo Ministério
para viabilizar o relançamento da antiga CICER, concretamente a atribuição de uma
isenção fiscal na importação de alguns materiais indispensáveis à retoma da produção
da cervejeira, paralisada há mais de um ano.

2.1.2. AGÊNCIA DE PROMOÇAO DO INVESTIMENTO

Um estudo de viabilidade para a transformação da Direcção Geral de Promoção do


Investimento Privado numa Agencia de Promoção de Investimento, já foi realizado,
faltando apenas a sua discussão interna e aprovação no Conselho de Estratégia e
Coordenação.

2.1.3. REGISTO DE NOVOS INVESTIMENTOS

De Janeiro a Novembro de 2010 foram registados 12 projectos de investimento, num


montante que ascende a 56 Milhões de Euros. Destes projectos, 3 já estão em
execução, com destaque para o da empresa AGROGEBA, no domínio da agricultura,
que já dispõe de mais de 500 há de terra preparados e cultivados para a produção do
arroz na presente campanha agrícola. Os restantes continuam a aguardar pelo término
do moroso processo de concessão de incentivos junto ao Ministério das Finanças.

12
2.1.4. PROMOÇÃO E APOIO ÀS INSTITUIÇÕES DE MICRO-FINANÇAS E ÀS
MICRO PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS

O sector das micro-finanças tem tido pouca atenção dos bancos, embora os segmentos
sociais que dele beneficiam por iniciativa de algumas ONG´s tenham um impacto
significativo na economia.

Pretendendo estimular e promover este sector, foi estabelecido o Fundo de Garantia


entre o Governo e o banco BRS, a partir do qual se criou um Fundo de Impacto
Rápido, com o objectivo de fomentar o desenvolvimento e a implementação de micro,
pequenos e médios projectos e actividades, e proporcionar impacto imediato na
economia e a redução da pobreza. Foram concedidos 46 créditos, que permitiram a
criação de 138 postos de trabalho. A taxa de absorção do fundo avizinhou os cem por
cento.

Em relação à promoção de um programa abrangente de transformação local de caju,


igualmente um desígnio governamental, a intervenção a assinalar foi a concessão de
um apoio financeiro, por via bancária, ao plano de emergência para o relançamento da
indústria de transformação da castanha de caju, que contribuiu para a viabilização de
seis unidades de processamento de caju em dificuldades. O Ministério coordenou a
elaboração do Plano de Emergência para o Relançamento da Indústria de
Transformação da Castanha de Caju e tomou parte na elaboração do projecto de
constituição do Fundo de Garantia para as PME de processamento de caju.

2.1.5. PROMOÇAO DE LINHAS DE CRÉDITO PARA OS INVESTIMENTOS


PRIVADOS DE MÉDIO E LONGO PRAZO

Os créditos bancários a médio e longo prazo têm sido pouco praticados ao nível
bancário. É neste âmbito que se encontra em processo de criação o “Fundo de Apoio a
Iniciativas Empresariais”, no qual já se incluem os fundos destinados ao crédito
concedidos por Angola, com a finalidade promover de forma ligeira e muito flexível e
com juros muito bonificados o investimento privado. Estes serão completamente
geridos pela banca comercial, e poderão ter a forma de empréstimos, fundo de
garantias e/ou empréstimos participativos. Os sectores considerados prioritários para a
concentração dos projectos de investimento são os seguintes:

a. Agricultura e agro-indústria;
b. Fruticultura e sumos naturais;
c. Transformação de castanha de caju;
d. Pescas e transformação de pescado;
e. Fosfatos e derivados;
f. Bauxite e derivados;
g. Produção e distribuição de energia;
h. Energias renováveis;

13
i. Comunicações e telecomunicações;
j. Transporte aéreo e marítimo;
k. Obras públicas.

Além de promover os investimentos privados de médio e longo prazo, este fundo


contribuirá para a redução da pobreza, eliminará as fragilidades do sector privado,
servirá para a melhoria do ambiente de negócios e aumentará a confiança dos
operadores económicos nacionais e estrangeiros.

Esta linha de crédito poderá posteriormente ser reforçada por outras linhas de créditos
mais específicas, nomeadamente as previstas pelo Fórum Macau e outras a negociar
no âmbito bilateral com países amigos.

