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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

1 Características básicas das organizações formais


modernas: tipos de estrutura organizacional, natureza,
finalidades e critérios de departamentalização.

2 Processo organizacional: planejamento, direção,


comunicação, controle e avaliação.

O processo organizacional – ou administrativo – é formado de 4


funções fundamentais: Planejamento, organização, direção e controle.
Dentro das organizações, o processo administrativo como um todo
pode ser de nível estratégico, tático e operacional.
 Estratégico: voltado a toda organização. Planejamento
global, sistêmico, traz uma visão macro-orientada, de longo-
prazo, visualizando as variáveis no ambiente, gozando de
incerteza e imprevisibilidade. Foco na eficácia;
 Tático: intermediário e de articulação, voltado para ações de
médio-prazo, focado em departamentos, unindo diretrizes
estratégicas e ações operacionais – planejamento financeiro,
de marketing, etc;
 Operacional: voltado ao cargo, ou à tarefa. Micro-orientado,
para soluções a curto-prazo, analítico, costuma ser certo e
previsível. Foco na eficiência.
O planejamento é a primeira função de todas. Planejar é um processo
sistemático que envolve o estabelecimento de objetivos, bem como a
tomada de decisões hoje implicando em conseqüências futuras, que
se materializam em planos. O processo de planejamento termina na
sua execução.

A próxima função do processo administrativo é organizar a amplitude


administrativa1 – distribuir responsabilidades e autoridades –, bem
como distribuir todo o trabalho que precisa ser executado ao longo da
estrutura organizacional.

A terceira função do processo administrativo é o controle. A


comparação entre o planejamento e a execução, para a correção de
eventuais desvios. Proporciona informações gerenciais e garante que
o planejamento seja seguido.
A quarta função é a direção, focada na liderança. É um instrumento
para processar o planejamento, a execução e o controle.

1
Número de subordinados que cada departamento possui (amplitude de comando ou de controle)
A quinta função é a comunicação. É a responsável pela coordenação
de todas as outras funções, articulando informações e dados ao longo
de toda a organização. Ela pode se manifestar nos canais formais e
nos canais informais.

3 Organização administrativa: centralização,


descentralização, concentração e desconcentração;
organização administrativa da União; administração direta e
indireta; agências executivas e reguladoras.

4 Gestão de processos.

5 Gestão de contratos.
Lei 8.666

6 Planejamento Estratégico.

Estratégia é um padrão estabelecido num caminho de ação. Pode ser


emergente, se independente de um plano, ou deliberada, se de
acordo com o algum plano prévio.
Planejamento Estratégico é o planejamento macro da organização, no
seu nível mais conceitual. Está inserido num conceito mais amplo de
Gestão Estratégica, que envolve planejamento, implementação da
estratégia e o controle.

Existem pelo menos 10 principais correntes de pensamento na


formulação das teorias de planejamento estratégico. Cada uma delas
trata o processo de estabelecimento de estratégia com o respectivo
foco em um aspecto crucial. Todas elas se complementam e abordam
o mesmo processo, por pontos de vistas diferentes.
 Escola do planejamento: traçar estratégias é um processo
formal, prescritivo e normativo;
 Escola cognitiva: processo mental de enxergar conceitos,
estruturas e mapas;
 Escola empreendedora: o grande executivo, visionário, define a
estratégia guia para a organização;
 Escola do aprendizado: a estratégia é estabelecida por um
processo emergente e retrospectivo de aprendizado;
 Escola ambiental: as variáveis do ambiente definirão a
estratégia, por meio de um processo reativo;
 Escola do design: a definição de estratégia parte de uma
concepção e análise (mapeamento SWOT);
 Escola da configuração: um processo de transformação,
estabilidade, ruptura, crise e nova configuração;
 Escola do poder: processo de negociação;
 Escola do posicionamento: processo analítico da situação da
empresa no mercado;
 Escola cultural: processo coletivo que envolve crenças, valores e
ideias.

Processo de planejamento estratégico


Processo formal, compreensivo, que trata da definição de objetivos,
tomada de decisões, elaboração de planos de ação, contínuo e
integrado, orientado para o futuro, baseado no consenso e voltado
para a aprendizagem organizacional.

Metodologia do planejamento estatégico


 Definir o diagnóstico estratégico: definir visão
da empresa; análise externa (oportunidades e ameaças);
interna (forças e fraquezas) e de concorrentes;
 Definir a Missão da empresa, prospecção de
cenários e políticas e estratégias macro;
 Estabelecer objetivos estratégicos, projetos e
planos de ação;
 Controle e avaliação da execução.

1. Diagnóstico Estratégico
Visão organizacional: é uma inspiração. Qual o patamar
idealizado pela organização para o futuro? Aonde ela quer chegar?
Fundamentada nos valores que a organização toma como essência da
sua cultura.
Análise interna: verificação de pontos fortes, fracos e neutros da
organização. São as variáveis internas que garantem a vantagem
competitiva sustentável da empresa.
Análise externa: oportunidades e ameaças apresentadas pelo
ambiente. São variáveis incontroláveis, que podem ser do macro-
ambiente, ou do micro-ambiente (Ex. INSS e envelhecimento da
população).
Ao final dessas duas análises, pode-se utilizar a matriz G.U.T. 2
para averiguar as ameaças e pontos fracos que receberão ações mais
incisivas.
Análise dos concorrentes: análise dos grupos estratégicos que
atuam no mesmo mercado que a organização, com a mesma
tecnologia e mesma clientela.

