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DIRETORIA DE BENEFÍCIOS

ORIENTAÇÃO INTERNA Nº 200 INSS/DIRBEN, DE 25 DE SETEMBRO DE 2008

Dispõe sobre os procedimentos e rotinas a serem


adotados pelos Serviços de Gerenciamento de
Benefícios por Incapacidade-SGBENIN, pelas
Agências da Previdência Social-APS e seus
setores de Perícia Médica na análise das
contestações e recursos referentes ao Nexo
Técnico Previdenciário em suas diversas
espécies, e dá outras providências.

FUNDAMENTAÇÃO LEGAL:
Lei nº 8.212, de 24/7/1091, e alterações
posteriores;
Lei nº 8.213, de 24/7/1991, e alterações
posteriores;
Lei nº 9.784, de 29/1/1999, e alterações
posteriores;
Lei nº 11.430, de 26/12/2006;
Decreto nº 3.048, de 6/5/1999, e alterações
posteriores;
Decreto nº 6.042, de 12/2/2007;
Portaria MPS nº 323, de 27/8/2007, e alterações
posteriores;
Resolução nº 161/INSS/DC, de 22/06/2004;
Instrução Normativa nº 20 INSS/PRES, de
10/10/2007, e alterações posteriores e
Instrução Normativa nº 31 INSS/PRES, de
10/9/2008.

O DIRETOR DE BENEFÍCIOS DO INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO


SOCIAL-INSS, no uso da competência que lhe conferem os incisos I, II e V do art. 13, do Anexo I da
Estrutura Regimental do INSS, aprovada pelo Decreto n° 5.870, de 8 de agosto de 2006,

Considerando o que estabelecem os arts. 19 a 21-A da Lei nº 8.213, de 24 de julho de


1991, na redação dada pela Lei nº 11.430, de 26 de dezembro 2006;

Considerando o disposto nos arts. 336 e 337 do Regulamento da Previdência Social-


RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, com redação dada pelo Decreto nº 6.042,
de 12 de fevereiro de 2007;

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Considerando a necessidade de uniformizar as atividades da Perícia Médica, quanto
aos critérios para as análises técnicas, em todas as instâncias de tramitação, das contestações e recursos
à aplicação do Nexo Técnico Previdenciário,

RESOLVE:

Art. 1º Havendo discordância quanto ao Nexo Técnico Epidemiológico-NTEP entre o


trabalho e o agravo, a empresa poderá requerer a não aplicação do mesmo, no caso concreto, junto à
APS de manutenção do benefício, devendo o mesmo ser protocolizado no Sistema Integrado de
Protocolo da Previdência Social-SIPPS, segundo os prazos:

I – quinze dias após a data para a entrega da Guia de Recolhimento do Fundo de


Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social-GFIP;

II – quando comprovada a impossibilidade de cumprimento do prazo pelo não


conhecimento tempestivo da natureza acidentária do benefício, quinze dias da data para entrega da
GFIP do mês de competência da realização da perícia que estabeleceu o nexo entre o trabalho e o
agravo.

Parágrafo único. A informação quanto à natureza previdenciária ou acidentária do


benefício será disponibilizada para consulta pela empresa no sítio do Ministério da Previdência Social,
por meio do endereço eletrônico www.previdencia.gov.br ou, subsidiariamente, pela Comunicação de
Decisão entregue ao segurado, da qual consta a espécie do nexo técnico aplicada ao benefício e as
possibilidades de manifestação do segurado e do empregador quanto ao nexo. O prazo para
contestação começa a contar na data de ciência de que a concessão do benefício se deu em espécie
acidentária.

Art. 2º O descumprimento do prazo estabelecido pelo art. 1º desta Orientação Interna


ensejará o não conhecimento da contestação em instância administrativa. Neste caso, a APS, em
função da intempestividade do requerimento, emitirá comunicado à empresa (Anexo II).

