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Benefícios a empregados
Gabriel Rabelo
Luciano Rosa
17 - Benefícios a empregados: Benefícios pagos durante o tempo
de serviços. Benefícios pós-emprego. Planos de contribuição
definida. Planos de benefícios definidos. Divulgações obrigatórias.
Índice
1) Objetivo
2) Alcance
3) Definições
8) Divulgação.
9) Resumo Geral:
10) Questões
1) Objetivo
2) Alcance
(b) por disposições legais, ou por meio de acordos setoriais, pelos quais
se exige que as entidades contribuam para planos nacionais, estatais,
setoriais ou outros; ou
(c) por práticas informais que dêem origem a uma obrigação construtiva
(ou obrigação não formalizada – ver Pronunciamento Técnico CPC 25 –
Provisões, Passivos Contingentges e Ativos Contingentes). Práticas
informais dão origem a uma obrigação construtiva quando a entidade
não tiver alternativa senão pagar os benefícios. Pode-se citar como
exemplo de obrigação construtiva a situação em que uma alteração nas
práticas informais da entidade cause dano inaceitável no seu
relacionamento com os empregados.
3) Definições
(a) que sejam mantidos por entidade (fundo) que esteja legalmente
separada da entidade patrocinadora objeto das demonstrações
contábeis e que existam unicamente para pagar ou financiar os
benefícios a empregados; e
Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser trocado ou um passivo
pode ser liquidado entre partes conhecedoras e dispostas a isso numa
transação em que não exista favorecimento entre elas.
a) R$ 66.500,00.
b) R$ 87.230,00.
c) R$ 79.270,00.
d) R$ 77.630,00.
e) R$ 80.850,00.
Resolução:
19. A entidade pode não ter obrigação legal de pagar uma gratificação.
Entretanto, em alguns casos, a entidade adota essa prática. Em tais
casos, a entidade tem uma obrigação construtiva porque a entidade
não tem alternativa a não ser pagar a gratificação. A mensuração da
obrigação construtiva deve refletir a possibilidade de que alguns
empregados possam se desligar sem o direito de receber a gratificação.
Texto do CPC 25
Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da
entidade em que:
(c) práticas informais que dão origem a uma obrigação construtiva. Por
exemplo, uma obrigação construtiva pode surgir quando a entidade tem
um histórico de aumentos nos benefícios de antigos empregados, com o
intuito de anular o efeito da inflação, mesmo quando não há obrigação
legal.
6.2) Divulgação
(d) menos o valor justo dos ativos do plano (se existirem) na data a que
se referem as demonstrações contábeis, disponíveis para a liquidação
das obrigações.
(d) menos o valor justo dos ativos do plano (se existirem) na data a que
se referem as demonstrações contábeis, disponíveis para a liquidação
das obrigações.
Vamos explicar, a seguir, cada item. Mas ressaltamos que são cálculos
complexos. Para concurso público, achamos que o entendimento dos
conceitos basta. O custo benefício para o entendimento de todas as
minúcias dos cálculos atuariais não compensa. Feita essa ressalva,
vamos em frente:
Exemplo:
Um benefício de pagamento único a ser pago ao final do período trabalhado
corresponde a 1% do salário final para cada ano de serviço. O salário no ano 1 é $
10.000 e assume-se um crescimento anual de 7% (composto) para cada ano. A taxa de
desconto utilizada é de 10% ao ano. A tabela a seguir demonstra como a obrigação é
calculada para um empregado cuja expectativa de saída é ao final do ano 5, e se
assume que não haverá alterações nas premissas atuariais. Para fins de simplificação,
este exemplo não considera o ajuste adicional necessário para refletir a probabilidade
de o empregado se desligar da entidade em data anterior ou posterior.
Ano 1 2 3
4 5
Benefício atribuído a:
– anos anteriores $0 $ 131 $ 262
$ 393 $ 524
– ano corrente (1% do salário final) $131 $ 131 $ 131
$131 $ 131
– ano corrente e anteriores $131 $ 262 $ 393
$524 $655
Notas:
1. A obrigação inicial é o valor presente do benefício atribuído a anos anteriores.
2. O custo do serviço corrente é o valor presente do benefício atribuído ao ano
corrente.
