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J RAMOS SEMIOTÉCNICA DA OBSERVAÇÃO CLINICA

mentos propedêuticos pesquisados. Porém, na


grande maioria das vezes, o exame físico afirma
e acrescenta elementos propedêuticos que vão
servir no final da observação clínica para formar
os diagnósticos funcionais, anatômicos e etioló-
gicos mais pormenorizados e, é lógico, mais:
completos.
Assim, os diagnósticos funcionais de insu-
ficiência cardíaca congestiva é afirmada pela
Assim então, para cada órgão ou aparelho, existência da congestão passiva dos pulmões,
os exemplos se multiplicam e todos serão bas- do fígado aumentado de tamanho, pela pre-
tante, e na grande maioria das vezes, suficien- sença de edema nos membros inferiores e na

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temente informativos, de modo a fornecer os ele- região sacro-lombar, pela estase jugular pulsátil
mentos imprescindíveis para a interpretação fi- bilateral, a taquicardia ou outra arritmia
siopatológica e propedêutica. É por isso que foi importante sob o aspecto fisiopatológico e hemo-
afirmado e dada a justa ênfase, logo na apresen- dinâmico, pelo galope protodiastólico, etc, e o
tação do HPMA, do grande valor deste método exame físico complementará e pormenorizar,
propedêutico QUE O MÉDICO EXERCITA E O definindo a classe clínico-propedêutica dessa insu-
TORNA CADA VEZ MAIS COMPLETO DU- ficiência cardíaca, ou seja, de reserva cardíaca
RANTE TODA A SUA VIDA PROFISSIO- grau IV como é o exemplo, ou em III, II ou I
NAL, ILUSTRADO PELOS CONHECIMEN- (ver Síndromes Cárdio-Vasculares).
TOS SEMPRE ATUALIZADOS DE FISIOPA-
TOLOGIA, E PELA VIVÊNCIA CLÍNICA A eólica biliar com urinas colúricas terá
TANTO MAIS PROVEITOSA E EFICIENTE afirmado o diagnóstico funcional de icterícia
QUANTO MAIS SEJA FUNDAMENTADA EM colestática, pela verificação amarela ou amarelo-
PRINCÍPIOS CIENTÍFICOS. esverdeada da pele e das mucosas, e, se a regra de
Courvoiser-Terrier for negativa ao exame físico
Está bem claro e concludente que NÃO É (ver Síndromes Biliares), o diagnóstico de
POSSÍVEL A PRÁTICA E O ENSINO DA icterícia colestática está confirmado, e sugerido
CLÍNICA PROPEDÊUTICA SEM OS CONHE- o diagnóstico anatômico de obstrução coledocea-
CIMENTOS DE FISIOPATOLOGIA, PEDA- na provavelmente por litíase coledoceana, cálculo
GÓGICA E DIDATICAMENTE ENGAJADOS este emigrado da vesícula biliar.
EM RELAÇÃO COM A PROPEDÊUTICA
FUNCIONAL E COM A PROPEDÊUTICA O diagnóstico etiológico, quando é possível
FÍSICA. ser feito, também decorre das informações posi-
tivas dos antecedentes fisiológicos e anatômicos
3 — Diagnósticos funcionais, anatômicos e do órgão ou aparelho doente, da existência de
etiológicos. elementos epidemiológicos nos antecedentes mór-
Já no curso do raciocínio interpretativo dos bidos ou patológicos do paciente, da procedência
sintomas e das síndromes, e mais os conheci- do mesmo, ou dos elementos de patologia geo-
mentos de patologia, de clínica e de epidemio- gráfica concernentes àquela doença ou àqueles
logia, os diagnósticos já se vão formulando na diagnósticos anatômicos e funcionais formulados.
seqüência da anamnese quando semiotécnica
Assim, os sintomas ou a síndrome de insu-
mente bem dirigida e obtida.
ficiência cardíaca congestiva em um paciente
Na grande maioria das vezes, os diagnósticos que já esteja no grupo etário das manifestações
funcionais, são definitivamente formulados no" sintomáticas da ateroesclerose (50 anos em dian-
HPMA e no IDA, e o exame físico afirma a
te, embora possa já existir mais cedo), sem
sua existência, porém somente a anamnese é
que está capacitada a informar sobre a evo- passado de moléstia de Chagas, sem passado
lução funcional (e também anatômica nos casos reumático ou sifilítico, sem passado esquistosso-
orgânicos), correspondendo à história natural da mótico ou de bronquite crônica ou bronco-pneu-
doença em causa. mopatia crônica, é lícito sugerir que a miocar-
Os diagnósticos anatômicos, também já são diopatia ou mais especificamente a miocárdioes-
sugeridos c muitas vezes afirmados durante a clcrose (diagnóstico anatômico), seja resultante
própria anamnese e o exame físico afirmará da ateroesclerose coronariana com insuficiência
ou infirmará, modificando-os, conforme os ele- coronariana crônica.

