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Especial
Vinhos
para nos
aquecer
o Inverno
Sumário Check in
4 Planeta vinho O vinho sem
Habituados que estamos a colocar nos píncaros os nossos
vinhos, por vezes esquecemos que a produção nacional não
passa de um ínfimo grão de areia no contexto global. E,
complicómetro
mesmo ao nível da qualidade, vale a pena ter os pés na terra
e olhar para os exemplos de sucesso noutras regiões
mundiais e acreditar que, se são assim tão reconhecidos, é Manuel Carvalho
porque são excelentes. Uma viagem pelo planeta do vinho.
Confesso que me sinto vagamente
angustiado quando, num restaurante,
12 A face do sector alguém me aponta o dedo a dizer que sou
Quanto vinho se bebe por ano em Portugal? E quanto se
produz? Mais branco ou mais tinto? O Alentejo vende mais quem escolho o vinho porque “percebo”.
do que o Dão? O Douro é mais caro que a Bairrada? O retrato E sinto-o porque, apesar de alguns cursos
do vinho que se cultiva, cria e consome no país. e de dezenas de provas, só sei que
“percebo” quais são os estilos de vinho
14 Cada vez melhor dos quais mais gosto. E, vá lá, também
David Lopes Ramos conta a história recente do vinho em “sei” que regiões ou marcas melhor se
Portugal e fala-nos de uma história de sucesso. Ainda que encaixam nas minhas preferências
entre nós sempre tenha havido grandes enólogos e grandes
sensoriais. O que, perante os outros, não é
vinhos, hoje, como nunca, a disponibilidade de boas ofertas
no mercado é incomensuravelmente maior.
garantia de coisa nenhuma: eu que me
delicio com um bom vinho do Dão ou do
Douro com mais de uma década de garrafa
16 As regiões dou por vezes comigo a ver os meus pares
Há quem prefira um alentejano encorpado e vivo, há os que
optam normalmente por um Dão ou um Douro firme mas de mesa a torcerem o nariz e a sonhar com
delicado. O que distingue os estilos das grandes regiões um vinho jovem e exuberante. Quando me
portuguesas? Uma viagem pela complexa realidade das dizem que eu sei escolher, respondo que
denominações de origem conduzida por Rui Falcão. não, que apenas sei beber o que escolho.
O que já é muito.
18 Os enólogos Quero com isto dizer que, nas artes da
Sem grandes vinhas não se fazem grandes vinhos, mas sem intérpretes à enofilia, todos “percebemos” porque
altura desse potencial o que a natureza nos proporciona jamais será todos estamos no mesmo plano de
realizado. Manuel Carvalho conta o que mudou no universo da enologia subjectividade. Se há mestres da prova e
portuguesa e com David Lopes Ramos e Rui Falcão faz o retrato de onze se as suas sugestões nos são indispensáveis
enólogos que mudaram o mundo dos vinhos nacionais.
para descobrir o que há de bom e de novo
no mercado, o que deve contar para nós
são as nossas próprias escolhas. E, firmada
22 As castas esta constatação, tanto se dá que gostemos
A crescente atenção dos consumidores sobre
mais do Alentejo que da Bairrada, porque
a qualidade tornou a conversa sobre os vinhos muito mais
complexa. Neste particular, as castas nacionais são uma
a nossa preferência é o que há de mais
referência obrigatória. David Lopes Ramos explica inabalável na relação que devemos ter
porque faz sentido que assim seja. com o vinho.
Foi com base na ideia que partimos para
24 Os espumantes esta edição da Fugas. Muito mais do
Tradicionalmente associados às festas e ao “pum!” assumir firmar certezas, quisemos abrir
das rolhas a rebentar, os espumantes ganham espaço como caminhos de reflexão. Mostrando que o
um estilo de vinhos indispensável. David Lopes Ramos, “nosso” vinho é apenas uma pequena
um fervoroso adepto da causa, diz-nos que esse é um estrela no firmamento da enologia
caminho incontornável.
mundial e que até chegarmos ao nível da
excelência da Borgonha ou de
28 A prova Champagne, ainda teremos muito que
Escolhemos uma série de vinhos tintos com preços
caminhar. Explicando através da escrita
situados entre os oito e os 12 euros e, entre convidados
e gente da casa, organizámos uma prova cega sábia e experimentada de David Lopes
para saber qual era o melhor. Valeu a pena. Ramos e Rui Falcão como chegámos até
aqui e com que chaves de leitura nos
devemos munir sempre que a conversa
34 O vinho à mesa sobre o vinho deriva para temas como as
David Lopes Ramos jura que vai a um restaurante
principalmente pela causa da comida. Mas não nega a castas, os preços, para as regiões ou para a
importância de uma boa carta ou de copos à altura. indestrutível aliança entre o vinho e a
Felizmente, há muitos restaurantes onde estes comida. Pelo meio fizemos uma prova
pergaminhos são respeitados. Conheça alguns. cega à procura de uma selecção dos
melhores vinhos dentro de uma gama
38 Viagens com vinho dentro média de preços. E porque o vinho é
Andreia Marques Pereira construiu um roteiro ideal para também cultura e património, deixamos
quem quiser associar o vinho ao prazer de viajar. aos nossos leitores uma série de sugestões
Carlos Dias sugere-nos três incursões sobre as rotas dos que lhes permitam tomar conhecimento
vinhos do Alentejo com o fantástico mundo da viticultura em
Portugal.
46 Motores Procurámos, afinal, fazer
Para aqueles momentos em que não bebeu um desta Fugas um
bom vinho, um passeio no novo Renault Laguna Coupé
instrumento útil para
pode ser uma boa alternativa. A Fugas testou ainda o Lancia
Delta, um exemplo do arrojo italiano, que sabe bem como que os leitores possam
conciliar diferença e classicismo. alargar um pouco mais
a sua visão sobre essa
realidade apaixonante
que é o vinho. À
nossa.
Ficha técnica
Fugas - Viagens, Lazer, Prazeres e Motores • Direcção José Manuel Fernandes • Edição Sandra Silva Costa e Aníbal Rodrigues (Motores) • Edição Fotográfica Paulo Ricca, Manuel Roberto • Design Mark Porter, Simon Esterson, Kuchar Swara • Directora de
Arte Sónia Matos • Designers José Soares, Nuno Costa e Pedro Almeida • Infografia Célia Rodrigues, Joaquim Guerreiro e José Alves• Secretariado Lucinda Vasconcelos • Tratamento de imagem Alexandra Domingos, Bruno Esteves, Hugo Pereira, João Pereira,
Paula Paço e Valter Oliveira • Redactores Andreia Marques Pereira; Carlos Dias; David Guimaraens; David Lopes Ramos; Guilherme Rodrigues; Joana Ramos Simões; João Palma; João Pedro Barros; José Augusto Moreira; José Manuel Fernandes; Luís J. Santos;
Manuel Carvalho; Maria Lopes; Raposo Antunes e Rui Falcão • Foto de capa Fernando Veludo/nFACTOS • Fugas Rua de João de Barros, 265, 4150-414 Porto, Tel. 226151000. E-mail: fugas@publico.pt • FUGAS nº 440
A cultura da vinha e o consumo do vinho espalhou-se por todo o mundo nos últimos
séculos, mas com especial incidência na era da globalização. Mas, apesar da entrada 1
em cena do Novo Mundo, a vinha e o vinho continuam a ser acima de tudo fenómenos
fundamentalmente europeus
8100
7950 7850
7750
1986 a 90 91 a 95 96 a 00 01 a 05 2007*
* Dados provisorios
milhares de hectares
Espanha 1169
56
França 867
52
Itália
800
Turquia 525 47
China 500 45
44
Eua 409 41
Irão 338
Portugal 238
Argentina
34 34
231
Roménia 205
Chile 197
Austrália 174
Luxemburgo França Itália Portugal Eslovénia Croácia Suiça Hungria
44 50 60 72 91
* Dados provisorios
A produção de vinho
recuou ligeiramente
Milhões de hectolitros
305
1986 a 90 91 a 95 96 a 00 01 a 05 2007*
Em quantidade, a Itália e a Espanha * Dados provisorios
ultrapassaram a França
(2007 - dados provisorios)
Itália 18,8
Espanha 15,3
França
15,2
Austrália
7,8
Chile
6,1
EUA
4,2
Argentina
3,6
Portugal
3,5
Alemanha
3,4
30 30
29 29 África do Sul
3,1
Moldávia
1,5
Borgonha
Os vinhos celestiais
O céu acompanha a Borgonha, assevera Guilherme Rodrigues, um reputado
jornalista brasileiro que, num texto exclusivo, nos escreve sobre a região. Seja nos
brancos ou nos tintos, nenhuma outra zona vinhateira do mundo se aproxima à
excelência dos seus vinhos etéreos e espirituais
6 • Sábado 25 Outubro 2008 • Fugas
crus” são de Pommard (mais cheio e longevos. Provei recentemente um
robusto), Volnay (mais elegante e magnífico Montrachet da DRC, de Obras-primas
perfumado) e Beaune. 1983, que parecia um branco de
Após a colina de Corton, rumo poucos anos de vida. Mas é melhor Duas provas
norte em direção a Dijon, saímos da ter cuidado com brancos mais
Côte de Beaune. Há um espaço sem velhos. Especialmente a partir dos memoráveis
vinhas importantes e logo a seguir meados da década de 1990, muitos
encontra-se a vila de Nuits-St. brancos de estirpe começaram a
Georges, onde começam os apresentar uma tendência para a O vinho da Borgonha é de uma
sumptuosos vinhedos tintos. O Clos oxidação prematura. Excepto alguns grande intensidade, mas ao mesmo
de la Marechale é o primeiro a nomes sólidos e que não fazem tempo possui uma sublime elegância
aparecer. É um “premier cru”, como concessões a modismos ou ao lucro e leveza. Como seda ao vento, o vôo
todos os melhores vinhedos de Nuits fácil, o melhor é não abusar muito de uma ave, uma obra prima de Bach
St. Georges. Interessante notar que com o tempo de guarda desses ou de Mozart. Vamos a duas notas de
como a sua contraparte Beaune, grandes brancos provas, de um tinto e de um branco,
cujo nome baptiza a respectiva sub- Os vinicultores cuidadosos e ambos soberbos, para tentar dar ao
região, não há nenhum “grand cru” diligentes fazem vinhos soberbos. A leitor uma ideia do carácter dos
ao redor da vila. A seguir, Vosne- região, como dissemos, é pródiga sumptuosos vinhos. O branco foi
Romanée, com alguns dos mais em pequenos vinhateiros. Hoje a apontado pelo grande vinhateiro
sumptuosos “grand crus” do percepção desse fenômeno como português Luis Pato como o melhor
planeta, como La Tâche, Romanée- que traz um retorno às práticas branco que já bebeu. Desfrutamos
Conti, La Romanée, Richebourg, consagradas do século XIX. Baixos dele junto a outros amigos aqui no
Romanée-St.-Vivant. Daí em diante rendimentos é uma palavra de Brasil, há cerca de um ano e meio. Já
proliferam os “grand crus” tintos, ordem comum entre os melhores o tinto, foi bebido há um mês. Ambos
em direcção a Dijon, como produtores. Métodos de cultivo os maduros, com vida e vigor ainda pela
Echézeaux, Grands-Echézeaux, Clos mais naturais possíveis, também. frente. Como na Borgonha os grandes
de Vougeot, Musigny, Bonnes Mares, Vinificação primorosa e estágio em brancos são provados após os
Clos de Tart, Clos de Lambrays, Clos barris de carvalho os mais finos e da grandes tintos, comecemos pelo
St. Denis, Clos de la Roche, melhor qualidade possível, tanto tinto:
Mazoyères-Chambertin, Latriciéres- para tintos como para brancos. Nos
Chambertin, Charmes-Chambertin, tintos, o desengace é parcial. Romanée-Conti 1990
Chambertin, Chambertin Clos de Dependendo da colheita, se é muito Provado ao lado dos demais tintos do
Bèze, Griotte-Chambertin, Chapelle- madura, pouco ou nada se DRC da mesma colheita, uma das
Chambertin, Ruchottes-Chambertin desengaça. Ao contrário, se o ano mais gloriosas de sempre. Mostrou-se
e Mazis-Chambertin.Esses pequenos deu maturações deficientes e verdor, acima do La Tâche, se é que é
vinhedos milenares cintilam como desengaça-se bastante ou até 100%. possível esse tipo de hierarquia..