2.1.6. PROMOÇÃO DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Sobretudo no quadro das reformas em curso em algumas empresas públicas e após o


respectivo saneamento preliminar, nomeadamente da Guiné-Telecom, Porto de Bissau
e da Empresa de Electricidade e Água da Guiné-Bissau (EAGB), pretende-se abrir
novas perspectivas de parcerias público-privadas. Neste processo, conta-se com o
apoio da Sociedade Financeira Internacional (SFI), que recentemente efectuou uma
missão de prospecção a Bissau.

2.1.7. CONSOLIDAÇÃO DA PAZ E PROMOÇÃO DO EMPREGO JOVEM E DA


MULHER

O Ministério esteve também plenamente envolvido nas actividades da Comissão de


Consolidação da Paz, designadamente na elaboração do Plano Prioritário do Quadro
Estratégico de Consolidação da Paz, já finalizado, e cuja versão definitiva foi enviada
ao organismo correspondente das Nações Unidas, em Nova-Iorque. Um dos
componentes do Plano é o relançamento do Programa Nacional de Promoção do
Emprego Jovem e das Mulheres, em cuja preparação o Ministério se empenhou a
fundo através de duas das suas direcções gerais.

2.1.8. MOBILIZAÇÃO DO FINANCIAMENTO PRIVADO EXTERNO

No que toca ao investimento, cerca de uma dezena de empresas, grupos económicos


ou entidades públicas e privadas estrangeiras, interessadas em investir no país,
procuraram o parecer do Ministério para projectos de investimentos nas mais diversas
áreas, ou então solicitaram o seu aval para a obtenção de isenções e outros incentivos
fiscais para os negócios que pretendem fazer.

A instituição participou nas actividades de diferentes estruturas estatais em que está


representada, tais como as Comissões Nacionais de Cajú e de Pilotagem do Programa
Nacional de Reestruturação e de Elevação do Nível das Empresas. Colaborou na
Comissão Técnica “ad-hoc” com as Alfândegas para a avaliação de isenções concedidas
no quadro do investimento privado, na sequência das medidas unilaterais tomadas

14
pelo Ministério das Finanças de suspensão de isenções aduaneiras de investimentos
acreditados na DGPIP antes da implementação do novo Código de Investimento.

No quadro da promoção da cooperação no domínio dos investimentos privados, o


MEPIR teve sessões de trabalho com delegações das Câmaras e do Instituto de
Fomento e do Conselho da Economia, Empresa e Inovação da Região de Múrcia
(Espanha), sobre as modalidades de implementação de vários projectos de
investimento no país (transformação industrial de produtos agrícolas, fabrico de leite,
etc.). Este tipo de projectos podem contribuir decisivamente para a segurança
alimentar, gerar emprego e rendimentos.

Com a ACCEIN (Associação Canária de Cooperação Económica Internacional) o DPIP


abordou a concretização e o acompanhamento do processo de instalação de avultados
projectos de investimento no país, tanto no sector turístico, em Varela, como na
produção de cimento e no transporte aéreo. Alguns destes projectos já estão em
curso, como a linha aérea que liga Bissau/Madrid, passando pelas Ilhas Canárias.

O Grupo SOLON S.P.A, especializado na indústria e tecnologia, em particular da


energia solar, também manifestou interesse em investir, numa área com evidente
interesse no país, o das energias renováveis, mais amigas do ambiente.

Outra vertente do trabalho de promoção do investimento este ano foi o encontro com
a equipa de novos diplomatas guineenses nomeados para a embaixada no Senegal.
Recomendou-se a criação na embaixada de um banco de dados sobre oportunidades
de investimento, que permitiria aos investidores estrangeiros disporem de informações
económicas e conheceram as regras de criação de empresa antes mesmo da sua
deslocação ao país. O DGPIP também constituiu e actualizou um sistema de banco de
dados e de tratamento de informações estatísticas das empresas nele inscritas, e dá
pareceres técnicos sobre aprovação de projectos de investimentos e de projectos de
estudo de viabilidade.

