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REGULAMENTO DE ESTUDOS

DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO

Preâmbulo

O Regulamento de Estudos de Licenciatura da Universidade de Aveiro, aprovado na


Secção Pedagógica e Académica do Senado em 04 de Julho de 1996, estabeleceu o regime
de formação dos alunos das Licenciaturas da Universidade de Aveiro.
As alterações legislativas surgidas no âmbito do Processo de Bolonha exigem que se
adopte agora um novo Regulamento que reflicta os princípios aplicáveis à criação de um
espaço europeu de ensino superior e que concretize os regimes insertos no Decreto-Lei n.º
42/2005, de 22 de Fevereiro, e no Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de Março.
Pretende-se, assim, estabelecer uma estrutura de formação faseada em três ciclos
sequenciais. O presente Regulamento de Estudos da Universidade de Aveiro é destinado
unicamente aos alunos do primeiro ciclo e dos três anos iniciais dos Mestrados Integrados.
Ao abrigo da Lei n.º 108/88, de 24 de Setembro, e dos artigos 17.º e 24.º dos Estatutos
da Universidade de Aveiro, aprovados pelo Despacho Normativo n.º 52/89, de 1 de Junho, com
os
as alterações introduzidas pelos Despachos Normativos n. 10/95, de 24 de Fevereiro, e
51/97, de 21 de Agosto, e em conformidade com proposta aprovada pelo Conselho
Pedagógico, é aprovado pelo Senado Universitário, em reunião de 16 de Maio 2007, o
seguinte:

Artigo 1.º
Âmbito
1- O presente Regulamento disciplina o regime aplicável às Licenciaturas e aos três anos
iniciais dos Mestrados Integrados, leccionados pela Universidade de Aveiro.
2- O presente Regulamento é aplicável a todos os alunos que frequentam, na Universidade de
Aveiro, os graus identificados no n.º anterior.

Artigo 2.º
Conceitos

Entende-se por:

a) “Ano curricular em que o aluno se encontra” – ano correspondente às unidades curriculares


mais avançadas do plano de estudos, a que o aluno se inscreveu.
b) “Elemento de avaliação” – qualquer componente do processo de ensino-aprendizagem que
seja passível de ser avaliada e não tenha de ser obrigatoriamente realizada num tempo-espaço
agendado e na presença do docente, designadamente relatório, recensão, levantamento
bibliográfico, levantamento estatístico e a presença e participação nas aulas.

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c) “Momento de avaliação” – qualquer componente do processo de ensino-aprendizagem que
seja passível de ser avaliada e tenha de ser obrigatoriamente realizada num tempo-espaço
agendado, com uma duração pré-definida e na presença do docente, nomeadamente prova
escrita, prova oral, exercício laboratorial acompanhado, trabalho de campo acompanhado, e a
apresentação e defesa de um projecto.
d) “Semestre curricular” – o tempo que compreende o período lectivo e a época de exames.
e) “Período lectivo” – a fase em que decorrem as aulas.

Artigo 3.º
Plano de estudos
O plano de estudos dos cursos de Licenciatura e de Mestrado está sujeito às normas
constantes no despacho reitoral que o regulamenta e que determina em créditos o trabalho a
executar em cada unidade curricular.

Artigo 4.º
Sistema de créditos curriculares
1 - Os cursos organizam-se pelo sistema de créditos curriculares, nos termos consagrados no
Decreto-Lei n.° 42/2005, de 22 de Fevereiro.
2 - A cada unidade curricular corresponde uma unidade temático-didáctica definida com
duração semestral, excepto determinados casos que podem ter duração anual, agrupando-se,
neste caso, os dois semestres curriculares afectos a um mesmo ano lectivo.
3- Os graus de Licenciado e de Mestre são concedidos aos alunos que tenham obtido
aprovação a todas as unidades curriculares do seu plano de estudos, no conjunto
correspondentes a um mínimo, respectivamente, de 180 e de 120 créditos.
4- O grau de Mestre obtido por intermédio de um curso de mestrado integrado exige que o
aluno obtenha aprovação a todas as unidades curriculares do seu plano de estudos, no
conjunto correspondente a um mínimo de 300 créditos.
5- O aluno só pode inscrever-se num número de unidades curriculares que não exceda 30
créditos por semestre curricular.
6- Sem prejuízo do n.º anterior, permite-se a inscrição a uma unidade curricular por semestre
curricular que exceda os trinta créditos semestrais, no caso do aluno que no ano anterior tenha
feito mais de 40 créditos.
7- A possibilidade de inscrição em unidades curriculares, de um dado ano curricular, está
condicionada à inscrição em todas as unidades curriculares correspondentes a anos
curriculares anteriores, a que o aluno não tenha tido aprovação ou às quais não se tenha
inscrito.

