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NOTAS PRELIMINARES
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I. PRINCIPAIS ACTIVIDADES REALIZADAS
Ainda no âmbito deste eixo, o MEPIR pretende reforçar as suas acções para o uso
estratégico do potencial em recursos humanos e naturais, com vista à promoção do
desenvolvimento harmonioso e integrado das regiões e do mundo rural.
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Após as consultas sectoriais efectuadas por inúmeros grupos de trabalho, elaborou-se
uma primeira versão do DENARP II, que foi objecto de validação técnica, seguida da
restituição e consultas regionais, tendo em vista o seu enriquecimento, a sua
divulgação e apropriação pelos diferentes actores e pela sociedade em geral.
Esta sub-componente do PECA registou igualmente avanços consideráveis. Este ano foi
substancialmente melhorada o seguimento da execução do PIP, através da revisão,
melhoria e preenchimento das fichas de recolha de informações sobre os projectos que
o integra. Neste âmbito foi desenvolvido e instalado um programa informático (logiciel)
de seguimento de projectos de investimento, denominado SPIP (Seguimento do
Programa do PIP). E está em curso a finalização do Programa Trienal de Investimento
Público 2011-2013 e o orçamento do PIP para o ano 2011.
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Efectuaram-se missões de avaliação de necessidades e custos previstos para as áreas
da Educação, Agricultura, Saúde, Energia e Infra-estruturas e Transportes e com o
objectivo de elaborar um Plano de Acção para acelerar a realização dos ODM nestes
sectores. Da mesma forma encontra-se em curso a avaliação das necessidades de
reforço de capacidade para a realização do Quadro das Despesas a Médio Prazo
(CDMT) e os orçamento-programas abrangendo os sectores da Saúde, Educação e
Agricultura, seleccionados nesta primeira fase piloto.
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Para o cumprimento dos objectivos fixados em matéria estatística, muito contribuíram
a aprovação pelo Conselho de Ministros do Projecto de Regulamento da Lei de Base do
Sistema Estatístico Nacional (SEN), a elaboração e aprovação do diagnóstico da
situação do SEN, documento este que servirá de base para a elaboração da Estratégia
Nacional de Desenvolvimento da Estatística (ENDE), com a finalidade de edificar uma
estatística pública dotada de meios humanos, materiais e financeiros, capaz de medir o
impacto das acções realizadas no âmbito da estratégia de desenvolvimento acelerado e
de redução da pobreza. Vai ainda permitir aos parceiros técnicos e financeiros da
Guiné-Bissau disporem de indicadores estatísticos para medir a credibilidade e a
fiabilidade das nossas políticas de desenvolvimento económico e social. Para além
destas acções, foi elaborada a classificação de actividades estatísticas da Guiné-Bissau
(CAE-GB) revisão dois.
No âmbito da sua missão, o INE levou a cabo este ano uma série de operações
estatísticas, umas ligeiras e outras de grande envergadura.
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ainda de relatórios de análise dos temas relativos à situação da mortalidade infantil,
das mulheres e dos deficientes, entre outros.
Também foi levado a cabo entre Fevereiro e Setembro, em todo o território nacional, o
IV Inquérito Agrupado de Indicadores Múltiplos e o Indicador Demográfico de Saúde
Reprodutiva (MICS/IDSR), com o objectivo principal de determinar os indicadores
sobre a situação das crianças e das mulheres. A população alvo desta operação foram
crianças menores de 5 anos, e mulheres com idade compreendida entre 15-49 anos.
A expertise técnica do MEPIR tem sido utilizada na elaboração dos dossiers económicos
que serviram de suporte à diplomacia económica do Primeiro-ministro e do Presidente
da República. Neste particular, salienta-se, quer os resultados alcançados nas acções
de sensibilização dos nossos parceiros, quer ainda a mobilização de fundos para o
reforço do Orçamento Geral do Estado (OGE) e para a reestruturação e
desenvolvimento de alguns sectores estratégicos para o crescimento económico.
As previsões apontam que para o reforço do OGE 2010 foram mobilizados cerca de
23.128 milhões de FCA, dos quais 900 milhões de FCA foram créditos negociados pelo
MEPIR com o BOAD, 4.356 milhões obtidos do BAD e cerca de 1.800 milhões do Banco
Mundial.
