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- DIREITO DO CONSUMIDOR -

Guia de Estudo para o Exame da OAB


1ª Fase
1

Código de Defesa do Consumidor - Lei 8.078/90

Vertentes do CDC:
• Material;
• Administrativa;
• Criminal: CP ou CDC
• Processual: individual ou coletiva (erga omnes).

1. Histórico:
• Justiniano – Institutas – “Corpus Iuris Civilis” – Codificação das leis.
• Código Napoleônico - Código Civil e Código de Processo Civil.
• CDC – micro sistema jurídico atrelado ao Código Civil.

2. Entre o CDC e o CC, não há conflitos, tem que fazer o “diálogo das fontes”
Princípios.
O Código Civil anterior tratava do “pacta sunt servanda” – o que foi pactuado
no contrato deve ser cumprido. O Estado não intervia.

O CDC em seu art. 4º, trata do princípio da vulnerabilidade, ou seja, o


consumidor é a parte mais fraca, independente se é rico ou se é pobre.
Presunção Iuris et iuris – presunção absoluta. ≠ de hipossuficiente (casuística).

Nas relações de consumo o Estado pode intervir – revisão judicial do contrato –


Art. 52, §1º, do CDC. – sentença normativa – pode declarar nula a cláusula ou
alterar a redação da cláusula.

CDC Código Civil


Vício oculto/redibitório ou aparente Vício – é um problema de qualidade
– não importa – a responsabilidade é ou de quantidade
objetiva – não precisa provar a culpa Vício oculto/redibitório – prova do
– inversão do ônus da prova. autor da ação – responsabilidade
subjetiva – provar a culpa.

3. Missão – Defesa do Consumidor – Direito de 3ª geração (tutela coletiva ou do


consumidor ou do meio ambiente) – direito protetivo/tutelar/social.

4. Fundamentação:
• Art. 5º, XXXII, CF – cláusula pétrea;
• Art. 170, V, CF
• Art. 48, ADCT.

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5. Relação de Consumo – é um conjunto de três elementos:


• Elemento Subjetivo;
• Elemento Objetivo;
• Elemento Finalístico.

Elemento Subjetivo→ SUJEITO Consumidor


RELAÇÃO Fornecedor
DE Elemento Objetivo → OBJETO Produto
CONSUMO Serviço
Elemento finalístico→ Finalidade

• Elemento subjetivo – são os sujeitos: Consumidor; Fornecedor

1. Consumidor:
1.1 Consumidor propriamente dito/stricto sensu – Participou
diretamente da relação de consumo. O art. 2º, CDC – pessoa física
ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.

1.2 Consumidor por Equiparação – não é um consumidor natural, mas


participou de alguma forma da relação de consumo – Art. 2º, §
único do CDC. Ex.: Acidente da TAM. – relação indireta na relação de
consumo – tem os mesmos direitos do consumidor direto – art. 17 e
29, do CDC.

1. CONSUMIDOR Propriamente dito → Participa diretamente


Art. 2º CDC Por equiparação → Participa indiretamente

Sujeito
PF/PJ
Utiliza → Serviços
Adquire → produtos
Destinatário final

2. Fornecedor – Art. 3º, CDC:


 Toda pessoa física ou jurídica
 Pública (art. 22, CDC) ou privada
 Nacional ou estrangeira
 Entes despersonalizados (massa falida)

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Atividades que todo fornecedor pode realizar

 C - Criação
 I - Importação
 M - Montagem
 T - Transformação
 E - Exportação
 P - Produção
 C - Construção
 D - Distribuição
 C - Comercialização

2. FORNECEDOR
Art. 3º CDC
Sujeito ↓
PF/PJ
Pessoa Pública / Pessoa Privada +CIMTEP CDC
Nacional ou estrangeiro
Entes despersonalizados

Via de regra a responsabilidade dos fornecedores é solidária, com exceção


de duas hipóteses: IMPORTANTE!

1) Comerciante – Art. 13, do CDC – responsabilidade subsidiária, só será


responsável solidariamente em dois casos:

a) quando não puder identificar fabricante, construtor, produtor ou


importador – o comerciante passa a ser solidário;

b) quando não conservar os produtos perecíveis – responde de forma


solidária.

2) Profissional Liberal – Art. 14, §4º, CDC – responsabilidade subjetiva – tem


que fazer prova da culpa.

• Elemento objetivo – objeto: Produto; Serviços


A. Produto:
Mobilidade:
• Móvel / imóvel
Materialidade
• Corpóreos / Incorpóreos – ex.: acesso à internet/livro eletrônico
Durabilidade
• Duráveis / Não duráveis = imperecíveis.

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B. Serviços – art. 3º, §2º, CDC


• Qualquer atividade fornecida no mercado de consumo
• Mediante remuneração (direta ou indireta)
• Atividades bancárias/financeira/crédito/securitária Súmula
297, STJ, EXCEÇÃO – atividades trabalhistas, ou seja relações
decorrentes aos contratos de trabalho.