3. APROFUNDAMENTO DA INTEGRAÇÃO REGIONAL

A realização de actividades no domínio da integração regional em 2010, de acordo com


o programa de Governo, decorreu num contexto interno e externo caracterizado por
envolventes nem sempre favoráveis, tais como:

− Dificuldades no cumprimento das obrigações financeiras;


− Crise político-militar (acontecimentos do 1º Abril);
− Mudanças políticas não constitucionais nem democráticas e persistência de
clima sociopolítico desfavoráveis à mobilização de parcerias externas para a
realização de iniciativas comunitárias em alguns Estados membros da CEDEAO
e da UEMOA, designadamente o Níger, Guiné-Bissau, Guiné-Conacri e Costa do
Marfim. Como envolvente favorável destaca-se a presidência rotativa do

15
Conselho de Ministros da UEMOA assegurada pela Guiné-bissau por dois anos,
a partir de 2010, através do Ministro das Finanças.

Apesar do contexto acima referido e graças aos esforços empreendidos pelo Governo,
parceiros nacionais, sub-regionais e regionais, foram levadas a cabo as seguintes
actividades, com a activa participação do Ministério:

- Início da execução do projecto de Vias Urbanas de Bissau, com o apoio


financeiro do BOAD e da Comissão da UEMOA. De sublinhar que as vias que
estão a ser reabilitadas (Combatente de Liberdade da Pátria e Antula) nesta
fase do projecto fazem parte da Estrada Transcosteira Africana (CU 1), o que
constitui mais uma contribuição da Guiné-bissau para a integração física do
espaço comunitário.

- Continuação de projecto de 300 furos de água potável, no quadro do Programa


Económico Regional (PER). De sublinhar que a taxa (31,3%) e o prazo de
execução deste projecto carecem de melhorias, consequentemente de adopção
de medidas com vista à conclusão deste projecto, tendo em conta a sua
importância para as populações.

- Prosseguimento do Programa de Promoção de Qualidade, em parceria com a


União Europeia e a ONUDI. Registaram-se avanços significativos: a)
fornecimento de equipamentos e formação dos técnicos afectos ou a afectar
aos laboratórios da Saúde Pública, das Pescas, da Veterinária e Meteorologia.
Sobre este ultimo componente, urge encontrar e atribuir ao programa um
espaço adequado para instalação e funcionamento (contra-partida nacional).

- Arranque do Projecto de Apoio à Segurança Alimentar, com a assistência


financeira do BOAD. Este projecto consiste na valorização das potencialidades
agrícolas, orizícolas, sobretudo nas regiões de Tombali, Gabu, Bafata e Biombo.

- Início do programa de apoio da CEDEAO e UEMOA à EAGB. As seguintes


actividades foram realizadas: a) Assinaturas da convenção de financiamento
(10 milhões USD); b) Nomeação do Comité de Seguimento e Avaliação pelo
Ministério da Economia, Plano e Integração Regional; c) Lançamento de
concurso para o fornecimento de combustível e lubrificantes; d) Recrutamento
do assistente técnico do WAPP (Rede Oeste-Africana de Distribuição de
Energia) junto da EAGB; e) Depósito de 40% do apoio da UEMOA pela
respectiva Comissão na conta bancária do programa no BRS; f) Análise e
avaliação das ofertas no quadro do concurso público referido na alínea c);

- Continuação de esforços para a confecção e emissão do passaporte da


CEDEAO. Esta actividade tem acusado poucos avanços desde 2005, data da
assinatura de contrato com a empresa vencedora do concurso público

16
internacional. A conclusão desta actividade depende agora exclusivamente da
vontade política do Governo e não do MEPIR

- Elaboração e validação do Programa Nacional de Investimento Agrícola (PNIA),


faltando a realização da respectiva mesa-redonda, onde se espera a assinatura
de um pacto com os parceiros.

- Continuação do Programa de Iniciativas Transfronteiriças (PIT). No âmbito do


PIT a Guiné-Bissau responsabilizou-se por duas actividades, que são a
identificação e elaboração de dois projectos. Um de promoção de actividades
socioculturais em benefício da paz e segurança, e a outra relativa às trocas
comerciais através de “lumos” nas localidades de Cambadju, Cuntima, Bigene e
São Domingos.

- Elaboração e envio à Comissão da CEDEAO da nota conceptual para a


elaboração da Politica Nacional de Migração. Esta actividade conta com o apoio
financeiro do Fundo Migração e Desenvolvimento Espanha/CEDEAO, no valor
de 225.000 Euros. A nota conceptual foi aprovada em Outubro de 2010 pelo
Comité Técnico e antes de Janeiro de 2011 será submetida ao Comité de
Pilotagem.

