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O juiz, num caso concreto, pode verificar a compatibilidade da lei com a constituição.
O paradigma foi o caso Marbury vs. Madison, decidido pelo Juiz John Marshall
(chief of justice).
Características:
1
É o contrário do direito romano-germânico.
1.2. M ODELO EUROPEU , CONCENTRADO , AUSTRÍACO , EUROPEU CONTINE N-
TAL OU KELSINIANO
Também chamado de modelo de perfil concentrado, pois aqui há um órgão deter-
minado para dirimir a controvérsia constitucional, de modelo austríaco e kelsiniano.
2. H IERARQUIA DE NORMAS
Supremacia material e formal: não existe uma Constituição que não tenha supre-
macia material. Mas esta supremacia material só tem relevância sociológica, não tendo
relevância no plano jurídico. Tem relevância sim a supremacia formal, isto é, a forma de
elaboração.
A iniciativa é a mesma para ambas (art. 61, CF). O quórum de votação é o mesmo
também (deve estar presentes a maioria absoluta, ou seja, mais de 50% dos membros). A
diferença é o quórum de aprovação: a lei ordinária reclama maioria relativa (50% + 1 dos
presentes); a lei complementar desfia a maioria absoluta (mais de 50% dos membros).
Logo, a lei complementar pode tratar de matéria residual sem ser invalidada, por
questão de economia legislativa. Mas, essa lei será apenas formalmente lei complementar;
materialmente ela será lei ordinária, isto é, amanhã uma lei ordinária pode revogar uma lei
complementar formalmente complementar. Logo, pode lei ordinária revogar lei comple-
mentar.
Logo, o tratado que veda a prisão civil do depositário infiel inviabiliza a aplicação da
lei, e indiretamente a aplicação da CF.
3. F ORMAS DE I NCONSTITUCIONALIDADE
3.1. P ARÂMETRO E OBJETO
Parâmetros ou normas de referência.
Para ser parâmetro, a norma deve ser formalmente constitucional. Logo, podemos
considerar toda a CF/88 como parâmetro, com exceção do preâmbulo (que não é sequer
uma norma jurídica).
Objeto é o ato que vai ser questionado em face do parâmetro, ou seja, é o ato im-
pugnado. Segundo a CF, inconstitucionalidade advém apenas de atos dos poderes públicos.
Logo, o ato do particular que viola a CF não é, em sentido restrito, um ato inconstitucional,
mas, em sentido restrito o é.
A omissão parcial é a mesma coisa que inconstitucionalidade por ação, pois há uma
conduta do poder público, mas não agiu de forma completa, logo, ele agiu, mas não agiu
por completo.
Há, ainda, o:
2
Vício de iniciativa: o vício de iniciativa é insanável (mesmo que haja a sanção do Presidente).
Total:
Parcial:
Pode ser:
Direta;
Indireta:
o Consequente:
Por arrastamento ou atração
o Reflexa/obliqua.
Atos normativos primários (art. 59, CF) e secundários (decreto, p.ex.). Os atos nor-
mativos primários encontram seu fundamento de validade diretamente na CF; os secundá-
rios, por sua vez, encontram seu fundamento de validade indiretamente na CF e direta-
mente no ato normativo secundário.
Todo decreto que é ilegal, também é inconstitucional, por violar o art. 84, IV, da CF.
Porém, o Decreto não pode ser objeto de uma ADI, pois o decreto não está ligado direta-
mente à CF.
Difuso;
Concentrado.
Essa definição.
Será difuso quando qualquer Juiz ou Tribunal tiver competência para exercê-lo.
Também é chamado de controle aberto. Esse controle surgiu no Brasil em 1891.
4.2.1. C ONCRETO
O controle concreto é um controle feito a partir de um caso concreto levado à a-
preciação do Judiciário. A partir de uma análise preliminar da constitucionalidade da lei, a
conseqüência será a análise da constitucionalidade do caso concreto.
O STF é o guardião da CF, logo, cabe ao STF dar a última palavra sobre como a CF de-
ve ser interpretada, uma vez que, interpretações divergentes enfraquecem o princípio da
força normativa da constituição.
Com base nesse raciocínio, G ILMAR M ENDES defende que o efeito típico do controle
abstrato – erga omnes – seja estendido ao processo constitucional subjetivo, isto é, ao con-
trole do controle concreto.
Jurisprudência do STF:
Súmula Vinculante (art. 103 – A). A súmula vinculante surge a partir de de-
cisões reiteradas sobre matérias constitucionais, no controle difuso concre-
to, e nada mais é que um entendimento que se consolida a partir de um en-
tendimento proferido no controle difuso concreto;
Demonstração de repercussão geral no Recurso Extraordinário. O papel do
STF, ao julgar um RE, não é resolver conflitos individuais, pois estas questões
podem ser resolvidas no Juízo de 1º grau, mas, sim, exercer o papel de guar-
dião da CF.
4.2.2. A BSTRATO
No controle abstrato ocorre apenas uma análise em tese se a lei é compatível ou
não com a CF.
Ambos os controles podem ser exercidos por todos os poderes (poder executivo,
poder legislativo e judiciário).
4.4.1. P REVENTIVO
O controle preventivo é feito em três momentos:
1) Feito pelo poder Legislativo: através da CCJ (art. 58, § 2º, da CF);
2) Feito pelo poder Executivo: através do veto jurídico3 do presidente (art. 66,
§ 1º, CF);
3) Feito pelo poder Judiciário: na hipótese excepcional de Mandado de Segu-
rança impetrado no STF por Parlamentar, por inobservância do processo le-
gislativo em projeto de lei (ex. art. 60, CF).4
No caso do controle preventivo feito pelo Judiciário, será um controle concreto (pro-
cesso constitucional subjetivo). O Parlamentar tem que ser parlamentar da respectiva casa
onde o projeto esteja tramitando.
3
Há o veto político, jurídico e político-jurídico. Político é quando afronta o interesse público; jurí-
dico quando entende o Presidente ser a norma inconstitucional; será político-jurídico quando além de
afrontar o interesse público, for também inconstitucional.
4
Conferir, no Supremo, pelo Pleno, o MS 22.183.
Note o item considerado CORRETO pelo CESPE na prova da AGU 2010: “De acordo com entendi-
mento do STF, o controle jurisdicional prévio ou preventivo de constitucionalidade sobre projeto de lei
ainda em trâmite somente pode ocorrer de modo incidental, na via de exceção ou defesa”.
O controle preventivo não impede o posterior controle repressivo.
Em regra, pois existem três exceções em que o controle repressivo pode ser tam-
bém político (realizado pelo Legislativo), quais sejam:
a) Medida provisória: o controle repressivo pode ser feito pelo judiciário e pe-
lo Legislativo, Congresso Nacional (art. 62, CF): o Congresso Nacional deve
analisar os pressupostos constitucionais (relevância + urgência) e o conteú-
do da MP; o Poder Judiciário só pode analisar os pressupostos constitucio-
nais quando a inconstitucionalidade for flagrante e objetiva;
b) Lei delegada e Decretos Regulamentares (art. 49, V e art. 68, CF5): o con-
trole pode ser feito também pelo Congresso Nacional;
c) Súmula 347 do STF6: O Tribunal de Contas pode apreciar a constitucionali-
dade de leis e atos do poder público.
O Chefe do Poder Executivo pode negar cumprimento a uma Lei que entenda ser in-
constitucional, mas ele tem que motivar e dar publicidade ao seu ato (que geralmente é
feito através de um Decreto). O STF é quem dará – com efeito vinculante – a decisão sobre
essa possível inconstitucionalidade, através de uma ADC, por exemplo.
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O art. 49, V, CF diz: É da competência exclusiva do Congresso Nacional: [...] V - sustar os atos
normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legis-
lativa; [...].
6
Súmula 347 do STF: O tribunal de contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a cons-
titucionalidade das leis e dos atos do poder público.
No controle concreto o efeito é sempre inter partes.
Em todas as ações de controle abstrato, o efeito sempre será erga omnes e vincu-
lante – valendo tanto para decisão de mérito, quanto para medida cautelar.
O Poder Legislativo não fica vinculado na sua função precípua de legislar para evi-
tar a fossilização da constituição e sob o argumento de que, num Estado Democrático, o
Poder Judiciário não pode impedir o Legislador de elaborar novas leis.
O Chefe do Executivo não fica vinculado na sua função legislativa, só ficando vincu-
lado nas outras funções que não a legislativa.
No aspecto subjetivo:
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Impedir a fossilização da constituição é impedir que a CF não fique petrificada, para não impedir
que, futuramente, outras decisões melhores sejam dadas.
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A turma do STF fica vinculada, mas o Plenário não.
Erga Omnes só atinge a norma impugnada;
O Efeito Vinculante atinge a norma impugnada + normas paralelas. Ex: pode
atingir a norma impugnada do MT + todas as outras normas do Brasil, mes-
mo que não foram impugnadas na ação.
