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A Soberba e o Pecado Mortal

- por René Burkhardt | 24 de Novembro de 2010

“Disse a serpente à mulher: ‘Certamente não morrerão! Deus sabe que, no dia em
que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês serão como Deus, conhecedores
do bem e do mal’" (Gn 3.4-5)

E, então, “quando a mulher viu que a árvore parecia... desejável para dela se obter
discernimento” e que, portanto, se tornaria igual a Deus, ela deixou de crer que Deus era o
Pai Criador, passou a achar que ela se tornaria uma deusa, com poder sobre sua própria vida
e sobre todas as coisas, e seu marido concordou com ela e pensou o mesmo sobre si.

A SOBERBA

A soberba do homem gera incredulidade, que, por sua vez, gera a morte do homem.

Muitos “apedrejam” Adão e Eva, por terem provocado a queda do homem e suas terríveis
conseqüências, que observamos em nosso dia a dia, onde o mal parece prevalecer. No
entanto, ao longo de nossas vidas, todos nós mostramos que faríamos o mesmo que eles.
Afinal, antes de darmos permissão para que o Espírito Santo aja em nossa vida, moldando o
nosso caráter, nos aperfeiçoando, sempre agimos com a mesma soberba do primeiro casal.

Desde cedo, queremos ser o centro das atenções, queremos ser adorados por nossas
qualidades e capacidades. Queremos ser deuses! Da pessoa mais famosa à mais
desconhecida, da mais poderosa à menos favorecida, todos agimos com soberba, senão em
tudo, pelo menos, em alguma área de nossa vida.

Há muitos exemplos disso, em todas as esferas da vida: quando crianças, queremos que
todos pensem que somos o melhor filho, o melhor aluno, o melhor esportista, a criança mais
sábia, a mais espetacular! Por quê? Porque queremos ser adorados como deuses! É como se
quiséssemos que todos se curvassem diante de nós, reconhecendo nossa grandeza. Mesmo
crianças “quietinhas”, que não participam da folia das outras crianças, estão chamando
atenção para si, querendo que todos reconheçam sua maturidade precoce, ou que são
coitadinhas tratadas injustamente e que, na verdade, são merecedoras de um tratamento
muito superior ao que têm, porque são muito superiores ao que parecem ser.

Ao longo dos anos, essa atitude vai sendo aperfeiçoada, mediante a experiência de vida, que
mostra quais caminhos são mais eficientes para essa conquista. Então se chega à fase adulta
com uma “personalidade” formada: alguns fingem humildade, sentindo pena de si mesmos,
por não terem alcançado o patamar de vida que pensam merecer, afinal, são deuses! Estas
pessoas tentam convergir para si a atenção e a adoração de todos, por parecerem frágeis e
discriminadas, quando deveriam ser o centro do universo.

Outros se esforçaram de tal forma, que conseguiram se destacar na atividade que


escolheram para serem superiores. Estes, não mediram esforços, ao longo de suas vidas,
para atingirem seu objetivo de serem adorados como deuses! Afinal, o que leva alguém a
querer ser o melhor em alguma coisa? É para o bem comum? É para benefício dos outros?
Não, nunca! É para benefício próprio, para ser adorado, reconhecido como o superior!

Em todas essas coisas, o ser humano experimenta da sua própria árvore do conhecimento do
bem e do mal. Em todas essas coisas, o ser humano crê que sua atitude, sua opção de vida,
seu próprio esforço, o tornará semelhante ao Altíssimo. Em todas essas coisas, o ser humano
deixa de crer na Palavra do Senhor: “Eu sou o Senhor, teu Deus Pai e Criador! Não há outro
deus semelhante a Mim!”. E esta incredulidade gera a morte!
O PECADO MORTAL

João disse: “Há pecado que leva à morte” (1Jo 5.16). E é bem provável que, ao dizer isto,
ele se reportava à palavra de Jesus: “Por esse motivo eu lhes digo: todo pecado e blasfêmia
serão perdoados aos homens, mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Todo
aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado, mas quem falar
contra o Espírito Santo não será perdoado, nem nesta era nem na era que há de vir” (Mt
12.31-32).