3. A obrigação final é o valor presente do benefício atribuído aos anos corrente e
anteriores.
Exemplo
Uma entidade administra um plano de pensão que proporciona uma pensão de 2% do
salário final para cada ano de serviço prestado. Os benefícios tornam-se elegíveis após
cinco anos de serviço. Em 1º de janeiro de 20X5, a entidade melhora o benefício para
2,5% do salário final por ano de serviço que tenha iniciado desde 1º de janeiro de
20X1. Na data da melhoria, o valor presente dos benefícios adicionais relativos ao
serviço de 1º de janeiro 20X1 a 1º de janeiro de 20X5 é:
_______
$ 270
A entidade reconhece $ 150 imediatamente, pois os benefícios já foram adquiridos. A
entidade reconhece $ 120 numa base de linha reta durante três anos a partir de 1º de
janeiro de 20X5.
________
$ (90)
=======
Limite $ 270
_____
$ 270 é menor que $ 320. Como decorrência, a entidade reconhece um ativo de $ 270 e
divulga que o limite reduziu o montante do ativo em $ 50 (ver item 120A(f)(iii)).
(d) ganhos e perdas atuariais, tal como exigido de acordo com a política
contábil da entidade;
8) Divulgação.
(j) para cada categoria principal de ativos do plano, que devem incluir,
entre outros, os instrumentos patrimoniais, instrumentos de dívida,
propriedade e todos os outros ativos, a percentagem ou o montante que
cada categoria representa do valor justo do total de ativos do plano;
(m) retorno real dos ativos do plano, bem como o retorno real sobre
qualquer direito de reembolso reconhecido como ativo, de acordo com o
item 104A;
9) Resumo Geral:
9.1) Benefício de curto prazo a empregado é o benefício (exceto
benefício por desligamento) devido dentro de um período de doze meses
após a prestação do serviço pelos empregados.
10) Questões
A) 1
B) 2
C) 3
D) 4
E) 5
Gabarito LETRA C.
Gabarito LETRA D.
Gabarito LETRA A.
Contabilidade Avançada para a CVM
Receitas
Gabriel Rabelo
Luciano Rosa
Receitas – CPC 30
1. Introdução
O assunto está contido no CPC 30, que passamos, a partir
deste momento, a analisar pormenorizadamente.
A receita é definida no Pronunciamento Conceitual Básico
Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das
Demonstrações Contábeis como aumento nos benefícios econômicos
durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou
aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em
aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam
provenientes de aporte de recursos dos proprietários da entidade. As
receitas englobam tanto as receitas propriamente ditas como os ganhos.
A receita surge no curso das atividades ordinárias da entidade e é
designada por uma variedade de nomes, tais como vendas, honorários,
juros, dividendos e royalties.
Portanto, receita é o aumento de benefício econômico
durante o período contábil sob a forma de entrada de recursos ou
aumento de ativos ou diminuição de passivos que resultam em
aumentos do patrimônio líquido da entidade e que não sejam
provenientes de aportes de recursos dos proprietários da entidade. Essa
definição é importantíssima para a prova.
A questão primordial na contabilização da receita é
determinar quando reconhecê-la. A receita é reconhecida quando for
provável que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade e
esses benefícios possam ser confiavelmente mensurados.
Assim, o CPC 30 se aplica às receitas oriundas de:
(a) venda de bens;
(b) prestação de serviços; e
(c) utilização, por parte de terceiros, de outros ativos da entidade que
geram juros, royalties e dividendos.
O termo “bens” inclui bens produzidos pela entidade com a
finalidade de venda e bens comprados para revenda, tais como
mercadorias compradas para venda no atacado e no varejo, terrenos e
outras propriedades mantidas para revenda.
A utilização, por parte de terceiros, de ativos da entidade dá
origem a receitas na forma de:
(a) juros – encargos pela utilização de caixa e equivalentes de caixa ou
de quantias devidas à entidade;
(b) royalties – encargos pela utilização de ativos de longo prazo da
entidade, como, por exemplo: patentes, marcas, direitos autorais e
software de computadores; e
(c) dividendos – distribuição de lucros a detentores de instrumentos
patrimoniais na proporção das suas participações em uma classe
particular do capital.
