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Corrêa
Região
e
Organização
Espacial
7ª Edição
Editora Ática
São Paulo
2000
Sumário
1. Introdução
2. As correntes do pensamento geográfico
o determinismo ambiental
o possibilismo
o método regional
A nova geografia
A geografia crítica
3. Região: um conceito complexo
Região natural e determinismo ambiental
Possibilismo e região
Nova geografia, classes e região
Região e geografia crítica
Região, ação e controle
4. Organização espacial
Organização espacial: uma conceituação
Organização espacial: capital e Estado
Organização espacial: reflexo social
Organização espacial e reprodução
Estrutura, processo, função e forma
Espaço e movimentos sociais urbanos
5. Vocabulário crítico
6. Bibliografia comentada
Referencia bibliográfica de rodapé
1
Introdução
O propósito deste estudo é introduzir o estudante de geografia em dois
conceitos fundamentais: o de região e o de organização espacial. Eles também
são considerados por outras ciências sociais como a sociologia e a economia,
mas não têm nestas a relevância adquirida na geografia. Ao longo da história
da geografia, têm se situado no centro da discussão sobre o seu objeto, e
erigidos na prática como os conceitos de maior importância. Outros conceitos
podem ser considerados, a nosso ver, de menor importância, tais como
posição geográfica e sítio.
Os conceitos de região e de organização espacial são básicos para se
compreender o caráter distinto da geografia no âmbito das ciências sociais,
indicando a via geográfica de conhecimento da sociedade, quer dizer, das
relações entre natureza e história. A discussão destes termos, por outro lado,
pressupõe que se tenha uma certa informação da evolução do pensamento
geográfico desde, pelo menos, o final do século XIX, quando a geografia
assume o caráter de disciplina acadêmica, dotada de um processo de mudança
de paradigmas que se insere no bojo da história.
O presente estudo compõe-se de três partes. A primeira delas procura
situar o leitor em termos de como se pensa a geografia nesse espaço de
tempo. Esta parte tem o caráter de introdução às outras duas, procurando
colocar em evidência os modelos geográficos básicos, dentro dos quais se
discutem os conceitos de região e de organização espacial. Assim, não se trata
da apresentação das correntes de pensamento geográfico de per si, pois elas
têm como foco os dois conceitos-chave de que estamos tratando. Para este
assunto de vital importância na formação do geógrafo e do professor de
geografia, sugerimos que se leia o livro de Antonio Carlos Robert Moraes
(1981). A "Bibliografia comentada" cobre, por outro lado, a história do
pensamento geográfico com certa profundidade.
A segunda parte aborda os diversos conceitos de região, enquanto a
terceira apresenta a questão da organização espacial. Constituem o centro
deste estudo. Ao final, muitas questões terão sido levantadas e ficarão sem
respostas. Em parte esta é a nossa intenção. E tem como finalidade o
aprofundamento das discussões sobre os conceitos de região e organização
espacial.
2
As correntes do pensamento geográfico
No nosso entender, as principais correntes de pensamento geográfico
ou paradigmas da geografia são os seguintes: o determinismo ambiental, o
possibilismo, o método regional, a nova geografia e a geografia crítica. Foram
formalmente explicitadas a partir do final do século XIX, constituindo uma
seqüência histórica de incorporações de práticas teóricas, empíricas e políticas
que, não excluindo nenhuma delas, apresenta a cada momento um ou dois
padrões dominantes. Assim, o determinismo ambiental e, menos ainda, o
possibilismo não desapareceram totalmente, mas perderam o destaque,
sobretudo o determinismo ambiental. Por outro lado, a geografia crítica é o
último modelo a ser incorporado, passando a coexistir conflitivamente com os
outros, principalmente a nova geografia.
Estas tendências estão fundamentadas, de um modo, na consideração
da geografia como um saber calcado em uma das três abordagens: o estudo
das relações homem/meio, o de áreas e os locacionais. Adicionalmente, tem
sido adotada uma combinação de duas ou três das abordagens acima
referidas. De outro, as correntes fundamentam-se em diferentes métodos de
apreensão da realidade.
