Professional Documents
Culture Documents
Na verdade ninguém tem certeza. Mas as religiões oferecem um cardápio bem variado de
opções:
Umas te oferecem a vida eterna, nas nuvens, flanando e vagabundeando entre anjos e
querubins, outras te oferecem o paraíso com 27 lindas virgens prontas para serem defloradas
e outras ainda oferecem a reencarnação, na Terra ou outro planeta de sua escolha...
As opções são bem interessantes. Aqui listo algumas delas. Faça a sua escolha.
Budismo
Wicca
A celebração da morte (Requiem) é uma festividade onde são lembradas todas as coisas boas
que a pessoa trouxe para o convívio. Nesta ocasião, os amigos dançam e escutam as músicas
preferidas do morto e comem seu prato preferido. As roupas e os mantos utilizados no luto
são brancos porque a deusa da face pálida é a senhora da morte e, nos mitos celtas, esta cor
representa "o outro mundo".
Hinduísmo
O nascimento e a morte seriam uma mudança de cenário para a alma. Morremos ali para
renascermos aqui. A alma nunca sofre mudança. Apenas a roupa que ela está usando (o
escafandro) é quem morre e, após a morte, ela aceita um novo corpo para habitar em algum
rincão desta existência material.
Quando a alma, após muitos nascimentos dentro desta existência material, entra em contato
com um santo verdadeiro (Sad-Guru), ela pode desenvolver fé no caminho da auto-realização
e começar seu retorno ao verdadeiro lar: o mundo transcendental de Deus, onde inexistem
nascimentos e mortes. Lá, a alma poderá viver em plena bem-aventurança, conhecimento e
eternidade. Este plano se chama Vaikuntha e as almas que ali alcançam podem viver seu
relacionamento amoroso eterno com o Senhor Supremo em plenitude.
O islamismo aceita e aprova a existência do inferno para almas "desobedientes", que foram
desviadas por Satanás. Por outro lado, acredita que o paraíso seja um lugar para onde vão as
almas que obedeceram e seguiram a mensagem de Alah e as tradições dos profetas - entre
eles, os cinco principais: Noé, Abrão, Moisés, Jesus filho de Maria e Mohammed -, de acordo
com sua época.
O Alcorão, livro sagrado, possui versículos com parábolas que descrevem o paraíso e o
inferno. O paraíso é a morada final de todas as almas seguidoras da verdadeira mensagem. É
um lugar com rios de leite, córregos de mel ou outras belezas jamais vistas por um ser
humano, sendo descrito como "o domicílio final da paz". Já o inferno é um lugar preto com
fogo ardente, onde as pessoas são castigadas permanentemente.
Espiritismo
No espiritismo, não existe o maniqueísmo entre o bem e o mal. Acredita-se que o espírito
esteja em constante evolução. Mesmo no paraíso, o espírito trabalha para o seu
aperfeiçoamento moral. Segundo a Doutrina Espírita de Allan Kardec, só existe a morte do
corpo físico, enquanto o espírito imortal retorna a sua verdadeira vida, que é a vida
espiritual. As almas dos mortos se ligam umas às outras, em famílias espirituais, em razão da
sintonia de gostos e preferências ou tendências comportamentais, ligadas pela afinidade.
Igreja Evangélica
De acordo com o apóstolo Arles Marques, presidente da Comunhão Cristã nos Jardins, os
homens que morrem sem Jesus Cristo como seu Deus vão para o hades (lugar de tormento),
onde aguardarão o dia da ressureição. "Eles também receberão um corpo especial para passar
a eternidade no lago de fogo e enxofre, reservado aos que não acreditaram na verdade, mas
aceitaram e viveram na mentira", explica.
Por outro lado, os homens que morreram com Cristo, conforme a Bíblia, dormirão e
despertarão para a ressureição da vida. A alma e o espírito, que estão com Deus, recebem o
corpo glorificado para reinarem com Cristo pela eternidade. Nesse contexto, o paraíso é o
Reino de Deus, a Nova Jerusalém, Novos Céus e a Nova Terra, lugares de habitação dos Filhos
de Deus (todos aqueles que receberam Jesus como Deus). Já o inferno é o lago que arde com
fogo e enxofre, um lugar de tormento eterno para o Diabo, o Anti-Cristo, o Falso-Profeta, e
seus seguidores (aqueles que crêem e praticam a mentira).
Igreja Batista
Para os batistas, o Paraíso é caracterizado por uma vida de paz e felicidade. É um local onde
as pessoas podem viver eternamente após a morte física, caso passem a confiar no plano de
Deus, que se chama Jesus Cristo, para herdar o céu ou paraíso.
Inferno é o resultado final da morte espiritual. É caracterizado por uma de vida de angústia,
sofrimento, dor, tormentos; um lugar onde as pessoas viverão eternamente caso não creiam
em Jesus Cristo.
Catolicismo
Nesta experiência, a pessoa precisa adaptar sua personalidade aos critérios de Deus (vida,
amor, paz etc.). E, com isso, torna-se capaz de começar uma nova maneira de existir,
chamada de Céu. O Céu é uma vida em plenitude onde todas as potencialidades do ser
humano foram realizadas. A pessoa vive em comunhão e participação com todos os outros
seres humanos e, também, com Deus. Se pessoa rejeitar a oferta de uma última evolução,
permanece em uma situação de morte, o inferno.
Hare Krishna
Os Hare Krishna acreditam que nós não somos esses corpos, mas almas espirituais eternas. No
Bhagavad-gita (2.13) a Suprema Personalidade de Deus, Krishna, explica: "Assim como a alma
corporificada passa continuamente neste corpo, da infância à juventude e à velhice, da
mesma forma, a alma passa para outro corpo na hora da morte. A alma auto-realizada não é
confundida por tal mudança".