1c. Ato inexistente: uma norma que não é produzida de acordo com o seu fun-
damento de validade não pode ser considerada como pertencente aquele or-
denamento jurídico;
2c. Ato nulo (posicionamento do STF e da doutrina brasileira): segundo essa te-
oria da nulidade, a decisão judicial teria efeito declaratório;
3c. Anulável (posicionamento da doutrina norte-americana): defendida por
K ELSEM , fundamentando sua corrente no princípio da presunção de consti-
tucionalidade das leis – enquanto a lei não for declarada inconstitucional, to-
dos estão obrigados a cumpri-la. Por esta corrente, a decisão de inconstitu-
cionalidade teria efeito constitutivo.
Para fazer essa modulação temporal dos efeitos da decisão é necessário o voto de
2/3 dos Ministros9 e menção expressa na decisão. Não alcançado esse quorum ou silen-
ciando a decisão, o efeito será ex tunc.
Essa modulação poderá ser feita por questões de segurança jurídica ou excepcio-
nal interesse social, e tem previsão no art. 27 da Lei n. 9.868/99.
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2/3 é o quorum pra decisões em ADI, ADC e ADPF.
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EMENTA: CONSTITUCIONAL. SERVIDOR PÚBLICO: PROVIMENTO DERIVADO: INCONSTITUCIO-
NALIDADE: EFEITO EX NUNC. PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ E DA SEGURANÇA JURÍDICA. I. - A Constituição de
1988 instituiu o concurso público como forma de acesso aos cargos públicos. CF, art. 37, II. Pedido de
desconstituição de ato administrativo que deferiu, mediante concurso interno, a progressão de servido-
res públicos. Acontece que, à época dos fatos 1987 a 1992 , o entendimento a respeito do tema não era
pacífico, certo que, apenas em 17.02.1993, é que o Supremo Tribunal Federal suspendeu, com efeito ex
nunc, a eficácia do art. 8º, III; art. 10, parágrafo único; art. 13, § 4º; art. 17 e art. 33, IV, da Lei 8.112, de
1990, dispositivos esses que foram declarados inconstitucionais em 27.8.1998: ADI 837/DF, Relator o
Ministro Moreira Alves, "DJ" de 25.6.1999. II. - Os princípios da boa-fé e da segurança jurídica autorizam
a adoção do efeito ex nunc para a decisão que decreta a inconstitucionalidade. Ademais, os prejuízos
RE 197.917-SP11 (TSE e número de vereadores: efeitos pro futuro).
Ex: art. 124, CF c.c. art. 68, CPP, ação civil ex dellicto promovido pelo MP.
Aqui, ele faz um apelo ao legislador, isto é, um apelo para o legislador corrigir essa
situação de inconstitucionalidade progressiva.
a) Sem redução de texto (o STF trata essa hipótese como similar à interpreta-
ção conforme);
que adviriam para a Administração seriam maiores que eventuais vantagens do desfazimento dos atos
administrativos. III. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal. IV. - RE conhecido, mas não provido.
(STF, RE 442683, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 13/12/2005, DJ 24-
03-2006).
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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MUNICÍPIOS. CÂMARA DE VEREADORES. COMPOSIÇÃO. AUTO-
NOMIA MUNICIPAL. LIMITES CONSTITUCIONAIS. NÚMERO DE VEREADORES PROPORCIONAL À POPULA-
ÇÃO. CF, ARTIGO 29, IV. APLICAÇÃO DE CRITÉRIO ARITMÉTICO RÍGIDO. INVOCAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA
ISONOMIA E DA RAZOABILIDADE. INCOMPATIBILIDADE ENTRE A POPULAÇÃO E O NÚMERO DE VEREA-
DORES. INCONSTITUCIONALIDADE, INCIDENTER TANTUM, DA NORMA MUNICIPAL. EFEITOS PARA O
FUTURO. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL. 1. O artigo 29, inciso IV da Constituição Federal, exige que o número
de Vereadores seja proporcional à população dos Municípios, observados os limites mínimos e máximos
fixados pelas alíneas a, b e c. 2. Deixar a critério do legislador municipal o estabelecimento da composi-
ção das Câmaras Municipais, com observância apenas dos limites máximos e mínimos do preceito (CF,
artigo 29) é tornar sem sentido a previsão constitucional expressa da proporcionalidade. 3. Situação real
e contemporânea em que Municípios menos populosos têm mais Vereadores do que outros com um
número de habitantes várias vezes maior. Casos em que a falta de um parâmetro matemático rígido que
delimite a ação dos legislativos Municipais implica evidente afronta ao postulado da isonomia. 4. Princí-
pio da razoabilidade. Restrição legislativa. A aprovação de norma municipal que estabelece a composi-
ção da Câmara de Vereadores sem observância da relação cogente de proporção com a respectiva po-
pulação configura excesso do poder de legislar, não encontrando eco no sistema constitucional vigente.
5. Parâmetro aritmético que atende ao comando expresso na Constituição Federal, sem que a propor-
cionalidade reclamada traduza qualquer afronta aos demais princípios constitucionais e nem resulte
formas estranhas e distantes da realidade dos Municípios brasileiros. Atendimento aos postulados da
moralidade, impessoalidade e economicidade dos atos administrativos (CF, artigo 37). 6. Fronteiras da
autonomia municipal impostas pela própria Carta da República, que admite a proporcionalidade da
representação política em face do número de habitantes. Orientação que se confirma e se reitera se-
gundo o modelo de composição da Câmara dos Deputados e das Assembléias Legislativas (CF, artigos 27
e 45, § 1º). 7. Inconstitucionalidade, incidenter tantun, da lei local que fixou em 11 (onze) o número de
Vereadores, dado que sua população de pouco mais de 2600 habitantes somente comporta 09 repre-
sentantes. 8. Efeitos. Princípio da segurança jurídica. Situação excepcional em que a declaração de nuli-
dade, com seus normais efeitos ex tunc, resultaria grave ameaça a todo o sistema legislativo vigente.
Prevalência do interesse público para assegurar, em caráter de exceção, efeitos pro futuro à declaração
incidental de inconstitucionalidade. Recurso extraordinário conhecido e em parte provido. (STF, RE
197917, Relator(a): Min. MAURÍCIO CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 06/06/2002, DJ 07-05-2004).
b) Com redução de texto:
a. Parcial:
i. Sobre uma palavra;
ii. Sobre uma expressão;
b. Total.
É um princípio instrumental de
É uma técnica de decisão judici-
interpretação (postulado nor-
al.
mativo).
Observação: deve-se recordar que, para o STF, ambos os institutos são iguais e a di-
ferenciação é meramente doutrinária. Inclusive, para o STF, a cláusula de reserva de ple-
nário somente deve ser observada quando houver a declaração de nulidade com redução
de texto.
Esta cláusula vale tanto para o controle difuso quanto para o controle concentra-
do.
A cláusula de reserva de plenário é a regra que prevê que somente pelo voto da
maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial pode-
rão os Tribunais declarar a inconstitucionalidade de ato normativo.
Por meio do recurso extraordinário (art. 102, III, “a” a “d”, CF), a questão poderá che-
gar até o Supremo, que também realizará o controle difuso, de forma incidental (e não
principal), observadas as regras do art. 97, CF.
O órgão especial está previsto no art. 93, XI, CF, e pode ser criado nos tribunais que
tenham mais de 25 membros (sendo que o OE pode ter 25 ou 11). O Pleno pode delegar a
esse órgão as funções administrativas e jurisdicionais. Mas, cuidado: o OE não pode eleger
o presidente do tribunal, pois isso é uma função política. Assim como a elaboração de re-
gimento interno, que é função legislativa.
Essa cláusula só é reservada aos Tribunais, não se aplicando ao Juiz singular (que é
um órgão monocrático) e nem às turmas recursais dos Juizados Especiais.
Assim também ocorre com norma anterior à constituição, pois não é caso de cons-
titucionalidade ou não, mas, sim, de recepção ou não.
Porém, o STF já entendeu que, mesmo no controle difuso, poder-se-á dar efeito ex
nunc ou pro futuro (ver item 5.3.).
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Nesse sentido, RE 179.170/CE.
EXCEPCIONAL. 1. O artigo 29, inciso IV da Constituição Federal, exige que o
número de Vereadores seja proporcional à população dos Municípios, ob-
servados os limites mínimos e máximos fixados pelas alíneas a, b e c. 2. Dei-
xar a critério do legislador municipal o estabelecimento da composição das
Câmaras Municipais, com observância apenas dos limites máximos e míni-
mos do preceito (CF, artigo 29) é tornar sem sentido a previsão constitucio-
nal expressa da proporcionalidade. 3. Situação real e contemporânea em
que Municípios menos populosos têm mais Vereadores do que outros com
um número de habitantes várias vezes maior. Casos em que a falta de um
parâmetro matemático rígido que delimite a ação dos legislativos Munici-
pais implica evidente afronta ao postulado da isonomia. 4. Princípio da razo-
abilidade. Restrição legislativa. A aprovação de norma municipal que estabe-
lece a composição da Câmara de Vereadores sem observância da relação
cogente de proporção com a respectiva população configura excesso do po-
der de legislar, não encontrando eco no sistema constitucional vigente. 5.