Entre eles, destaca-se o positivismo, quer na sua versão clássica, quer
na do positivismo lógico. O materialismo histórico e a dialética marxista, que
dão base ao segmento mais importante da geografia crítica, são métodos de
incorporação recente à geografia. Subjacente a todos os paradigmas há um
denominador comum: a geografia tem suas raízes na busca e no entendimento
da diferenciação de lugares, regiões, países e continentes, resultante das
relações entre os homens e entre estes' e a natureza. Não houvesse
diferenciação de áreas, para usar uma expressão consagrada, certamente a
geografia não teria surgido. Estamos falando, pois, do cerne da geografia,
ainda que o seu significado não tenha sido sempre o mesmo. Os conceitos de
região e organização espacial estão vinculados a esta idéia básica em
geografia.
o determinismo ambiental
o possibilismo
o método regional
A nova geografia
Após a 2ª Guerra Mundial, verifica-se uma nova fase de expansão
capitalista. Ela se dá no contexto da recuperação econômica da Europa e da
"guerra fria", envolvendo maior concentração de capital e progresso técnico,
resultando na ampliação das grandes corporações já existentes. Esta
expansão defronta-se, ainda, com o desmantelamento dos impérios coloniais,
sobretudo a partir dos anos 60.
Não se trata mais de uma expansão marcada pela conquista territorial,
como ocorreu no final do século passado; ela se dá de outra maneira e traz
enormes conseqüências, afetando tanto a organização social como as formas
espaciais criadas pelo homem.
Uma nova divisão social e territorial do trabalho é posta em ação,
envolvendo introdução e difusão de novas culturas, industrialização,
urbanização e outras relações espaciais. As regiões elaboradas anteriormente
à guerra são desfeitas, ao mesmo tempo que a ação humana, sob a égide do
grande capital, destrói e constrói novas formas espaciais, reproduzindo outras:
rodovias, ferrovias, represas, novos espaços urbanos, extensos campos
agrícolas despovoados e percorridos por modernos tratores, shopping centers
etc. Trata-se de uma mudança tanto no conteúdo como nos limites regionais,
ou seja, no arranjo espacial criado pelo homem.
Estas transformações inviabilizariam os paradigmas tradicionais da
geografia - o determinismo ambiental, o possibilismo e o método regional -,
suscitando um novo, calcado em uma abordagem locacional: o espaço alterado
resulta de um agregado de decisões locacionais.
A geografia que surge em meados da década de 50, conhecida como
nova geografia, tem um papel ideológico a ser cumprido. É preciso justificar a
expansão capitalista, escamotear as transformações que afetaram os gêneros
de vida e paisagens solidamente estabelecidas, assim como dar esperanças
aos "deserdados da terra", acenando com a perspectiva de desenvolvimento a
curto e médio prazo: o subdesenvolvimento é encarado como uma etapa
necessária, superada em pouco tempo. A teoria dos pólos de desenvolvimento
é um dos melhores exemplos desta ideologia.
A nova geografia nasce simultaneamente na Suécia, na Inglaterra e nos
Estados Unidos, neste último país como uma ferrenha crítica à geografia
hartshorniana. Adota uma postura pragmática que se associa à difusão do
sistema de planejamento do Estado capitalista, e o positivismo lógico como
método de apreensão do real, assumindo assim uma pretensa neutralidade
científica.
Ao contrário do paradigma possibilista e da geografia hartshorniana, a
nova procura leis ou regularidades empíricas sob a forma de padrões
espaciais. O emprego de técnicas estatísticas, dotadas de maior ou menor grau
de sofisticação - média, desvio-padrão, coeficiente de correlação, análise
fatorial, cadeia de Markov etc. -, a utilização da geometria, exemplificada com a
teoria dos grafos, o uso de modelos normativos, a adoção de certas analogias
com as ciências da natureza e o emprego de princípios da economia burguesa
caracterizam o arsenal de regras e princípios adotados por ela. É conhecida
também como geografia teorética ou geografia quantitativa.
A nova geografia considera a região um caso particular de classificação,
tal como se procede nas ciências naturais. E toda discussão sobre região no
seu âmbito corresponde a uma crítica aos conceitos derivados do determinismo
ambiental e do possibilismo. O conceito de organização espacial tem todas as
condições para aparecer na nova geografia. Pois o rápido processo de
mudança locacional que se verifica no pós-guerra, afetando o arranjo sobre a
superfície da Terra das formas criadas pelo homem, e envolvendo vultosos
recursos, suscita a questão da eficiência máxima de cada localização
rearranjada. Eficiência máxima, naturalmente, na ótica do capital.