as estrelas de maior grandeza desse Uma nota comum entre os melhores Percebe-se claramente o porquê da
orbe de vinhas. Parafraseando a produtores é afirmarem que a cada fama desse tinto monumental, a
letra de uma das mais célebres colheita os métodos de vinificação se glória da Pinot Noir. Uma sinfonia de
músicas brasileiras, da autoria de modificam, para se conformarem ao aromas e sabores refinados e intensos
Silvio Caldas e Orestes Barbosa, os carácter único de cada ano. Um inunda os sentidos. Frutas maduras,
vinhedos recortados da Borgonha grande Borgonha, como que nos faz como mirtilos, framboesas e
formam um magnífico chão de levitar. groselhas, que se desmancham em
característico da região, a basílica de estrelas. vagas sedosas. Especiarias em
Notre Dame e as muralhas Mas nem tudo são alegrias. O profusão e muito bem arranjadas,
medievais. Os vinhedos cercam-na e diabo também faz de suas artes no como zimbros, noz moscada,
sobem encosta acima. Nesse ponto a meio às criações divinas. Nem pimenta da Jamaica, canela suave,
grande maioria é de uvas tintas, a sempre o nome de um desses levíssimo abaunilhado. “Sous bois”,
Pinot Noir, e não há nenhum “grand grandes vinhedos no rótulo significa rosas brancas, notas minerais
cru”. Os “premier crus”, não que o conteúdo esteja à altura. A cintilantes. Força e frescor para
obstante, são notáveis, cheios, Borgonha é picotada. Os vinhedos muitos anos de vida pela frente.
perfumados, elegantes. A encosta de que falamos acima não são Estrutura imponente e bem
vinhateira, melhor diríamos, meia grandes. Além disso são divididos torneada. Vinho que se revela em
encosta, estende-se a partir de entre diversos proprietários. O facetas, a cada momento uma nuance
Beaune para o norte até encostar em Romanée-Conti, por exemplo, entre diferente. Taninos maduros e
Dijon. Para o sul espraia-se até a vila os menores, tem apenas 1,8 finíssimos, final de prova glorioso,
de Santenay. Os vinhedos ficam a hectares. É um dos poucos está entrando no seu apogeu.
uma altura aproximada de 250m monopólios. Clos de Vougeot, um Elegância, leveza e equilíbrio fora do
acima do nível do mar, com dos maiores, com aproximadamente comum, perfeição e sensualidade
variações pequenas, num intervalo 60 hectares, é dividido em quase 80 engarrafadas. Deixado um pouco no
aproximado de 60 metros de altura. proprietários. Na Côte d’Or existe copo, no dia seguinte ainda estava
um total de apenas 450 ha de em grande forma.
Cuidados na vinha “grand crus”, 80% tintos. E mais
A Côte d’Or divide-se em Côte de 2090 ha de “premier crus”, 75% Domaine Leflaive Puligny
Nuits, no sector norte, e Côte de tintos. São centenas de proprietários Montrachet 1er cru les Pucelles
Beaune, no sector sul. A última tem e produtores. Nem todos, Guilherme Rodrigues é advogado 1992. Demonstração de que um
apenas um “grand cru” tinto, o infelizmente, primam pela mais alta em Curitiba, Brasil e redactor “premier cru” pode algumas vezes
Corton. Em compensação, reina qualidade. É fundamental, portanto, especialista em vinhos da ser melhor do que muitos “grand
entre os brancos, com os soberbos saber a quem se compra um grande revista GULA, a mais prestigiada crus”. Aromas penetrantes e
“grand crus”: Corton-Charlemagne Borgonha. A qualidade do e influente revista de temas “bouquet” riquíssimo, um vinho
(no seu extremo norte); e vinhateiro, seja produtor- gastronómicos brasileira branco inacreditável. Refinamento e
Montrachet, Chevalier-Montrachet , engarrafador, seja “négociant”, é elegância incomuns. Notas florais
Bâtard-Montrachet, Bienvenue- essencial. Também as datas das suaves a rosas, muito bem casadas
Bâtard Montrachet e Criots-Bâtard- colheitas, pois como a Borgonha está com a base de maçãs maduras e favos
Montrachet (no extremo sul). Sem numa região extrema para o cultivo de mel. Pureza cristalina, excelente
falar nos fantásticos “premier cru” da videira, as variações de qualidade frescor, definição e profundidade.
de Meursault, alguns deles ao nível de ano para ano são grandes. Textura deliciosamente amanteigada,
de “grand cru”, como os Perrières, Os grandes tintos das melhores escorrega e exalta os sentidos.
Genevrières e Charmes. Dentre os colheitas envelhecem muito bem. O Minerais dão vida e brilho ao
tintos, os mais famosos “premier apogeu, nesse caso, situa-se em conjunto. Suave e delicioso
torno dos 15 aos 25 anos amendoado, com matizes que
aproximadamente. Mas são muito lembram nozes. A expressão máxima
atraentes desde jovens. Os grandes das palavras refinamento e beleza em
brancos também podem ser vinho .
Austrália
O Novo Mundo
que fez acordar
o Velho Mundo
David Guimaraens, enólogo da Taylor´s
Fonseca, fez a sua formação na Austrália
e explica como é que este país ajudou
a Europa a melhorar a qualidade dos
seus vinhos das médias e baixas gamas.
E como abandonou alguns dos saberes
desenvolvidos ao longo de séculos
Champagne
Os brutos estão na moda
Raposo Antunes visitou Champagne e teve uma experiência quase mística. Não
apenas pela excelência dos vinhos: também pela sofisticação do marketing ou pelos
preços de um hectare de terra que chega a custar um milhão de euros. Retrato de
uma das mais emblemáticos berços do vinho mundial
Para um leigo, como é o caso, foi produtores para o chamado O champanhe ou “vinho dos reis”, quilo de uvas para o champanhe
uma experiência quase mística: champanhe bruto, com um como começou por ser conhecido, oscila entre os cinco e os oito euros.
provar sete champanhes diferentes baixíssimo teor de açúcar. E é esse foi “inventado” por frades da região Mesmo nos anos em que a produção
criados pela Lanson, depois de uma que acabou por se tornar num de Reims. Foi na catedral dessa não tem qualidade e acabam por
viagem entre o Porto e Reims, que grande negócio a partir da década cidade que todos os reis franceses apodrecer nas videiras, as grandes
durou quase 12 horas, com vários de 70 do século passado. O foram coroados desde o século XIII casas pagam aos agricultores as uvas
sobressaltos pelo meio, fica para o champanhe é um vinho produzido até ao XIX. O acto era celebrado com pelo mesmo preço dos anos
currículo. A prova propriamente num solo gredoso (calcário), sobre champanhe. Nessa época era uma normais. Se não o fizerem, outra
dita permitiu desconstruir uma ideia baixas temperaturas (a média anual coisa turva, imbebível diz Jean-Paul grande marca “vai pescar” esse
feita – o champanhe, os brutos em na região de Reims não ultrapassa os Gandon, chefe das caves Lanson. agricultor.