Parâmetro aritmético que atende ao comando expresso na Constituição Fe-
deral, sem que a proporcionalidade reclamada traduza qualquer afronta aos
demais princípios constitucionais e nem resulte formas estranhas e distantes
da realidade dos Municípios brasileiros. Atendimento aos postulados da mo-
ralidade, impessoalidade e economicidade dos atos administrativos (CF, ar-
tigo 37). 6. Fronteiras da autonomia municipal impostas pela própria Carta
da República, que admite a proporcionalidade da representação política em
face do número de habitantes. Orientação que se confirma e se reitera se-
gundo o modelo de composição da Câmara dos Deputados e das Assembléi-
as Legislativas (CF, artigos 27 e 45, § 1º). 7. Inconstitucionalidade, incidenter
tantun, da lei local que fixou em 11 (onze) o número de Vereadores, dado
que sua população de pouco mais de 2600 habitantes somente comporta 09
representantes. 8. Efeitos. Princípio da segurança jurídica. Situação excep-
cional em que a declaração de nulidade, com seus normais efeitos ex tunc,
resultaria grave ameaça a todo o sistema legislativo vigente. Prevalência do
interesse público para assegurar, em caráter de exceção, efeitos pro futuro
à declaração incidental de inconstitucionalidade. Recurso extraordinário co-
nhecido e em parte provido. (STF, RE 197917, Relator(a): Min. MAURÍCIO
CORRÊA, Tribunal Pleno, julgado em 06/06/2002, DJ 07-05-2004).
Declarada a lei inconstitucional pelo STF, no controle difuso, desde que tal decisão
seja definitiva e deliberada pela maioria absoluta do pleno do Tribunal (art. 97, CF -
cláusula de reserva de plenário), o art. 178 do RISTF estabelece que seja feita a comunica-
ção, logo após a decisão, à autoridade ou órgão interessado, bem como, depois do trânsito
em julgado, ao Senado Federal, para os efeitos o art. 52, X, CF, que será estudado no item
abaixo.
É uma hipótese exclusiva do controle difuso (regimento interno do STF, art. 178).
A suspensão pelo Senado poderá dar-se em relação a leis Federais, Estaduais, Distri-
tais e até Municipais, pois quando o Senado suspende a eficácia de uma lei, ele atua como
um órgão de caráter nacional, isto é, pode suspender lei federal, estadual e municipal.
O Dec. 2.346/97 diz que o efeito é ex tunc para a resolução do Senado em relação,
exclusivamente à Administração Pública Federal direta e indireta.
A expressão “no todo ou em parte” diz em relação à decisão do STF, isto é, o Senado
está vinculado ao Supremo, só pode suspender aquilo que o STF declarou inconstitu-
cional.
Para o Ministro, não se faz mais necessário a remessa dos autos para o Senado, pois
os Tribunais podem vincular as suas decisões (ex: súmula vinculante, modulação ou efei-
tos da decisão).
O STF é o guardião da CF, logo, cabe ao STF dar a última palavra sobre como a CF de-
ve ser interpretada, uma vez que, interpretações divergentes enfraquecem o princípio da
força normativa da constituição.
Com base nesse raciocínio, G ILMAR M ENDES defende que o efeito típico do controle
abstrato – erga omnes – seja estendido ao Processo Constitucional Subjetivo, isto é, ao con-
trole do controle concreto.
Não existe previsão expressa das normas de observância obrigatória, sendo analisa-
das caso a caso.
Todas essas normas se referem somente à União, mas é entendimento de que devem
ter seus modelos seguidos pelos Estados e Municípios.
Outros exemplos:
Tem uma índole objetiva, isto é, não é um processo de partes formais (autor e réu);
a finalidade não é proteger direitos subjetivos, mas, sim, proteger a ordem constitucional
nacional.
Logo, aqui não se aplica o princípio do contraditório, ampla defesa, nem do duplo
grau de jurisdição.
1. ADC;
2. ADI;
3. ADPF.
Pontos comuns entre as leis n. 9.868/99 e 9.882/99 para a ADC, ADI e ADPF:
Não se admite desistência, assistência, nem intervenção de terceiros. E o a-
micus curie?
Não se admite recurso da decisão de mérito, salvo os embargos de declara-
ção. Se for a decisão que indefere a inicial, cabe agravo;
Não se admite ação rescisória.
I. Presidente da República;
II. Mesa do Senado Federal;
III. Mesa da Câmara dos Deputados;
IV. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V. Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI. Procurador-Geral da República;
VII. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VIII. Partido político com representação no Congresso Nacional;
IX. Confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
Quadro:
Pode o Governador de um estado ajuizar ADPF sobre uma lei de outro estado? Pode,
mas ele deve provar o seu interesse, a pertinência temática.
Algumas observações:
O Vice não tem legitimidade, porém, enquanto ele estiver no exercício, terá
legitimidade;
A mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade ativa, mesmo ela sendo
formado por membros da câmara dos deputados e do senado.
O Procurador-Geral da república não pode delegar a sua legitimidade;
A legitimidade do Partido Político deve ser aferida no momento da proposi-
tura da ação;
Associação de associações também tem legitimidade;
A definição de Confederação Sindical está no art. 535 da CLT: pelo menos 03
federações em pelo menos 03 estados;
Segundo o STF, fazendo analogia à Lei dos Partidos Políticos, a Entidade de
Classe, para ser considerada nacional, deve ter filiados em pelo menos 09 Es-
tados (ADI 79).
1. Natureza do objeto;
2. Limite espacial;
3. Limite temporal.
7.1.3.1.2. O STF N Ã O P OD E SE I NT R OM E T E R E M Q U E ST ÕE S E XC LU S I V A M E NT E I N -
T E R N A CO R P OR I S
7.1.3.1.3. N OR M A C ON ST A N T E D E U M R E G I M E NT O I NT E R N O D E U M T R I B U NA L P OD E
SE R OB JE T O D E CO N T R O L E ?
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Envolve lei ordinária, lei complementar, medida provisória, decreto-legislativo e resolução (re-
vestida de abstração e generalidade).
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São questões que devem ser resolvidas internamente no âmbito de seu poder. Também cha-
mada de questões próprias de regimento interno. Ex: cassação de um deputado ou senador por quebra
de decoro parlamentar.
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Nesse sentido, ver ADI 2118.
Normas constitucionais originárias são aquelas elaboradas pela Constituinte origi-
nária que não foram modificados.
7.1.3.1.4. E M E N D A C O N ST I T U C I O N A L
Pode ser objeto (ADI 939).
7.1.3.1.5. MP CO N V E R T I D A E M LE I
Basta o aditamento da petição inicial (se o objeto questionado for convertido em lei,
é lógico).
7.1.3.1.6. S Ú M U LA S E SÚ M U LA S V I N CU LA NT E S
7.1.3.1.7. R E G U LA M E N T O OU D E CR E T O - R E G U LA M E NT A R E XP E D I D O P E L O E XE CU T I -
VO?
Em regra, não.
Em caráter de exceção, sim, desde que ele apresente-se como decreto autônomo, isto
é, apenas formalmente um decreto, materialmente uma lei (ADI 4049).
O PGR atua em todas as ações do controle concentrado abstrato (ADI, ADC e ADPF).
O PGR deve ter conhecimento da tese jurídica, não sendo necessário a sua manifes-
tação em todos os processos do STF.
Quando ele é o próprio legitimado, deverá ser intimado para se manifestar como
custus constitutionis.
Ele pode dar parecer contrário a ação que ele mesmo ajuizou.
Note o item considerado CORRETO pelo CESPE na prova da AGU 2010: “A doutrina
destaca a possibilidade de apuração de questões fáticas no controle abstrato de constitu-
cionalidade, já que, após as manifestações do advogado-geral da União e do procurador-
geral da República, pode o relator da ADI ou da ação declaratória de constitucionalidade
requisitar informações adicionais ou mesmo designar perito para o esclarecimento de
matéria ou circunstância de fato”.
Função geral que ele desempenha está prevista no art. 131. Ele atuará como Chefe
da Advocacia-Geral da União, representando o Presidente da República, tem status de Mi-
nistro de Estado – ele é subordinado ao Presidente.
A atuação dele perante o controle de constitucionalidade (art. 103, § 3º) é uma fun-
ção especial. Ele atua como defensor legis, isto é, ele vai defender a constitucionalidade da
lei, será o curador da presunção de constitucionalidade das leis.
Mesmo que a ação tenha sido ajuizada pelo Presidente, o AGU é obrigado a defender
a constitucionalidade, ainda que seja subordinado ao Presidente. Pois ele não atua numa
função geral, mas, sim, função especial.