Parágrafo único. Havendo intempestividade da contestação, não caberá recurso ao


Conselho de Recursos da Previdência Social-CRPS.

Art. 3º O disposto no art. 1º desta Orientação Interna não se aplica ao nexo estabelecido
entre o trabalho e agravos decorrentes dos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza
profissional e/ou do trabalho que constam das listas A e B do Anexo II do Decreto nº 3.048/99,
excluídos os quadros acrescidos à lista B pelo Decreto nº 6.042/07. O nexo decorrente de tais
associações é passível de recurso ao CRPS sem efeito suspensivo, conforme art. 305 do Decreto nº
3.048/99.

Art. 4º O disposto no artigo 1º desta Orientação Interna não se aplica ao nexo individual
por acidente de trabalho típico, acidente de trajeto e por doença equiparada a acidente de trabalho,
conforme incisos do caput do art. 337 do Decreto nº 3.048/99. O nexo decorrente de tais situações é
passível de recurso ao CRPS sem efeito suspensivo, conforme art. 305 do Decreto nº 3.048/99.

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Art. 5º A empresa, no ato do requerimento da não aplicação do nexo epidemiológico,
deverá apresentar documentação probatória, em duas vias, que demonstre que os agravos não possuem
nexo com o trabalho exercido pelo segurado.

§ 1º A não apresentação de documentação probatória acarretará no indeferimento da


contestação, cabendo nestes casos recurso ao CRPS.

§ 2º Serão considerados como documentação probatória as seguintes Demonstrações


Ambientais, entre outras:

I – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais-PPRA;


II – Programa de Gerenciamento de Riscos-PGR;
III – Programa de Controle do Meio Ambiente de Trabalho-PCMAT;
IV – Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional-PCMSO;
V – Laudo Técnico de Condições Ambientais de Trabalho-LTCAT;
VI – Perfil Profissiográfico Previdenciário-PPP;
VII – Comunicação de Acidente de Trabalho-CAT, e
VIII – relatórios e documentos médico-ocupacionais.

§ 3º A documentação deverá obrigatoriamente ser contemporânea à época do agravo,


devendo constar a assinatura do profissional responsável por cada período, devidamente registrado, e
comprovada sua regularidade em seu órgão de classe: número de registro, anotação técnica, ou
equivalente.

Art. 6º O processo físico referente à contestação ao nexo epidemiológico ou recurso aos


nexos profissional/do trabalho e individual, deverá ser encaminhado à Perícia Médica com a
documentação probatória das alegações da empresa para análise formal e, cabendo, análise preliminar
do mérito, na seqüência:

I – o perito médico deverá identificar no Sistema de Administração de Benefícios por


Incapacidade-SABI a espécie de nexo técnico aplicada ao benefício;

II – em caso de nexo técnico profissional/do trabalho ou individual, o processo deverá


ser instruído como recurso à Junta de Recursos do CRPS nos termos dos arts 482 a 516 da Instrução
Normativa nº 20 INSS/PRES, de 10 de outubro de 2007;

III – em caso de nexo técnico epidemiológico, o perito médico deverá observar as


demonstrações ambientais apresentadas pela empresa para a contestação, bem como, a documentação
de habilitação dos responsáveis técnicos na elaboração desses documentos de acordo com o § 3º do art.
5º desta Orientação Interna e § 10 do art. 7º da Instrução Normativa nº 31 INSS/PRES, de 10 de
setembro de 2008. Estando a forma de acordo, procederá à análise preliminar do mérito;

IV – se da análise preliminar se concluir pelo indeferimento da contestação, o parecer


técnico fundamentado emitido pelo perito médico deverá ser relatado no formulário constante do
Anexo VIII, que deverá ser anexado do processo e encaminhado ao Setor Administrativo da APS, que
comunicará à empresa a decisão, por meio de Carta Registrada com Aviso de Recebimento-AR
(Anexo III);

