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ANA PAULA SILVA – INDEPENDENTE - PSD

Excelentíssimo senhor Presidente da Assembleia Municipal,


Excelentíssimos senhores secretários da Mesa,
Excelentíssimo senhor Presidente da Câmara Municipal de Leiria, excelentíssimos senhores
vereadores,
Excelentíssimos senhores deputados,
Excelentíssimos senhores Presidente de Junta,
Excelentíssimos senhores jornalistas,
Excelentíssimas senhoras e senhores

CITAÇÂO: ARTIGO DE OPINIÃO DR. RAUL CASTRO INTITULADO “ AS CONTAS DA


NOSSA CAMARA” NO DIARIO DE LEIRIA DATADO DE 21 DE ABRIL 2008.

Sr. Presidente, posso fazer das suas palavras as minhas palavras relativamente a este orçamento
para 2011!

Senhoras e Senhores Deputados, Senhoras e Senhores Presidentes de Junta, pergunto:

O QUE É ISTO?
O QUE É ISTO QUE ESTE EXECUTIVO PS NOS TRAZ A ESTA ASSEMBLEIA PELA
SEGUNDA VEZ?

UM ROL DE INTENÇÕES? UM CONJUNTO DE FOLHAS COM RUBRICAS RESIDUAIS?

O ano passado havia a contingência de estarem somente há 2 meses no executivo, mas este
ano, minhas senhoras e meus senhores, este ano já estão há 1 ano e 2 meses.

Esperava Senhor Presidente, aqui, tal como noutras acções deste executivo, a tão propalada
MUDANÇA, palavra que foi o sustentáculo da apresentação do PS aos leirienses, palavra
com a qual acenaram, á boca cheia, a salvação do concelho de Leiria, e que temos? NADA.
NADA DE NADA.

Eu fiz o meu trabalho de casa, consultei até onde foi possível, todas as actas de apresentação
de orçamento e Plano de Actividades.
Li as defesas, as acusações, as recomendações, as sugestões, as indignações e sobretudo
as criticas do PS a todos os orçamentos apresentados pelos anteriores executivos.

E ao ler as intervenções e as criticas nelas expressas, ao estudar este Orçamento e Plano de


actividades para 2011 não precisava de fazer nenhum exercício mental para esta minha
intervenção, bastava citar as intervenções de vários deputados municipais do PS, desde 2004
a 2008, alguns que hoje já o não são e de outros que aqui estão hoje presentes, e fazer
minhas as suas palavras, pela clareza das suas petições, pela agudeza das suas criticas, pela
emotividade das suas indignações, chegando mesmo alguns senhores deputados a adjectivar
alguns dos orçamentos e planos de actividades como logros, mentiras, falsidades, irreais logo
nefastos para o desenvolvimento do concelho e da qualidade de vida dos leirienses.

E ao olhar para este Orçamento e Planos de Actividades, muitas perguntas me surgiram:

Onde está o orçamento de base zero que o Senhor Presidente várias vezes propôs ao
anterior executivo?

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Onde está o Orçamento participativo algumas vezes alvitrado na discussão dos orçamentos
do anterior executivo?

Onde está a credibilidade tantas vezes dita como ausente nos anteriores orçamentos?

Onde está a seriedade tantas vezes pedidas nas anteriores discussões de orçamento e plano
de actividades?

Há uma certa similitude na acepção das palavras CREDIBILIDADE e SERIEDADE mas existe
uma grande diferença para onde essas mesmas palavras nos podem remeter.

Nestes orçamento e plano de actividades, que o executivo camarário nos apresenta, não
encontro nem uma nem outra.

Das duas, uma:

- Ou o PS andava enganado e os orçamentos e planos dos executivos PSD e posteriormente


PSD/CDS eram correctos e apropriados e o PS andou estes anos todos a fazer uma politica
baixa, de crítica infundada, de má política.

- Ou o PS não sabe.

- Não sabe como se faz um orçamento que é, deve ser, um instrumento fundamental
de gestão constituído de acordo com regras claras, de rigor, de transparência, de
pressupostos verdadeiros e atingíveis, adequados á realidade.
- Não sabe delinear uma estratégia de desenvolvimento que deve indicar com clareza
as prioridades da Câmara Municipal,

Optar-se pelo fundamental e estratégico é um exercício de responsabilidade de quem o faz e


de quem responde por ele. Saber-se para onde ir e canalizar os recursos disponíveis porque
não existem recursos infinitos,
demonstra-se ter visão, liderança, responsabilidade.

Capacidades que este executivo camarário não parece ter na medida em que este Orçamento
e Plano de actividades não as evidencia.

E não as evidencia:
- Porque ignorou as regras básicas fundamentais de gestão camarária e de estratégia de
desenvolvimento para o concelho.

E senhoras e senhores deputadas, senhoras e senhores presidentes de junta, quando estas


regras são ignoradas,
- Criasse um documento de intenções mas nunca um orçamento porque se “engordam”
as receitas que se sabe á partida serem inatingíveis
- Criasse um documento fantasioso e irresponsável porque não se definem prioridades
o que traduz a falta de ideias estratégicas.

Este Orçamento, que já é um orçamento do Executivo PS, demonstra, infelizmente para o


Concelho e para os leirienses, que este executivo foi eleito pelas ideias e pelos projectos
imaginários e irrealizáveis que prometeram para a melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos ou para o desenvolvimento socioeconómico do concelho e sabem disso, eram
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conhecedores da realidade do concelho, foram durante anos parte integrante quer no
executivo camarário quer na assembleia municipal, sabiam do endividamento da câmara e
das dificuldades em obter receita real, obter dinheiro.

Mas não tiveram pudor nenhum em prometer, em elaborar um rol de 120 medidas para mudar
Leiria, tão propaladas, que hoje não conseguem por em prática não só por falta de dinheiro,
porque com falta dele andamos todos nós portugueses, empresas, associações, mas acima
de tudo por falta de capacidade de planeamento e de definição de prioridades.

Ao fim de 1 ano e 2 meses no executivo, da aprovação de 1 orçamento e plano de


actividades, o que vimos

Vimos que:
-Falta liderança,
-falta visão
-falta competência
-falta planeamento
-falta responsabilidade,

e por isso se envereda, invariavelmente, pelo caminho mais fácil:

- Culpar o executivo anterior, PSD/CDS, numa tentativa deveras infeliz de encobrimento do


deserto de direcção, que traduz o facto, de que algumas pessoas, são muito mais inteligentes
a fazer oposição do que a governar.

Porque penso, todos os portugueses no geral e os leirienses em particular, estarmos


cansados de políticos credíveis mentirosos que prometem sistematicamente o que não podem
cumprir, urge o advento de uma nova geração de políticos credíveis sérios, que cumpram
exactamente aquilo que a realidade lhes permite executar.

Precisamos de quem faça mais, com os meios que tem, com a realidade que existe, e
prometa menos, invente menos e se desculpe menos, como é o caso deste executivo.

Termino citando o Sr. Vereador António Sequeira na sua exímia intervenção enquanto
Deputado Municipal na oposição na discussão do orçamento para 2008:

“ Ainda um dia me hão-de explicar o que se ganha e quem ganha, com esta filosofia de
realidade virtual e de ficcionismo num documento que, embora se baseie em previsões, tem
de ser rigoroso por ser de fundamental importância para a gestão eficaz e prudente de uma
organização”.

Bem Hajam.

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