- Seguimento do pagamento das taxas (impostos) comunitários da CEDEAO e da


UEMOA. Os resultados desta actividade revelaram-se fracos, devidos ao não
cumprimento dos respectivos protocolos pelos serviços concernentes do
Ministério das Finanças. Com efeito, e de acordo com os relatórios das missões
de verificação das Comissões da CEDEAO e UEMOA, os montantes (em Fcfa)
cobrados e não depositados (Janeiro a Outubro de 2010) são de,
respectivamente, 76.617.913 e 116.555.405. Em termos da acumulação de
dívidas/obrigações financeiras, a situação não é só preocupante, mas também
penalizante a vários títulos (dificuldade de ocupação de postos comunitários, de
recrutamento de técnicos, de financiamentos dos projectos, etc.). De 2000 a
Outubro de 2010, a dívida à CEDEAO relativa às taxas comunitárias (PC)
totalizam 834.982.303 Fcfa. Se se considerar a quota de entrada, o montante
atinge 2 biliões. Quanto à UEMOA, só em relação aos PCS de 2000 a Outubro
de 2010, a dívida é de 482.906.862 Fcfa. Estes valores não incluem os
respeitantes ao direito de adesão à UMOA, isto é, ao BCEAO e ao BOAD, que
são mais de 70 biliões.

- Seguimento do Protocolo sobre a Livre Circulação, Residência e Direito de


Estabelecimento, foram realizados várias acções: a) Três seminários de
sensibilização em São Domingos, Bafata e Gabu; b) Produção e publicação do
folheto informativo sobre cidadãos comunitários. Até 30 de Setembro de 2010,
o número total de africanos na Guiné-Bissau era de 43 155 pessoas, o que

17
corresponde a 2,8% da população total do país. Destes, 31.607 são da
CEDEAO, e 11.548 de outros Estados africanos.

- Avaliação da implementação do visto comum da UEMOA no decurso de um


seminário em Bafatá em Setembro. Esta actividade foi realizada em
cumprimento de uma orientação do Conselho de Ministros. De acordo com as
informações dos serviços estatais envolvidos (Migração e Fronteiras, Turismo e
Assuntos Consulares), à data, nada se fez para a implementação do respectivo
regulamento, apesar de o mesmo ter sido atempadamente enviado aos
referidos serviços.

As principais actividades prioritárias em curso são: Programa de Apoio da CEDEAO e


UEMOA à EAGB; Seguimento da aplicação do Protocolo de Livre Circulação, Direito de
Residência e Estabelecimento; Seguimento da confecção e emissão do passaporte da
CEDEAO; Seguimento e avaliação da implementação do visto comum da UEMOA, que
foi objecto de um despacho do chefe do Governo; Seguimento do pagamento das
taxas comunitárias e do cumprimento doutras obrigações financeiras; Seguimento e
avaliação do impacto de projectos e programas de integração regional, sobretudo dos
financiados pela CEDEAO e UEMOA: Ex: vias urbanas de Bissau, energia, agricultura
(segurança alimentar), Migração, PIT, etc. Seguimento da implementação das
reformas no sector financeiro, bancário e harmonização do quadro jurídico, legal e de
apoio ao sector privado Ex: Directivas das finanças públicas; SYSCOA/OHADA; Código
de investimento comunitário, etc.

Em resumo, salienta-se que os projectos em vias de implementação no quadro das


organizações sub-regionais totalizam 287.381,00 e 677.433,45 MIL FCFA, financiados
pela CEDEAO e UEMOA respectivamente.

II. CONSTRANGIMENTOS E DIFICULDADES

A falta de coordenação das politicas do Governo e a existência de áreas de penumbra


e/ou de sobreposição por falta de clareza em relação ao mandato e competências das
instituições do Estado é um dos maiores constrangimentos que afectam o trabalho do
MEPIR, isto considerando que a eficiência da sua acção é maior quando aceite como
instituição cuja acção e vocação é transversal. Esta falta de sinergia, coordenação,
concertação e planificação das acções do Governo, implicam custos socias e
económicos enormes, um “luxo”, que para o caso especifico do nosso país, convem
dispensar, em favor de uma maior eficiência e impacto das nossas acções.