O AGU sempre será obrigado a defender a Lei? O AGU não está obrigado a defender
uma tese jurídica já considerada inconstitucional pelo STF.
7.1.6.1. P REVISÃO
Essa figura foi consagrada pela Lei n. 9.868/99, em seu art. 7º, § 2º, que prevê, ex-
pressamente, a participação do amicus curiae na ADI.
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Analogia júris é quando o Tribunal utiliza os princípios gerais do direito.
Porém, ela já existia na Lei n. 6.385/76 em seu art. 31 (CVM) e na Lei n. 8.884/94 em
seu art. 89 (CADE).
A Lei n. 9.868/99 introduziu o art. 482, § 3º, CPC, que prevê a atuação do amicus cu-
riae no controle difuso.
7.1.6.8. Q UEM DEC IDE PELA ADMISSÃO D O AMIGO DA CORTE ? E SSA DEC I-
SÃO É RECORRÍVEL ?
Quem analisa a participação ou não como amicus curiae é o relator, sendo que dessa
decisão não caberá recurso.
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Segundo Peter Häberle.
18
Assim: “INTERVENÇÃO DE “AMICUS CURIAE”: LIMITAÇÃO E DATA DA REMESSA DOS AUTOS À
MESA PARA JULGAMENTO. A possibilidade de intervenção do amicus curiae está limitada à data da
remessa dos autos à mesa para julgamento. Ao firmar essa orientação, o Tribunal, por maioria, despro-
veu agravo regimental interposto contra decisão que negara seguimento a ação direta de inconstitucio-
nalidade ajuizada pelo Partido da Social Democracia Brasileira - PSDB contra o art. 56 da Lei 9.430/96, o
qual determina que as sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente regulamentada
passam a contribuir para a seguridade social com base na receita bruta da prestação de serviços, obser-
vadas as normas da Lei Complementar 70/91. Preliminarmente, o Tribunal, também por maioria, rejei-
tou o pedido de intervenção dos amici curiae, porque apresentado após a liberação do processo para a
pauta de julgamento. Considerou-se que o relator, ao encaminhar o processo para a pauta, já teria fir-
mado sua convicção, razão pela qual os fundamentos trazidos pelos amici curiae pouco seriam aprovei-
tados, e dificilmente mudariam sua conclusão. Além disso, entendeu-se que permitir a intervenção de
terceiros, que já é excepcional, às vésperas do julgamento poderia causar problemas relativamente à
quantidade de intervenções, bem como à capacidade de absorver argumentos apresentados e desco-
nhecidos pelo relator. Por fim, ressaltou-se que a regra processual teria de ter uma limitação, sob pena
de se transformar o amicus curiae em regente do processo. Vencidos, na preliminar, os Ministros Cár-
men Lúcia, Carlos Britto, Celso de Mello e Gilmar Mendes, Presidente, que admitiam a intervenção, no
estado em que se encontra o processo, inclusive para o efeito de sustentação oral. Ao registrar que, a
partir do julgamento da ADI 2777 QO/SP (j. em 27.11.2003), o Tribunal passou a admitir a sustentação
oral do amicus curiae — editando norma regimental para regulamentar a matéria —, salientavam que
essa intervenção, sob uma perspectiva pluralística, conferiria legitimidade às decisões do STF no exercí-
cio da jurisdição constitucional. Observavam, entretanto, que seria necessário racionalizar o procedi-
mento, haja vista que o concurso de muitos amici curiae implicaria a fragmentação do tempo disponível,
com a brevidade das sustentações orais. Ressaltavam, ainda, que, tendo em vista o caráter aberto da
causa petendi, a intervenção do amicus curiae, muitas vezes, mesmo já incluído o feito em pauta, pode-
ria invocar novos fundamentos, mas isso não impediria que o relator, julgando necessário, retirasse o
feito da pauta para apreciá-los. No mais, manteve-se a decisão agravada no sentido do indeferimento da
petição inicial, com base no disposto no art. 4º da Lei 9.868/99, ante a manifesta improcedência da
demanda, haja vista que a norma impugnada tivera sua constitucionalidade expressamente declarada
pelo Plenário da Corte no julgamento do RE 377457/PR (DJE de 19.12.2008) e do RE 381964/MG (DJE de
26.9.2008). Vencidos, no mérito, os Ministros Marco Aurélio, Carlos Britto e Eros Grau, que proviam o
recurso, ao fundamento de que precedentes versados a partir de julgamentos de recursos extraordiná-
rios não obstaculizariam uma ação cuja causa de pedir é aberta, em que o pronunciamento do Tribunal
poderia levar em conta outros artigos da Constituição Federal, os quais não examinados nos processos
7.2. ADI GENÉRICA
7.2.1. C OMPETÊNCIA
Em se tratando de conflito com a CF, sempre será o STF quem irá resolver.
Legitimados da ADI
(ADC, ADPF e ADO)
I. Presidente da República;
II. Mesa do Senado Federal;
III. Mesa da Câmara dos Deputados;
IV. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câ-
mara Legislativa do Distrito Federal;
V. Governador de Estado ou do Distrito Fede-
ral;
VI. Procurador-Geral da República;
VII. Conselho Federal da Ordem dos Advogados
do Brasil;
VIII. Partido político com representação no Con-
gresso Nacional;
IX. Confederação sindical ou entidade de clas-
se de âmbito nacional.
Segundo o STF, sete possuem capacidade postulatória: os sete primeiros. Assim, so-
mente precisarão de advogado o partido político e a confederação sindical ou entidade de
classe.
Legitimados ESPECIAIS
ou INTERESSADOS
subjetivos em que prolatadas as decisões a consubstanciarem os precedentes”. (ADI 4071 AgR/DF, rel.
Min. Menezes Direito, 22.4.2009).
1. Governador
2. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal;
3. Confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional.
Pode o Governador de um estado ajuizar ADPF sobre uma lei de outro estado? Pode,
mas ele deve provar o seu interesse, a pertinência temática.
Algumas observações:
O Vice não tem legitimidade, porém, enquanto ele estiver no exercício, terá
legitimidade;
A mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade ativa, mesmo ela sendo
formado por membros da câmara dos deputados e do senado.
O Procurador-Geral da república não pode delegar a sua legitimidade;
A legitimidade do Partido Político deve ser aferida no momento da proposi-
tura da ação;
Associação de associações também tem legitimidade;
A definição de Confederação Sindical está no art. 535 da CLT: pelo menos 03
federações em pelo menos 03 estados;
Segundo o STF, fazendo analogia à Lei dos Partidos Políticos, a Entidade de
Classe, para ser considerada nacional, deve ter filiados em pelo menos 09 Es-
tados (ADI 79).
Quadro:
4. Natureza do objeto;
5. Limite espacial;
6. Limite temporal.
7.2.3.1.2. O STF N Ã O P OD E SE I NT R OM E T E R E M Q U E ST ÕE S E XC LU S I V A M E NT E I N -
T E R N A CO R P OR I S
7.2.3.1.3. N OR M A C ON ST A N T E D E U M R E G I M E NT O I NT E R N O D E U M T R I B U NA L P OD E
SE R OB JE T O D E CO N T R O L E ?
7.2.3.1.4. E M E N D A C O N ST I T U C I O N A L
Pode ser objeto (ADI 939).
7.2.3.1.5. MP CO N V E R T I D A E M LE I
Basta o aditamento da petição inicial (se o objeto questionado for convertido em lei,
é lógico).
19
Envolve lei ordinária, lei complementar, medida provisória, decreto-legislativo e resolução (re-
vestida de abstração e generalidade).
20
São questões que devem ser resolvidas internamente no âmbito de seu poder. Também cha-
mada de questões próprias de regimento interno. Ex: cassação de um deputado ou senador por quebra
de decoro parlamentar.
21
Nesse sentido, ver ADI 2118.
7.2.3.1.7. R E G U LA M E N T O OU D E CR E T O - R E G U LA M E NT A R E XP E D I D O P E L O E XE CU T I -
VO?
Em regra, não.
Em caráter de exceção, sim, desde que ele apresente-se como decreto autônomo, isto
é, apenas formalmente um decreto, materialmente uma lei (ADI 4049).
7.2.3.1.8. N OR M A S CO N ST I T U C I O N A I S OR I G I NÁ R I A S ?
7.2.3.1.9. ATOS E ST A T A I S D E E FE I T OS C ON CR E T O S ?
7.2.3.1.10. A T O N O R M A T I V O D E E FI C Á CI A E XA U R I D A OU JÁ R E V OG A D O ?
Não.
Note o item considerado CORRETO pelo CESPE na prova da ABIN 2010: “A revisão constitucional
realizada em 1993, prevista no ADCT, é considerada norma constitucional de eficácia exaurida e de apli-
cabilidade esgotada, não estando sujeita à incidência do poder reformador”.
7.2.3.1.11. L E I R E V OG A D A OU QU E T E NHA P E R D I D O A S U A V I G Ê NC I A A P Ó S A P R OP O-
SI T U R A D E ADI?