2. Definições
Receita é o ingresso bruto de benefícios econômicos durante
o período proveniente das atividades ordinárias da entidade que
resultam no aumento do seu patrimônio líquido, exceto as contribuições
dos proprietários.
Como exemplo da definição acima podemos citar a venda de
mercadorias.
Custo amortizado de ativo ou de passivo financeiro é o
montante pelo qual o ativo ou o passivo financeiro é mensurado em seu
reconhecimento inicial, menos as amortizações de principal, mais ou
menos juros acumulados calculados com base no método da taxa
efetiva de juros menos qualquer redução (direta ou por meio de conta de
provisão) por ajuste ao valor recuperável ou impossibilidade de
recebimento.
Por exemplo, o custo amortizado da conta Clientes cujo
saldo é R$ 1.000, mas cuja provisão fora feita no montante de R$ 200, é
de R$ 800,00 (1.000 – 200).
Custo de transação é o custo incremental diretamente
atribuível à aquisição, emissão ou venda de ativo ou passivo financeiro.
Custo incremental é aquele que não teria sido incorrido pela
entidade caso essa não tivesse adquirido, emitido ou vendido o
instrumento financeiro.
3. Mensuração da Receita
9. A receita deve ser mensurada pelo valor justo da contraprestação
recebida ou a receber.
Assim, uma prestação de serviço pela qual se receberá R$
100.000 deverá ser por este valor levada a balanço.
O montante da receita proveniente de uma transação é
geralmente acordado entre a entidade e o comprador ou usuário do
ativo e é mensurado pelo valor justo da contraprestação recebida,
deduzida de quaisquer descontos comerciais (financeiro não!!!) e/ou
bonificações concedidos pela entidade ao comprador.
Os descontos comerciais são também conhecidos como
descontos incondicionais concedidos e são, por conseguinte, dedução
da receita bruta de vendas.
Em uma venda de R$ 3.000, com desconto comercial de R$
300, efetuada à vista, lançaremos:
D – Caixa 2.700
D – Descontos comerciais concedidos 300
C – Receita de Vendas 3.000
Ainda, alternativamente, poderíamos lançar:
D – Caixa 2.700
C – Receita de Vendas 2.700
Segundo o CPC, a diferença entre o montante do valor
nominal e o valor justo de uma transação deve ser reconhecida como
receita de juros (item 11). Senão vejamos:
A empresa Alfa vende, em 01.01.X0, mercadorias por R$
1.000, para recebimento em 31.10.X0. Desse montante R$ 100
correspondem a juros que vencerão ao término do prazo. O custo da
mercadoria vendida é de R$ 500.
No momento da venda lançamos.
D – Clientes 1.000
C – Receita Bruta de Vendas 1.000
Em seguida...
D – Receita Bruta de Venda 100
C – Juros Ativos a Apropriar 100 (Retifica o Ativo Circulante – Clientes)
Mês a mês reconhece-se uma receita financeira no valor de
R$ 10, pelo lançamento que se segue:
D – Juros Ativos a Apropriar 10
C – Receita Financeira 10
Os juros simples, neste caso, são só para exemplificar.
Lembre-se de que a regra, em se tratando de AVP, é a utilização do
método exponencial.
No final do período, quando do recebimento, lançamos:
D – Caixa 1.000
C – Clientes 1.000
4. Venda de Bens
14. A receita proveniente da venda de bens deve ser reconhecida
quando forem satisfeitas todas as seguintes condições:
(a) a entidade tenha transferido para o comprador os riscos e benefícios
mais significativos inerentes à propriedade dos bens;
(b) a entidade não mantenha envolvimento continuado na gestão dos
bens vendidos em grau normalmente associado à propriedade nem
efetivo controle de tais bens;
(c) o valor da receita possa ser confiavelmente mensurado;
(d) for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade; e
(e) as despesas incorridas ou a serem incorridas, referentes à transação,
possam ser confiavelmente mensuradas.