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Artigo 5.°
Regime de estudos
Os cursos podem ser leccionados a tempo inteiro, a tempo parcial e em conformidade com os
regimes especiais expressamente previstos na Lei e regulamentados pelo Senado.

Artigo 6.°
Regime de tempo inteiro
1 - Os cursos em regime de tempo inteiro realizam-se através da divisão do ano lectivo em dois
semestres curriculares, tendo cada semestre curricular a duração de 20 semanas.
2- No regime de tempo inteiro as aulas são de frequência obrigatória e o aluno que faltar a
mais de 20% das aulas previstas a uma das componentes de uma dada unidade curricular
reprova automaticamente, não podendo apresentar-se a qualquer exame da mesma, durante o
ano lectivo em curso.
3- Os alunos com unidades curriculares em atraso, e que não reprovaram por faltas às mesmas
em anos anteriores, podem ser dispensados da frequência obrigatória das aulas.
4- Os alunos repetentes de uma unidade curricular que tenham tido aproveitamento nos
trabalhos correspondentes ao ensino prático e laboratorial e ao trabalho de campo podem ser
dispensados pelo docente responsável da frequência das aulas práticas e laboratoriais
correspondentes nos anos lectivos seguintes, mantendo-se a classificação obtida para efeitos
de cálculo da nota final, salvo se o aluno comunicar, por escrito, a intenção de se submeter a
nova avaliação.
5- As notas parciais, obtidas nas diversas componentes de avaliação em que a unidade
curricular está dividida, podem ser transferidas para os anos seguintes, caso o docente o
entenda.
6- O docente responsável por cada unidade curricular deve registar, obrigatoriamente, as
presenças dos alunos nas aulas.

Artigo 7.°
Regime de tempo parcial
Nos cursos leccionados em regime de tempo parcial, a atribuição de créditos a cada unidade
curricular é ponderada em conformidade com a duração normal e a organização do plano de
estudos do curso em regime de tempo inteiro.

Artigo 8.º
Avaliação
1- A avaliação de conhecimentos e de competências é feita por unidade curricular, nos termos
do plano de estudos aprovado em cada curso.
2- Sem prejuízo do estipulado neste Regulamento, determinadas unidades de ensino especiais
integrantes dos cursos, como estágios, projectos ou seminários, podem ter um regime próprio

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de avaliação a definir pelos professores responsáveis, depois de consultada(s) a(s)
Comissão(ões) Científica(s) Departamental(ais) responsável(eis) pela unidade curricular.
3- Os métodos de avaliação relativos a cada unidade curricular são da responsabilidade do
respectivo professor, de acordo com as disposições do presente Regulamento.
4- O professor responsável pela unidade curricular, para efeitos de avaliação, pode, se o julgar
conveniente, subdividir a avaliação em componentes de natureza teórica, teórico-prática,
prática, laboratorial e trabalho de campo, atribuindo um peso relativo na classificação final a
cada uma delas.
5- Para efeitos de aprovação na unidade curricular, nos termos consagrados no n.º anterior, o
professor pode fixar uma nota mínima para cada uma das componentes de avaliação, que é
obtida por média dos elementos de avaliação dessa componente e não pode ser superior ao
valor do resultado da fórmula [6+x /20], em que x corresponde à percentagem da componente
de menor peso.
6- A Comissão Científica Departamental pode autorizar o agrupamento de duas ou mais
unidades curriculares para efeitos de avaliação de conhecimentos e de competências,
atribuindo uma classificação a cada uma das unidades curriculares agrupadas.