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ANAMNESE JRAMOS

A síndrome de hipertensão porta cm paciente sintomas são apenas ainda dependentes de uma
procedente de zona endêmica de esquitossomose, angústia fisiológica, (a que qualquer um de nós
não só formula o diagnóstico anatômico de "fi- tem em qualquer momento, episodicamente de
brose hepática com hipertensão porta e esple- uma situação de DEPENDÊNCIA E INSEGU-
nomegalia congestiva" como sugere fortemente RANÇA), ou se já estão estruturados em angús-
a etiologia esquistossomótica. Sc, porém, não tia patológica duradoura e permanente, com
existe esta informação da patologia e da epi- remissões e recrudescimentos, que constitui o
demiologia geográficas, e o paciente tenha tido substrato dos diferentes tipos de neuroses.
uma doença febril cm passado recente ou re- A dispnéia "suspirosa", expressão episódica
moto, com icterícia colestática, e continuou a ou permanente de conflitos emocionais por an-
icterícia com ou sem a existência de ascite ou sinais gústia fisiológica, ou já da angústia patológica,
de esplenomegalia congestiva ao exame físico, é freqüentemente confundida com as dispnéias
existe também circulação colateral venosa tipo dependentes de distúrbios fisiopatológicos da

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porta, o diagnóstico anatômico que se impõe, ventilação brônquica, bronquiolar ou naso-larin-
ou de grande probabilidade, é o de cirrose pós- géia, ou da própria insuficiência cardíaca con-
necróüca, com evolução fisiopatológica colestática gestiva, ou de estados metabólicos vários como
por colangite associada, e também, de hipertensão o das anemias, das hipoproteinemias, da caque-
porta, e a etiologia foi a pregressa hepatite xia, etc, etc.
infecciosa a vírus.
É necessário o cuidado do inquérito anam-
Os sintomas das síndromes hiperestênicas néstico, semiotecnicamente bem formulado, para
das úlceras gastro-duodenais não terão um fator discernir todas essas diferentes condições
etiológico, porém, em seu lugar serão apontados patológicas.
os fatores condicionantes, como o fator da mas-
tigação defeituosa, o psiconeurogênico, o hormo-
nal, o fator vascular átero-esclerótico, o fator O dolorimento precordial, a "pontada" pre-
constitucional de família de ulcerosos, etc, etc. cordial, a constrição precordial, com ou sem
palpitações das "crises de angústia" (ver Psi-
O câncer de pele terá como fatores, na quismo em IDA), são facilmente identificados
etiologia, ou dcsencadeantes, a pele xerodérmica, c diagnosticados como um diagnóstico funcional
que é constitucional, e os raios ultra-violeta da de "angústia patológica", compondo uma das
irradiação solar. O câncer do pênis ou do colo formas de neurose, e assim afastando-se as dores
do útero das mulheres tem como principal ele- précordiais dependentes de alterações anatômicas
mento a excitação química do esmegma mas- ou orgânicas do coração por insuficiência coro-
culino, ao lado da constituição, e daí porque nariana ou por pericardite, ou por fibrosites ou
sob o aspecto da patologia geográfica e epide- miofibrosites do tegumento ou dos músculos
miológica esses dois cânceres serem considerados intercostais da região precordial.
excepcionais, praticamente inexistentes, nos israe-
litas, porque o esmegma não se forma, pela As parestesias psicógenas, não neurogêni-
obrigatoriedade da circuncisão determinada por cas, compõem, também, o grupo das angústias
sua religião. patológicas, e desde que a anamnese seja bem
Esses poucos exemplos foram sucintamente conduzida, na grande maioria dos casos, facil-
referidos, mais com a intenção de sistematizar mente se determinará a sua procedência, ou o
o EXERCÍCIO do raciocínio do estudante e do diagnóstico funcionai psicógeno, afastando a
médico prático, no processo de avaliação da origem neurogênica ou vascular periférica arterial
ANAMNESE, existindo, é lógico, uma multidão ou venosa, pelos sintomas correlatos e que serão
de exemplos para cada órgão ou aparelho da afirmados ou endossados pela propedêutica física.
economia. Terminada a HPMA ou toda a ANAMNE-
Na propedêutica da própria psique, existe SE, a prática disciplinada do raciocínio prope-
a necessidade de pormenorizada anamnese para dêutico nos itens: CRITICA PROPEDÊUTICA,
a formulação dos diagnósticos funcionais c etio- INTERPRETAÇÃO FISIOPATOLÓGICA E
lógicos, e também dos anatômicos, quando se PROPEDÊUTICA DOS SINTOMAS E DAS
consideram as psicopatias orgânicas. Porém, na SÍNDROMES, E A SUGESTÃO OU A PRO-
clínica não especializada, e justamente é aquela BABILIDADE DA ETIOLOGIA, o EXAME
que é primeiramente procurada pelos pacientes, FÍSICO, E DEPOIS, E SÓ DEPOIS, OS EXA-
esses sintomas precisarão ser devida e conve- MES SUBSIDIÁRIOS serão requeridos e exe-
nientemente analisados e interpretados para não cutados no sentido de AFIRMAR, ENDOSSAR,
confundir com doenças orgânicas de outros apa- COMPLEMENTAR OU INFIRMAR OS DIAG-
relhos ou sistemas, e também, verificar se esses NÓSTICOS FUNCIONAIS, ANATÔMICOS E
ETIOLÓGICOS.

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