particular, não tem nada a ver com a 10 graus centígrados) e que nas No final do século XIX, o método Na região de Champanhe há cerca
ideia daquele vinho com picos que versões mais acessíveis ao bolso de produção começou a alterar-se. A de 15 mil produtores que são
se abre no final de uma refeição para mistura três castas (Chardonay, palavra-chave é “degorgement”. proprietários de quase 90 por cento
acompanhar as sobremesas. Ou Pinot Noir e Meunier) e é vendido Durante três a cinco anos, o das vinhas. E é a esses que as 30
então para celebrar a passagem de com um teor alcoólico da ordem dos champanhe fica a fermentar dentro grandes marcas compram as uvas, já
ano. O champanhe é óptimo para 12 por cento. das garrafas, que são colocadas com que a maior delas têm pequenas
acompanhar carnes brancas, mas o gargalo para baixo, praticamente propriedades que são insuficientes
também peixe, assados, mariscos, num ângulo de 60 graus. De tempos para produzirem vinho para o
queijos, aperitivos, praticamente a tempos, as garrafas são mercado.
tudo. reposicionadas mas sempre com a A crescente procura de
O champanhe adocicado já era. O mesma inclinação, para que os champanhe levou os responsáveis
gosto mais comum levou os sedimentos do vinhos se acumulem pela denominação de origem a
no gargalo. Ao fim desse período, a avançar com o alargamento da área
garrafa é aberta e o “depósito” é de vinha de 34 mil hectares para 40
expelido juntamente com a cápsula - mil hectares (um pouco menos do
o chamado “degorgement”. Depois é que a área vitícola do Douro). A
adicionado algum álcool com medida era inevitável, apesar da
açúcar, que lhe dá aquele borbulhar, elevada produção por hectare das
e é engarrafado, com aquelas rolhas vinhas naquela região. Mas coloca
de cortiça (a maioria, de fabrico em crise um dos mais
português) com o formato de nave extraordinários trunfos franceses: o
espacial que salta nos momentos conceito de “terroir”, utilizado para
especiais. tudo quando se trata de destacar as
Jean-Paulo Gandon explica que, qualidades singulares de um
desde o final do século XIX até aos qualquer produto alimentar.
anos 70 do último século, poucas
coisas mudaram. O champanhe só
começou verdadeiramente a ser um
grande negócio a partir dessa altura.
Os brutos passaram a estar na moda.
O marketing ditou novas regras. As
principais casas gastam milhões e
milhões na promoção dos seus
vinhos.
A responsável pelas relações
públicas da empresa GG Mumm,
Laura Sileo-Pavat, recusa revelar os
valores que a sua casa pagou a
Bernie Ecclestone para substituir a
Moet & Chandon nas corridas de
Fórmula 1. “Foram muitos milhões”,
diz Laura, uma professora
universitária de Roma que trocou o
ensino pelas relações públicas da GG
Mumm, em Reims.
No meio desta guerra de
marketing, ninguém pode estranhar
que as verbas envolvidas neste
negócio não tenham nada a ver com
aquilo que, por exemplo, se passa no
vinho do Porto. Um hectare de vinha
na região de Reims custa, no
mínimo, um milhão de euros. Um
Alentejo
375.576 60% Valores em hectolitros
Península
de Setúbal
79.948 2000 2002
2005 2007
7.859.000
7.790.000
7.532.000
7.481.000
7.340.000
e Estremadura 7.267.000
7.255.000
6.677.000
1998
Bairrada,
6.124.000
Dão e Beiras
280.681
Madeira
41.380
O consumo de vinho Mas o volume de 01/02
2000/01
Outros
2007/08
02/03
3.321.442
3.287.036
3.260.311
3.178.911
2.825.960
100 400
372
90,2 356
91,2
85,5 350
Vinhos de qualidade
333 Do total produzido, apenas uma
80 300 parte é dedenominação de origem
2005 2006 2007 2005 2006 2007
Dão
5 VINHOS Vila Real 5
VERDES DOURO
Porto 6 PORTO
Estremadura
2,9 10
BEIRA
Ribatejano Aveiro 7 INTERIOR
1,8
Verdes Regional
16,6 Alentejano Trás-os-Montes
Viseu Guarda
9
25,2 e Duriense 8
DÃO
1,6 BEIRA
BAIRRADA
INTERIOR
Regional
das Beiras 10
Coimbra
1,3
Castelo
Em termos médios, Branco
os mais caros são os do Douro
Preço médio em euros 11
ESTREMADURA 12
Regional Alentejano
32
4,45
14
13 Santarém Portalegre
Verdes Legenda
3,60 15
1 Vinho Verde
17 RIBATEJO
2 Chaves
16
Alentejo 21 3 Valpaços
18 4 Planalto Mirandês
4,93 20 Lisboa 5 Porto e Douro
6 Távora-Varosa
19 23
Douro 7 Lafões
22 Évora
8 Bairrada
5,73 Setúbal
9 Dão
24 10 Beira Interior
V. Mesa Nacional 24 11 a 20 Estremadura
Madeira 21 Ribatejo
ALENTEJO
2,61 22 Península de Setúbal
23 Península de Setúbal
Terras do Sado 29
24 Alentejo
Funchal
25 a 28 Algarve
4,2 29 Madeira
Beja
30 Biscoitos
Dão 31 Pico
32 Graciosa
5,07
Açores
Estremadura 32
Graciosa
3,03
Terceira
Ribatejano 31 ALGARVE
4,47 30
Pico 26 27
25 28
Faro
Os melhores
intervenção do enólogo era
relativamente pequena. Tinha que
vinificar as uvas que vinham com
misturas de diferentes castas, e isto
só na altura em que o lavrador
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Enólogos
O padrão médio da qualidade dos jovens turcos foi-se construindo uma metade dos anos 80 foi a cena. Os enólogos tinham-se
vinhos portugueses alterou-se nova imagem para a profissão. Nos generalização do sentimento que o transformado em “criadores”, na
radicalmente nos últimos anos e é dias de hoje, um grande enólogo tem vinho português podia aspirar a feliz expressão de Luís Pato.
impossível compreender a acesso directo à fama e à glória tornar-se um caso internacional e O universo dos enólogos
profundidade da revolução sem se como qualquer celebridade de que o empirismo deveria ceder ao portugueses de hoje não é
atender ao papel desempenhado outras áreas. rigor e à procura da excelência. homogéneo, felizmente. Em comum
pelos enólogos. Sem a geração de É difícil situar exactamente o Com a entrada no mercado dos entre a novíssima geração e os
João Portugal Ramos, José Maria início do processo e é injusto primeiros licenciados em enologia profissionais mais experimentados
Soares Franco, Luís Pato ou de João considerar que a enologia moderna da Universidade de Trás-os-Montes, há a capacidade que têm em poder
Nicolau de Almeida nunca se teriam em Portugal nasceu de geração as empresas mais avançadas situar o que fazem no contexto dos
dado os passos essenciais para que a espontânea (ver texto de David puderam então deitar mãos à obra. grandes vinhos do mundo. Embora
qualidade dos vinhos deixasse de ser Lopes Ramos nas páginas 14 e 15). Os primeiros vinhos de qualidade alguns sejam fiéis à tradição,
excepção para se tornar numa Há décadas que o sector do vinho do média-alta produzidos em enquanto outros apostem em vinhos
exigência fundamental. Mas a Porto venera nomes míticos como quantidades significativas chegaram mais austeros e com maior potencial
geração que veio a seguir não se John Smithes, há muito tempo que aos supermercados. As feiras de de longevidade. Outros preferem
limitou a entrar nas portas abertas no Dão se fazem grandes tintos com vinhos vulgarizaram-se e vinhos vinhos mais intensos e aromáticos
pelos mestres e deu origem a uma enorme potencial de como o Esteva da Sogrape, o Duas para se aproximarem dos gostos
multidão de estilos e gamas de envelhecimento, há mais de meio Quintas da Ramos-Pinto ou o Casa mais em moda. Há quem goste de
qualidade que pareciam impossíveis século que Fernando Nicolau de de Santar entraram nos hábitos de trabalhar castas internacionais, há
há poucos anos. Entre o papel dos Almeida mostrou que sem ciência, compra de milhares de
senadores do vinho e a acção dos ousadia e imaginação não há lugar consumidores. Depois, foi a vez de
para vinhos supremos como o seu vinhos de alta gama entrarem em
Barca Velha. O que entretanto
aconteceu algures na segunda
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Enólogos
± Baverstock acrescentou uma assinando dezenas de vinhos um espumante, Formal (50% por carreira como consultor
frescura e rejuvenescimento de nacionais, apadrinhando dezenas de cento de Bical, 50% de Touriga independente, emprestando a sua
ideias fundamentais para a reforma projectos arrumados pelo Portugal Nacional), fermentado em madeira, experiência a diferentes projectos
da enologia portuguesa. R.F. continental e insular. Se no início da um topo de gama. Além disso, no Alentejo, Ribatejo e Dão. Mas é
sua actividade profissional ainda passará o seu tinto de fantasia, o no seu Ribatejo natal e no Alto
conseguiu manter o vínculo ao célebre Baga Pé-Franco, até agora Alentejo, em Portalegre, que se
Anselmo Mendes universo académico de que é
oriundo, na Universidade de Évora,
Beiras, a Bairrada já na colheita de
2008. Luis Pato, que concluiu há
sente mais em casa. Foi em
Portalegre que começou e foi em
Dos Verdes para cedo percebeu que os dois mundos três semanas a sua 25ª vindima, Portalegre que constituiu a sua
dificilmente seriam inconciliáveis... prepara-se para a comemorar à sua empresa pessoal, a casa dos seus
todo o país por absoluta falta de tempo. maneira. Quer dizer, em grande vinhos, o seu sonho de juventude.
Comandou e comanda o fado estilo. D.L.R. Primeiro sozinho, com o Terrenus
enológico do Mouchão, onde de vinhas velhas da Serra de S.
ganhou a justa notoriedade que o
catapultou para as bocas do mundo.
Luís Duarte Mamede (e o Tributo ribatejano em
homenagem ao pai), e mais tarde,
Projecto atrás de projecto, foi Boas ideias para numa segunda empreitada, em
ganhando uma reputação regional compita com Richard Mayson,
que o converteu no enólogo mais muitos projectos célebre escritor e crítico de vinhos
desejado e solicitado do Alentejo. Nascido em Lobito, Angola, a inglês, no projecto “Pedra Basta”.