Um dos sectores que mais beneficiou do esforço do Ministério foi o da Energia, que é
um sector de suporte das acções de desenvolvimento e que carece de reformas
profundas e eficientes.
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A este respeito, há que sublinhar a convenção de financiamento conjunto
CEDEAO/UEMOA, do Programa Especial de Urgência para o Fornecimento de Energia
Eléctrica a Bissau, no valor de 10 milhões de dólares, rubricada em Agosto. Este
financiamento, no quadro da assistência pós-conflito, deve permitir ao país não só
efectuar as reformas desejadas, como ainda ultrapassar o défice de produção,
transporte e distribuição de energia eléctrica na capital. Prevê o fornecimento de
equipamentos e de combustíveis para um ano de exploração, assim como a formação
e assistência técnica à EAGB.
Em Outubro foi assinado uma nova convenção de financiamento com o Banco Mundial,
para um apoio adicional de 12,7 milhões de dólares, destinado ao projecto de
emergência para a Reabilitação dos Sectores de Electricidade e Água na capital. Além
desta acção no quadro do Projecto Multisectorial de Reabilitação de Infra-Estruturas, a
carteira de projectos do BM/IDA inclui um Projecto de Emergência de Apoio à
Segurança Alimentar e o Projecto de Desenvolvimento Dirigido pelas Comunidades.
Importa salientar algumas parcerias pelo impacto positivo que vêm tendo na melhoria
da Governação, no crescimento económico, nos progressos da realização dos OMD e
no bem-estar das nossas populações.
A parceria com as instituições do Sistema das Nações Unidas abrange de forma ampla
as diferentes áreas de intervenção do Governo, com uma concentração nos sectores
sociais. Em 2010 foram implementados no quadro desta parceria cerca de 25
projectos, repartidos da seguinte forma: com a ONU foram implementados um total de
25 programas e/ou projectos, sendo 12 com o PNUD, num montante global de cerca
de 2.956.369,01 milhões FCFA, 6 com o UNICEF, num total de 2.024.374,50 milhões
FCFA, 6 com o FNUAP, num total de 595.386,75 milhões FCFA e 1 com o PAM, no
valor de de 1: 396.134,94 milhões FCFA. A maioria destes projectos são donativos,
alguns dos quais provenientes de diferentes mecanismos de financiamento de
programas desenvolvidos pelas Nações Unidas.
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1.2.4.2 PARCERIA COM O BAD
O BAD tem sido um parceiro flexível, que responde às nossas necessidades, tanto em
termos de financiamento sectoriais e de ajuda ao orçamento, como no fortalecimento
das estruturas do Estado.
Com este organismo foi discutido um Memorando Económico para o País (CEM),
destinado a apoiar a Guiné-Bissau a sair da situação de baixo crescimento,
instabilidade política e governativa, através de um compromisso mais amplo com
múltiplos doadores, no sentido de implementar um programa reforçado, designado por
“Programa de Grande Impactos” (HIP), para aumentar o crescimento económico e
fortalecer as instituições nacionais. Este programa priorizará intervenções e
investimentos que poderão atingir resultados directos e visíveis num período de três a
cinco anos. Visa sobretudo as áreas de electricidade, melhoria de infra-estruturas e
gestão portuária, exploração mineira, agricultura e a agro-indústria, preservação dos
recursos naturais e em especial da biodiversidade, melhoria do ambiente de negócios e
o desenvolvimento da formação profissional.
Com a dinâmica alcançada neste domínio nas Regiões de Cacheu e Bafatá, está em
preparação o Plano de Desenvolvimento Regional de Oio, cujo roteiro de elaboração foi
concluído em Junho. Foi levada a cabo a actualização dos Projectos de Coesão
Regional, que inclui a Monografia Regional, o Ficheiro Nacional das Tabancas, a
reactivação e reabilitação das Delegacias Regionais do Plano, apoio às iniciativas locais,
elaboração da Política de Ordenamento do Território, o estudo sobre o Sistema Fiscal
Regional, assim como a elaboração de um guião de orientação. Ainda na mira do
desenvolvimento regional, está concluída uma proposta de memorando com vista à
reactivação da cooperação entre a Guiné-Bissau e a Alemanha.