2
Gravidade, Urgência, Tendência. Atribui a cada fator um valor de 1 a 5, que se multiplicam
2. Missão organizacional:
É a razão de ser da organização, que reflete o escopo de
atuação da organização, o seu negócio. Ela comporta os valores e o
foco desejado pelos altos executivos. O ideal é que seja global e
ampla, e não restrita a produtos e serviços. Pode ser flexível, evoluir.
Segue-se então para a projeção ou prospecção de cenários
futuros, baseados em variáveis quantitativas ou qualitativas, no
passado recente ou nos valores que servem de base para a
organização. A criação desses cenários parte da análise dos eventos
motrizes3 que ocorrem no ambiente externo da organização,
analisando seus impactos e reduzindo incertezas. Parte-se para a
análise SWOT, combinando os 4 fatores da análise, buscando crescer
a organização, desenvolvê-la, montando planos de contingência ou
mantendo-se estável.

3. Estabelecer objetivos estratégicos


Existem métodos que ajudam a traçar os objetivos estratégicos.
Um deles é a Matriz de Ansoff, que diz que o estabelecimento de
estratégias deve ser feito por meio de um binômio produto x
mercado4, que ajuda a organização a gerar suas vantagens
competitivas. Uma versão mais moderna dessa teoria traz a
possibilidade de duas estratégias correlatas ao binômio: a estratégia
de carteira – foco interno, no produto – e a estratégia competitiva –
foco externo, vantagem competitiva.
Teoria de Porter: existem 5 forças atuando no mercado: ameaça
de novos entrantes; ameaça de produtos substitutos; poder de
barganha dos fornecedores; poder de barganha dos clientes;
intensidade de rivalidade da indústria. Diz também que existem 3
estratégias genéricas para minimizar essas 5 forças: a estratégia do
Produto Diferenciado; a Liderança no Custo Total; e o Enfoque – em
produtos e serviços específicos, num mercado geográfico específico e
clientela específica.
Análise SWOT: ao estabelecer um plano de diagnóstico, com
fatores internos em um eixo e externos em outro, coloca-se a
organização em posição de sobrevivência, manutenção, crescimento
ou desenvolvimento.
Matriz BCG: elabora um gráfico do crescimento do mercado pela
parcela de mercado ocupada pela organização. Classifica os produtos
da empresa, em criança-problema, vaca-leiteira, ponto de
interrogação ou produto-estrela.
Ciclo de vida do produto: analisa os produtos da organização
pelo volume de vendas – que atinge seu pico na maturidade – e pelo
custo unitário – com valor mínimo no declínio – separando-os nas
fases de introdução do mercado, crescimento, maturidade e declínio.

3
Variáveis críticas que permeiam o ambiente externo
4
Essa relação irá determinar a atuação no mercado, se diversificada ou direcionada, caso o mercado ou o
produto sejam novos ou atuais
Outros autores traçam estratégias baseadas em estabilidade,
em crescimento, em redução de despesas, em medidas reativas
oriundas de momentos críticos, etc.

Ao considerar todas essas teorias, parte-se para a etapa de


definição de objetivos, desde os estratégicos até os operacionais.
Uma das ferramentas de gestão usadas é o Balance Score Card, que
alinha as ações de todos os níveis.
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E
ORÇAMENTÁRIA.

1 Orçamento público.

É uma lei de iniciativa exclusiva do Executivo e aprovada pelo


Legislativo de cada Ente, que estima a receita e fixa a despesa da
Administração Direta e Indireta, e demais Poderes, para vigorar no
exercício subseqüente.
Está contido na LOA – Lei Orçamentária Anual.
Traz uma previsão de todas as receitas da Administração, sejam elas
tributárias, de capital, patrimoniais, de serviços, etc... Da mesma
forma ele fixa teto para as despesas do Estado. Para tanto, faz-se
uma análise de diversos aspectos, como por exemplo, verifica-se o
montante recebido no ano anterior com o IPI, por exemplo, checa-se
alguma eventual mudança de alíquota, o crescimento econômico
recente em cada setor, enfim, são levados em consideração todos os
fatores possíveis a ajudar na previsão desses recursos. Já as despesas
são fixadas e, para serem superadas, é possível, em algumas
hipóteses, conseguir uma suplementação do orçamento durante seu
exercício.
Operações de crédito: empréstimos; financiamentos; emissão de
títulos públicos; são todas consideradas receitas pela contabilidade
pública, independentemente do endividamento do estado.

Modificações orçamentárias: servem para reforçar dotações


insuficientes ou atender situações nas quais não foram autorizados
créditos específicos na LOA. Surgem no período de execução
orçamentária. São os créditos suplementares, especiais e
extraordinários.