Hoje assessora mais de uma vintena Revolução de Abril de 1974 trouxe Pelo caminho ainda tem tempo de se
de projectos, na quase totalidade Luís Duarte para Trás-os-Montes. A responsabilizar por um dos vinhos
alentejanos, para além de dirigir os sua especialização marcou-lhe novo mais recomendáveis do Dão, o
destinos do seu projecto, os vinhos rumo, o Alentejo, onde, em 1987, Quinta dos Roques, bem como de
Paulo Laureano. E a sua empresa, começou a construir o prestígio dos assegurar a enologia de um produtor
depois da compra de uma adega e vinhos Esporão, fixando residência Argentino, Fabre Montmayou... e de
de uma vinha imensa, é muito mais em Reguengos de Monsaraz, onde fazer um colheita tardia austríaco
que um passatempo de fim-de- ainda se mantém. Tinha então 21 em pareceria com Michael Wenzel,
As raízes e o coração enológico de semana. Paulo Laureano, para além anos e o diploma do primeiro curso um dos gurus mundiais do estilo, o
Anselmo Mendes estão na Região das consultorias prestadas, produz de enologia ministrado em Portugal, que o torna num dos enólogos mais
dos Vinhos Verdes, em particular na mais de 600.000 garrafas que levam na Universidade de Trás-os-Montes e internacionais de Portugal. Isto
sub-região dos Alvarinhos, de onde é o seu nome estampado. R.F. Alto Douro (UTAD), onde teve claro, além de assegurar a enologia
natural, mas a sua rota profissional professores que qualifica como da Casa Cadaval, Monte da
passa também pelo Douro, Alentejo “óptimos”: Nuno Magalhães, José Ravasqueira, Lima Mayer, Herdade
e Dão pelo menos. Comemorou há
pouco tempo os seus 10 anos de
Luis Pato Maria Soares Franco, Jorge Dias,
Nuno Cancella de Abreu...
do Gamito e Paço do Conde. R.F.
enólogo e tudo indica que O mister Baga Este homem discreto, na casa dos João Nicolau
continuará a espalhar o seu talento 40 anos, deu mostras de ser capaz
pelas várias regiões vinícolas de “lançar novas ideias e fazer de Almeida
portuguesas. crescer projectos”. Que é o que
Apesar da rede de vitivinicultores actualmente faz na Herdade dos O esteta
a que dá assistência, isto sem Grous, em Albernôa, perto de Beja,
esquecer que faz os seus próprios num Baixo Alentejo que muitos
vinhos, Anselmo Mendes não é um consideravam pouco vocacionado
desses enólogos que “cheira as uvas para vinhos. Enganaram-se. Mas a
pelo telefone”, como disse, actividade do autor dos tintos 23
corrosivo, Jonathan Nossiter, Barricas e “Moon Harvested” não se
realizador do filme Mondovino. O fica por aqui. Por enquanto só no
autor, entre outros, dos Alvarinho Alentejo (alimenta o sonho de, um
Muros Antigos, Muros de Melgaço e dia, fazer um vinho no Douro), Luís
Anselmo Mendes (este feito à moda Duarte dá consultoria à Quinta do
antiga, numa homenagem à Mouro, Herdade da Malhadinha,
memória enológica da sua região Herdade de D. Maria, Herdade de
materna) ou, ainda na Região dos São Miguel, Herdade Grande, Monte
Vinhos Verdes, dos Quinta de San das Servas e Monte dos Cabaços.
Joanne, dos Douro das quintas de Mas há novidades. Em Março de
Domingos Alves de Sousa, com O bairradino Luis Pato é um dos 2007, Luís Duarte anunciou à
destaque para os Gaivosa, criadores de vinhos portugueses revista Blue Wine que, este ano, dos Nas suas frequentes viagens ao
Abandonado e Vinha do Lordelo, do com mais notoriedade tanto cá 10 hectares de vinha que plantou Douro, João Nicolau de Almeida
Dão Quinta da Vegia e do Alentejano dentro como lá fora. No estrangeiro, em Reguengos de Monsaraz fará o gosta de ouvir música erudita. O
Grou, no Cabeção, conhece bem as sobretudo nos países anglo- seu primeiro vinho com assinatura hábito não destoa da atitude que há
vinhas e as adegas onde faz os saxónicos ou influenciados por esta própria. O vinho já tem nome: muitos anos manifesta em relação à
vinhos. O seu nome está ainda ligado cultura, Luis Pato é o “mister Baga”, “Rubrica” e será sempre criado em região e aos seus vinhos. Entre o
ao um projecto, o Azul Portugal, cognome que confirma o êxito que conjunto com alguém que tenha pragmatismo com que gere a vinha e
sobretudo vocacionado para a teve ao definir como objectivo marcado, de alguma forma, a sua o lagar, vislumbra-se uma ponta de
elaboração de vinhos para a estratégico, nos anos 80 do século vida. D.L.R. sensibilidade poética; a ciência
exportação. D.L.R. passado, tornar-se a referência laboratorial que aprendeu em
mundial da Baga. Os seus topos de Rui Reguinga Bordéus não dispensa o saber
Paulo Laureano gama tintos, Vinha Pan, Vinha
Barrosa e Quinta do Ribeirinho Pé- Um dos mais
empírico; o prazer pela inovação
coexiste com o respeito pelos
O enólogo vezes n Franco, são elaborados apenas com
internacionais hábitos ancestrais da região. Os seus
uvas da casta Baga. vinhos durienses exprimem estas
Paulo Laureano será, porventura, o Cerebral, inteligente, informado e Foi em 1991 que tudo começou, no complementaridades: são elegantes
mais prolífico enólogo português, viajado, Luis Pato assume, sempre Alentejo, como seu assessor das mas não escondem poderosas
um dos mais considerados, que considera que tal se justifica, múltiplas consultorias que João estruturas de taninos, são modernos
respeitados e reconhecidos. De posições polémicas, uma vez ou Portugal Ramos à época mantinha. sem ceder ao imediatismo do
forma consciente, ou involuntária, outra com laivos provocatórios. Há Durante nove anos, Rui Reguinga consumo rápido. Uma das suas mais
transformou-se na imagem uns anos atrás, uma medida política teve oportunidade de percorrer recentes ousadias consistiu em
materializada do enólogo consultor, do Governo que considerou ininterruptamente o país, de Norte a recriar a enologia dos vinhos de pé
atentatória do prestígio da Bairrada, Sul, de ganhar uma tarimba que lhe que se faziam em Lamego já no
fê-lo abandonar a região, iniciando acrescentou uma experiência
agora o caminho do regresso, mas notável. Em 2000 começou a sua
para, de novo contra a corrente,
tentar abrir caminhos novos. E
regressou, já está engarrafado, com
322
conservadorismo da região. obviamente ligado ao enorme Exclui: despesa de reserva (€ 29 por processo e não
Felizmente, a revolução que pôs em desenvolvimento dos vinhos do por pessoa) e suplementos.
prática tem merecido um
reconhecimento universal, patente
nos muitos troféus que tem
Douro, que ganharam um especial
impulso após a conclusão da Quinta
da Lêda. Actualmente desenvolve
€
preço por pessoa em duplo
recebido. O mais mediático, pela um projecto em parceria com João
dimensão e pelo insólito feito de o Portugal Ramos, o Duorum, mas o
ter recebido por três anos perfil profissional desenvolvido ao
consecutivos, foi a eleição longo de quase 30 anos não se
internacional como “Enólogo do ano alterou: uma profunda ligação à
de vinhos generosos” outorgado vinha, uma procura de lotes que
pelo prestigiado concurso “Wine balancem a concentração com a
Chalenge”! Para nem mencionar o frescura e o design de vinhos com
troféu “Len Evans” que premeia a enormes aptidões para reforçarem a
consistência de qualidade na alma na garrafa. Conservador? Para
produção por mais de cinco anos quê mudar quando se está perto da
consecutivos. Poucos enólogos no excelência? M.C.
mundo se podem gabar de possuir
tal troféu... R.F.
Há mais
regiões vinícolas portuguesas. O
Douro vai à frente com uns 1500
hectares; no Alentejo estarão
plantados uns 300 hectares. No Dão,
que reivindica para si o privilégio de
para lá dos
1153. No Dão a casta mais plantada
continua a ser a Jaen (há alguns
produtores, por exemplo João
Tavares de Pina (vinhos Torre de
Tavares e Terra de Tavares), que a
Touriga
estão a trabalhar muito bem, seguida
pela Tinta Roriz, mas, nos últimos
anos, o que mais se planta é Touriga.