Serviço Público pode ser:


a. Geral/coletivo/uti universi – não dá para quantificar o quanto
usa – não incide CDC – STJ. Ex.: Não incide CDC na Escola
Pública Estadual.

b. Especifico/singular/uti singuli – pode quantificar o que usou –


incide o CDC – STJ.

• Elemento finalístico – esse bem foi usado pelo destinatário final – será um bem
de consumo se encerrar o bem com o consumidor (destinatário final), se, em
contrapartida, obtém lucro de alguma forma com esse bem, é um insumo, não
sendo um elemento da relação de consumo.

PRINCÍPIOS – art. 4º, CDC

I - Vulnerabilidade – qualquer que seja o consumidor, não importa se é rico ou pobre,


ele é vulnerável – garante sempre o Estado à seu favor – falta de conhecimento:
a. Técnico
b. Jurídico
c. Socioeconômico.

P.S.: ≠ hipossuficiência – casuística.

II – Intervenção do Estado na Relação de Consumo (aplicação de multa, retirada do


produto de circulação no mercado e etc.):
c. Preventiva
d. Reparadora – o juiz tem a possibilidade de equilibrar o contrato entre as partes
– sentença normativa – alterar a cláusula contratual.

III – Harmonia dos interesses – deve tanto tratar tanto dos interesses do consumidor,
como também garantir que o fornecedor tenha seu produto no mercado – livre
concorrência.

IV – Boa-fé objetiva – agir com lealdade, honestidade, fidelidade


(antes/durante/depois do contrato).

V – Transparência/educação/informação

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VI – Controle de qualidade dos produtos


VII – Proibição de Cláusulas Abusivas
VIII – Melhoria do Serviço Público
IX – Estudo das modificações do mercado de consumo.

Direitos do Consumidor – Art. 6º, CDC:


I – Proteção à segurança;
II – Educação e informação – liberdade de escolha no momento de contratar;
III – Informação correta e clara;
IV – Garantia contra a publicidade enganosa e abusiva
V – Modificação das cláusulas prestação desproporcional ou revisão das
cláusulas em razão de fatos supervenientes que torne excessivamente onerosa.
OBS.: Teoria da Imprevisibilidade – O Judiciário altera a cláusula contratual
tornando as prestações em definitivas.
VI – Prevenção e reparação dos danos patrimoniais e extrapatrimoniais;
VII – Acesso aos órgãos Judiciário e Administrativo;
VIII – Facilitação da defesa e das suas garantias com inversão do ônus da prova
a seu favor.

OBS.: Art. 333, CPC – deveres:


I – Autos – fatos constitutivos do seu direito;
II – Réu – Fatos modificativos, extintivos, impeditivos do direito do autor.
Em alguns casos específicos (prova negativa), o CDC pode impor o ônus da
prova feita pelo juiz – a parte autora só alega e a parte contrária que faça prova
do que o autor alegou.

O ônus da prova cabe somente em duas hipóteses, a critério do juiz:


a) alegações forem verossímeis (estiverem muito perto da verdade);
OU
b) hipossuficiência da parte (financeira/técnica).

De ofício o juiz pode determinar a inversão do ônus da prova – posição majoritária;


 No procedimento ordinário, o momento oportuno para inversão do ônus da
prova, a posição dominante é no despacho saneador, logo após a defesa, antes
da instrução probatória.
 O ônus da prova pode ser parcialmente invertida.

Prestação dos serviços com qualidade


RESPONSABILIDADE CIVIL NO CDC
Para se apurar a responsabilidade civil de um modo geral, precisa-se:
Conduta: Ação
Omissão

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Resultado – causado dano:


• Patrimonial – ex.: lucros cessantes; danos emergentes (perdas e danos);
perda de uma chance.
• Extra patrimonial – dano moral
• Dano Social – angústia do imprevisível. Ex.: Pane nos aeroportos.
• Individual
• Coletivo

Nexo de Causalidade – entre a conduta e o resultado (ligação/liame).

Culpa – responsabilidade subjetiva.


• Strictu sensu
o Imperícia
o Imprudência
o Negligência

• Lato sensu – dolo

No CDC: Responsabilidade pelo fato/defeito – é o acidente de consumo


ultrapassa o produto propriamente dito:
 Do produto
 Do serviço

PRESCRIÇÃO – 5 ANOS
• Responsabilidade pelo vício – é o problema com a qualidade ou
quantidade – está intrinsecamente ligado ao produto propriamente
dito:
o Do produto
o Do serviço

DECADÊNCIA
• Responsabilidade do profissional liberal
• Responsabilidade civil do comerciante

Responsabilidade pelo fato/defeito DO PRODUTO – produto defeituoso – art. 12, §1º,


CDC – excludentes:
Apresentação;
Riscos normais;
Época em que foi colocado no mercado.
Não é considerado defeituoso pelo fato de ter sido substituído.

Excludente de responsabilidade do fato – prova do fornecedor:


fabricante, produtor, construtor, importador – na hora de ajuizar a ação
o consumidor pode escolher qualquer um deles.