2 Orçamento público no Brasil.

O orçamento no Brasil é usado como ferramenta de planejamento,


orientando a Administração quanto aos gastos e prioridades. Elenca
um rol de despesas autorizadas para o funcionamento da máquina
pública, por programas de ação, bem como as receitas, por origem
dos recursos. Difere do orçamento impositivo, que obriga as despesas
de investimento
Todos os entes federativos devem elaborar seu próprio orçamento, de
maneira autônoma.
Ele não dispõe apenas “Serão investidos 20 milhões em educação”.
Ele irá conter coisas do tipo: “Serão construídas 5 escolas, criadas
2000 vagas de ensino fundamental, 3 laboratórios de informática,
etc..”
O poder Legislativo fiscaliza a execução do orçamento, com auxílio do
Tribunal de Contas respectivo.
Nossa legislação obriga o uso do Orçamento-Programa.

Princípios Orçamentários: Muitos viraram normas constitucionais.


Servem para Limitar o poder do soberano, inicialmente quanto aos
tributos, posteriormente quanto à ação financeira do Estado; permitir
o controle do Legislativo; servem como diretrizes para elaboração,
execução, e controle do próprio orçamento; contribuem para maior
transparência na execução. São eles:
 Unidade: cada ente político terá um orçamento – permite uma
visão global das operações financeiras, e facilita o
acompanhamento do equilíbrio do orçamento;
 Totalidade: em face da descentralização da Administração, é
necessário consolidar todas as contas públicas;
 Unidade de caixa: as receitas públicas devem convergir ao
mesmo ponto – conta única – e não ficar vinculadas a fins
específicos;
 Universalidade: todas as despesas e recursos do Governo, e de
todos os poderes e órgãos, devem constar no orçamento, a fim
de garantir o melhor controle da execução;
 Orçamento bruto: as receitas e despesas devem constar no
orçamento em termos brutos, sem deduções;
 Anualidade: limita o orçamento a um lapso temporal – ano civil –
em virtude de fatores políticos – permitir a fiscalização periódica
pelo Legislativo – e econômicos – adequar as finanças públicas às
variações econômicas;
 Legalidade: o orçamento subordina-se à lei, para exame e
aprovação do Legislativo, assim como suas alterações.
 Reserva Legal: determina a iniciativa das leis orçamentárias,
exclusiva do Poder Executivo;
 Exclusividade: a lei de orçamento (LOA) deve conter apenas
matérias relativas a receitas e despesas. Exceções feitas às
autorizações para contratação de operações de crédito (mesmo
as ARO) e para abertura de créditos suplementares, em limites
estabelecidos, para despesas estabelecidas;
 Especificação, Discriminação ou Especialização: receitas e
despesas devem ser detalhadas, quanto à origem e aplicação dos
recursos;
 Publicidade: a divulgação do orçamento em meios oficiais ou
privados é condição de eficácia do orçamento;
 Equilíbrio: deve haver equivalência entre receitas e despesas
(equilíbrio formal ou contábil), bem como entre as aspirações da
sociedade e os recursos colocados à disposição por ela (equilíbrio
fiscal);
 Não vinculação/afetação de receitas: nenhuma parcela da
receita pode ser previamente comprometida para atender a
alguma despesa, devendo atender a todo interesse da
coletividade (adotado com ressalvas: art 167 da CF diz
expressamente que isso é proibido quanto aos impostos. A
própria CF determina que frações da receita serão transferidas a
outros entes [25% ICMS para municípios, por ex.], para saúde e
para educação, manutenção da administração tributária,
prestação de garantias às operações de ARO e à operações com a
União);
 Clareza: princípio formal que determina que o orçamento seja
apresentado em linguagem clara e compreensível, atentando-se,
porém, às exigências técnicas;
 Exatidão: determina que os valores programados para receitas e
despesas devem estar compatíveis com as questões
socioeconômicas. Pede um critério da Administração Pública ao
direcionar e estimar os seus recursos (quantas pessoas serão
beneficiadas com X de investimento no setor Y na área Z?);
 Planejamento ou programação: o orçamento torna-se
instrumento do planejamento governamental, com especificação
de objetivos e metas

3 O ciclo orçamentário.

Processo de elaboração, aprovação, execução, controle e avaliação


dos programas executados pelo Poder Público, nos aspectos físicos e
financeiros.

PPA LDO

Estratégias nacionais,
Regionais e setoriais
Elaboração da
Proposta Orçamentária
Avaliação dos
Resultados

Apreciação da
LOA
Execução do
Orçamento

Elaboração da proposta: feito por cada órgão da administração. O


executivo condensa todas essas propostas e elabora o projeto da
LOA. Pode ser feita por processo hierárquico descendente, com
prioridades estabelecidas por um órgão central, ou inverso, de
maneira ascendente, com objetivos estabelecidos por órgãos
inferiores e aprovados pela alta administração. Ainda existe o
processo misto, no qual os níveis mais altos traçam diretrizes e, com
esses limites, os órgãos menores elaboram seus planos de trabalho.

Apreciação e aprovação: iniciativa do projeto legislativo, pelo


poder executivo. É recebido por uma comissão mista permanente no
Congresso e segue ao recebimento de emendas, sejam elas de texto,
de receita5 ou de despesa. Estas últimas, para serem aceitas, devem
apresentar a sua fonte de recursos. O projeto de lei, mais as
emendas, torna-se o projeto substitutivo, que será votado em sessão
única com rito de lei ordinária. Prossegue-se, então, para sanção ou
veto parcial ou total do Presidente da República, que pode ser
derrubado. Por fim, publica-se a Lei e efetiva-se sua Promulgação.