Não (ADI 514).
7.2.3.1.13. D I V E R G Ê N CI A E N T R E E M E NT A D E LE I E O SE U C ONT E Ú D O
7.2.3.1.14. R E S P O ST A S E M I T I D A S P E LO TSE
Não (ADI 1805).
7.2.3.1.15. L E I S O R ÇA M E N T Á R I A S
Primeiro Não;
Segundo Sim (ADI 4048, MC e ADI 4049, MC);
Terceiro ?
/1 A corrente majoritária defende que não (RE AGR 353.508) (Celso de Mello);
/2 G ILMAR M ENDES e P EDRO LENZA defendem que sim (AI 582.280).
7.2.7. C OMPETÊNCIA
Veja a tabela:
22
Lembre-se! Em sede de ADPF é possível o controle de atos normativos anteriores à CF/88 (art.
102, § 1º, CF c/c Lei 9.882/99).
federal ou estadual
Prazo em dobro para a Defensoria Pública no processo penal (arts. 44, I, 89, I
e 128, I, da LC 80/94);23
Ação civil ex delicto ajuizada pelo MP (art. 68, CPP);24
Maior exemplo é a ADI 223 (indeferida) e a ADI 4068 (esta pendente de julgamento).
23
Cf. STF, HC 70.514.
24
Cf. STF, AI 339.696.
TUCIONAL. AFRONTA AO DISPOSTO NO ARTIGO 18, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO
DO BRASIL. OMISSÃO DO PODER LEGISLATIVO. EXISTÊNCIA DE FATO. SITUA-
ÇÃO CONSOLIDADA. PRINCÍPIO DA SEGURANÇA DA JURÍDICA. SITUAÇÃO DE
EXCEÇÃO, ESTADO DE EXCEÇÃO. A EXCEÇÃO NÃO SE SUBTRAI À NORMA,
MAS ESTA, SUSPENDENDO-SE, DÁ LUGAR À EXCEÇÃO --- APENAS ASSIM ELA
SE CONSTITUI COMO REGRA, MANTENDO-SE EM RELAÇÃO COM A EXCE-
ÇÃO. 1. O Município foi efetivamente criado e assumiu existência de fato, há
mais de seis anos, como ente federativo. 2. Existência de fato do Município,
decorrente da decisão política que importou na sua instalação como ente
federativo dotado de autonomia. Situação excepcional consolidada, de cará-
ter institucional, político. Hipótese que consubstancia reconhecimento e a-
colhimento da força normativa dos fatos. 3. Esta Corte não pode limitar-se à
prática de mero exercício de subsunção. A situação de exceção, situação
consolidada --- embora ainda não jurídica --- não pode ser desconsiderada.
4. A exceção resulta de omissão do Poder Legislativo, visto que o impedi-
mento de criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios,
desde a promulgação da Emenda Constitucional n. 15, em 12 de setembro
de 1.996, deve-se à ausência de lei complementar federal. 5. Omissão do
Congresso Nacional que inviabiliza o que a Constituição autoriza: a criação
de Município. A não edição da lei complementar dentro de um prazo razoá-
vel consubstancia autêntica violação da ordem constitucional. 6. A criação
do Município de Luís Eduardo Magalhã es importa, tal como se deu, uma si-
tuação excepcional não prevista pelo direito positivo. 7. O estado de exce-
ção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não
é a exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá
lugar à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como regra, manten-
do-se em relação com a exceção. 8. Ao Supremo Tribunal Federal incumbe
decidir regulando também essas situações de exceção. Não se afasta do or-
denamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção desaplicando-a, is-
to é, retirando-a da exceção. 9. Cumpre verificar o que menos compromete
a força normativa futura da Constituição e sua função de estabilização. No
aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento
da existência válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à fede-
ração. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício da pre-
servação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 12. Julga-
mento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando
determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao edi-
tar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição
do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município
de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei es-
tadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente
para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo
prazo de 24 meses, da Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da
Bahia. (STF, ADI 2240, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em
09/05/2007, DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-2007
PP-00029 EMENT VOL-02283-02 PP-00279).
O art. 27 da Lei 9.868/99 diz que: “Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse
social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus membros,
restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado”.
25
Para ver mais sobre o tema, ver o livro do P EDRO L ENZA (p. 214).
ção é uma zona de indiferença entre o caos e o estado da normalidade. Não
é a exceção que se subtrai à norma, mas a norma que, suspendendo-se, dá
lugar à exceção --- apenas desse modo ela se constitui como regra, manten-
do-se em relação com a exceção. 8. Ao Supremo Tribunal Federal incumbe
decidir regulando também essas situações de exceção. Não se afasta do or-
denamento, ao fazê-lo, eis que aplica a norma à exceção desaplicando-a, is-
to é, retirando-a da exceção. 9. Cumpre verificar o que menos compromete
a força normativa futura da Constituição e sua função de estabilização. No
aparente conflito de inconstitucionalidades impor-se-ia o reconhecimento
da existência válida do Município, a fim de que se afaste a agressão à fede-
ração. 10. O princípio da segurança jurídica prospera em benefício da pre-
servação do Município. 11. Princípio da continuidade do Estado. 12. Julga-
mento no qual foi considerada a decisão desta Corte no MI n. 725, quando
determinado que o Congresso Nacional, no prazo de dezoito meses, ao edi-
tar a lei complementar federal referida no § 4º do artigo 18 da Constituição
do Brasil, considere, reconhecendo-a, a existência consolidada do Município
de Luís Eduardo Magalhães. Declaração de inconstitucionalidade da lei es-
tadual sem pronúncia de sua nulidade 13. Ação direta julgada procedente
para declarar a inconstitucionalidade, mas não pronunciar a nulidade pelo
prazo de 24 meses, da Lei n. 7.619, de 30 de março de 2000, do Estado da
Bahia. (STF, ADI 2240, Relator Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado
em 09/05/2007, DJe-072 DIVULG 02-08-2007 PUBLIC 03-08-2007 DJ 03-08-
2007 PP-00029 EMENT VOL-02283-02 PP-00279).
Em gráfico:
Período de
O Presidente do Tribunal será o competente para anali-
recesso ou
sar o pedido.
férias
Efeito repristinatório da
declaração de inconstitu-
Repristinação da norma
cionalidade com efeito
retroativo (ex tunc)
Temos o reestabelecimento
da lei anterior porque, se a Salvo disposição em contrá-
lei objeto de controle é rio, a lei revogada não se
inconstitucional e, assim, restaura por ter a lei revo-
nula, ela nunca teve eficá- gadora perdido a vigência,
cia, logo, nunca revogou ou seja, precisa de pedido
nenhum outro ato normati- expresso desta terceira lei.
vo.
Para PEDRO LENZA (p. 240), situação diferente será no caso de haver modulação dos
efeitos da declaração de inconstitucionalidade “pró-futuro”, caso em que a Lei terá eficácia
derrogatória, pois vigerá por um tempo.
E mais.
Os legitimados são todos aqueles que forem atingidos por decisões contrárias ao
entendimento firmado pelo STF no julgamento de mérito proferido em ADI.
26
Súmula 734 do STF: não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judici-
al que se alega tenha desrespeitado decisão do supremo tribunal federal.
Para o conhecimento da reclamação não se exige a juntada de cópia do acórdão do
STF que teria sido desrespeitado (RCL 6.167 AGR).
/1 Ação (Miranda);
/2 Recurso ou sucedâneo recursal;
/3 Remédio incomum (Orizombo Nonato);
/4 Incidente processual (Moniz de Aragão);
/5 Medida de direito processual constitucional (José Frederico Marques);
/6 Medida processual de caráter excepcional;
/7 Instrumento de extração constitucional (RCL 336);
/8 Simples postulação perante o próprio órgão que proferiu uma decisão para o
seu exato e integral cumprimento;
/9 Provimento mandamental de natureza constitucional (Pedro Lenza).
7.3. ADC
7.3.1. N OÇÕES GERAIS
A ADC busca tornar a presunção relativa de constitucionalidade das leis em uma
presunção absoluta.
7.3.2. C OMPETÊNCIA
STF (art. 102, I, CF).
7.3.3. L EGITIMADOS
Note:
7.3.4. O BJETO
Lei ou ato normativo federal.
Em 1992 foi feita uma PEC (PEC 96) criando o “incidente de constitucionali-
dade”, que seria uma espécie de avocação para o STF, mas suscitada por um
número maior de pessoas.
Exemplos de atos que não admitem ADI e, por conseguinte, ficaram de fora do con-
trole concentrado:
a) Lei anterior à constituição (a não recepção pode ser declarada por qualquer
Juiz);
b) Leis municipais que contrariam a CF;
c) Atos infralegais (decretos, portarias etc.), via de regra, não admitem ADI;
d) Lei revogada.
Assim, a ADPF veio pra suprir a falta de controle concentrado para alguns atos não
abrangidos pelos instrumentos em uso (ADI).