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V – se da análise preliminar resultar tendência de deferimento da contestação, o perito
médico deverá consignar no processo a necessidade de comunicação ao segurado quanto à contestação.
A comunicação ao segurado será efetuada por meio de Carta Registrada com AR (Anexo I),
informando-o sobre a possibilidade de retirada de uma das vias da documentação apresentada pela
empresa para, a seu critério, apresentar contra-razões no prazo de quinze dias;

VI – sendo apresentadas as contra razões, o segurado deverá anexar ao processo a


documentação probatória, bem como apresentar alegações com o objetivo de demonstrar a existência
do nexo entre o trabalho e o agravo;

VII – após o cumprimento dos prazos, o Setor Administrativo da APS encaminhará o


processo à Perícia Médica para análise e emissão de parecer técnico fundamentado;

VIII – o parecer técnico fundamentado emitido pelo perito médico deverá ser relatado
em formulário (Anexo VII ou VIII), que deverá ser anexado ao processo e encaminhado ao Setor
Administrativo da APS, o qual comunicará a decisão, por meio de Carta Registrada com AR, à
empresa (Anexo III) e ao segurado (Anexo IV).

Parágrafo único. A competência para essas análises compõe o conjunto de atividades


para as quais os servidores das carreiras de Perito Médico da Previdência Social e Supervisor Médico
Pericial serão designados pela chefia do SGBENIN, conforme art. 4º da Resolução nº 161 INSS/DC,
de 22 de junho de 2004, não havendo impedimento à realização destas pelo mesmo profissional que
aplicou o nexo técnico quando do exame pericial inicial.

Art. 7º A constatação pela Perícia Médica de indícios de irregularidade deverá ser


oficiada aos órgãos competentes, conforme art. 195 da Instrução Normativa nº 20 INSS/PRES, de
2007 e art. 12 da Instrução Normativa nº 31 INSS/PRES, de 2008:

I – Representação Administrativa-RA, ao Ministério Público do Trabalho-MPT


competente e à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego do MTE, sempre que, em tese,
ocorrer desrespeito às normas de segurança e saúde do trabalho que reduzem os riscos inerentes ao
trabalho ou às normas previdenciárias relativas aos documentos LTCAT, CAT, PPP e GFIP, quando
relacionadas ao gerenciamento dos riscos ocupacionais;

II – Representação Administrativa-RA, aos conselhos regionais das categorias


profissionais, com cópia para o Ministério Público do Trabalho-MPT competente, sempre que a
confrontação da documentação apresentada com os ambientes de trabalho revelar indícios de
irregularidades, fraudes ou imperícia dos responsáveis técnicos pelas demonstrações ambientais de que
trata o § 2º do art. 5º desta Orientação Interna;

III – Representação para Fins Penais-RFP, ao Ministério Público Federal ou Estadual


competente, sempre que as irregularidades previstas neste inciso ensejarem a ocorrência, em tese, de
crime ou contravenção penal;

IV – Informação Médico Pericial-IMP, à Procuradoria Federal Especializada junto ao


INSS na Gerência-Executiva a que está vinculado o Perito Médico da Previdência Social, para fins de
ajuizamento de ação regressiva contra os empregadores, prepostos ou responsáveis, quando identificar
indícios de dolo ou culpa destes, em relação aos acidentes ou às doenças ocupacionais, incluindo o
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gerenciamento ineficaz dos riscos ambientais, ergonômicos e mecânicos ou outras irregularidades
afins.

§ 1º As representações deste artigo deverão ser remetidas por intermédio do SGBENIN.

§ 2º O SGBENIN deverá enviar cópia da representação de que trata este artigo à


unidade local da Secretaria da Receita Federal do Brasil e à Procuradoria Federal Especializada junto
ao INSS.