Execução: 30 dias depois da publicação da LOA, deve haver uma


previsão do fluxo de receitas e programação das despesas. Segue o
recebimento das receitas e a descentralização das quotas
orçamentárias, permitindo às unidades administrativas emitirem seus
empenhos, e depois a liberação das quotas financeiras, permitindo o
pagamento dos empenhos. Verifica-se então as metas bimestrais de
resultado, por relatório resumido publicado pela Administração,
prosseguindo-se à correção de eventuais erros e desvios. É o período
de modificação do orçamento, via créditos adicionais.

Controle e avaliação: existe controle interno e externo. O primeiro


é feito pelo próprio órgão que executa o respectivo programa,
enquanto o externo é feito pelo Legislativo, com auxílio do Tribunal
de Contas. Verifica-se aspectos de legalidade, adequação de
procedimentos, eficácia, eficiência e efetividade. Atualmente existem
várias organizações que desempenham o papel do controle social.

4 Orçamento-programa.
5 Planejamento no orçamento-programa.

Orçamento tradicional: discrimina os meios ou recursos necessários


ao exercício das funções do Estado, geralmente distribuídos por órgão
da Administração. Controle meramente contábil de receitas e
despesas. Surge a necessidade de se mudar o orçamento quando se
aumenta a participação do Estado na economia.

Já o Orçamento-programa integra a administração pública,


aproximando as áreas de orçamento, planejamento e gestão. Ele
estabelece um plano de trabalho, bem como os recursos
(organizacionais, humanos, financeiros, materiais) necessários para
alcançar tais objetivos.
 Promove planejamento e gestão macroeconômica;
 Elo entre planejamento e gestão da Administração;

5
Só se admite reestimativa por parte do Legislativo, se verificado erro ou omissão do Executivo (LRF).
 Possibilita verificar eficiência, efetividade e eficácia.

Orçamento Planejamento

Gestão
Orçamento
Programa

O orçamento-programa contém avaliações e análises técnicas para as


alternativas. A divisão de seus recursos não é feita por órgão ou
departamento da Administração, mas sim para os programas, para as
ações do Governo. Na classificação das despesas será, então, dada
ênfase para a estrutura da programação (para que está sendo
gasto?). Há indicadores e padrões de medição para avaliação de:
 Eficácia: atingiu o objetivo?
 Eficiência: utilizou bem os recursos?
 Efetividade: produziu efeitos positivos?
Fundamental para planejar, programar e orçar o programa de
trabalho do governo, bem como acompanhar, avaliar e controlar os
resultados.

6 Orçamento na Constituição da República.

Art. 165 determina os instrumentos de planejamento e orçamento.

 Plano Plurianual – PPA: planejamento de médio prazo (4 anos).


É onde surgem os programas do orçamento. Elaborado pelo
Chefe do Executivo ao longo do seu primeiro ano de mandato.
Estabelece, por região, diretrizes e metas pra a administração
pública, despesas de capital e outras decorrentes dessas, bem
como as despesas de programas de duração continuada. Planos
de desenvolvimento, orçamentos fiscais e de investimentos das
empresas públicas, bem como planos de duração continuada,
com mais de um ano, devem estar previstos ou em conformidade
com o PPA. Deve ser enviado ao Congresso até 31/08, e votado
até o final do 2º período da sessão legislativa.

 Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO: Anual. Estabelece a


ligação entre os outros dois instrumentos. Seleciona, do universo
de metas e objetivos do PPA, quais aparecerão na próxima LOA.
Fixa prioridades, em conformidade com o PPA. Apresenta
orientações para elaboração da LOA, bem como para as despesas
de capital. Deve dispor sobre eventual alteração de legislação
tributária e a aplicação de recursos das agências financeiras de
fomento. Deve conter também autorização específica para
aumento de despesas de pessoal (exceto às empresas públicas e
sociedades mistas) e limites para despesas do Poder Judiciário,
Legislativo e Ministério Público. A LRF trouxe, em forma de
anexos, outras incumbências para a LDO: apresentar metas
fiscais para 3 exercícios; programação bimestral da execução
orçamentária; critérios para limitação de empenho para
cumprimento das metas e controle de custos; benefícios fiscais
com renúncia de receitas; transferências voluntárias; recursos
para pessoas físicas e jurídicas; inclusão de novos projetos e o
montante e a aplicação da reserva de contingência (riscos
fiscais). Deve ser enviada ao congresso até 15/04, devendo ser
apreciada e aprovada até o final do 1º período da sessão
legislativa.

 Lei Orçamentária Anual – LOA: apresenta o Orçamento Fiscal –


receitas e despesas dos Poderes e MP, e empresas dependentes –
o Orçamento da Seguridade Social – receitas e despesas de
órgãos ligados à saúde, à assistência e previdência social – e
Orçamento de Investimento das empresas controladas pelo
Governo do exercício seguinte. Contem previsão de receitas e
fixação de despesas. Pode conter também autorização para
abertura de crédito suplementar e contratação de operação de
crédito. Apresentará um demonstrativo regionalizado dos
impactos de renuncias de despesas, e suas medidas de
compensação, o quadro de pessoal do exercício por órgão de
cada Poder, previsão dos gastos com propaganda do Governo.
Deve também trazer um demonstrativo de conformidade com a
LDO. Será enviada para o Congresso até 31/08, e sua apreciação
até o final do 2º período da sessão legislativa. Até 30 dias após a
promulgação, será elaborada uma programação financeira de
desembolso mensal, para a execução do orçamento.
7 Conceituação e classificação de receita pública.