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2.1. MELHORIA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Entre outras medidas levadas a cabo nesta área, figura a busca de uma parceria com o
experiente Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) a fim
de se encontrar um modelo de cooperação destinado a apoiar o sector informal da
economia. Em resultado desta iniciativa, o Ministério disponibilizou um espaço para a
instalação pelo SEBRAE, já em Fevereiro, de um Centro de Atendimento Empresarial,
destinado a fornecer informações comerciais e empresariais aos empreendedores e
pequenos empresários do sector informal, dar-lhes formação, assistência e
acompanhamento na preparação do dossiê de abertura e legalização das suas
empresas.
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investimento de médio e longo prazo ao sector privado dos países em
desenvolvimento, é um sinal do renovar de interesse das instituições financeiras
internacionais pelo país, apesar da instabilidade política da última década ter
penalizado fortemente a economia nacional. Isso é que levou a SFI a cessar a sua
intervenção na Guiné-Bissau, e agora voltou, graças a um convite do nosso Ministério,
formulado na última reunião da Assembleia Anual do Banco Mundial e do FMI em
Washington. A SFI regressou e discutiu com delegações governamentais e do sector
privado possibilidades de cooperação para a melhoria do ambiente de negócios e o
desenvolvimento de parcerias público-privadas. Um resultado imediato da missão foi a
promessa da SFI de assegurar assistência técnica a fim de apoiar o Ministério no
seguimento dos indicadores do Doing Busines;
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2.1.4. PROMOÇÃO E APOIO ÀS INSTITUIÇÕES DE MICRO-FINANÇAS E ÀS
MICRO PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS
O sector das micro-finanças tem tido pouca atenção dos bancos, embora os segmentos
sociais que dele beneficiam por iniciativa de algumas ONG´s tenham um impacto
significativo na economia.
Os créditos bancários a médio e longo prazo têm sido pouco praticados ao nível
bancário. É neste âmbito que se encontra em processo de criação o “Fundo de Apoio a
Iniciativas Empresariais”, no qual já se incluem os fundos destinados ao crédito
concedidos por Angola, com a finalidade promover de forma ligeira e muito flexível e
com juros muito bonificados o investimento privado. Estes serão completamente
geridos pela banca comercial, e poderão ter a forma de empréstimos, fundo de
garantias e/ou empréstimos participativos. Os sectores considerados prioritários para a
concentração dos projectos de investimento são os seguintes:
a. Agricultura e agro-indústria;
b. Fruticultura e sumos naturais;
c. Transformação de castanha de caju;
d. Pescas e transformação de pescado;
e. Fosfatos e derivados;
f. Bauxite e derivados;
g. Produção e distribuição de energia;
h. Energias renováveis;
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i. Comunicações e telecomunicações;
j. Transporte aéreo e marítimo;
k. Obras públicas.
Esta linha de crédito poderá posteriormente ser reforçada por outras linhas de créditos
mais específicas, nomeadamente as previstas pelo Fórum Macau e outras a negociar
no âmbito bilateral com países amigos.
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pelo Ministério das Finanças de suspensão de isenções aduaneiras de investimentos
acreditados na DGPIP antes da implementação do novo Código de Investimento.
Outra vertente do trabalho de promoção do investimento este ano foi o encontro com
a equipa de novos diplomatas guineenses nomeados para a embaixada no Senegal.
Recomendou-se a criação na embaixada de um banco de dados sobre oportunidades
de investimento, que permitiria aos investidores estrangeiros disporem de informações
económicas e conheceram as regras de criação de empresa antes mesmo da sua
deslocação ao país. O DGPIP também constituiu e actualizou um sistema de banco de
dados e de tratamento de informações estatísticas das empresas nele inscritas, e dá
pareceres técnicos sobre aprovação de projectos de investimentos e de projectos de
estudo de viabilidade.
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Conselho de Ministros da UEMOA assegurada pela Guiné-bissau por dois anos,
a partir de 2010, através do Ministro das Finanças.