Os dois mais influentes críticos de
vinhos portugueses concluem o seu
Uma das
Há quem, com ironia, goste de os espumantes são, em Portugal,
sublinhar o lado frívolo dos sobretudo bebidas comemorativas.
espumantes naturais, vinhos Servem-se e bebem-se geralmente
especialíssimos, sobretudo se em baptizados, casamentos, pela
pensarmos no membro mais nobre Páscoa e no Natal. Nada a opor, mas
NELSON GARRIDO
Porque há
tempos difíceis, tempos de incerteza
e apreensão. Com maior ou menor
intensidade, a crise assomou de vez,
despontando como uma evidência
26 • data?????????????? • Fugas
Escolhas
Talvez o leitor não saiba, mas é preocupação. Seriam eles capazes sisudos e sem se permitir que a uma pontuação final entre 0 e 100.
muito frequente nas provas de vinho de avaliar os 13 vinhos em causa fadiga do palato tomasse conta dos Uns foram severos nas notas, outros
mais ou menos organizadas falar-se sem cometerem erros crassos? sentidos dos provadores. Não houve bem mais benevolentes. David
sobre as suas vantagens e, ainda Se houve alguma conclusão além também muitas definições Lopes Ramos considerou o Quinta
mais frequentemente, sobre os seus da pontuação dos vinhos é a complicadas sobre cada um dos do Crasto como o melhor, Rui Falcão
limites. Na sexta-feira dia 11 de conclusão de que todos os que exemplares em cima da mesa. Rui elegeu o Dão de Álvaro de Castro,
Outubro, numa prova cega de vinhos gostam de vinho são bons Falcão foi quase sempre o mais Odete Patrício o Quinta das Bageiras,
tintos portugueses situados numa provadores e que o excesso de rigor rápido, Odete Patrício a mais Lobo Xavier e João Vieira Pinto o
gama de preços entre os oito e os 12 profissional na forma como as aplicada, João Vieira Pinto o mais Meandro. Mas se a vitória absoluta
euros, os cinco provadores provas se organizam podem afastar interessado em absorver informação coube a um Douro, o Alentejo
convocados pela Fugas não fugiram os que se querem iniciar nos seus de todos, Lobo Xavier o mais colocou todos os seus
à regra. David Lopes Ramos e Rui rituais. João Vieira Pinto, por descontraído – apesar de mais um representantes na escala superior da
Falcão estão tão habituados a exemplo, só bebe vinho ao almoço e dia nas bolsas para esquecer. Cada tabela.
sessões como aquela que já pouco os ao jantar e apenas com amigos, mas um teve ao seu dispor uma ficha de
pode intimidar, ainda que o sentiu-se capaz de enfrentar a avaliação para cada vinho, onde
primeiro garanta que, cada vez mais, dureza da avaliação sem prevaricar e após as várias análises se estabelecia
prefere um bom combate entre o foi até capaz de identificar na prova
vinho e a comida do que uma prova cega o Quinta de La Rosa, um dos
profissional onde só o pão e as seus preferidos; Lobo Xavier, que
bolachas têm lugar garantido. Mas não consegue usar a cuspideira, o
para João Vieira Pinto, ex-jogador de que lhe confere um grau de
futebol e actual comentador aproveitamento máximo da sessão,
desportivo, António Lobo Xavier, chegou ao fim com a certeza de que
advogado e dirigente do CDS/PP e pontuou melhor os melhores vinhos;
Odete Patrício, administradora da Odete Patrício dedicou-se com toda
Fundação de Serralves, aquela mesa a seriedade à análise olfactiva e
do restaurante Degusto, em gustativa dos vinhos em prova e,
Matosinhos, cheia de copos, com quase sempre em silêncio, concluiu
garrafas tapadas e um ambiente de que o melhor mesmo nestas coisas
alguma solenidade pareciam, no dos vinhos é encará-los com espírito
mínimo, causar alguma aberto – de resto, elegeu como
melhor um Bairrada, uma região que
não aprecia por aí além.
Com momentos de maior
concentração e outros que
convidavam a divagações sobre o
vinho, desde a arte dos “blends” ao
perigo das cuspideiras e dos
respingos de vinho nas camisas, a
prova desenrolou-se sem ares
Uma prova
entre
as palavras
e o vinho
A Fugas reuniu cinco pessoas num
restaurante em Matosinhos para uma
prova de 13 tintos com preços entre
os oito e os 12 euros. O vencedor foi
o Meandro 2006, um duriense, mas
os alentejanos ficaram sempre acima
da média. As fotos são de Fernando
Veludo/nFACTOS
Classificação final
Meandro, Douro 2006 – 85.33
Quinta das Baceladas, Bairrada 2005 – 83.33
Herdade dos Grous, Alentejo 2006 – 80.66
Herdade do Sobroso, Alentejo, 2006 – 80.33
Herdade Grande, Alentejo 2005 – 78.00
Quinta da Terrugem, Alentejo 2006 – 77.33
Álvaro Castro, Dão 2005 -76.66 (ex-aequo)
Quinta das Bágeiras, Bairrada 2005 – 76.66
(ex-aequo)
Quinta do Crasto, Douro 2006 – 76.66
(ex-aequo)
Vinha Paz, Dão 2006 – 75.66
Duas Quintas, Douro 2006 – 74.66
Quinta de La Rosa, Douro 2006 – 73.00
Chocapalha, Estremadura 2006 – 69.00
Os preços*
Meandro, Douro 2006 – 11.95
Quinta das Baceladas, Bairrada 2005 – 11.50
Herdade dos Grous, Alentejo 2006 – 9.45
Herdade do Sobroso, Alentejo, 2006 – 8.95
Herdade Grande, Alentejo 2005 – 10.95
Quinta da Terrugem, Alentejo 2006 – 11.50
Álvaro Castro, Dão 2005 – 8.20
Quinta das Bageiras, Bairrada 2005 – 7.95
Quinta do Crasto, Douro 2006 – 9.75
Vinha Paz, Dão 2006 – 11.35
Duas Quintas, Douro 2006 – 7.99
Quinta de La Rosa, Douro 2006 – 8.59
Chocapalha, Estremadura 2006 – 10.25
*Preços indicativos no retalho, em euros.
IVA incluído
Escolhas
O painel
da prova
A Fugas convidou três
personalidades de diferentes áreas
da vida pública e com eles formou
um painel onde entraram também
David Lopes Ramos, Grande
Repórter do PÚBLICO, e Rui Falcão,
que é colunista especializado na
área dos vinhos nesta revista. Sem a
experiência da gente da casa, os
convidados, como se pode ler
abaixo, não são propriamente
iniciados nas andanças da enofilia.
Odete Patrício
53 anos, economista, directora-
geral da Fundação de Serralves
Toque de génio
Escolha de escanções exigentes há
décadas, este clássico saca-rolhas
Château Laguiole é feito à mão em
aço inoxidável e chifre de touro
Aubrac. Perfura a rolha tão bem
como parece e vem num estojo
de pele castanha. É melhor dizer
ao seu sogro que não se abrem
garrafas de champanhe com um
saca-rolhas. Mas com jeitinho…
> Aprox.: € 100
> www.amazon.com
Mime
vidro e alumínio, a vinoteca jantar e alicie-os com um vinho
Gaggenau IK 360 está equipada de reserva. De seguida, coloque
com prateleiras de alumínio e a garrafa neste saca-rolhas e,
faia. Tem também um compressor quando os convivas chegarem,
silencioso que assegura uma baixa desafie um a preparar o vinho. E
o seu vinho
vibração, para o vinho não ficar aí é que a diversão começa, uma
“nervoso”, um ecrã muito “hi- vez que será necessário resolver
tech” e avisos visuais e sonoros o puzzle para conseguir aceder
para o caso de a temperatura e abrir a garrafa. Totalmente
estar demasiado alta. E para concebido em madeira, o Bottle
acompanhar vinhos de classe, Puzzle funciona com o tamanho
nada melhor que um sofisticado considerado standard em garrafas
queijo ou charutos. A pensar nisso, de vinho. Mas atenção: convém
Seja um Château Lafite de 1787 ou a IK 360 integra uma área para
queijo com um sistema de controlo
que o anfitrião já tenha resolvido,
pelo menos, uma vez o puzzle,
um Barca Velha de 1981, o seu vinho de odores e uma outra zona com
capacidade para 50 charutos com
caso contrário a diversão pode
tornar-se desespero...
merece ser tratado com todo o um distribuidor de humidade, de > Aprox.: € 20
maneira a que a temperatura se
respeito. Preparámos para si cinco mantenha uniforme.
> Preço sob consulta
sugestões que, para além de mimarem > BSHP: 21 425 06 00
o vinho, vão deixá-lo perfeito para ser > www.gaggenau.com
Fresco ou morno?
O Electro Thermo-Peltier
tanto mantém o vinho branco
tão perfeitamente fresco
que, se alguém lhe pedir um
cubo de gelo, tem a nossa
autorização para ficar zangado,
como conserva os tintos
adequadamente mornos.
Mas atenção: este recipiente
segura a garrafa num ângulo
extremamente inclinado.
> € 75 (aprox.)
> www.conranshop.co.uk
Já não precisamos
de candeia que nos guie
A qualidade de serviço e as listas de vinhos disponíveis em muitos
restaurantes portugueses garantem hoje níveis de satisfação muito aceitáveis.
David Lopes Ramos explica-nos porquê e onde tirar a prova
MANUEL ROBERTO
“Sopranos” também é
nome de vinho
A série norte-americana sobre
uma família de mafiosos de New
Jersey, “Os Sopranos”, inspirou o
lançamento de uma nova linha de
vinho por parte de uma produtora
italiana. Os vinhos são feitos em
três adegas italianas, duas na
Toscana e uma no Veneto. A linha
inclui Chianti, Pinot Grigio e Pinot
Noir, vendidos entre os 7,50 e os
9 euros. No topo da linha está um
Chianti Clássico, que custa 18 euros,
encanto campestre difícil de igualar. e um Chianti Clássico Reserva,
É um branco irrequieto e tabelado a 22 euros. Os vinhos
irreverente, complexo e atraente, de Sopranos chegam este mês aos
frescura omnipresente. Termina Estados Unidos.
longo e com promessas de poder Fonte: decanter.com
envelhecer bem. No Quinta do
Ameal Escolha 2007, a madeira
encaixa-se na perfeição com o
Vinho tinto diminui
perfume diplomático da casta risco de sofrer de
Loureiro, uma associação proveitosa cancro do pulmão
e simbiótica, sem agressões, sem
conflitos, sem protagonismos. A Beber um copo (ou dois) de
casta Loureiro ganha assim uma vinho tinto por dia pode ajudar
complexidade e profundidade os homens, especialmente os
colossais, uma opulência aromática fumadores, a reduzirem o risco
que ultrapassa a eloquência verbal de ter cancro do pulmão, de
tradicional da casta. Amplo e acordo com um estudo divulgado
entroncado, fresco e vibrante, recentemente. Os investigadores
enorme na boca, está um Escolha analisaram cerca de 84 mil
tremendo que espelha o potencial casos, de uma base de dados
da denominação. composta por 850 mil criada por
pesquisadores californianos entre
2000 e 2003, em que foi examinado
Casa da Calçada
Tem séculos de história e alguns
pergaminhos: a quinhentista Casa da
Calçada foi palácio dos condes de
Redondo, incendiada durante as
Invasões Francesas e, no século XX,
tornou-se numa das maiores
produtoras de vinhos da Região do
Vinho Verde. Desde 2001 é um hotel
de charme (30 quartos e suites de
luxo), bem no centro histórico da
cidade de Amarante, mantendo seis
hectares de vinha, que produzem os
vinhos Quinta da Calçada. Os vinhos
podem ser adquiridos no hotel ou
experimentados em provas (é
necessário marcar) e, mensalmente,
são organizados jantares vínicos (o
restaurante recebeu, em 2005, uma
estrela Michelin). Para quem prefere
outros prazeres, o hotel possui duas
piscinas, rodeadas de vinhas e
jardins seculares, e um solário - os
aficionados do golfe têm um “green“
próximo à disposição.