Receita pública, em sentido amplo, são todas as entradas financeiras


nos cofres públicos. Ingressos transitórios e indisponíveis, de
restituição futura, são receitas extra-orçamentárias. Os Ingressos
definitivos e disponíveis são, enfim, receitas orçamentárias. Ex:
 Impostos – receitas públicas definitivas,
disponíveis e não devolutivas (receita pública
no sentido estrito, ou orçamentária);
 Caução – garantia, de caráter transitório e
devolutivo, que será devolvido mediante certas
condições (receita extra-orçamentária).
Receita orçamentária – ou pública, em sentido estrito – compreende
os ingressos de recursos não devolutivos nos cofres públicos, para
atender despesas com a manutenção de suas atividades, a prestação
de serviços, execução de obras e fomento ao desenvolvimento
econômico e social. Possui diversas classificações, sob vários
aspectos:
 Quanto à origem:
 Originárias: oriundas da aplicação ou utilização do
patrimônio público, ou atividade econômica. Nasce no
próprio patrimônio do governo, sem imposição do
poder de império do Estado. (aluguéis, aplicações);
 Derivadas: derivam do patrimônio de terceiros, em
face do poder Imperial do Estado (tributos, multas).
 Quanto à natureza:
 Orçamentárias: entradas financeiras que aumentam o
saldo do patrimônio financeiro, disponibilidade de
caixa para o cumprimento do orçamento (tributos,
juros de aplicações financeiras);
 Extra-orçamentárias: modificam o patrimônio público,
mas não integram o orçamento. Não são previstas na
LOA (caução, operações de ARO, inscrição em restos a
pagar6).
 Quanto à repercussão líquida patrimonial:
 Efetivas: ingressos que não constituem obrigações
correspondentes – aumentam o ativo e não refletem
no passivo, ou seja, aumentam o Patrimônio Líquido7
(receita de tributos, serviços);
 Não efetivas: ocorre a mutação do patrimônio,
podendo aumentar o patrimônio financeiro, porém o
Patrimônio Líquido não se altera8 pois são receitas que
geram obrigações (venda de imóveis, operações de
crédito).

6
Justificativa contábil – ver despesas ou gastos públicos. O pagamento dos restos a pagar é uma
DESPESA extraorçamentária
7
Na Contabilidade, são os atos modificativos aumentativos
8
Na Contabilidade, são os atos permutativos – alteram ativo e passivo
 Quanto à regularidade e periodicidade:
 Ordinárias: ingressos constantes de arrecadação
habitual ao Estado (tributos em geral);
 Extraordinárias: ingressos de caráter eventual
(doações, operações de crédito);
 Vinculadas: ingressos associados a convênios ou
acordos, com aplicação condicionada a programas
previamente estabelecidos com o financiador.
 Quanto à forma de realização:
 Próprias: receitas de arrecadação promovida
diretamente pela entidade interessada (tributos,
alugueis, rendimentos de aplicações);
 De Transferência: repasse feito por outro ente
federativo, fundamentado na CF, leis ou convênios
(25% do ICMS);
 Financiamentos: operações de crédito para fins
específicos.

São etapas da receita pública:


 Previsão: estimativas9 (em valores correntes e constantes10)
feitas na elaboração da LOA, com base em normas técnicas e
legais. Segundo a LRF, deve haver uma previsão, na LDO, para o
exercício em que entrará em vigor mais os 2 subsequentes,
usando como base os últimos 3 exercícios. Essas estimativas
devem ser colocadas à disposição dos demais órgãos do Poder
Público até 30 dias antes do envio da proposta orçamentária.
Regra de Ouro: as receitas de operação de crédito não podem ser
maiores que as despesas de capital, ou seja, não se admite
operações de crédito para despesas correntes.

 Lançamento: ato formal aplicado particularmente às receitas


tributárias. Identifica o fato gerador da receita, o sujeito passivo,
o valor do débito, a justificativa legal, data de vencimento, todos
os fatores necessários ao estabelecimento do crédito tributário.

 Arrecadação: pagamento da receita com a atualização cabível,


multas ou juros, ao agente arrecadador previamente autorizado
pela administração.

 Recolhimento: etapa na qual os valores são entregues para o


Governo, respeitando-se o princípio da unidade de caixa.

9
Estimativas não só de receitas, mas também de eventuais renúncias de receitas originárias de incentivos
fiscais
10
Valores correntes são os valores nominais – dispensam os efeitos da inflação – ao contrário dos valores
constantes, ou corrigidos.
8 Classificação orçamentária de receita pública por
categoria econômica no Brasil.