Art. 8º Das decisões proferidas na análise de contestações ao nexo técnico


epidemiológico caberá interposição de recurso, com efeito suspensivo, ao Conselho de Recursos da
Previdência Social-CRPS, por parte da empresa ou pelo segurado, conforme os seguintes
procedimentos:

I – o prazo para interposição de recurso contra a decisão exarada em contestação do


nexo epidemiológico será de trinta dias contados da ciência da decisão proferida;

II – quando da interposição do recurso, caberá à APS de manutenção do beneficio, por


intermédio do Setor Administrativo, recepcionar a documentação e cadastrá-la no SABI no Módulo de
Atendimento ao Cliente, opção “MARCAR BENEFICIO OBJETO DE CONTESTAÇÃO – NTEP”,
informando a data de recebimento e o número do protocolo do SIPPS. O benefício ficará sob efeito
suspensivo, deixando-se para alterar a espécie após o julgamento do recurso pelo CRPS, quando for o
caso.

§ 1º O recurso da empresa fará com que o benefício acidentário gere efeitos de benefício
previdenciário, isentando-a do recolhimento para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço-FGTS e
com respeito à estabilidade após retorno ao trabalho, em caso de cessação da incapacidade.

§ 2º Caso o segurado apresente os requisitos de carência para reconhecimento do direito


a benefício previdenciário, o auxílio-doença será mantido, cessando-se o benefício caso isto não
ocorra.

§ 3º O recurso do segurado fará com que o benefício previdenciário gere efeitos de


benefício acidentário, obrigando a empresa ao recolhimento para o FGTS e com respeito à estabilidade
após retorno ao trabalho, em caso de cessação da incapacidade.

Art. 9º A documentação recursal poderá ser analisada por apenas um perito médico,
estando vedada a avaliação pelo mesmo servidor que analisou a contestação objeto do recurso,
conforme os seguintes procedimentos:

I – após a análise pericial, será emitido parecer técnico fundamentado, explicitando


quais os novos elementos apresentados embasaram a conclusão pericial, relatado em formulário
(Anexo VII ou VIII), que deverá ser anexado ao processo e encaminhado ao Setor Administrativo da
APS;

II – nas APS que possuem apenas um perito médico, a análise do recurso deverá ser
feita por profissionais de outras APS designados pela Chefia do SGBENIN.

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Parágrafo único. Qualquer que seja a decisão da Perícia Médica, o recurso será
encaminhado à Junta de Recursos-JR.

Art. 10. Dos acórdãos das JR/CRPS referentes ao NTEP caberá interposição de recurso
às Câmaras de Julgamento-CaJ do CRPS por parte dos segurados, dos empregadores e do INSS.

Art. 11. Dos acórdãos das JR/CRPS referentes aos nexos técnicos profissional/do
trabalho e individual, não caberá interposição de recurso às CaJ do CRPS por se tratar de matéria de
alçada.

Art. 12. Este ato tem caráter restrito, destinando-se a disciplinar procedimentos
administrativos de interesse interno, sendo sua publicação, exclusivamente, em Boletim de Serviço-
BS.

BENEDITO ADALBERTO BRUNCA


Diretor de Benefícios
℡ (61) 3313-4402

Publicada no BS nº 189, de 30/9/2008.

Anexo - I Modelo de Ofício de abertura de prazo para contra-razões do segurado


Anexo - II Modelo de Ofício de comunicação à empresa da intempestividade da contestação
Anexo - III Modelo de Ofício de (deferimento/indeferimento) da contestação para a empresa
Anexo - IV Modelo de Ofício de (indeferimento/deferimento) da contestação para o segurado
Anexo - V Modelo de Ofício de (provimento/não provimento) de recurso para o segurado
Anexo - VI Modelo de Ofício de (provimento/não provimento) de recurso para a empresa
Anexo - VII Relatório conclusivo de análise de contestação do nexo técnico epidemiológico –
Deferimento.
Anexo - VIII Relatório conclusivo de análise de contestação do nexo técnico epidemiológico –
Indeferimento.
Anexo - IX Fluxo - I
Anexo - X Fluxo - II
Anexo- XI Fluxo - III

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