O Programa de Investimento Público (PIP) é um dos mais importantes instrumentos


utilizados pelo Governo para a materialização das suas políticas económicas. Em
termos metodológicos, o PIP é resultado do esforço de inventariação de projectos
tendo por pano de fundo as estratégias definidas no DENARP focalizando como
principal desígnio o crescimento sustentado da economia.

18
Num contexto onde rareia ajuda externa e em que, mercê da crise internacional se
verifica uma retracção da actividade económica em geral, para manter o crescimento,
e compensar a falta de investimento privado o Estado deve estimular o investimento
público como forma de revitalizar a economia.

Importa ainda realçar o risco de paralisação dos projectos produtivos por falta de
pagamento de fundos de contrapartida, inscritos no PIP.

A falta de meios financeiros é crónica, não só a consignada no quadro do PIP, como os


orçamentados para o funcionamento interno do Ministério.

As Direcções Gerais enfrentam uma séria de restrições orçamentais, funcionam sem


usufruir de uma verba própria.Com a agravante de muitas delas ter ainda 70 por cento
do seu pessoal a aguardar efectivação na Função Pública, portanto sem salários.

Saliente-se igualmente, as dificuldades quase permanentes em fazer disponibilizar


estes meios pela estrutura do Estado responsável pelas finanças. A estes ainda se
acrescem a falta de meios logísticos, sobretudo de transporte, combustíveis e
consumíveis para assegurar, quer o normal funcionamento do MEPIR, quer o
seguimento e avaliação do impacto no terreno de programas e projectos coordenados
pelo Ministério.

Outrossim, apesar deste Ministério ter por missão conceber, orientar e avaliar as
políticas dirigidas às actividades económicas, e de por diversas vezes ter sido levantada
a questão da pertinência e da oportunidade da sua participação em algumas estruturas
com relevância no desempenho da sua missão, até ao presente momento, o MEPIR
não faz parte do Comité Nacional da Política Económica, nem do Comité Nacional do
Crédito e da Comissão ad-hoc para o Seguimento do Preço dos Combustíveis.

Relativamente ao novo Código de Investimento, que obriga doravante todos os


investidores ao pagamento do IGV, o que para todos os efeitos equivale a um imposto
de consumo, que por isso não devia incidir sobre a importação de bens e
equipamentos. Esta situação está a gerar um mal-estar junto de alguns operadores
económicos já estabelecidos no país, que de imediato suspenderam todos os processos
de investimentos para a expansão das suas empresas. O processo de implementação
do novo Código de Investimento deve igualmente estar em consonância com as
reformas em curso no quadro da melhoria do ambiente de negócios e investimentos.

O incumprimento das nossas obrigações financeiras em geral, e de forma mais


específica, o não pagamento atempado das contribuições e quotas em relação aos
organismos internacionais e sub-regionais de que somos membros, a exemplo dos
protocolos sobre as taxas comunitárias, penalizam a nossa acção e a economia
nacional. Ultrapassados estes problemas, o país poderá, com mais eficiência, tirar
maiores vantagens financeiras destas organizações.

Verifica-se uma grande dispersão dos dossiers relacionados com os programas e


projectos de desenvolvimento, a exemplo do que se verifica no quadro da integração
19
regional, dificultando a sua coordenação e articulação. Estes factores esvaziam as
nossas competências de estrutura de coordenação e planificação das acções do
Governo e diminuem o impacto das nossas acções.

Embora ciente das dificuldades do país, é convicção do MEPIR que com maior sinergia
e coordenação, aproveitando a capacidade e competência de cada uma das nossas
instituições, poderemos vencer em conjunto os desafios com que nos confrontamos.

III. RECOMENDAÇÕES

M elhoria da coordenação e articulação das políticas públicas e das


intervenções dos parceiros de desenvolvim ento

É imprescindível reforçar a vontade política de melhoria da coordenação e articulação


das políticas públicas e das intervenções dos parceiros de desenvolvimento. Nessa
perspectiva, torna-se pertinente a criação de outros quadros de diálogo, sobretudo
para a discussão e aprofundamento de questões de importância estratégica para o
desenvolvimento do país, com vista ao melhor desempenho das instituições e a mais
eficiência na cooperação com os parceiros.