A receita orçamentária possui um padrão de classificação legal, para


fins de padronização de orçamento. Ela é disposta em códigos
numéricos que funcionam por uma lógica de crescente
detalhamento:
 1º nível – Categoria econômica (receita corrente ou
de capital?)
 2º nível – Origem (tributária? De operação de
crédito?)
 3º nível – Espécie (qual tipo de tributo? Impostos?)
 4º nível – Rubrica (qual tipo de imposto?)
 5º nível – Alínea (qual imposto?)
 6º nível – Sub-alínea

Exemplo: 1.1.1.2.04.10.XX
1-Receita corrente; 1-Tributária; 1-De impostos; 2-Impostos sobre o
Patrimônio e a Renda; 04-Imposto sobre a renda e proventos de
qualquer natureza; 10-Pessoas físicas. XX-Poderia haver ainda um
nível maior de detalhamento.

Cabe então mais uma classificação das receitas:


 Quanto à categoria econômica:
 De capital11: financiam os investimentos públicos,
gastos que contribuem para a formação de capital,
como a construção de um hospital financiada pela
privatização de uma empresa estatal. São as
operações de crédito – com exceção da ARO12 –, as de
alienação de bens, amortização de empréstimos,
transferências de capital e outras;
 Correntes: são recursos que financiam as despesas
correntes do governo, o seu funcionamento e
manutenção, como pagamento de folha. São as
receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais13,
agropecuárias, industriais, de serviços, as
transferências correntes e outras (multas e juros de
mora, indenizações, restituições, receita da dívida
ativa, etc...).

11
O superávit do orçamento corrente é uma receita de capital orçamentária, apesar de não ser um item
disposto no orçamento
12
Ela tem função financeira, serve para pagar despesas já empenhadas. Não pode ser fonte de recursos de
créditos especiais e suplementares
13
São obtidas com a exploração do patrimônio da entidade: alugueis, juros de aplicações, não se confunde
com a venda do patrimônio, que é uma receita de capital, de alienação de bens..
9 Classificação de gastos públicos.

Despesa pública, no sentido amplo, significa todas as saídas de


dinheiro do caixa do governo. No sentido estrito, é a despesa
orçamentária. Existe também a figura da despesa extra-
orçamentária, que segue o mesmo conceito da receita de mesmo
nome.

Classificação doutrinária:

 Quanto à categoria econômica:


 De capital: investimentos14, inversões financeiras ou
amortização de dívidas – aumentam o patrimônio
público, criam um bem novo ou aumentam seu valor,
bem como a capacidade produtiva ou a oferta de
serviços do Estado – construção de hospital, compra de
veículos;
 Correntes: pagamentos de rotina, que mantém a
máquina estatal funcionando, que não aumentam a
capacidade produtiva da economia – pagamento de
folha, de contas.
 Quanto à natureza:
 Orçamentárias: despesas autorizadas pelo Legislativo
na LOA, para atender o interesse público (despesas
com pessoal, obras);
 Extra-orçamentárias: pagamentos à margem da LOA –
devolução de recursos temporários em poder do
Governo (caução, pagamento de restos a pagar).
 Quanto à repercussão no impacto patrimonial:
 Efetivas: despesas que reduzem o Patrimônio Líquido –
saída de numerário sem aquisição de bens ou direitos
correspondente (despesa de pessoal, pagamento de
benefícios);
 Por mutação patrimonial: ocorre a mutação da
composição do Patrimônio Líquido que não altera seu
valor, pois são despesas que geram bens e obrigações
(compra de imóveis, concessão de crédito).
 Quanto à regularidade e periodicidade:
 Ordinárias: despesas rotineiras para o funcionamento
da máquina pública, que se repetem constantemente
(pagamento de folha, de contas);
 Extraordinárias: despesas de caráter eventual
(construção de alguma obra, operações de crédito);

14
Inversão financeira não se confunde com investimento, visto que o último implica no planejamento e
execução de obras, expandindo a ação governamental, enquanto a primeira trata-se apenas de mutação
patrimonial, trocando dinheiro de caixa por bens
Classificação Legal das despesas

Pergunta Tipo de classificação


Quem é o responsável pela despesa? Institucional
Em que serão gastos os recursos? Funcional
Para que serão gastos os recursos? Programática
Qual é o efeito econômico da despesa? Categoria Econômica
Qual o tipo de gasto? Grupo de Despesa
Quem realizará a despesa? Modalidade de Aplicação
Qual o meio que será utilizado? Elemento de Despesa

Assim como as receitas, as despesas recebem um código numérico


para padronização e identificação.

 Institucional – identifica o órgão responsável pelo gasto. Ex.


3.11.004
 3 – Poder (executivo)
 11 – Órgão (Ministério da educação)
 004 – Unidade Orçamentária15 (Universidade)
 Funcional – agrega os gastos por área de atuação, nas três
esferas de Poder. Ex. 12.365
 12 – Função (educação)
 365 – Sub-função (educação infantil)
 Programática – ordena a ação governamental por programas
criados. Não há padronização de códigos, haja vista que cada
estado cria programas de acordo com suas necessidades. O
programa pode se desdobrar em: Atividades – operações
contínuas que resultam em bens e serviços, podendo ser medidos
por indicadores, Projetos – operações com período limitado de
tempo, que expande as ações do Governo, e Operações Especiais
– despesas que não resultam em produtos. Ex. 054.1776
 054 – Programa (acesso ao ensino fundamental)
 1776 – Projeto (ações de matrículas no ensino)
 Natureza da Despesa – identifica diversas qualidades da
receita: categoria econômica, o grupo da despesa, a modalidade
de aplicação e o elemento de despesa. X.X.XX.XX.