Desenvolve-se o conceito de organização espacial entendido como
padrão espacial resultante de decisões locacionais, privilegiando as formas e
os movimentos sobre a superfície da Terra (interação espacial)4.
Surge também na França, onde, a nosso ver, estava latente no
pensamento vidaliano. Mas não dentro da nova geografia, tal como era definida
nos países anglo--saxões e na Suécia, e sim numa geografia econômica e
aplicada, em cujo centro situa-se Pierre George e a política de aménagement
du territoire 5.
A geografia crítica
Possibilismo e região
Convém frisar que a divisão lógica tem sido muito pouco empregada na
nova geografia, porque esta fundamentou o conhecimento da realidade a partir
de uma' trajetória ascendente, do indivíduo para o todo, pelo segundo dos
modos referidos, o agrupamento. Contudo, um exemplo clássico do uso da
divisão lógica é o das regiões naturais de Herbertson.
O agrupamento ou classificação indutiva caracteriza-se pelo fato de
partir-se do indivíduo (lugar, município) e, progressivamente, por agregação,
que implica a perda de detalhes ou generalização crescente, chegar-se ao
todo.
O procedimento por sínteses sucessivas, ao contrário da divisão lógica, não
pressupõe conhecimento prévio do todo, que pode ser obtido
indutivamente,agregando-se, pouco a pouco, o conhecimento sobre as partes.
A figura 4 representa um esquema de agrupamento. Existem, no exemplo, 8
indivíduos que constituem o agrupamento mais inferior, de 1ª ordem.
Possuindo características comuns, são agrupados em 4 classes de áreas ou
agrupamento de 2ª ordem, que por sua vez agrupam-se em 2 classes de 3ª
ordem. No passo seguinte, chega-se ao todo.
capaz de opor
Para ele, se não há uma elite regional capaz de opor a aludida resistência,
então não existe região.
4
Organização espacial
Na discussão sobre a natureza da geografia, a questão mais central,
persistente e polêmica é a de seu objeto. Está presente em Ratzel, Vidal de Ia
Blache, Hartshorne, na nova geografia e na geografia crítica. O objeto é a
paisagem, a região, o espaço? Ou será outra coisa? Acreditamos que para se
responder a esta pergunta há que se discutir antes o que é uma ciência social,
pelo menos no que diz respeito ao seu objeto.
A história, a antropologia, a economia, a geografia e a sociologia, entre
outras ciências sociais, estudam a sociedade. Esta é muito complexa,
multifacetada, sendo constituída por elementos como as classes sociais, as
artes, a cidade, o campo, o Estado, os partidos políticos, as religiões etc. Os
numerosos componentes da sociedade estão articulados, imbricados de tal
modo, que se fala de uma totalidade social, cuja complexidade abarca as
contradições internas e o movimento de transformação. Assim, torna-se difícil a
compreensão da sociedade a partir de uma única ciência social concreta,
capaz de analisar detalhadamente todos os seus elementos, bem como as
suas possíveis articulações.
Dada a dificuldade de se estudar a totalidade social em sua
abrangência, verifica-se uma divisão do saber, originando diferentes ramos. É
preciso, no entanto, deixar claro que não estamos falando de uma
compartimentação positivista, onde cada ciência tem seu próprio objeto,
achando-se separada das outras. No caso, as ramificações têm um objeto
comum, a sociedade, analisada à luz de uma mesma teoria, fundamentada no
materialismo histórico. O objeto da geografia é a sociedade, e não a paisagem,
a região, o espaço ou outra coisa qualquer.
A análise da sociedade, no entanto, é feita a partir de diversos ângulos.
A história, a antropologia, a economia, a geografia e a sociologia estudam-na
nesta perspectiva: o mesmo objeto é estudado, ou seja, objetivado,
diferentemente. É esta objetivação que as distingue entre si.
Como a geografia objetiva o estudo da sociedade? Ou seja, qual é a
objetivação da geografia que, sem deixar de ser uma ciência social, distingue-
se da história, antropologia, economia e sociologia, todas elas também ciências
sociais?
O longo processo de organização e reorganização da sociedade deu-se
concomitantemente à transformação da natureza primitiva em campos,
cidades, estradas de ferro, minas, voçorocas, parques nacionais, shopping
centers etc. Estas obras do homem são as suas marcas apresentando um
determinado padrão de localização que é próprio a cada sociedade.