Artigo 9.º
Tipos de Avaliação e Provas
1- A avaliação pode ser contínua, mista ou final, podendo estes tipos de avaliação coexistir
numa mesma unidade curricular.
2- Na avaliação de tipo contínuo devem existir, pelo menos, três componentes de avaliação,
elementos e/ou momentos, de natureza a definir pelo professor no início do semestre
curricular, sendo os resultados dessa avaliação sucessivamente comunicados aos alunos.
3- As provas escritas presenciais, na avaliação de tipo contínuo, devem ocorrer
obrigatoriamente no período lectivo.
4- A avaliação mista envolve, pelo menos, uma componente de avaliação durante o período
lectivo e uma componente de avaliação realizada durante a época de exames.
5- A avaliação final implica a realização de uma prova escrita presencial e de duração limitada,
no final do semestre curricular, dispondo o aluno de duas datas, em alternativa, para a
realização desta prova.
6- No caso previsto no n.º anterior, o aluno deve inscrever-se previamente numa das duas
provas, de acordo com os procedimentos em vigor, dentro dos prazos fixados anualmente.
7- Todos os estudantes ficam automaticamente associados ao tipo de avaliação preferencial
estabelecida pelo docente, para a unidade curricular.
8- As provas orais, de duração máxima previamente estabelecida, realizam-se na presença de,
pelo menos, dois docentes.

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Artigo 10.º
Classificações das unidades curriculares
1- Todas as classificações das componentes de cada unidade curricular são expressas na
escala numérica de 0 a 20 valores, sendo aprovados os alunos que obtenham uma
classificação final igual ou superior a 10 valores.
2- A classificação final, que é expressa por um número inteiro, é obtida, quando necessário, por
arredondamento.
s
3- A classificação final, definida nos n.º anteriores do presente artigo, é igualmente vertida na
escala europeia de comparabilidade de classificações, conforme o disposto nos artigos 18°,
19°, 20° e 21° do Decreto-Lei n.° 42/2005, de 22 de Fevereiro.
4- A melhoria de classificação é permitida uma única vez na época de recurso do ano lectivo de
aprovação e na época de exames do semestre curricular respectivo no ano lectivo
imediatamente a seguir.
5- O professor responsável pela unidade curricular é obrigado a tornar públicas todas as
classificações obtidas pelo aluno, pelo menos, dois dias úteis antes da realização de qualquer
elemento de avaliação posterior.
6- No caso da classificação final obtida na unidade curricular ser superior a 16 valores, o
docente pode exigir uma prova de avaliação complementar.

Artigo 11.º
Classificação final do curso
1- A classificação final do curso é a média aritmética ponderada, pelo respectivo peso em
créditos, das classificações obtidas em cada uma das unidades curriculares do plano de
estudos.
2- O resultado da operação definida no n.º anterior é arredondado às unidades, considerando-
se como unidade qualquer fracção não inferior a cinco décimas, fracção esta obtida a partir da
média arredondada às décimas.
s
3- A classificação final do curso, determinada nos n.º anteriores, é igualmente vertida na
escala europeia de comparabilidade de classificações, conforme o disposto nos artigos 18.°,
19.°, 20.° e 21.° do Decreto-Lei n°42/2005, de 22 de Fevereiro, competindo ao Director de
Curso homologar esta classificação.

Artigo 12.º
Época de Exames de Recurso
1- Em cada ano lectivo, para cada unidade curricular, existe uma época de exames de recurso,
que está sujeita a inscrição prévia, a efectuar de acordo com os procedimentos em vigor,
dentro dos prazos fixados anualmente.
2- Os exames da época de recurso incidem sobre toda a matéria leccionada no âmbito de cada
unidade curricular e as classificações neles obtidas constituem a nota final da respectiva
unidade curricular.