Fases preparatórias da despesa pública


Existe um período preparatório, que se inicia no PPA, passa pela
apreciação da LOA, 30 dias após a publicação do orçamento, o
Governo publica a Programação Mensal de Distribuição e Cronograma
de Desembolso e por fim as licitações eventuais.

Fases legais da despesa16 pública

15
Unidade que a Loa designa dotações próprias – agrupamento de gerências e serviços subordinados a
algum órgão.
 Empenho: ato formal da autoridade pública, que cria a obrigação
de pagamento, pendente ou não do cumprimento de alguma
condição, além de fixar valores precisos ou estimados para o
controle das despesas. A partir do empenho o orçamento já
começa a ser executado. O empenho deve obedecer aos limites
de créditos orçamentários e adicionais fixados. Não pode haver
despesa sem prévio empenho. Pode ser ordinário – para
pagamentos precisos e pontuais –, por estimativa – para
pagamentos de valor estimados, passíveis de ajustes – ou global
– para pagamentos parcelados, respeitado limite temporal do
exercício.
O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado
para todos os efeitos, a não ser que os prazos para os
cumprimentos das obrigações ainda estejam em vigor, ou
interesse à administração mantê-lo. Também serão mantidos os
empenhos de obrigações internacionais. Os empenhos que não
foram pagos são inscritos em restos a pagar17.
 Liquidação: ato de controle da Administração que verifica o
direito adquirido de determinado credor, checando a origem, o
valor e demais informações e documentos referentes ao
empenho mencionado. Verifica-se a legalidade das obrigações e
se procede aos registros contábeis pertinentes.
 Pagamento: ato da autoridade competente, uma ordem de
pagamento. Encerra a obrigação gerada pelo empenho. Existe
um pagamento de caráter excepcional: Suprimento de Fundos ou
Adiantamento. Entrega de numerário na mão de um servidor que
se responsabiliza por várias despesas, que deverá devolver a
parcela não-utilizada, bem como os comprovantes de despesa.
Deve também ser precedido de empenho e só pode atender
despesas eventuais pequenas que exijam pagamento em
espécie, despesas sigilosas ou de pequeno vulto (determinada
por portaria pelo Ministro da Fazenda). As devoluções são vistas
como anulação de despesas se registradas até o fim do exercício,
senão se enquadram como receita orçamentária.

10 Tipos de créditos orçamentários.

 Créditos suplementares – reforçam dotações fixadas na LOA. O


executivo faz um projeto de lei específica pedindo a autorização
16
Ao contrário das receitas, que obedecem ao regime de caixa, as despesas seguem o regime de
competência. A receita pertence ao exercício em que foi liquidada, e a despesa ao exercício em que foi
empenhada.
17
Empenhos não pagos até o final do exercício anterior. Caso o empenho não tenha sequer sido liquidado,
será chamado de Restos a Pagar Não-processados, enquanto o liquidado é chamado de Restos a Pagar
Processados. Não se confunde com as despesas de exercícios anteriores, pois essas são despesas
empenhadas no exercício corrente, referentes a pendências de exercícios anteriores não-empenhadas.
ao legislativo. Pode existir aprovação para créditos
suplementares específicos na própria LOA, evitando assim novo
processo legislativo para a suplementação do orçamento. A
abertura é feita por decreto do executivo, na verificação da
necessidade, indicando-se a fonte de recursos. Isso feito,
prossegue-se ao empenho da despesa, já com o valor completo.
O crédito é vigente apenas no mesmo exercício.
 Créditos especiais – para despesas não fixadas na LOA. Pede
uma lei específica e a indicação dos recursos. Vigora no exercício
em que foi autorizado, porém qualquer saldo não utilizado será
incorporado ao exercício seguinte, quando a autorização surgir
nos últimos 4 meses do exercício.
 Créditos extraordinários – para despesas imprevisíveis e
urgentes, decorrentes de guerra externa, comoção interna ou
calamidade pública. É previamente autorizado pela própria
Constituição Federal. Abertura por decreto, que deve ser enviado
ao legislativo, ou medida provisória, não sendo necessária a
indicação da fonte de recursos. Segue a mesma regra de vigência
do crédito especial.

As fontes de recursos podem ser:


 Superávit financeiro do exercício anterior;
 Excesso de arrecadação, acima da previsão;
 Anulação parcial ou total de outras dotações;
 Produto de operações de crédito;
 Recursos sem despesas, em decorrência de
manobras políticas – veto, emendas, etc.

11 Lei de Responsabilidade Fiscal – LC nº 101/2000.

Traz a figura do equilíbrio fiscal para o orçamento público, fazendo


com que a LDO apresente o anexo de metas fiscais – metas para
receitas e despesas (meta de arrecadação de ICMS), para o resultado
primário18 e nominal19 (déficit ou superávit) e para a dívida pública.

Disposições sobre receitas


Apresenta normas referentes à instituição, previsão e arrecadação
das receitas públicas, na busca de uma maior responsabilidade no
trato com os recursos públicos. Exige critérios técnicos e legais para a
previsão das receitas, bem como uma evolução e uma projeção de 3
exercícios.
Cria a figura da Programação bimestral das metas de receitas – que
obriga o executivo a fazer o desdobramento das metas até 30 dias da
publicação do orçamento – bem como uma análise do impacto das
renúncias de receitas para 3 exercícios presentes no orçamento, na
busca de coibir alguns abusos, como a guerra fiscal entre os Estados.