Organizadas espacialmente, constituem o espaço do homem, a organização
espacial da sociedade ou, simplesmente, o espaço geográfico. A objetivação
do estudo da sociedade pela geografia faz-se através de sua organização
espacial, enquanto as outras ciências sociais concretas estudam-na através de
outras objetivações.
Resumindo, o objeto da geografia é, portanto, a sociedade, e a geografia
viabiliza o seu estudo pela sua organização espacial. Em outras palavras, a
geografia representa um modo particular de se estudar a sociedade.
Mas a organização espacial configura apenas uma objetivação, o modo
geográfico de se ver a totalidade social? É isto mas, ao mesmo tempo,
expressa um fenômeno da sociedade. Neste sentido, a organização espacial é
também um objeto, uma materialidade social.
Como materialidade, a organização espacial é uma dimensão da
totalidade social construída pelo homem ao fazer a sua própria história. Ela é,
no processo de transformação da sociedade, modificada ou congelada e, por
sua vez, também modifica e congela. A organização espacial é a própria
sociedade espacializada.
A organização espacial, enquanto objetivação e materialidade social, só
muito recentemente tem merecido uma atenção explícita, a nível teórico, por
parte dos geógrafos. A nossa intenção é resgatar o que é importante neste
conceito-chave para a geografia e a sociedade. Estamos, evidentemente, longe
de esgotar o assunto. Consideraremos, em termos de organização espacial, os
seguintes tópicos: uma proposição conceitual; suas ligações com o capital e o
Estado; vista como reflexo social; sua condição para o futuro; estrutura,
processo, função e forma, ou seja, suas categorias de análise e suas relações
com os movimentos sociais urbanos. Estes temas não são mutuamente
excludentes. Ao contrário, complementam-se. Organização espacial e
percepção, organização e comportamento espacial, espaço, sentimento e
simbolismo não serão abordados no presente trabalho.
6
Bibliografia comentada
CHRISTOFOLETTAI,ntonio, org. Perspectivas da geografia.São Paulo, DIFEL,
1982.
Coletânea de artigos relativos às várias correntes do pensamento geográfico,
incluindo a geografia humanística e a visão idealista em geografia, correntes
recentes, posteriores à nova geografia, e que neste trabalho não foram
consideradas. Inclui um artigo clássico de Paul Vidal de Ia Blache sobre a
natureza da geografia.
CLAVAL,Paul. Evolución de Ia geografia humana. Barcelona, Oikos-Tau, 1974.
Esse livro trata da história do pensamento geográfico desde o aparecimento do
determinismo ambiental até à nova geografia, constituindo-se em obra de
referência básica.
HARTSHORNER, Richard. Propósitos e natureza da geografia. (Trad. Thomaz
Newlands Neto). São Paulo, HUCITEC, 1978.
Trata-se da segunda grande obra de Hartshorne, constituindo-se em uma
réplica aos críticos de sua grande obra The Nature of Geography de 1939.
Neste livro, Hartshorne ratifica a defesa da geografia e do método regional, do
caráter único dos lugares, e da impossibilidade de elaboração de leis em
geografia.
HARVEY,David. Explanation in Geography. London, Edward Arnold, 1969.
É o mais importante livro sobre a nova geografia, fornecendo suas bases
filosóficas e metodológicas. É de fundamental importância para quem quiser
aprofundar-se na questão da transposição do positivismo lógico e da teoria dos
sistemas para a geografia.
JAMES,Preston E. A Possible Worlds; a History of Geographic Ideas. New
York, The Odyssey Press, 1972.
Uma das maisabrangentes obras, ainda que descritiva, sobre a história do
pensamento geográfico, sendo fonte de consulta obrigatória a respeito de
períodos, autores e "escolas nacionais" de geografia. Estende-se da
Antigüidade Clássica ao início da década de 70. Inclui vastíssima bibliografia e
um útil índice comentado de geógrafos de todo o mundo.
LACOSTE,Yves. A geografia serve antes de mais nada para fazer a guerra.
Lisboa, Iniciativas Editoriais, 1976.
Este livro tece uma crítica à geografia dos professores e ao caráter ideológico,
de um modo geral, da geografia. Trata-se de uma das mais profundas críticas à
escola vidaliana de geografia, pondo em questão, entre outros aspectos, o
conceito de região.
MEGALE,Januário Francisco, org. Max. Sorre. São Paulo, Ática, 1984. (Col.