Actuando em sinergia e de forma concertada não só conseguiremos concluir e


implementar o DENARP II, atingir o ponto de conclusão em relação ao perdão da
divida e realizar a Mesa Redonda com sucesso, como poderemos acelerar, nos
próximos anos, a implementação dos ODM.

Suporte financeiro ao PI P e ao funcionam ento do M EP I R

A disponibilização das verbas inscritas no Orçamento Geral do Estado (OGE), na parte


referente ao Programa de Investimento Público (PIP) irá viabilizar a execução dos
programas e projectos em carteira permitindo assim dinamizar os sectores produtivos
ou sociais por eles abrangidos e reflexamente melhorar o desempenho do país junto
aos seus parceiros, abrindo oportunidades de aumentar o afluxo de capitais.

A dinamização do investimento público poderá estimular o crescimento económico e


influir na redução da pobreza.

Por outro lado, é necessário assegurar com um mínimo de dignidade o funcionamento


do Ministério, muito prejudicado pela actual gestão das finanças públicas. A situação
financeira do Estado é precária, sendo de todo aconselhável, medidas de contenção
orçamental, uma maior selectividade da despesa pública. Certo é que, não é privando
os Ministérios de meios financeiros para fazer funcionar os serviços que o problema se
resolve.

20
R eforço do papel do M EP I R pela sua inclusão em estruturas com relevância
na área económ ica

Assegurar a participação do MEPIR nas estruturas infra-ministeriais ou técnicas com


relevância nas actividades económicas designadamente, o Comité Nacional da Política
Económica, o Comité Nacional do Crédito e a Comissão ad-hoc para o Seguimento do
Preço dos Combustíveis.

R evisão pontual do Código de I nvestim ento

É imperativo proceder a ajustes no novo Código de Investimento, no sentido de que:


por um lado, a análise e registo do investimento voltem a centrar-se no MEPIR e por
outro lado, em função de critérios definidos à luz da política de investimentos, sejam
outorgados regimes especiais.

A ideia de “one size fits all” não é mais adequada para a economia guineense que
apresenta uma insuficiência estrutural de poupança interna, e por isso fortemente
dependendo do financiamento externo.

Importará, entre outros, rever os seguintes aspectos:

a. Discrepâncias existentes na fixação das percentagens do cálculo do crédito do


imposto entre o sector da agricultura e os restantes sectores da actividade
económica (50 % sobre o activo fixo na agricultura e 30 % sobre o activo fixo
nos outros sectores), bem como no horizonte temporal para a amortização do
próprio crédito do imposto (10 anos para a agricultura e 5 anos para os
restantes sectores);

b. A aplicação do IGV sobre a importação de bens e equipamentos deve ser


suprimida por se tratar de um imposto de consumo e por conseguinte não deve
incidir sobre a importação de bens e equipamentos.

R eforço da presença do país no espaço regional e sub-regional

Para a superação das dificuldades no capítulo da integração, e a consequente obtenção


de maiores vantagens da presença do país no espaço regional e sub-regional, sugere-
se o seguinte:

- Realização urgente de uma reunião, a presidir pelo Primeiro-Ministro, com a


participação dos Ministérios da Economia, Plano e Integração Regional,
Finanças e outras entidades que se julgarem pertinentes, dedicada
exclusivamente ao problema do atraso no cumprimento das obrigações
financeiras face à CEDEAO, UEMOA, OMVG, etc.

- Criação, por despacho do Primeiro-Ministro, duma estrutura encarregada do


seguimento e avaliação periódica do processo da integração regional. Esta

21
estrutura integraria os Ministérios da Economia, Plano e Integração Regional
(coordenador), das Finanças, do Comércio, Indústria, Turismo e Artesanato, da
Agricultura, das Infra-estruturas, da Administração Territorial, o BCEAO, a
sociedade civil, o sector privado e as representações da CEDEAO e da UEMOA
no país na qualidade de observadores.

- Reforço da realização de campanhas de informação e sensibilização sobre as


vantagens da integração destinadas a todos os actores, uma vez que se torna
cada vez mais pertinente a apropriação pelas nossas instituições do processo
de integração regional e a melhoria da eficiência da utilização das suas
estruturas e dos seus diferentes mecanismos de financiamento.

