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Introdução
“Falar em amálgamas entre psicanálise e neurociência ignorando-se que por detrás destes
termos estão embutidas complexas cadeias conceituais com intrincados níveis de coerência
interna é uma pretensão insustentável; por outro lado, um diálogo interdisciplinar entre
ambos os campos pode ser fecundo, mas isto não implica, em hipótese alguma, autorizar a
emissão de generalizações totalizante mediante articulações arbitrárias.”(Guerra e Xavier,
2008 )
Diante deste cenário, esse artigo destina-se a avaliar a validade do projeto de Neuro-
psicanálise de Kaplan Solms e Solms (2004), através do exame da leitura que autores fazem
do campo psicanálico, da natureza epistemológica dos conceitos freudianos e dos objetos
por eles construídos, além do exame das “investigações neuro-psicanalíticas” promovida
pelos autores e colegas.Não se trata de exaustiva discussão da possibilidade e da validade
epistemológica da articulação entre psicanálise e neurociências, mas atraves de um exame
de um projeto de fusão dos dois campos, levantar os problemas centrais da articulação entre
essas duas áreas de racionalidades tão distintas e a esterilidade e “impostura intelectual”
que uma leitura reducionista dos conceitos psicanalíticos pode levar.
Primeiro,faz-se necessário um rápido exame da constituição da clínica picanalítica e
da teoria metapsicológica, focando as singularidades do saber e prática da psicanálise os
problemas epistemológicos inerentes a sua formação.
Psicanálise