Aqui, o Senhor está dizendo que existe um pecado que, inevitavelmente, levará à morte,
quando cometido. Mas, se Jesus morreu por nossos pecados, se é Ele que nos purifica e
lança para trás de Si toda a nossa iniqüidade, como pode haver, ainda, uma possibilidade de
cometermos um erro que não permita que sejamos salvos?

Voltando no tempo, vemos o Espírito Santo afirmar através de Joel: “derramarei o meu
Espírito sobre toda a carne... até sobre os servos e sobre as servas derramarei o meu
Espírito naqueles dias” (2.28-29). Era uma profecia sobre o final dos tempos, mas Pedro, em
seu primeiro discurso, afirmou que ela já começava a se cumprir naquele momento, naquele
dia de Pentecostes.

Isto quer dizer que o Espírito do Senhor está junto de todas as pessoas, de todos os povos,
do mundo inteiro. E sabemos da função do Espírito: “lhes ensinará todas as coisas e lhes
fará lembrar tudo o que eu lhes disse”; “convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
juízo”; “ele os guiará a toda a verdade”; “lhes anunciará o que está por vir”; “receberá do
que é meu e o tornará conhecido a vocês”, assim como a distribuição de dons para a Igreja.
E Isaías esclarece como o Espírito fala com as pessoas: “Quer você se volte para a direita
quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: ‘Este é o caminho; siga-o’" (30.21).

Em outras palavras, o Espírito Santo orienta a todas as pessoas, em todo o tempo. Em todas
as opções que o ser humano está para fazer, o Espírito lhe diz qual o caminho certo a seguir.
Ele sempre torna conhecida a vontade de Deus para a pessoa, a cada passo no caminho da
vida. Podemos, até, tomar a ilustração dos desenhos animados e dos filmes, onde aparece
um “anjinho” e um “diabinho” falando aos ouvidos da pessoa, como uma figura do que
realmente acontece. Podemos tomar esse “anjinho” como figura do Espírito de Deus nos
falando qual a Sua vontade diante da situação em que nos encontramos. A diferença é que
Ele fala ao nosso coração, não aos nossos ouvidos.

É aí que cometemos o pecado mortal, ao qual Jesus Se referiu: inúmeras vezes,


blasfemamos contra o Espírito! Blasfemar é ultrajar, insultar a divindade. É isto que fazemos,
quando não seguimos a orientação do Espírito de Cristo, porque preferimos comer do fruto
da nossa árvore do conhecimento do bem e do mal, ao invés de concordarmos com o
verdadeiro Conhecimento Infinito! Isto é nos fazermos Deus a nós mesmos! Isto é não crer
na palavra de Jesus, é não crer que o Espírito Santo tenha o poder para nos ensinar todas as
coisas, é não crer que Ele é o próprio Deus! E esta incredulidade gera a morte!

Como reconhecer a voz do Espírito? Jesus disse que o Espírito Santo receberia do que é dEle
e o ensinaria a nós. Também disse que Ele convenceria o mundo do pecado, da justiça e do
juízo. Então, a cada passo que damos, no dia chamado ‘hoje’, o Espírito nos ensina como o
Senhor agiria e nos indica o caminho a seguir: imitá-lO! E, sempre, de acordo com a Palavra
de Deus, da mesma forma que Jesus o fez. Ele também nos convence do pecado que
cometeríamos, ao termos, de nós mesmos, um conceito mais elevado do que deveríamos ter
(Rm 12.3); nos convence do pecado que é a nossa soberba, a qual nos entrega à vã idolatria
de nós mesmos. E “os que se entregam à idolatria vã abandonam aquele que lhes é
misericordioso” (Jn 2.8).
Esta é a forma de Jesus bater à nossa porta: através do Seu Espírito! Concordar com Ele,
aplicar Seus ensinos à nossa vida e reconhecer que só Ele é Deus, nos leva à vida! Por outro
lado, blasfemar contra o Espírito de Cristo, não aceitando Seus ensinos e não reconhecendo
que Ele é o próprio Deus, nos leva à morte!

“Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei
em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo” (Ap 3.20).

Extraído de http://kasteloforte.blogspot.com/2010/12/soberba-e-o-pecado-mortal.html

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