Através de pensamentos e ações, o homem prepara seu próximo corpo, que pode ser superior
ou inferior. Esta é a Lei do Carma. Objetivamente, quem pratica boas ações obterá bons
frutos, reações positivas. Por outro lado, quem pratica más ações acumulará Carma negativo.
O homem é responsável pelas coisas boas e más que acontecem com ele. As ações e
condições mentais na hora da morte são a base do próximo nascimento e determinarão o
próximo corpo. De acordo com as atividades do ser humano e a lei do Carma pode-se nascer
em planetas superiores ou inferiores.
A vida não começa com o nascimento, nem termina com a morte. A morte nada mais é que a
destruição do corpo material, contudo, a alma espiritual, parte e parcela de Deus que habita
esse corpo é imortal, indestrutível. Existe vida após a morte.
Candomblé
O Candomblé acredita na vida após a morte, através da divinização e culto do humano, que
alcança uma dimensão ancestral. "Não existe a morte. A morte é uma passagem, uma
transformação e elevação espiritual. Nós cultuamos a tradição, culto e cultura dos orixás e
antepassados para conseguir o equilíbrio de vida aqui na terra", diz Mãe Sylvia de Oxalá, da
Tradição Culto e Cultura dos Orixás.
Caso o destino não seja cumprido, os espíritos ficarão vagando entre os espaços do Òrun e
Aìyê (céu e terra), onde podem influenciar negativamente os mortais. As pessoas que sofrem
estas influências negativas dos mortos (Eguns/Vumbes) precisam passar pelos Ebós (rituais de
limpeza espiritual) para reencontrar o equilíbrio. De outro lado, estes espíritos estão sujeitos
à reencarnação, pois não se realizaram plenamente.
Assim, não existe uma concepção de céu ou inferno, nem de punição eterna. Quem não
alcançou a posição de um ancestral, não foi porque uma divindade o puniu, mas pelo simples
fato de que ele não cumpriu o seu destino, não se realizou plenamente como um ser
consciente e eterno. Porém, poderá se realizar em outras oportunidades.
Umbanda
Como não existe um "código" único ou um "livro sagrado", a maioria dos umbandistas se
considera católico-cristão. Nesse sentido, eles até admitem o céu ou o inferno dos cristãos,
embora seus mentores espirituais e guias falem sempre na reencarnação e no Carma.
Os umbandistas vêem Cristo como um dos tutores deste planeta na linha evolutiva,
juntamente com várias outras entidades divinas e ancestrais, como por exemplo os Orixás.
Ao morrer, a pessoa será atraída pelos diversos mundos espirituais, que podem até estar
próximos ao mundo material. Os espíritos bons podem se tornar protetores, enquanto os maus
podem virar perturbadores (espíritos de pouca evolução, devido às poucas encarnações).
A idéia de vida após morte não é uma afirmação. O judaísmo é uma religião que permite
múltiplas interpretações. "Para os judeus ortodoxos, a noção de vida após a morte é uma
declaração da crença na vinda de Messias, que ressuscitará fisicamente os mortos. Para os
judeus liberais, por outro lado, a idéia é mais figurativa do que literal: existe a terra dos
vivos e existe a terra dos mortos. A ponte entre elas é a recordação", afirma Sobel.
Já o rabino da Congregação Shalom de São Paulo, Adrián Gottfried, explica que algumas
correntes mais místicas do judaísmo chegam a acreditar no conceito de reencarnação,
enquanto outras, mais racionais, não vêem com bons olhos. "A discrepância está no fato dos
mais místicos acreditarem que exista algum tipo de continuidade física", diz. A tradição
judaica também oferece uma forma alternativa de renascimento: ressureição dos mortos.
Enquanto a reencarnação representa o retorno da alma para um novo corpo, a ressurreição é
definida como o retorno da alma ao corpo original.
Além disso, conforme Gottfried, o judaísmo apresenta sete estágios místicos da jornada da
alma:
1 - O processo da morte:
Quando a alma deixa o corpo, se encontra com uma luz radiante, que é chamada de
Shechiná, ou a presença feminina divina, segundo os escritos místicos. Se o homem for um
justo, transpassa e se apega à Shechiná. Mas se não for, a Shechiná parte e a alma é deixada
para trás, lamentando a sua separação do corpo. Antes que a alma possa se mexer,
entretanto, o indivíduo deve olhar para trás para rever a sua vida.
3 - Purificação emocional:
Após a morte, há um intenso encontro com as conseqüências da escuridão e desonra, que
representam emoções negativas não resolvidas. De acordo com o Zohar (livro de mística
judaica), o encontro com Guehenom (inferno, em Hebraico) permite a limpeza, através da
catarse, descarga, e purificação da alma.
6 - Retorno à fonte:
No Jardim do Éden superior, os níveis superiores da alma, a chaia ou iechidá (dimensões
universais que são extensões diretas de Deus), se libertam dos aspectos inferiores da alma e
são capazes de vivenciar a alegria da presença de Deus.
Entre manhã e noite o anjo carrega a alma por aí e lhe mostra onde ela viverá e onde ela
morrerá, e o lugar onde ela será enterrada, e o anjo a leva por todo o mundo, e lhe mostra os
justos e os pecadores e todas as coisas. À noite ele a recoloca no ventre da mãe, e lá ela
permanece por nove meses...
Finalmente, chega a hora em que a alma deve entrar no mundo. É relutante partir; mas o
anjo toca o bebê no nariz, apaga a luz em cima da cabeça, e o manda para o mundo.
Instantaneamente, a alma esquece tudo o que ela viu e aprendeu, e entra no mundo
chorando porque acabou de perder um lugar de proteção, descanso e segurança.