R eforço da m obilização de recursos financeiros ex ternos

Embora reconhecendo as dificuldades no plano da cooperação internacional, hoje, para


além dos parceiros tradicionais, algumas outras janelas se abrem, criando novas
perspectivas, que bem aproveitadas, poderiam contribuir para o desenvolvimento do
país. Este é, por exemplo, o caso da nossa cooperação com o Governo de Angola, em
que se perspectiva a concessão de uma ajuda de emergência de mais de 60 milhões
de USD, para apoiar o esforço de estabilização política e económica em curso no país e
cobrir parte das necessidades mais imediatas.

Da mesma forma devem ser vistos os resultados do Fórum Macau, não só pela
abertura de uma linha de crédito, como pela constituição de um Fundo de Cooperação,
dotado de meios financeiros substanciais, que poderão beneficiar a Guiné-Bissau, tanto
na qualidade de país africano de língua portuguesa, como de país menos
desenvolvidos do continente africano.

II. PERSPECTIVAS
Apesar do contexto difícil e dos inúmeros factores de estrangulamento em que tem
trabalhado, o Ministério procurou dar resposta aos inúmeros desafios colocados. Os
resultados alcançados traduzem o rigor, o empenho e a transparência com que todas
as acções têm sido desenvolvidas.

Em 2011, uma boa parte destas actividades devem ser prosseguidas e consolidadas,
num quadro de sinergia e concertação permanente, a fim de pudermos atingir com
maior eficiência e impacto os objectivos almejados.

Neste particular queremos destacar as seguintes prioridades:

• Necessidade da conclusão rápida do DENARP II e sua apropriação pelas


instituições sectoriais do Estado, sociedade civil, diferentes segmentos da
população e parceiros de cooperação como documento de referencia para a

22
redução da pobreza, aceleração da realização dos ODM e a melhoria da
governação, do ambiente económico e do apoio e promoção ao sector privado,
com o objectivo de propiciar um crescimento rápido e harmonioso da nossa
economia. A implementação dos grandes eixos estratégicos consignados neste
documento-chave é uma responsabilidade do Governo da Guiné-Bissau, em
particular do MEPIR, mas cada parceiro do Estado, da sociedade civil, as
populações e os parceiros de desenvolvimento devem possuir e partilhar, em
todo este processo, de forma coerente e transparente, a respectiva
responsabilidade e dever, para que a implementação do DENARP II tenha o
impacto e o sucesso desejado.

• Preparação eficiente da Mesa Redonda para que os seus resultados não


venham comprometer a implementação futura do DENAP II e de toda a
estratégia, programa e acções previstas.

• Continuação e aprofundamento das reformas do ambiente dos negócios e


investimentos. Destacando-se a criação da Agência de Promoção de
Investimentos, a adopção de legislação relativa ao trabalho, e à terra.

Tudo aponta para que as reformas do Estado em curso e em particular das finanças
públicas conduzam o país ao ponto de conclusão da Iniciativa PPTE, o que terá como
consequência imediata uma redução de mais de 80% do stock da divida externa do
país, aumentando assim a nossa capacidade de poupança interna, de investimentos
públicos e de negociação com os nossos parceiros de cooperação.

A concretização deste objectivo, num contexto de menor confiança dos doadores


externos, levaria à compressão da despesa pública em claro detrimento do
investimento público, o que terá naturalmente repercussões ao nível do crescimento e
do emprego e estima-se necessário que essa tendência seja invertida em 2011, sob
pena de se comprometer a concretização da Agenda do Governo.

A avaliação positiva da carteira de projectos em curso no país e financiados quer pelo


Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) quer pelo Banco Mundial, abrem boas
perspectivas para o reforço da nossa cooperação com ambas as instituições e poderão
proporcionar num futuro imediato melhorias à nossa capacidade de mobilização de
fundos para novos projectos de investimento junto destas entidades.

Se não descurarmos com o reforço da capacidade de gestão e coordenação da ajuda e


com a mobilização de fundos junto dos parceiros tradicionais, e se criarmos condições
políticas adequadas, também poderemos aproveitar as novas perspectivas que se nos
abrem com a República de Angola, a República Popular da China e com os demais
países emergentes no quadro da parceria Sul-Sul.

23

You might also like