Lugares onde
Fax. 255 426 670. E-mail: reservas@
casadacalcada.com
www.casadacalcada.pt
Preços: quartos entre €155 e €500
Menu de degustação: €55 (vinhos
Quinta
Do Norte ao Sul de Portugal, são cada vez mais os turistas do Vallado
que fazem do vinho um pretexto para conhecer o país.
Andreia Marques Pereira mostra porquê e revela dez
opções que deve ter em consideração
Não é por acaso que na zona optimistas 12 por cento, uma vez de organização e divulgação dos
histórica de Gaia abrirá em breve um que sendo um sector ainda pouco vinhos de uma determinada região
hotel de luxo, The Yeatman. desenvolvido tem mais margem de demarcada. Mas, sob diferentes
Rodeado pelas caves de vinho do crescimento. formas, é incontornável que, nos Na Quinta do Vallado encontramos
Porto, o novo hotel vai ser É verdade que o enoturismo está últimos anos, o investimento no a história vinícola do Douro ou não
“temático” - The Yeatman quer ser na moda (um pouco como esteve o enoturismo tem aumentado. Há tivesse sido uma das propriedades
para Gaia/Porto o que o Vintage ecoturismo) e que em Portugal está vários complexos a serem criados de de dona Antónia Adelaide Ferreira
House foi para a zona do Alto Douro ainda a aprender a andar, apesar de raiz, enquanto outros sofrem (a mítica “Ferreirinha“). A quinta é,
Vinhateiro (quando abriu, em 1998, o país ter todas as condições (uma “upgrades” consideráveis, e porém, anterior a esta (a casa data
foi uma pedrada na apatia em que o tradição vinícola com dois mil anos, surgiram vários projectos de 1716) e chegou até hoje como
enoturismo português vivia). É uma as 31 denominações de origem transfronteiriços - o mais notável é a um dos emblemas do enoturismo
aposta que vai de encontro às espalhadas um pouco por todo o Rota Internacional do Vinho duriense - a que ajuda a reputação
prioridades estabelecidas pelo Plano território e a reputação dos vinhos) VinDuero/VinDouro (RIV). dos seus vinhos, produto de 64
Estratégico Nacional do Turismo para entrar na onda deste segmento Hotéis boutique ou alojamento hectares de vinha (incluindo 26
(PENT), de 2006: entre os dez turístico em que o vinho, os seus rural em propriedades vinícolas com mais de 60 anos). Quem lá for
produtos turísticos portugueses sabores e aromas, a sua história e (quase sempre em tom rústico- não se sentirá defraudado: comece
privilegiados encontra-se a produção ocupam o lugar central - chique com muito charme), é por percorrer os vinhedos, siga
“Gastronomia e Vinhos“, com a mas que vai muito além deste. De comum a oferta destas unidades de para as adegas (nova e velha) e as
previsão de que esse mercado facto, o enoturismo está associado a enoturismo não se reduzir sequer ao caves e pare no pequeno museu.
registará nos próximos anos um um conceito de lazer que cruza o vinho e estender-se a actividades ao Sente-se para uma prova de vinhos
incremento entre sete e 12 por vinho com a gastronomia, cultura, e não parta sem visitar a loja. Se
cento ao ano no mundo inteiro - a história e a natureza das regiões desejar refeições, não deixe de
previsão para Portugal são uns onde é produzido. reservar (para um mínimo de seis
A face mais óbvia do enoturismo pessoas).
português são as rotas do vinho,
criadas em 1993 como instrumentos
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com uma decoração elegante onde castas características da ilha. O hotel
cabem o Alentejo, África e o Oriente. Herdade desenvolveu, por isso, uma série de
A piscina abre-se sobre o sobrado e actividades ligadas ao enoturismo,
convida a longas horas de ócio, com dos Grous com especial atenção às provas de
o tempo suspenso na tranquilidade vinhos, organizadas três vezes por
absoluta da paisagem. Para quem gosta de vinho, a semana na adega. Além disso, há a
Herdade de Grous já é uma possibilidade de fazer uma visita
Herdade do Sobroso referência. No que se refere ao pelas vinhas (guiada pelo director
Pedrógão Apartado 61 . 7960-909 enoturismo também. Na herdade geral) e, todos os anos, enólogos são
Vidigueira. Tel. 284 456 116 alentejana, tudo está pensado para convidados para ministrar um curso
Fax. 284 456 412 . E-mail: geral@ proporcionar a melhor experiência Preços Alojamento: quartos de vinhos. O hotel tem 39 quartos e
herdadedosobroso.pt vínica ao visitante, seja ele “expert” duplos €125; suite (duas pessoas) a quatro suites e dispõe de várias
www.herdadedosobroso.pt ou simples apreciador. A descoberta partir de 157; suite (quatro pessoas) comodidades, como piscina
Preços Alojamento: suite €125; começa na vinha, passa pela adega €220 - pequeno-almoço incluído. aquecida, sauna e ginásio.
quarto duplo €95; apartamento (com direito a explicação sobre as Meia pensão €32; pensão completa
dois quartos €160; apartamento mais modernas técnicas de €45. Provas de vinho Herdade dos Hotel Quinta do Furão Achada do
um quarto €95 (pequeno-almoço viticultura e enologia aqui usadas) e Grous (Colheita Branco, Reserva Gramacho. 9230-082 Santana
incluído) (tarifas até 31 de Março termina com uma prova de vinhos - Branco, Colheita Tinto, 23 Barricas Tel. 291 570 100 . Fax 291 573 560
de 2009, de domingo a quinta-feira, e pode ser complementada nos Tinto, Moon Harvested Tinto, www.quintadofurao.com
excluindo feriados, pontes e épocas restaurantes ou na loja. Para quem é Reserva Tinto): entre €3,50 e €20 info@quintadofurao.com
festivas) indiferente ao vinho, a beleza Preços Alojamento quartos
Wine Tour I (visita guiada das paisagística do baixo Alentejo é um single €120; duplo €130; suite
adegas e vinhas, prova comentada,
curso de iniciação à prova e
trunfo nada menosprezável da
Herdade dos Grous, onde
Quinta do Furão €180; villa €195. Suplemento meia
pensão €24,50 Tour e prova de
degustação): €40; Wine Tour encontramos várias maneiras de Empoleirado numa falésia, a 40 vinhos - grátis. Curso de vinhos
II(visita das adegas e vinhas, viver a natureza: cavalos, moto 4, minutos do Funchal, o Hotel Quinta (inclui uma noite em quarto
prova e degustação): €12 (sujeito balonismo, desportos náuticos (na do Furão surpreende antes de mais duplo com pequeno-almoço, oito
a marcação e número mínimo de barragem de 98 hectares)... Mas há pela vista privilegiada: da costa Leste horas de curso, programa para
participantes) também piscinas, matraquilhos ou da ilha até ao Porto Santo e, mesmo acompanhante, um almoço e um
Refeições: €25 (bebidas não “apenas” o silêncio da planície. A ali, as paisagens luxuriantes da jantar gourmet para dois) - €250
incluídas) herdade tem 24 quartos (duplos e Floresta Laurissilva. Mas há mais do (por casal), €150 (individual)
suites) - todos com lareira. que a vista na Quinta do Furão: há
jardins exuberantes que convivem
Herdade dos Grous Albernôa . com uma exploração agrícola (cinco
7800-001 Beja. Tel. 284960000 hectares) convictamente biológica,
Fax 284960072 . E-mail: info@ onde se encontram algumas das
herdadedosgrous.pt
www.herdadedosgrous.com
FESTIVAL
NACIONAL DE
GASTRONOMIA
CASA DO CAMPINO
SANTARÉM
13 DE OUTUBRO A
2 DE NOVEMBRO 2008
Alentejo
Quem diria que na bucólica em que está transformada a
paisagem alentejana, associada pelo albufeira de Alqueva, passa por
senso comum às extensas searas de Mourão, Moura, Vidigueira, Alvito e
trigo e às terras ressequidas pelo Viana do Alentejo e os barros de
calor tórrido e exauridas de água, a Beja. Neste último concelho estão a
cultura da vinha viesse a adquirir a ter lugar as mais recentes
sua actual exuberância? A história implantações da vinha na planície.
da vinha no Alentejo é antiga. Da
herança romana subsistiram até aos
nossos dias diversas práticas e
Rota de
utensílios, como a talha de barro São Mamede
que ainda é utilizada nas pequenas
adegas particulares da região e Caracterização
também por alguns produtores Situada no Alto Alentejo, a “Rota de
engarrafadores. Mas foi apenas nas São Mamede” exibe, em contraste
últimas décadas que a região cedeu com as secas planuras do outro
parte do seu ancestral estatuto de Alentejo, estreitos vales e solos leves
“celeiro de Portugal” para se tornar e bem drenados amenizados por um
numa das mais ousadas e bem microclima atlântico que
sucedidas marcas da viticultura e da proporcionam vinhos com
enologia do país. características diferenciadas dos
No Alentejo aproveitaram-se afinal provenientes das outras regiões
as vantagens oferecidas pelas alentejanas.