Apesar do contexto acima referido e graças aos esforços empreendidos pelo Governo,
parceiros nacionais, sub-regionais e regionais, foram levadas a cabo as seguintes
actividades, com a activa participação do Ministério:
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internacional. A conclusão desta actividade depende agora exclusivamente da
vontade política do Governo e não do MEPIR
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corresponde a 2,8% da população total do país. Destes, 31.607 são da
CEDEAO, e 11.548 de outros Estados africanos.
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Num contexto onde rareia ajuda externa e em que, mercê da crise internacional se
verifica uma retracção da actividade económica em geral, para manter o crescimento,
e compensar a falta de investimento privado o Estado deve estimular o investimento
público como forma de revitalizar a economia.
Importa ainda realçar o risco de paralisação dos projectos produtivos por falta de
pagamento de fundos de contrapartida, inscritos no PIP.
Outrossim, apesar deste Ministério ter por missão conceber, orientar e avaliar as
políticas dirigidas às actividades económicas, e de por diversas vezes ter sido levantada
a questão da pertinência e da oportunidade da sua participação em algumas estruturas
com relevância no desempenho da sua missão, até ao presente momento, o MEPIR
não faz parte do Comité Nacional da Política Económica, nem do Comité Nacional do
Crédito e da Comissão ad-hoc para o Seguimento do Preço dos Combustíveis.
Embora ciente das dificuldades do país, é convicção do MEPIR que com maior sinergia
e coordenação, aproveitando a capacidade e competência de cada uma das nossas
instituições, poderemos vencer em conjunto os desafios com que nos confrontamos.
III. RECOMENDAÇÕES
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R eforço do papel do M EP I R pela sua inclusão em estruturas com relevância
na área económ ica
A ideia de “one size fits all” não é mais adequada para a economia guineense que
apresenta uma insuficiência estrutural de poupança interna, e por isso fortemente
dependendo do financiamento externo.
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estrutura integraria os Ministérios da Economia, Plano e Integração Regional
(coordenador), das Finanças, do Comércio, Indústria, Turismo e Artesanato, da
Agricultura, das Infra-estruturas, da Administração Territorial, o BCEAO, a
sociedade civil, o sector privado e as representações da CEDEAO e da UEMOA
no país na qualidade de observadores.
Da mesma forma devem ser vistos os resultados do Fórum Macau, não só pela
abertura de uma linha de crédito, como pela constituição de um Fundo de Cooperação,
dotado de meios financeiros substanciais, que poderão beneficiar a Guiné-Bissau, tanto
na qualidade de país africano de língua portuguesa, como de país menos
desenvolvidos do continente africano.
II. PERSPECTIVAS
Apesar do contexto difícil e dos inúmeros factores de estrangulamento em que tem
trabalhado, o Ministério procurou dar resposta aos inúmeros desafios colocados. Os
resultados alcançados traduzem o rigor, o empenho e a transparência com que todas
as acções têm sido desenvolvidas.
Em 2011, uma boa parte destas actividades devem ser prosseguidas e consolidadas,
num quadro de sinergia e concertação permanente, a fim de pudermos atingir com
maior eficiência e impacto os objectivos almejados.
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redução da pobreza, aceleração da realização dos ODM e a melhoria da
governação, do ambiente económico e do apoio e promoção ao sector privado,
com o objectivo de propiciar um crescimento rápido e harmonioso da nossa
economia. A implementação dos grandes eixos estratégicos consignados neste
documento-chave é uma responsabilidade do Governo da Guiné-Bissau, em
particular do MEPIR, mas cada parceiro do Estado, da sociedade civil, as
populações e os parceiros de desenvolvimento devem possuir e partilhar, em
todo este processo, de forma coerente e transparente, a respectiva
responsabilidade e dever, para que a implementação do DENARP II tenha o
impacto e o sucesso desejado.
Tudo aponta para que as reformas do Estado em curso e em particular das finanças
públicas conduzam o país ao ponto de conclusão da Iniciativa PPTE, o que terá como
consequência imediata uma redução de mais de 80% do stock da divida externa do
país, aumentando assim a nossa capacidade de poupança interna, de investimentos
públicos e de negociação com os nossos parceiros de cooperação.
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