7.4.5. C ONCEITO
É um mecanismo constitucional, no qual os legitimados do art. 103 da CF (ADI), le-
vam ao STF eventual violação a preceito fundamental.
Alguns autores colocam a ADPF entre o controle concentrado e o controle difuso (U-
ADI L AMEGO ).
7.4.7. L EGITIMADOS
São as pessoas do art. 103 da CF (são os mesmos legitimados da ADI):
Legitimados da ADPF
(da ADI, ADC e ADO)
I. Presidente da República;
II. Mesa do Senado Federal;
III. Mesa da Câmara dos Deputados;
IV. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal;
V. Governador de Estado ou do Distrito Federal;
VI. Procurador-Geral da República;
VII. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do
Brasil;
VIII. Partido político com representação no Con-
gresso Nacional;
IX. Confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional.
Segundo o STF, sete possuem capacidade postulatória: os sete primeiros. Assim, so-
mente precisarão de advogado o partido político e a confederação sindical ou entidade de
classe.
Legitimados ESPECIAIS
ou INTERESSADOS
1. Governador
2. Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara
Legislativa do Distrito Federal;
3. Confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional.
Pode o Governador de um estado ajuizar ADPF sobre uma lei de outro estado? Pode,
mas ele deve provar o seu interesse, a pertinência temática.
Algumas observações:
O Vice não tem legitimidade, porém, enquanto ele estiver no exercício, terá
legitimidade;
A mesa do Congresso Nacional não tem legitimidade ativa, mesmo ela sendo
formado por membros da câmara dos deputados e do senado.
O Procurador-Geral da república não pode delegar a sua legitimidade;
A legitimidade do Partido Político deve ser aferida no momento da proposi-
tura da ação;
Associação de associações também tem legitimidade;
A definição de Confederação Sindical está no art. 535 da CLT: pelo menos 03
federações em pelo menos 03 estados;
Segundo o STF, fazendo analogia à Lei dos Partidos Políticos, a Entidade de
Classe, para ser considerada nacional, deve ter filiados em pelo menos 09 Es-
tados (ADI 79).
7.4.9. O BJETO
O objeto é a norma impugnada.
7.4.10. P ARÂMETRO
O parâmetro é o preceito fundamental, que é a norma constitucional violada.
O que significa preceito? Cabe à doutrina e ao STF definir o que é preceito funda-
mental.
Por fim, o Supremo não exige que esse meio eficaz seja instrumento de controle con-
centrado.
27
Ver a ADPF 101 (importação de pneus usados). O STF disse ser direito fundamentais alguns dis-
positivos que estão fora do Título II. Art. 196 e art. 225 (direito à saúde e ao Meio Ambiente).
7.4.12. H IPÓTESES DE CABIMENT O DA ADPF
Hipóteses de cabimento da ADPF (art. 1º da Lei 9.882/99):
a) Súmula de Tribunal;
b) Atos legislativos em elaboração (ex. proposta de emenda constitucional)
(ADPF 43), sob pena de interferência indevida na separação de poderes;
Só existe um caso de controle preventivo de ato legislativo realizado pelo
Judiciário: quando um parlamentar impetra um mandado de segurança para
paralisar processo legislativo inconstitucional, alegando que ele tem direito
líquido e certo de não participar da votação.
7.4.15. C OMPETÊNCIA
STF (art. 102, § 1º, CF).
28
Entendendo ser inconstitucional: N ERY DA S ILVEIRA , H ELLEN G RACIE e P EDRO L ENZA .
29
G USTAVO B IDEN B OJIN faz a distinção entre veto jurídico e veto político. Ele diz que quando o
presidente veta juridicamente, aduzindo sobre a inconstitucionalidade, o Presidente deverá expor os
motivos da suposta inconstitucionalidade nas razões do veto, que serão vinculantes, podendo ser objeto
de ADPF.
O art. 125, § 2º, CF admite a ADI estadual para o TJ. Também é admitida no
âmbito estadual a ADC, ADI interventiva e ADO.
Hoje, no Brasil, existem três estados que preveem, em suas constituições estaduais, a
ADPF no âmbito estadual (MS, RN e AL).
Note que o STF não faz distinção entre a ADPF autônoma ou incidental, tratando
como se fosse tudo um objeto só.
30
Maior exemplo: Lei de Imprensa.
dos documentos necessários para comprovar a im-
pugnação.
2. O Ministro relator poderá:
2.1. Indeferir a petição inicial;
Cabe agravo para o próprio STF no prazo de 05 dias.
2.2. Deferir a petição;
3. Deferida, há análise da liminar (art. 5º);
Via de regra, quem concede a liminar em ADPF é a
maioria absoluta do Tribunal (seis membros).
Diferença para a cláusula de reserva de plenário é que neste os efeitos são horizontal
e na ADPF, o efeito é vertical.
7.5.1. C ONCEITO
A regra constitucional é a da não intervenção, isto é, a União não pode intervir nos
estados-membros, os estados não podem intervir em município.
União nos Estados (art. 34), Distrito Federal (art. 34, CF) e nos Municípios
localizados em territórios federais (art. 35, CF);
Estados em seus Municípios (art. 35, CF).
Lembre-se que a União não pode intervir nos municípios dos estados, porém, excep-
cionalmente, pode intervir nos municípios de seus territórios.
A União não precisará intervir em seus territórios (que tem natureza jurídica de
descentralização administrativa da União. É uma autarquia da União).
O DF não pode intervir em seu Município, porque ele não tem Município.
A União pode intervir nos Estados por vários meios, sendo a ADI interventiva uma
espécie.
Lei do Distrito Federal só pode ser for derivada da competência legislativa Estadual.
Ver súmula 642 do STF.
7.5.2. L EGITIMIDADE
Somente o Procurador-Geral da República (art. 36, CF).
7.5.3. C OMPETÊNCIA
STF.
7.5.4. O BJETIVO
Defesa dos princípios constitucionais sensíveis (previstos nos art. 34, VII, CF).
Princípios constitucionais sensíveis são aqueles percebidos de pronto, facilmente encon-
trados. São aqueles que não podem ser desobedecidos, desatendidos pelos Estados-
membros, sob pena de intervenção da União.
Exemplos dessa menor autonomia e maior limite do DF: (i) os estados-membros po-
dem dividir-se em municípios, o DF não (art. 18, § 4º, CF); (ii) a polícia do DF é organizada
e mantida pela União (art. 21, XIV, CF); (iii) quem mantém o MP e a Defensoria do DF é a
própria União (art. 21, XIII, CF).
O DF é uma pessoa jurídica com capacidade política híbrida: o DF legisla sobre maté-
ria de competência dos estados-membros e dos municípios.
A. Eficácia plena;
B. Eficácia contida (eficácia redutível ou restringível);
C. Eficácia limitada.
Quadro:
Aplicabilidade
Eficácia plena Direta Imediata Integral
Possivelmente não
Eficácia contida Direta Imediata
integral (restringível)
Eficácia limitada Indireta Mediata Reduzida
Aplicabilidade direta significa dizer que ela se aplica diretamente aos casos nela
previstos. Ela não depende de nenhuma outra vontade (do legislador intermediar a nor-
ma, fazendo uma norma regulamentadora).
Art. 5º - [...]
[...]
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-
fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei es-
tabelecer;
[...]
Ela surte os mesmos efeitos de uma norma de eficácia plena, mas ela não é de eficá-
cia plena.
Essa lei a que se refere o inciso VII do art. 37, ao contrário do que acontece com a lei
do art. 5º, XIII, não é uma lei que irá restringir o direito à greve, mas, sim, regulamentá-la.
O art. 9º, § 1º, é exemplo de norma de eficácia contida, pois prevê uma possível res-
trição.
Essa patologia constitucional pode ser sanada por dois meios: (1) ADO e (2) MI.
Essa norma (102, § 1º) tinha, sim, eficácia; uma eficácia negativa (não tinha a eficá-
cia positiva, isto é, a capacidade de subsumir aos fatos concretos).
São os poderes públicos que definirão os meios para alcançar os fins programados.
O direito não é imune a outros sistemas, isto é, ele se relaciona e depende direta-
mente do sistema político, isto é, ele se reproduz de forma alopoiética (contrário de auto-
poética [direito penal do inimigo, p. ex.]).
ADO
MI
Regulada pela Lei 12.063/09
31
O § 2º do art. 103 da CF diz que: “Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida pa-
ra tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das provi-
dências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias”.
A omissão é de cunho normativo, (II) Prerrogativas inerentes à
engloba o poder executivo (omis- nacionalidade, à sobera-
são de regulamentos, instruções nia e à cidadania.
etc.), legislativo e judiciário (omis-
são de regimento interno).