Se a entidade retiver somente um risco insignificante
inerente à propriedade, a transação é uma venda e a receita pode ser
reconhecida. Por exemplo, um vendedor pode reter a titularidade legal
sobre os bens unicamente para garantir o recebimento do valor devido.
Em tal caso, se a entidade tiver transferido os riscos e benefícios
significativos inerente à propriedade, a transação é uma venda e a
receita pode ser reconhecida. Outro exemplo diz respeito às vendas a
varejo em que o valor da compra pode ser reembolsado se o cliente não
ficar satisfeito. A receita em tais casos é reconhecida no momento da
venda, desde que o vendedor possa estimar confiavelmente as
devoluções futuras. O passivo correspondente a tais devoluções deve ser
calculado tomando por base experiências anteriores e outros fatores
relevantes.
Portanto, grave-se! A receita é reconhecida se o risco
sobre a propriedade é insignificante para o vendedor. Se for
significante, não há que se falar em reconhecimento.
A receita e as despesas relacionadas à mesma transação
são reconhecidas simultaneamente; esse processo está vinculado ao
princípio da confrontação das despesas com as receitas (regime de
competência).
Quando as despesas não possam ser mensuradas
confiavelmente, a receita não pode ser reconhecida. Em tais
circunstâncias, quaisquer valores já recebidos pela venda dos bens
serão reconhecidos como um passivo (especificamente, à conta de
receitas antecipadas ou adiantamento de clientes).
Ao mesmo tempo em que as despesas se tornem
mensuráveis reconheceremos as receitas, em contrapartida à conta de
receitas antecipadas.
5. Prestação de Serviços
20. Quando o desfecho de transação que envolva a prestação de
serviços puder ser confiavelmente estimado, a receita associada à
transação deve ser reconhecida tomando por base a proporção dos
serviços prestados até a data do balanço. O desfecho de uma transação
pode ser confiavelmente estimado quando todas as seguintes condições
forem satisfeitas:
(a) o valor da receita puder ser confiavelmente mensurado;
(b) for provável que os benefícios econômicos associados à transação
fluirão para a entidade;
(c) a proporção dos serviços executados até a data do balanço puder ser
confiavelmente mensurada; e
(d) as despesas incorridas com a transação assim como as despesas
para concluí-la possam ser confiavelmente mensuradas.
O reconhecimento da receita com referência à proporção
dos serviços executados relativos a uma transação é usualmente
denominado método da percentagem completada. Por esse método, a
receita é reconhecida nos períodos contábeis em que os serviços forem
prestados.
Portanto, receitas como aluguéis, seguros, etc., recebidas
no começo do período para o ano todo, devem ser computadas como
adiantamento, em conta do passivo, reconhecendo-se a receita
proporcionalmente aos serviços prestados.
Para efeitos de reconhecimento das receitas de prestação de
serviços, os pagamentos parcelados e os adiantamentos recebidos de
clientes não correspondem, necessariamente, aos serviços executados.
7. SWAP de Receitas
Quando os bens ou serviços forem objeto de troca ou de
permuta, por bens ou serviços que sejam de natureza e valor
semelhantes, a troca não é vista como transação que gera receita.
Exemplificam tais casos as transações envolvendo petróleo
ou leite em que os fornecedores trocam ou realizam permuta de
estoques em vários locais para satisfazer a procura, em base tempestiva
e em local específico.
Por outro lado, quando os bens são vendidos ou os serviços
são prestados em troca de bens ou serviços não semelhantes, tais
trocas são vistas como transações que geram receita. Nesses casos a
receita é mensurada pelo valor justo dos bens ou serviços recebidos,
ajustados pela quantia transferida em caixa ou equivalente. Quando o
valor justo dos bens ou serviços recebidos não possa ser
satisfatoriamente mensurado, a receita é determinada utilizando-se
como parâmetro o valor justo dos bens ou serviços entregues, ajustado
pelo valor transferido em caixa ou seu equivalente.
Questões Comentadas – Receitas CPC 30