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3- Sem prejuízo do disposto no n.º anterior, nos casos em que a matéria leccionada é
subdividida em componentes de natureza teórica, teórico-prática, prática, laboratorial e/ou
trabalho de campo, e em que é atribuída uma classificação a cada uma delas, o professor
s
responsável pela unidade curricular pode, nos termos dos n° 4 e 5 do artigo 8.º, dispensar os
alunos da realização de provas nas componentes em que, durante o ano lectivo, tenham obtido
uma classificação igual ou superior à nota mínima fixada para essa componente, mantendo-se
a ponderação relativa fixada para cálculo da nota final.
4- As componentes cujas classificações tenham transitado de anos anteriores, nos termos dos
s
n.º 4 e 5 do artigo 6.º deste diploma, podem também ser abrangidas pela disposição definida
no n.º anterior.
8- Quando a aprovação ocorre na época de recurso, a repetição do exame para melhoria de
classificação pode ser realizada na época de exames do semestre curricular respectivo ou na
época de recurso do ano lectivo seguinte.
9- A nota final da respectiva unidade curricular é a classificação mais elevada.

Artigo 13.º
Procedimentos
1- Os métodos de avaliação são obrigatoriamente anunciados por meio da plataforma
informática institucional, até ao final da primeira semana de aulas de cada semestre curricular,
devendo esta informação ser enviada pelo docente da disciplina ao Conselho Directivo, que a
distribui pelo(s) Director(es) de Curso respectivo(s), pelo Secretário-Executivo do Instituto de
Formação Inicial Universitária e pelo Presidente do Conselho Pedagógico, que a remete à
Direcção da Associação Académica da Universidade de Aveiro.
2- Os docentes de unidades curriculares em regime de avaliação contínua ou mista enviam, na
primeira semana de aulas de cada semestre curricular, a proposta de calendarização das
provas escritas presenciais ao Presidente do Conselho Directivo, que, em articulação com o
Director de Curso, procede à devida gestão dessa informação, no sentido de evitar, sempre
que possível, sobreposições de datas de avaliação.
3- No caso de disciplinas cuja natureza o justifique, o aluno que pretenda ser avaliado por
exame final, deve declará-lo através da plataforma electrónica ou através do meio definido pelo
docente, na primeira quinzena de aulas de cada semestre curricular, sem prejuízo de poder ser
obrigado a realizar os trabalhos de natureza prática ou teórico-prática, contemplados no
programa da unidade curricular.

Artigo 14.º
Calendário Escolar e Horários
1- O calendário escolar é fixado anualmente pelo Reitor antes do início de actividades do ano
lectivo, após consulta ao órgão competente.

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2- Os horários dos cursos para cada semestre curricular são disponibilizados atempadamente
pelos Serviços Académicos da Universidade nos moldes habituais, antes do período
estabelecido para a inscrição nas unidades curriculares.
3- Não pode ser assegurada a compatibilidade entre os horários das unidades curriculares
afectas ao ano lectivo que o aluno frequenta e as unidades curriculares que o aluno tem em
atraso, atendendo aos constrangimentos de logística e de gestão interdepartamental de
horários e de docentes.

Artigo 15.°
Prescrição
1- O regime de prescrição está estabelecido na legislação geral vigente, a Lei n° 37/2003, de
22 de Agosto, com as alterações da Lei n.º 49/2005, de 30 de Agosto.
2- No caso do aluno beneficiar do regime de tempo parcial ou de um dos regimes especiais
definidos na Lei, e para efeitos da aplicação anexa ao citado diploma, apenas é contabilizado
0,5 por cada inscrição que tenha efectuado nessas condições.

Artigo 16.°
Disposições transitórias
1- É aplicável aos alunos que não transitam para os novos planos de estudo no ano lectivo
2006/2007 o Regulamento de Estudos de Licenciatura, anteriormente em vigor e aprovado na
Secção Pedagógica e Académica do Senado de 04 de Julho de 1996.
2- Os alunos que em 2007/2008 estão em transição curricular podem inscrever-se a duas
unidades curriculares na época especial de exames do ano lectivo 2006/2007.
3- No ano lectivo 2007/2008, os alunos em processo de transição curricular podem inscrever-
se a duas unidades curriculares, para além dos 60 créditos.

Artigo 17.º
Casos omissos e dúvidas
Os casos omissos e duvidosos são resolvidos pelo Reitor, ouvido o órgão competente, e de
harmonia com as disposições legais aplicáveis e os princípios gerais que enformam este
Regulamento.

Artigo 18.º
Entrada em vigor
Este Regulamento entra em vigor após a sua aprovação nos órgãos competentes e
competente publicitação, sem prejuízo do disposto no artigo 16.º deste Regulamento.

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