Sobre a ADO, ver o capítulo II-A da Lei 9.868/99, adicionado pela Lei 12.069/09:
32
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. INATIVIDADE DO LEGIS-
LADOR QUANTO AO DEVER DE ELABORAR A LEI COMPLEMENTAR A QUE SE REFERE O § 4O DO ART. 18
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NA REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL NO 15/1996. AÇÃO
JULGADA PROCEDENTE. 1. A Emenda Constitucional n° 15, que alterou a redação do § 4º do art. 18 da
Constituição, foi publicada no dia 13 de setembro de 1996. Passados mais de 10 (dez) anos, não foi edi-
tada a lei complementar federal definidora do período dentro do qual poderão tramitar os procedimen-
tos tendentes à criação, incorporação, desmembramento e fusão de municípios. Existência de notório
lapso temporal a demonstrar a inatividade do legislador em relação ao cumprimento de inequívoco
dever constitucional de legislar, decorrente do comando do art. 18, § 4o, da Constituição. 2. Apesar de
existirem no Congresso Nacional diversos projetos de lei apresentados visando à regulamentação do art.
18, § 4º, da Constituição, é possível constatar a omissão inconstitucional quanto à efetiva deliberação e
aprovação da lei complementar em referência. As peculiaridades da atividade parlamentar que afetam,
inexoravelmente, o processo legislativo, não justificam uma conduta manifestamente negligente ou
desidiosa das Casas Legislativas, conduta esta que pode pôr em risco a própria ordem constitucional. A
inertia deliberandi das Casas Legislativas pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade por
omissão. 3. A omissão legislativa em relação à regulamentação do art. 18, § 4º, da Constituição, acabou
dando ensejo à conformação e à consolidação de estados de inconstitucionalidade que não podem ser
ignorados pelo legislador na elaboração da lei complementar federal. 4. Ação julgada procedente para
declarar o estado de mora em que se encontra o Con gresso Nacional, a fim de que, em prazo razoável
de 18 (dezoito) meses, adote ele todas as providências legislativas necessárias ao cumprimento do dever
constitucional imposto pelo art. 18, § 4º, da Constituição, devendo ser contempladas as situações im-
perfeitas decorrentes do estado de inconstitucionalidade gerado pela omissão. Não se trata de impor
um prazo para a atuação legislativa do Congresso Nacional, mas apenas da fixação de um parâmetro
temporal razoável, tendo em vista o prazo de 24 meses determinado pelo Tribunal nas ADI n°s 2.240,
3.316, 3.489 e 3.689 para que as leis estaduais que criam municípios ou alteram seus limites territoriais
continuem vigendo, até que a lei complementar federal seja promulgada contemplando as realidades
desses municípios. (STF, ADI 3682, Relator(a): Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em
09/05/2007, DJe-096 DIVULG 05-09-2007 PUBLIC 06-09-2007 DJ 06-09-2007 PP-00037 EMENT VOL-
02288-02 PP-00277 RTJ VOL-00202-02 PP-00583).
Capítulo II-A (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
Seção I (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão
Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstituciona-
lidade por omissão os legitimados à propositura da ação
direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de
constitucionalidade. (Incluído pela Lei nº 12.063, de
2009).
Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei nº
12.063, de 2009).
I - a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao
cumprimento de dever constitucional de legislar ou quanto
à adoção de providência de índole
va; (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
II - o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei
nº 12.063, de 2009).
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de ins-
trumento de procuração, se for o caso, será apresentada
em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos
necessários para comprovar a alegação de omis-
são. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a
manifestamente improcedente serão liminarmente indefe-
ridas pelo relator. (Incluído pela Lei nº 12.063, de
2009).
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a
petição inicial. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade
por omissão, não se admitirá desistência. (Incluído pela
Lei nº 12.063, de 2009).
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão, no que couber, as dis-
posições constantes da Seção I do Capítulo II desta
Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
o o
§ 1 Os demais titulares referidos no art. 2 desta Lei po-
derão manifestar-se, por escrito, sobre o objeto da ação e
pedir a juntada de documentos reputados úteis para o e-
xame da matéria, no prazo das informações, bem como
apresentar memoriais. (Incluído pela Lei nº 12.063, de
2009).
o
§ 2 O relator poderá solicitar a manifestação do Advoga-
do-Geral da União, que deverá ser encaminhada no prazo
de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de
2009).
o
§ 3 O Procurador-Geral da República, nas ações em que
não for autor, terá vista do processo, por 15 (quinze) dias,
após o decurso do prazo para informações. (Incluído pela
Lei nº 12.063, de 2009).
Seção II
(Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionali-
dade por Omissão
Art. 12-F. Em caso de excepcional urgência e relevância da
matéria, o Tribunal, por decisão da maioria absoluta de
seus membros, observado o disposto no art. 22, poderá
conceder medida cautelar, após a audiência dos órgãos ou
autoridades responsáveis pela omissão inconstitucional,
que deverão pronunciar-se no prazo de 5 (cinco) di-
as. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
o
§ 1 A medida cautelar poderá consistir na suspensão da
aplicação da lei ou do ato normativo questionado, no caso
de omissão parcial, bem como na suspensão de processos
judiciais ou de procedimentos administrativos, ou ainda
em outra providência a ser fixada pelo Tribunal. (Incluído
pela Lei nº 12.063, de 2009).
o
§ 2 O relator, julgando indispensável, ouvirá o Procura-
dor-Geral da República, no prazo de 3 (três) dias. (Incluído
pela Lei nº 12.063, de 2009).
o
§ 3 No julgamento do pedido de medida cautelar, será fa-
cultada sustentação oral aos representantes judiciais do
requerente e das autoridades ou órgãos responsáveis pela
omissão inconstitucional, na forma estabelecida no Regi-
mento do Tribunal. (Incluído pela Lei nº 12.063, de
2009).
Art.12-G. Concedida a medida cautelar, o Supremo Tribu-
nal Federal fará publicar, em seção especial do Diário Ofi-
cial da União e do Diário da Justiça da União, a parte dispo-
sitiva da decisão no prazo de 10 (dez) dias, devendo solici-
tar as informações à autoridade ou ao órgão responsável
pela omissão inconstitucional, observando-se, no que cou-
ber, o procedimento estabelecido na Seção I do Capítulo II
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Seção III
(Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
Da Decisão na Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão
Art. 12-H. Declarada a inconstitucionalidade por omissão,
com observância do disposto no art. 22, será dada ciência
ao Poder competente para a adoção das providências ne-
cessárias. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
o
§ 1 Em caso de omissão imputável a órgão administrati-
vo, as providências deverão ser adotadas no prazo de 30
(trinta) dias, ou em prazo razoável a ser estipulado excep-
cionalmente pelo Tribunal, tendo em vista as circunstân-
cias específicas do caso e o interesse público envolvi-
do. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
o
§ 2 Aplica-se à decisão da ação direta de inconstituciona-
lidade por omissão, no que couber, o disposto no Capítulo
IV desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.063, de 2009).
No Uruguai, por exemplo, só existe um único centro que manifesta poder, isto é, só
uma espécie de pessoa jurídica com capacidade política própria. Desta feita, no Uruguai,
sobre pessoas e bens, incide apenas e tão somente apenas uma espécie de lei. Se sobre
pessoas e bens incidir apenas uma espécie de lei, estaremos diante de um Estado Unitá-
rio, isto é, é aquele que, no seu território só existe uma única espécie de pessoa jurídica
com capacidade política.
No Uruguai existem divisões administrativas, mas estas divisões não são dotadas de
capacidade política própria. Não há descentralização política, mas, tão somente, descen-
tralização administrativa.b
Desta feita, no Brasil, quantos centros que manifestam poder existem? Temos mais
de um centro que manifesta poder, que edita leis, quais sejam: União, Estados-membros,
Distrito Federal e Municípios.
O Estado composto pode ser de dois tipos: Estado composto do tipo Federação e Es-
tado composto do tipo Confederação34.
Esta constituição de 1787 possui 07 artigos, que revelam apenas princípios (é uma
constituição, portanto, sintética ou concisa).
Canotilho diz que os princípios fazem com que a Constituição respire – isto é -, refle-
te a mudança da sociedade.
33
Pessoa jurídica com capacidade política significa pessoa jurídica dotado de legislativo próprio.
34
Há quem defenda que a Confederação é uma associação de Estados, e não uma espécie de Es-
tado composto.
Na Confederação, as unidades parciais são soberanas (tem moeda própria,
exército próprio, passaporte próprio); na Federação, as unidades parciais
são autônomas.
Na confederação existe o direito de secessão; na Federação, as unidades par-
ciais não têm direito de secessão.
A confederação surge a partir de um Tratado Internacional; a Federação nas-
ce a partir de uma Constituição.
1. Indissolubilidade do vínculo;
2. Divisão constitucional de competência;
3. Participação das unidades parciais na formulação da vontade geral;
4. Existência de um Tribunal encarregado da defesa da constituição;
Existe hierarquia entre as pessoas jurídicas com capacidade política? Não existe hie-
rarquia, mas, sim, uma divisão constitucional de competência.
35
ADI Interventiva é ajuizada pelo PGR, na defesa dos princípios constitucionais sensíveis (defesa
da Federação).