condições edafoclimáticas Sugere-se o itinerário com início em
acentuadamente mediterrânicas e a Portalegre, seguindo posteriormente
existência de várias zonas de para Marvão (vila situada a 862 m de
microclima continental. O altitude, a mais alta de Portugal) e
conhecimento adquirido ao longo de Castelo de Vide “cidade medieval”,
séculos na adaptação de castas onde pode desfrutar da paisagem
permitem hoje combinar a tradição natural vincada por impressionantes
e a modernidade na produção relevos graníticos. Segue-se o
vitivinícola. Embora se distingam interior alentejano, designadamente, Produtores
oito sub-regiões de produção, os Crato, Alter do Chão, Benavila, Avis Tapada dos Chaves, Sociedade Rota Histórica
seus vinhos possuem características e Casa Branca, finalizando o circuito Agrícola, Lda. Tapada do Chaves-
muito semelhantes. Para conhecer em Sousel. Frangoneiro. Portalegre. Tel. 245 Caracterização
toda a riqueza desta imensa e São os vinhos tintos que 201 973. Email:tapada.do.chaves@ O segundo itinerário pelos vinhos do
magnífica da região os produtores e predominam nesta região, obtidos a mail.telepac.pt. Adega: Visitas Alentejo resulta de uma perfeita
os enólogos alentejanos partir das castas Aragonez, Grand guiadas (gratuitas) comunhão entre o enoturismo e o
estabeleceram três itinerários: a Noir, Periquita e Trincadeira, às Prova - 12 euros/pessoa turismo histórico-monumental. A
“Rota de São Mamede” que quais se associam em menor Venda directa de vinhos ao público paisagem entre vinhedos é
coincide, em parte, com a área proporção as castas Alicante preenchida de pedreiras fundas de
abrangida pelo Parque Natural da Bouschet e Moreto. Os vinhos Fundação Abreu Callado onde se extrai mármore, uma das
Serra de São Mamede e inclui brancos são obtidos a partir das Travessa Abreu Callado grandes riquezas regionais, e casario
algumas das mais bonitas e típicas castas Arinto Galego, Roupeiro, Benavila (Avis) pintado a branco. Alguns dos mais
cidades e vilas alentejanas, como Assario, Manteúdo e Fernão Pires. Telefone: 242 430 000 belos exemplares da arquitectura
Portalegre, Marvão, Castelo de Vide, Email:facallado@mail.telepac.pt barroca marcam o percurso por
Crato, Flor da Rosa, Alter do Chão, Página Web: http://www. Estremoz, Borba, Vila Viçosa,
Avis e Sousel. abreucallado.com.pt Redondo, prosseguindo por Évora,
A “ Rota Histórica”, a mais extensa Adegas: Visitas guiadas Montemor-o-Novo, Arraiolos e
do Roteiro dos Vinhos do Alentejo, Provas: Venda de vinhos Reguengos de Monsaraz. É nesta
contempla nada menos que 29 Vinhas visitáveis região do Alentejo que se encontra a
adegas, numa área triangular maior parte da produção vinícola
definida por vértices em Elvas, Vinhos da Cavaca Dourada, SA regional.
Montemor-o-Novo, e Reguengos de Herdade do Mouchão. Casa Branca As castas tintas Aragonez, Periquita
Monsaraz e engloba Arraiolos, 7470 - 153 Sousel. Telefone: e Trincadeira estão associadas a
Estremoz, Borba, Vila Viçosa e 268 539 228. Email:mouchao@ outras castas como o Alfrocheiro,
Redondo. mouchaowine.pt Alicante Bouschet, Grand Noir e
A “Rota do Guadiana” que Adegas:- Visitas Guiadas Moreto, que asseguram a qualidade
estabelece percursos pelas margens Provas e Venda de Vinhos dos seus vinhos tintos. Para a
do Guadiana e o imenso mar interior Vinhas Visitáveis produção de vinhos brancos as
castas recomendadas são o Perrum,
Rabo de Ovelha, Roupeiro e
As vinhas que
mudaram a planície
No espaço de uma geração, o Alentejo deixou de ser em exclusivo um celeiro e
passou a exibir algumas das mais belas vinhas de Portugal. Oportunidade para
conhecer um mundo novo e exaltante através das sugestões de Carlos Dias
PAULO RICCA
Produtores Venda directa de vinho ao público
Adega Cooperativa da Visita guiada às vinhas
Vidigueira, Cuba e Alvito, C.R.L
Bairro Industrial/Vidigueira Cooperativa Agrícola de Granja
Tel. 284 437 240. Email: Baldio de Granja/Mourão
acvidigueira@mail.telepac.pt Tel. 266 570 010
Adega: Visitas guiadas (serviço Adega: Visita guiada (gratuita)
gratuito). Prova- 2,5 euros/pessoa Prova: o valor a cobrar depende de
Venda directa de vinhos ao público negociação prévia
Venda directa de vinhos ao público
Casa Agrícola João & António Visita guiada às vinhas (gratuita)
Pombo,S.A . Herdade do Meio/
Portel. Tel. 266 667 300 Herdade dos Grous
Email:contacto@herdadedomeio.pt Albernôa/Beja
Adega: Visita guiada (gratuita) Tel. 284 960 000
Prova- 5 euros/pessoa Email:herdadedosgrous@
Venda directa de vinho ao público vilavitaparc.com
Visita guiada às vinhas (gratuita) Adega: Visita guiada (reserva
prévia para grupos a partir de 12
Herdade da Calada-BCH,S.A pessoas)
Estrada de Évora-Estremoz - Km Prova- Preços entre 2,5 euros e 10
12/Évora. Tel. 266 470 030 euros. Venda directa de vinhos ao
Email:geral@herdadecalada.com público. Restaurante- Quarta-feiras
Adega: Visitas guiadas (todos os e quinta-feiras 12h30 às 18h00
dias com marcação prévia) Sexta-feira a domingo e aos
Prova- preço a pagar depende do feriados 12h30 às 22h00
número de pessoas e dos vinhos
em prova. Venda directa de vinhos Herdade da Malhadinha Nova,
ao público. Tem visita guiada às Sociedade Agrícola e Turística
vinhas (gratuita) S.A. Herdade da Malhadinha Nova-
Tamarez. Visita às caves com prova de Albernôa/Beja
Produtores vinhos (mínimo 6 pessoas) Sociedade Agrícola Gabriel F. Tel. 289 510 460
Quintas Aliança Alentejo, Prova- Entre 3.5 euros e 12.5 euros Dias e Irmãos. Lda Email:rsoares@malhadinhanova.pt
Sociedade Agrícola, S.A mais IVA . Venda directa de vinhos Courela do Guita/Montemor-O-Novo Adega: Visita guiada (gratuita)
Quinta da Terrugem-Borba ao público. Almoço e jantares Tel. 266 892 682 Prova- Preços variados
Tel. 268 658 110 -Todos os dias Email:couteiromor@sapo.pt Venda directa de vinhos ao público
Email:joao.chamorro@caves- Adega: Visitas guiadas mediante Visita guiada às vinhas (gratuita)
alianca.pt Ervideira, Sociedade Agrícola, marcação prévia
Adega: Visita guiada (marcação Lda . Herdadinha-Vendinha/
prévia e gratuita) Reguengos de Monsaraz
Prova- Sujeita a marcação Tel. 266 950 010
Venda directa de vinho ao público Email:ervideira@ervideira.pt
Visitas guiadas às vinhas Adega: Visita guiada (5 euros/
(marcação prévia) pessoa). Prova- 5 euros/pessoa
Venda directa de vinhos ao público
Quinta do Zambujeiro-Produção Visitas guiadas às vinhas com
e Comércio de Vinhos Unipessoal, marcação prévia
Lda Monte do Zambujeiro-Rio de
Moinhos/Borba. Tel. 268 801 431
Email:quintadozambujeiro@sapo.pt
Adega: Visita guiada (gratuita)
Rota do
Prova- 8 euros/pessoa Guadiana
Venda directa de vinho ao público
Visitas guiadas às vinhas Caracterização
(marcação prévia) Com características bem diferentes
dos outros itinerários, mas não
Roquevale, S.A Herdade do Monte menos atractiva, a Rota do
Branco/Redondo. Tel. 266 989 290. Guadiana, que atravessa Viana do
Email:carlos@roquevale.pt Alentejo, Alvito, Mourão, Moura,
Adega: Visita guiada (gratuita) Vidigueira, e Beja é um convite a
Prova- 6,20 euros/pessoa todos os que privilegiam o contacto
Venda directa de vinhos ao público com a natureza. Zona
* Informações e marcações através predominantemente rural,
da Rota dos Vinhos do Alentejo distingue-se pela paisagem típica
que já foi da seara mas agora está a
Monte Seis Reis Herdade dos ser ocupada pela monocultura do
Casarões. Santa Maria-Estremoz olival. A passagem pela região é
Tel.268 322 221. Email:loja@seisreis. ainda valorizada pelos roteiros
com gastronómicos onde predominam os
Adega: Visita guiada (gratuita) petiscos e pratos regionais.
Prova- 5 euros/pessoa As castas tintas dominantes são a
Venda directa de vinhos ao público Alfrocheiro, Moreto, Periquita, Tinta
Visita guiada às vinhas e Grossa e Trincadeira. Os vinhos
participação nas vindimas brancos provêm essencialmente das
Seja responsável. Beba com moderação.
Herdade do Esporão-Finagra,S.A
Reguengos de Monsaraz
Tel. 266 509 280
Rua S. Bartolomeu, 46 - 7150-162 BORBA
Email:enotur@esporao.com Tel.: 268 894 210 - Fax: 268 894 394
Adega: Aberta todos os dias ALENTEJO - PORTUGAL
E-mail: sovibor@mail.telepac.pt
(máximo 25 pessoas por horário)
Vinho bom
em pedra
dura
De uma Mãe d’ Água, parte
do Aqueduto de Águas Livres,
nascia, à Praça da Alegria
lisboeta, uma enoteca de culto,
templo de sapiência enófila que
faz as delícias dos apreciadores
dos vinhos de qualidade. Luís
J. Santos (texto) e Cláudia
Andrade (fotos) ergueram os
seus copos ao Chafariz do Vinho
Enoteca Chafariz A conjunção é única: um início ligado à sua gestão, suspeita ampla abertura em amplo pé alto há aparelhos a tratar dessa mania),
do Vinho monumento de sólida história em que a razão era mesmo que deixa respirar tudo até o vinho. ideal para momentos mais íntimos e
Rua da Mãe d’ Água (à Praça pedra gravada com um ambiente desconfiança: “as pessoas não Uma robusta plataforma divide o até românticos, perfeita para
da Alegria). 1250 Lisboa quase religioso, um bar de vinhos tinham confiança na qualidade de bar: ao nível da entrada temos um partilhar segredos dos vinhos e
Tel..: 213422079 conceptual e moderno onde se busca um vinho aberto”. Agora, por fim, espaço central, onde grupos outros (há até mesas de canto a
www.chafarizdovinho.com rigor e qualidade em cada detalhe, parece que o vinho a copo já está a maiorzinhos têm mais espaço. Deste oferecer um cenário alcovado); ao
clientes@chafarizdovinho. da carta ao serviço. Haverá amante conquistar o seu merecido lugar, piso, observa-se uma caleira por centro desta salinha, um tanque
com de vinhos ou curioso que entre neste permitindo a muita gente ter acesso onde antes corria água (e não, agora acolhe uma instalação de caixas de
Horários: De terça a ex-líbris da cidade e da cultura a vinhos de alta qualidade e, pelo não corre vinho: está sequinha) e vinho tão simples quanto
domingo das 18h00 às enófila sem sentir uma ventura de menos, prová-los. Até porque, como que acompanha uma escadaria até à eficazmente artística.
02h00 elevação? O edifício de finais do séc. aqui, há equipamentos que zona onde descansa a garrafeira. Qualquer ponto dos três níveis do
Preços: Os preços mínimos XVII mostra por fora sinais de permitem manter o líquido (o No piso superior, um corredor Chafariz garante conforto suficiente,
do vinho a copo (1/8 l) clausura, quase conventual: ergue-se tranquilo e o espumante) em boas mais aéreo com diversas mesas, sempre em ambiente tertuliano, para
rondam os €2,25 a €3 e vão como um perfeito cubo de pedra a condições para servir vinhos de alta algumas delas encaixadas nas dedicarmo-nos a esmiuçar a longa
subindo aos €18/20. Porto meio da colina, com grandes janelas qualidade a copo. E se há sítio onde janelas. Mas não se espere grandes carta de vinhos, composta por um
(5cl) desde €2,5. Os petiscos gradeadas sob as quais três bicas se pressente que o vinho é realmente vistas. É que aqui não é preciso mais conjunto de vinhos velhos e algumas
andam em volta dos €6 a lançam frustradas promessas de bem tratado é mesmo nesta Mãe d’ paisagem que a interior – e leia-se raridades gloriosas, a que se juntam
€10 e sobremesas a €3/4. água. A beleza do cenário antes água Água que nos dá vinho. A instituição duplamente esta paisagem interior: a “novas marcas, regiões menos
Menus degustação (quatro /vinho agora é tão manifesta que do bar deve-se a dois sócios: uma do edifício e a dos copos. faladas e longe das modas”. Serão
vinhos & quatro pratos) €32 ninguém consegue escapar ao sumidade da enofilia, João Paulo No piso inferior, uma sala quase mais de duas centenas de
ou €48 (menu especial) inevitável contraste poético. Martins, conceituado jornalista e subterrânea, onde a Mãe d’Água faz referências, que vão mudando
Fumar: apenas na O Chafariz do Vinho, que começou crítico de vinhos, autor de anuários menos poupanças à humidade (mas conforme as circunstâncias, com em
esplanada (depende do a correr há uma década, marcou o pelos aromas e sabores das obras- redor de duas dezenas delas abertas
clima a abertura desta, advento dos bares de vinhos a sério primas; e Pedro Rodrigues, também (mas abrem qualquer garrafa desde
naturalmente) no nosso país que, estranhamente, um reputado senhor da restauração, que garantido o consumo de dois
apesar da sua vitivinicultura, actualmente à frente do louvado copos). A produção nacional faz
continuava com uma relação de restaurante VírGula em Lisboa. E quase o pleno (até porque, diz-nos
distância com a cultura dos vinhos e assim fica provado que os pilares Kleinhans, não há grande procura
só nos últimos anos é que tem visto deste Chafariz são mesmo sólidos. por vinhos estrangeiros) mas há
estas tavernas do século XXI Para além destes factores, o lugar para outras proveniências
alastrarem-se. Manfred Kleinhans, Chafariz, é, indubitavelmente, na sua (França, Alemanha, Chile, Argentina,
nosso guia pelo Chafariz e desde o simplicidade monumental, um dos Espanha ou Itália). O Chafariz
mais bonitos e singulares bares da trabalha com pequenos “stocks” e
cidade. Mas entremos, que o vinho aposta numa grande rotação, sendo
nos espera. Basta cruzar um certo que nunca faltarão pequenas
pequeno átrio onde um balcão nos
encaminha para um templo de uma
O regresso do sedutor
Diferente e único: a Lancia finalmente lançou um modelo
realmente novo e definiu um objectivo ambicioso. O Delta será o
ponto de partida para a renovação da marca. Maria Lopes,
que o experimentou, diz que a aposta no glamour e na distinção
tem quase tudo para ser ganha
Motores
46 • Sábado 25 Outubro 2008 • Fugas
da segurança, o carimbo verde veio há
um mês do concórcio Euro NCAP, Ficha técnica Equipamento
com resultados bem interessantes: Mecânica Segurança
cinco estrelas para a protecção de Cilindrada 1598cc ABS Sim
adultos (elogiada até como brilhante), Potência 120cv às 4000 rpm Airbags frontais Sim
três estrelas para as crianças e duas Binário 300 Nm às 1500 rpm Airbags laterais Sim
para os peões. Cilindros 4 em linha Airbags de cortina Sim
Válvulas 16 Airbag de joelho para condutor
Alimentação turbodiesel de Opção (100 euros)
injecção directa por conduta Controlo de tracção Sim
Ligado ao mundo comum, turbo de geometria Programa Electrónico de
Depois dos CD, tomadas para MP3, variável e intercooler Estabilidade (ESP) Sim
bluetooth e etc., chegou a altura Tracção dianteira Vida a bordo
das ligações à internet móvel no Caixa manual, de 6 velocidades Vidros eléctricos Sim
próprio carro. Esta permite que se Suspensão Independente, do tipo Fecho central Sim
possa ligar dispositivos como um McPherson, à frente; eixo de torção Comando à distância Sim
PDA ou até um computador portá- atrás; amortecedores telescópicos e Direcção assistida Sim
til. Pode-se, por aqui, ligar equipa- barra estabilizadora à frente e atrás Retrovisores eléctricos Sim,
Espaçoso mento de navegação por GPS. Mas Direcção pinhão e cremalheira com rebatíveis
É um elogio curto, mas é o elogio assistência eléctrica Dual-drive Ar condicionado Sim,
o acesso está, aparentemente,
possível: os bancos podem não ser Travões discos ventilados à frente; automático bi-zona
reservado aos passageiros da
muito confortáveis, mas pelo discos atrás Abertura do depósito interior Não
frente, já que a ligação encontra-se
menos os engenheiros da Lancia Dimensões Abertura da mala interior Não
instalada no ponto de ligação da
souberam aproveitar bem a longa Comprimento 452 cm Bancos traseiros rebatíveis Sim
consola central ao tablier, à frente
distância entre eixos que o carro Largura 179,7 cm Jantes em liga leve Sim
da alavanca das mudanças. O sis-
tem. Os bancos traseiros têm um Altura 149,9 cm Rádio Sim, com CD
tema Blue&Me, com acesso ao tele-
assento grande, que sustentam as Peso 1410 kg Volante regulável em altura Sim
fone, tem activação com
pernas mesmo até aos joelhos, Pneus 225/45 R17 Volante regulável em
reconhecimento por voz.
ficando depois quase um palmo Capac. depósito 58 litros profundidade Sim
livre até às costas dos bancos da Capac. mala 380 litros Volante multifunções Opção (para
frente. Além de ter um (largo) apoio Prestações Blue&Me, 25 euros)
de braços reclinável, o banco tra- Velocidade máxima 194 km/h Computador de bordo Sim
seiro é praticamente um verda- Aceleração 0 a 100 km/h 10,7s Aviso transposição de faixa
deiro três lugares, para o que o Consumo misto 4,9 litros/100 km Opção (500 euros)
assento quase liso muito contribui. Emissões CO2 130 g/km Alarme Opção (300 euros)
Preço Bancos dianteiros eléctricos
30.300 euros Opção (com aquecimento,
(versão ensaiada 32.580 euros) 1500 euros)
*Dados do construtor Bancos dianteiros aquecidos
Opção (250 euros)
Estofos em pele Opção (1000 euros)
Tecto de abrir Sim, panorâmico
Barras no tejadilho Não
Navegação por GPS Opção (entre
550 e 1400 euros)
Telefone Bluetooth Sim
Telefone integrado Não
Regulador de velocidade Sim
Sensor de chuva Sim
Lava-faróis Opção (200 euros)
Sensor de luminosidade Sim
Sensor de parqueamento
Sim, traseiro
Sensor pressão de pneus
Opção (280 euros)
Faróis de xénon com AFS
Opção (600 euros)
Faróis de nevoeiro Sim, com
função de luz de berma
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Vindima em Haut-Brion