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O Direito de ser livre.

Jessiana Silva de Sousa


Lucileudo Campelo

Resumo

O presente artigo analisará o mérito de Hegel para o processo evolutivo da


História, utilizando para este feitio o método comparativo entre este pensador e seus
contemporâneos. Abrangerá também, de maneira suscita, outros estudiosos como,
por exemplo, Kant, Rousseau e Karl Marx. Enfatizará o método hegeliano e seu fiel
aspecto.

Palavras-chaves: Razão, método, liberdade e espírito.


INTRODUÇÃO

Georg Wilhelm Friedrich Hegel, filho de um pequeno funcionário de finanças,


nasceu em Estugarda em 27 de agosto de 1770 e faleceu em Berlim em 14 de
novembro de 1831. Entre 1778 e 1793, freqüentou o seminário teológico da
Universidade de Tubinga, tendo-se então familiarizado com as obras de Rousseau e
Kant; em especial as obras de Kant causaram-lhe profunda impressão. Depois de ter
sido tutor de Berna e em Francofome, Hegel foi professor na Universidade de Jena
entre 1801 e 1806. Com a vitória de Napoleão e a dispersão temporária da
universidade, Hegel foi para a Bavária onde editou a Bamberger Zeitung (1807-
1808), tendo em seguida sido reitor da escola de latim de Nuremberga. Hegel teve
influência no desenvolvimento do pensamento do século XIX, tanto no que diz
respeito à filosofia como a teoria social e política. Filho de pai protestante e no meio
da razão iluminista, Hegel foi fortemente influenciado pelo seu contexto histórico. Em
1811 casou-se com Marie von Tucher, mais nova que ele 22 anos, em Nuberg com
quem teve dois filhos, Karl, que se tornou um eminente historiador, e Immanuel,
teólogo. Cinco anos após o seu casamento, Hegel ocupava uma cátedra em
Heidelberga. Hegel, sucedeu a Fichte como professor de filosofia em Berlim em
1818, posto que ocupou até ao fim da vida. Morreu vítima de cólera.

A razão hegeliana diferencia-se de Kant, por não se resumir ao entendimento


humano ou a um conjunto dos princípios e das regras segundo as quais pensamos o
mundo. Ela é a razão do ser, uma realidade profunda das coisas.
DENSENVOLVIMENTO

É o próprio modo de ser das coisas, Hegel fica fiel ao historicismo romântico,
concebendo a realidade como vir-a-ser, desenvolvimento. Este vir-a-ser, porém, é
racionalizado por Hegel, elevado a processo dialético; e este processo dialético não
é um movimento e sim um processo circular, emanentista.
Na Fenomenologia do Espírito, em um parágrafo quase poético, Hegel expõe
a dialética usando como exemplo o desabrochar e renascer de uma flor:

"O botão desaparece no desabrochar da flor, e pode-se


afirmar que é refutado pela flor. Igualmente, a flor se
explica por meio do fruto como um falso existir da planta,
e o fruto surge em lugar da flor como verdade da planta.
Essas formas não apenas se distinguem, mas se
repelem como incompatíveis entre si. Mas a sua
natureza fluida as torna, ao mesmo tempo, momentos da
unidade orgânica na qual não somente não entram em
conflito, mas uma existe tão necessariamente quanto a
outra”

De acordo com Hegel, para um determinado indivíduo se desenvolver, este


precisa de uma capacidade para se realizar que é o espírito, ou seja, seria uma luz,
um ser onipotente ou uma razão universal. Este espírito é o juiz absoluto das coisas
e maneja certas contingências para seu próprio fim.

A História é guiada por este espírito. Sua essência é a liberdade e o estado é


a realização desta primeira por representar as leis e o direito.O próprio Hegel, no
seu texto a “Introdução a Filosofia da História” afirma que:

“... a liberdade, tal como foi definida, ainda permanece


indeterminada; ela é uma palavra infinitamente ambígua,
por ser a mais sublime, trazendo consigo infinitos mal-
entendidos, confusões e equívocos, contendo todos os
possíveisexcessos.”

Esse desenvolvimento do espírito é um conflito severo e poderoso consigo


mesmo. Aquilo por que o espírito realmente se esforça é a realização do seu ser
ideal, mas ao fazê-lo, esconde esse objetivo da sua própria visão, e fica orgulhoso e
satisfeito neste alienar-se dele.
Quanto mais o indivíduo se desenvolve, mais é uma ação de firme resistência
contra si próprio na busca de obter, através da liberdade, significado e importância.
Hegel em sua obra “Introdução à Filosofia da História”, compara matéria e Espírito
para ressaltar o significado da liberdade no último. Escreve o filósofo:

“Como a substância da matéria é o peso, assim devemos


dizer que a substância, a essência do espírito, é a
liberdade. Concebemos a matéria como pesada, desde
que tenda para um ponto central: ela é essencialmente
composta, existe de forma particular, procura a sua
unidade e, portanto, procura superar-se a si mesmo
buscando também o seu contrário. O espírito,
diferentemente, é aquilo que contém o ponto central, não
possui a unidade fora de si, pois a encontrou. Ele é em si
mesmo e por si mesmo.”

Para a construção da liberdade, o desenvolvimento implica uma graduação


dialética da idéia, que reveste em formas sucessivas que sucessivamente
transcende. Cada passo desse processo, diferindo de qualquer outro, tem o seu
princípio determinado e próprio. É dentro das limitações de cada passo do processo
que o espírito da nação, concretamente manifestado exprime todos os aspectos da
sua consciência e vontade. A História da arte, religião e do direito oferece elementos
para compreender o estágio de desenvolvimento de um povo.

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