36
O crime de atentar contra a indissolubilidade da federação, por ser crime político, é julgado pe-
la Justiça Federal, e da condenação só cabe recurso ordinário para o STF, no sentido do art. 102, II, “b”,
CF.
U E DF M
Essa distorção se dá, ainda, em razão do Federalismo Fiscal, que é a ordem tributá-
ria, isto é, divisão de tributos entre as pessoas jurídicas com capacidade política. É nesse
ponto que é preciso uma reforma tributária, visto que a União recolhe muito e repassa
pouco para os Estados-membros.
Nos EUA, os Estados-membros têm uma maior autonomia que os Estados do Brasil,
visto que lá os Estados têm os seus próprios códigos penais, processuais penais, etc. isso se
dá porque a Federação do Brasil surgiu a partir de um Estado único, por isso temos uma
Federação por desagregação ou centrífuga; nos EUA há uma Federação por agregação ou
centrípeta, isto é, foram vários Estados que se uniram.
Os Deputados são os representantes do povo (art. 45, CF) e os Senadores o são dos
Estados (art. 46, CF) na criação das leis. Desta feita toda a construção legislativa da União
tem a participação da vontade dos Estados.
O Distrito Federal é uma pessoa jurídica com capacidade política híbrida, pois ele le-
gisla sobre competência dos Estados e dos Municípios.
Quadro sinótico:
U E DF M
A Constituição deve ser eterna, mas não deve ser eterna, visto que ela deve acompa-
nhar a mudança na sociedade. Em razão disso, o poder constituinte originário delega a um
dos poderes constituídos a força de alterar a constituição. Quem altera é o Legislativo, in-
vestido numa força de alterar a constituição, chamado de poder constituinte derivado
reformador. Este poder, diversamente do originário, possui limites, os quais são: limite
procedimental; limite circunstancial e limite material.
37
São chamados de especiais, pois a regra é o recurso ordinário.
O poder constituinte derivado decorrente é uma força que cria unidades parciais
(Estados-membros, DF), nos termos do art. 25 da CF.
Desta feita ela é uma norma jurídica dotada de imperatividade reforçada. Se ela o-
briga, ela deve ser respeitada.
38
Apesar de não ter limitação jurídica, o poder constituinte originário tem outros tipos de limi-
tes, como os limites sociais, circunstanciais, etc.
39
Teoria pura do direito: por essa teoria, não se sabe o que está acima da Constituição – alguns
falam em ordem de Deus.
B. Controle repressivo de constitucionalidade.
1) Feito pelo Legislativo: CCJ (art. 58, § 2º, CF), que existe também nos Parla-
mentos Estaduais.
2) Feito pelo Executivo: veto jurídico presidente (art. 66, § 1º, CF), que existe
também no âmbito estadual, feito pelo governador.
3) Feito pelo Judiciário: O Supremo aceita o controle preventivo ser feito pelo
judiciário; Atenção: só parlamentar pode impetrar mandado de segurança
para fazer o controle preventivo através do judiciário. Somente o parlamen-
tar federal é dotado do direito líquido e certo do devido processo legislativo
legal constitucional. Parlamentar Estadual ajuíza MS junto ao TJ, fazendo
controle preventivo de constitucionalidade.
O art. 102, I, “a”, CF, em nenhum momento fala em ADC por omissão, mas esta espé-
cie está implícita.
Hoje existe a busca pela equiparação entra a ADI e a ADC. Quando a ADC surgiu, e-
ram apenas quatro legitimados, hoje, com a EC n. 45/04, são os mesmos legitimados da
ADI.
A Lei n.º 9.868/99, no seu art. 24, fala que as ações são ambivalentes, visto que os
efeitos são os mesmos.
8.6.2. L EGITIMIDADE .
A CF não diz quais são os legitimados em sede Estadual. No entanto, a CF nos dá no-
tícia sobre uma regra: O Estado não pode estabelecer apenas um legitimado, nos termos
do art. 125, § 2º, parte final, CF.
A CF, ao vedar apenas um legitimado para ADI em sede Estadual, aumenta a demo-
cracia participativa.
O art. 103, CF, estabelece parâmetros para estabelecer quem pode e quem deve ser
legitimado:
Além destas autoridades citadas (originárias da simetria com a CF), outras au-
toridades podem constar do rol da CE? Sim. Segundo o STF, se encontra na autonomia
do estado-membro ofertar legitimidade.
a) Deputado Estadual;
b) Procurador-geral do Estado
c) Procurador-geral do Município;
d) Defensor público-geral do Estado;
e) Iniciativa popular.
8.6.3. C OMPETÊNCIA
Em sede Estadual, somente o Tribunal de Justiça.
Lembrando que aqui também se aplica o art. 97, CF40, que prevê a reserva de maioria
absoluta (maioria absoluta dos votos pelo Tribunal ou órgão especial).
É possível que uma lei federal seja objeto de controle em sede estadual? Não é pos-
sível que lei federal seja objeto de controle no âmbito estadual.
Neste caso não teríamos uma crise de constitucionalidade, mas, sim, uma crise fede-
rativa, isto é: ou a CE é inconstitucional porque tratou de matéria federal (em sendo assim,
40
O art. 97 da CF tem como fundamento manter a segurança jurídica.
ela é inconstitucional em face da CF), ou a lei federal é inconstitucional em face da CF por-
que tratou de matéria.
Exemplo: a CE/SP (no que tange à previsão da composição dos órgãos especiais) é
inconstitucional perante a lei federal (LOMAN) e, logo, inconstitucional perante a CF, por-
que tratou de matéria de competência federal.
É constitucional uma CE que traga como parâmetro de controle a CF? Não, a CE seria
inconstitucional frente à CF, pois não cabe ao estado-membro, em controle concentrado,
ter por parâmetro a CF (neste caso, somente o STF pode ter essa competência).
O assunto não será local quando o assunto se tratar de uma norma central federal
(R AUL M ACHADO O RTA E N OVELINO ), que são comandos da Constituição Federal que alcan-
çam os estados-membros de forma obrigatória. Estas normas centrais federais, segundo
R AUL M ACHADO O RTA , se dividem em:
Por outro lado, JOSÉ A FONSO DA S ILVA , dita que as normas centrais federais se divi-
dem em:
Dessa decisão, em regra, não caberá RE, porque o assunto é local. Excepcionalmente,
sim, quando o assunto não for local (e este não será local quando se tratar de norma de
reprodução obrigatória).
Este RE, que desafia a decisão do TJ, que tem por objeto uma lei municipal, é do sis-
tema difuso ou concentrado? Será sistema concentrado. Isto é, a decisão do Supremo, nes-
te RE, será vinculante, erga omnes e ex-tunc.
8.7.1. L EGITIMIDADE
Qualquer pessoa física ou jurídica, diante de um caso concreto.
8.7.2. C OMPETÊNCIA
Qualquer Juiz ou Tribunal (por maioria absoluta – art. 97, CF) diante de um caso
concreto.
Precisa fazer a remessa pro legislativo para atribuir efeitos erga-omnes, ex-nunc (na
conformidade do art. 52, X, CF).
No entanto, algumas constituições estaduais (RS, MS, RN) dizem que não interessa
se lei estadual ou municipal, sempre será de competência da AL fazer a suspensão da exe-
cução da lei declarada inconstitucional.
U E DF M
a) O estado-membro pode se dividir em município (art. 18, § 4º, CF); o DF, não;
b) O MP do DF faz parte do MPU, enquanto que o estados-membros tem o seu
próprio Ministério Público (art. 128, CF);
c) A defensoria pública e polícia são organizadas e mantidas pela União.
A união não pode intervir nos municípios dos estados, porém, excepcionalmente,
pode a União intervir nos municípios de seus territórios.
O art. 35, IV, CF prevê quatro motivos que podem fundamentar a intervenção do Es-
tado:
Quais são os princípios que fundamentam a intervenção? Quais leis autorizam essa
intervenção?
8.8.2. L EGITIMIDADE .
Procurador-geral de Justiça.
8.8.3. C OMPETÊNCIA .
TJ.
Se o Município desobedecer à decisão judicial, não caberá ADI interventiva, mas sim
mero direito de petição.
A União não pode intervir no Município, logo, ela não teria um instrumento para
proteção da aplicação de sua lei. O Estado faz esse papel.
Toda pessoa jurídica com capacidade política deve preservar a lei, assegurar a exe-
cução da lei (nos termos do art. 23, I, CF).
Se o Estado não intervir no Município que está ignorando lei federal, será caso de in-
tervenção da União no Estado, nos termos do art. 34, CF.
b) admitindo-se a tese de que não contam com valor constitucional, eles servem de
paradigma (apenas) para o controle (difuso) de convencionalidade (recorde-se que o con-
trole concentrado no STF exige como fonte uma norma com status constitucional);
1
2 Questão de 3
1º Grau Tribunal OF Pleno/OE Decisão RE
ordem
STF Decisão
4 5
Legendas: