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De acordo com Simões Lopes (2001) podemos distinguir dois tipos básicos de
regiões: as regiões formais – áreas geográficas dotadas de relativa homogeneidade
em função de atributos ou variáveis, físicos, económicos, sociais e políticos; e as
regiões funcionais – áreas geográficas dotadas de coerência funcional, com intensas
interacções de ordem económica. A construção de regiões funcionais torna-se útil
quando devemos caracterizar o funcionamento das mesmas e as relações económicas
que se mantém entre os pólos e a área envolvente. Uma desvantagem centra-se no
facto de não tomar em consideração os aspectos que podem dar identidade a uma
região, dificultando os objectivos de análise (cit. M. R. Bernardo). Na base da definição
de regiões funcionais estão preocupações associadas à natureza e intensidade das
interacções de ordem económica, em regra identificadas no espaço por pólos
(industriais), nós (de comunicação) ou centros (de serviços), “pontos” de elevada
intensidade de relações. Na definição de regiões formais dominam preocupações de
homogeneidade. Sendo assim, emergem dois critérios fundamentais para a definição de
regiões: o critério da homogeneidade e o critério da polarização. Mas, segundo o
autor, um terceiro critério será necessário – o critério de política, planeamento
devendo as regiões-plano revelar coerência ou unidade perante decisões de política
económica (Boudeville, cit. por S. L. 2001: 33)
Uma região polarizada é uma área na qual as relações económicas internas são
mais intensas do que as relações mantidas com regiões exteriores a ela, isto, porque
existe uma relação de dependência muito forte das áreas envolventes relativamente aos
serviços que existem no pólo ou lugar central, em detrimento das outras relações. É
caracterizada por ser um espaço diferenciado e funcionalmente integrado através de
fluxos. Estes fluxos podem referir-se a dados relativos a comunicações (contactos
telefónicos e transportes); os movimentos da população, a transacções comerciais entre
outras. (cit. M.R. Bernardo)
A construção das regiões formais pode ter por base atributos físicos; económicos;
sociais; e políticos. Alguns exemplos concretos: clima; distribuição de espaços vegetais;
movimentos migratórios; crescimento fisiológico; natureza das actividades económicas;
recursos produtivos; nível de rendimento per capita; e comportamentos sociais (cit. M.R.
Bernardo).
A delimitação de regiões funcionais envolve o agrupamento de unidades
geográficas contíguas que revelem um grau de interdependência elevado. A
uniformidade relativa deixa de ser preocupação para passar a ser central o fluxo e as
relações de interdependência. (cit. por S.L, 2001: 36,37)
Bibliografia