Grandes Cientistas Sociais, 46.)
Coletânea de artigos e capítulos de livros do geógrafo francês Maximilien
Sorre. Faz parte da Coleção Grandes Cientistas Sociais que incluirá, entre
outras, aquelas relativas a Humboldt, Ritter, Ratzel, Vidal de Ia Blache e Sauer.
É indispensável a sua leitura, pois trata-se de uma ida às fontes, de se ler o
que os grandes nomes da geografia escreveram.
MORAES,Antonio Carlos Robert. Geografia – pequena história critica. São
Paulo, HUCITEC, 1981.
Trabalho de natureza crítica sobre a história do pensamento geográfico;
estende-se de Humboldt e Ritter à geografia crítica. Extremamente útil para
aqueles que queiram situar a geografia histórica e geograficamente.
------ & COSTA,Wanderley Messias da. Geografia crítica: a valorização do
espaço. São Paulo, HUCITEC, 1984.
Este livro é extremamente importante porque procura repensar o "temário
geográfico à luz do materialismo histórico e dialético". A questão do espaço,
vista a partir da teoria do valor, é o tema central do livro: os autores
apresentam e discutem os conceitos de valor no e do espaço.
MOREIRA,Ruy. O que é geografia. São Paulo, Brasiliense, 1981.
Pequeno e rico trabalho sobre a geografia vista de um ângulo crítico. Contém
uma história da geografia, discutindo ainda a questão do espaço.
------, org. Geografia, teoria e critica: o saber posto em questão. Petrópolis,
Vozes, 1982.
Coletânea de artigos de geógrafos brasileiros abordando a geografia a partir de
uma visão crítica. O livro está dividido em duas partes, a primeira fazendo a
crítica teórica, e a segunda a releitura da sociedade. Contém o artigo de Ruy
Moreira "A geografia serve para desvendar máscaras sociais", contribuição
básica para se pensar a organização espacial.
------,o movimento operário e a questão cidade-campo no Brasil; estudo sobre
sociedade e espaço. Petrópolis, Vozes, 1985.
Estudo sobre as relações entre a organização espacial e a sociedade
brasileira. O primeiro capítulo é particularmente relevante para uma iniciação
crítica sobre o conceito de organização espacial.
QUAINI,Massimo. Marxismo e geografia. Trad. Liliana Laganá Fernandes. Rio
de Janeiro, Paz e Terra, 1979.
Este livro aborda as relações entre o marxismo e a geografia, sendo uma fonte
de reflexão centrada no eixo natureza-história.
SANTOS,Milton. Por uma geografia nova; da crítica da geografia a uma
geografia crítica. São Paulo, HUCITEC, 1978.
Trata-se de obra fundamental para a "renovação crítica" da geografia. A
primeira parte aborda criticamente a história da geografia, e a segunda discute
a questão do espaço, que para o autor constitui uma instância da sociedade. A
terceira parte é uma proposta de geografia crítica.
------, Espaço e sociedade. Petrópolis, Vozes, 1979.
Conjunto de ensaios em que o autor aborda as relações entre espaço e
sociedade, privilegiando, de certo modo, os países subdesenvolvidos. Contém,
entre outros, o artigo "Sociedade e espaço: a formação social como teoria e
como método", de fundamental importância para se compreender a natureza
da organização espacial.
------, org. Novos rumos da geografia brasileira. São Paulo, HUCITEC, 1982.
Coletânea de artigos de geógrafos brasileiros tratando criticamente questões
geográficas, tanto no plano teórico como considerando o espaço brasileiro.
Contém, entre outros, os artigos de Manuel Correia de Andrade, "O
pensamento geográfico e a realidade brasileira", e o de Ruy Moreira,
"Repensando a geografia", outro artigo importante para a compreensão da
organização espacial.
------. Espaço e método. São Paulo, Nobel, 1985.
Conjunto de ensaios escritos em sua quase totalidade na década de 80,
abordando a natureza e o conceito de espaço. Os elementos do espaço, suas
categorias de análise, a dimensão temporal e os sistemas espaciais no
Terceiro Mundo, e as relações entre espaço e capital, são alguns dos temas
abordados.
SODRÉ,Nelson Werneck. Introdução à geografia: geografia e ideologia.
Petrópolis, Vozes, 1976.
Estudo crítico sobre a história da geografia desde a Antigüidade até a
geopolítica dos anos 30.