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• Se provar que não colocou o produto no mercado – não tem


responsabilidade;
• Colocou-se o produto e o defeito inexiste;
• Culpa é exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Responsabilidade pelo fato/defeito DO SERVIÇO – serviço defeituoso é aquele que não


oferece a segurança que se pode esperar:
• Modo de fornecimento;
• Resultado/riscos que se podia esperar da prestação de serviço;
• Época em que foi prestada.

P.S.: o serviço não é considerado defeituoso pela entrada no mercado de uma


forma mais moderna/novas técnicas.

prova do
Excludentes de Responsabilidade quanto ao serviço: fornecedor
1. Colocou o serviço no mercado, mas o defeito inexiste;
2. Culpa exclusiva do consumidor ou de terceiros

PRESCRIÇÃO – 5 ANOS – está relacionada com o fato por ser um acidente de


consumo – Art. 27, CDC.

RESPONSABILIDADE PELO VÍCIO – é o problema com a qualidade ou quantidade – está


intrinsecamente ligado ao produto propriamente dito:

DO PRODUTO – fornecedores de produtos duráveis ou não duráveis a


responsabilidade é solidária pelos vícios de qualidade ou quantidade, que
tornem os produtos impróprios para o consumo – Art. 18, CDC.

Qualidade:
CAI!!! OBS.: no vício a responsabilidade do comerciante é solidária.

PRAZO: se não for sanado no prazo de 30 dias (neste prazo as partes


podem transigir – prazo maior ou menor – no mínimo de 7 e no máximo
de 180 dias) – o consumidor pode exigir alternativamente e a sua
escolha:
a) a substituição do produto por outro da mesma espécie, ou;
b) a restituição imediata dos valores pagos atualizados, sem
prejuízo de perdas e danos;
c) o abatimento proporcional do preço.

P.S.: Contrato de adesão/cláusula leonina (é aquele que o


consumidor não tem a possibilidade de alterar as cláusulas

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contratuais), assim, é necessário um adendo contratual para


poder alterar o prazo de reclamação.

Quantidade:
Abatimento proporcional do preço a partir do valor que foi cobrado;
Complementação o peso ou da medida;
Substituição do produto;
Devolução dos valores pagos, atualizados sem prejuízo de perdas e
danos.

DO SERVIÇO:
Qualidade:
Reexecução do serviço, sem custo adicional, por conta do prestador;
Devolução da quantia paga, atualizado sem prejuízo de perdas e danos;
Abatimento proporcional do preço.

DECADÊNCIA:
Vício oculto:
Durável – prazo de 90 dias para ajuizar uma ação,
Não durável – prazo de 30 dias para ajuizar uma ação.
Contados a partir da evidencia do vício tanto para produto quanto para
serviço.

Vício aparente:
Durável - prazo de 90 dias para ajuizar uma ação.
Não durável - prazo de 30 dias para ajuizar uma ação.
Contados a partir da entrega do bem se for produto; ou, contado a
partir do término da execução do serviço.

P.S.: Situações que obstam o prazo da decadência:


1. Reclamação formulada pelo consumidor ao fornecedor de produto e
serviço até a sua resposta negativa;
2. Instauração de inquérito civil, até o seu encerramento.

Responsabilidade do profissional liberal – Art. 14, §4º, CDC – comprovação da culpa –


subjetiva.

P.S.: Advogado está sujeito a esse regime, pois, tem regime próprio, valores
próprios na tabela de honorários, e, princípios próprios – porém o
entendimento do STJ é que aplica o CDC, pois é uma relação de consumo.

Responsabilidade civil do comerciante – subsidiária - Art. 13, CDC – em regime de


exceção - só será igualmente responsável “se”:
I – Se o fabricante, construtor, produtor ou importador não forem
identificados;

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II – Faltar identificação clara do fabricante, produtor, construtor ou importador;


III – Não conservar adequadamente os produtos perecíveis;

OBS.: A doutrina entende que a responsabilidade dele é subsidiária, e exceto


“subjetiva”.

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – art. 28, CDC.

Quebra da pessoa jurídica para que os sócios respondam com o patrimônio próprio.

1) Quando o juiz pode decretar a desconsideração:


a. Quando houver abuso de poder econômico por parte do fornecedor;
b. Abuso de direito;
c. Quando houver infração da lei;
d. Quando houver fato ou ato ilícito;
e. Quando houver violação ao contrato social;
f. Quando houver falência;
g. Quando a empresa estiver em estado de insolvência;
h. Quando houver encerramento da empresa por má administração.
i. Toda vez que o juiz perceber que a empresa está causando obstáculo
para ressarcir o prejuízo dos consumidores.
2) Efeitos:
a. pode ser declarada de oficio ou a requerimento das partes;
b. é episódica/causal – somente para o caso em concreto.
c. Não há a extinção e não há dissolução da sociedade.
d. Respondem:
I) sócio proprietário;
II) sócio gerente;
III) sócio administrador;
IV) sócio majoritário;
V) acionista;
VI) controlador;
VII) e todos que tiverem poderes sociais na empresa.

3) Práticas abusivas – Art. 39, CDC;

4) Cláusulas abusivas – Art. 31, CDC – a competência é do domicilio do consumidor, a


sua alteração é abusiva.

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