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Nem sempre foi assim. Houve uma época, não faz tanto tempo assim,
que viajar de avião era um luxo reservado a poucos privilegiados com
poder econômico. Homens e mulheres elegantes em seus melhores trajes
eram vistos nos aeroportos acompanhados de séquitos – assessores para
as viagens de negócios, familiares para as saídas de lazer. Recebidos com
pompa pelos agentes de terra e tratados como reis dentro das aeronaves,
os serviços de bordo irrepreensíveis e refeições que disputavam com os
melhores restaurantes faziam o ato de voar um requintado prazer. Com a
disseminação da aviação e a democratização ao seu acesso, o panorama
se alterou para sempre. Some-se a isto nos últimos anos o surgimento da
filosofia low cost low fare, uma gestão que prioriza os preços baixos. Em
contrapartida, degrada o serviço de bordo e otimiza o espaço das cabines,
já que traz muito mais passageiros para dentro de cada aeronave.
Adensados a níveis inimagináveis no passado, os aviões tem se
transformado em ônibus urbanos com asas.
Vale aqui um registro: este não é um assunto popular para a maioria das
companhias aéreas, que prefere tratar detalhes da configuração de
assentos como segredo de estado, e com raras exceções sequer se deu
ao trabalho de responder às consultas feitas para esta matéria. Elas têm
uma forte razão para agirem desta forma. A redução de espaço interno,
que se faz pelo menos de cinco formas diferentes, torna-se
proporcionalmente mais perversa ao conforto do passageiro conforme se
combinam. O primeiro destes fatores é com certeza o maior vilão da
história. Atende pelo nome técnico de pitch e serve para medir distância
entre as fileiras de assentos na mesma posição, um atrás do outro.