18
Receitas não financeiras – despesas não financeiras
19
Receitas totais – despesas totais
Deve ser apresentada ainda uma demonstração de que tal renúncia
não afetará as metas fiscais, ou medidas de compensação, como
aumento de outra receita. Essa regra não se aplica aos impostos
extra-fiscais (II, IE, IPI e IOF).
Ela impede que sejam feitas transferências voluntárias ao ente da
federação que negligenciar a instituição, previsão e arrecadação de
seus impostos.

Disposições sobre Despesas


Despesas que não atenderem às disposições dos arts. 1620 e 17 serão
consideradas irregulares, não-autorizadas e lesivas ao patrimônio
público.
Ela cria a despesa obrigatória de caráter continuado. É uma despesa
corrente, de execução superior a dois exercícios, criada, aumentada
ou prorrogada por lei, MP ou ato normativo que deve incluir o impacto
da despesa no ano que entrar em vigor e nos dois exercícios
subseqüentes, bem como a indicação dos recursos e comprovação de
não afetação de resultados fiscais – aumentando receita ou cortando
despesas. Não se enquadram aqui os pagamentos de dívida e o
reajuste de remuneração de servidores.

Torna o conceito de despesa de pessoal muito amplo; basicamente


qualquer espécie remuneratória para servidores efetivos e
funcionários temporários e estabelece um limite para essa despesa,
baseado na Receita Corrente Líquida do Ente – União 50% e Estados
60%. Se ultrapassado, providências devem ser tomadas nos 2
quadrimestres subseqüentes, devendo ser 1/3 do problema resolvido
no primeiro. Sanções são impostas caso o reparo não seja feito –
ficam vedadas operações de crédito e recebimentos de transferências
voluntárias. No último ano do mandato, as sanções são aplicadas ao
se verificar a não conformidade no 1º quadrimestre, para que não
sejam aplicadas ao próximo governante.
Não poderá ser expedido ato que aumente a despesa de pessoal nos
180 dias anteriores ao término do mandato do titular do Poder ou
Órgão. Existe o chamado limite prudencial, 95% dos limites de
despesas de pessoal. Atingindo esse limite, fica vedada uma série de
atos que aumentem as despesas de pessoal. Somente fica válido o
dissídio.

20
Criação, expansão ou aperfeiçoamento de ação governamental que acarrete em aumento de despesas
deve apresentar declaração da autoridade que evidencie que compatibilidade com o PPA e a LDO.
GESTÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES.

1 Conceitos, importância, relação com os outros sistemas


de organização.

Trata-se de uma área interdisciplinar (administração, psicologia,


sociologia, direito do trabalho, medicina do trabalho, etc...).
Contingencial e situacional. Acompanha a mudança das organizações
– conjunto de pessoas reunidas com objetivos em comum.

Um pouco de história: A área de pessoas busca tornar mais complexa


a mera visão de custo-benefício a respeito das pessoas contratadas. É
inclusa na área de Administração que passa a ser vista de forma
acadêmica a partir de 1881, com a criação da Escola de
Administração da Pensilvânia, primeira instituição a olhar para tal
área do conhecimento como uma ciência. Foi criada num período
onde as pessoas eram vistas apenas como mão-de-obra-meio, vistas
como peças para aumento da produtividade e eficiência somente. Em
1930 começa o surgimento da legislação trabalhista e o início do
sindicalismo. A partir de 1950 começa a se desmembrar a teoria da
Administração em 3 grandes pilares:
 Recursos Humanos;
 Recursos Materiais;
 Recursos Financeiros.

Ganha, assim, ainda mais importância a área de Gestão de Pessoas.


Surgem as noções de treinamento, capacitação, investimento em
pessoas, e não somente em máquinas ou patrimônio. Nos anos 70, as
grandes crises do petróleo quebram várias empresas, levando os
conceitos a serem revistos mais uma vez, percebendo que a inovação
e a criatividade têm valores muito maiores do que se imaginava, em
momentos de crise e adversidades. Começa a consolidação da área
de gestão de pessoas no raciocínio administrativo, passando as
organizações a investirem ainda mais em pessoas e capacitação,
deixando de vê-las como meros recursos, passando a vê-las como
seres únicos e singulares que podem e devem ter as habilidades
construídas e aproveitadas. A partir dos anos 90, com aumento da
competitividade entre as organizações, ganha força o conceito de
equipe, aliando as capacidades de diversas pessoas de diferentes
áreas dentro de uma mesma organização, dando-lhes um caráter
orgânico, flexível, mutável. Transforma-se a área de gestão de
pessoas em uma equipe multidisciplinar atuando para o
desenvolvimento das pessoas21, começando a se trabalhar o conceito
de colaborador.
A missão da área de gestão de pessoas é transformar pessoas em
capital humano, ativo intangível, fazendo com que queiram
21
As pessoas passam a ser analisadas pelos seus CHAs: Conhecimentos, Habilidades e Atitudes. Fatores
de competência que desenvolvem talentos, que viram capital humano, ao agregar valor à organização.
desenvolver e demonstrar suas habilidades em prol da organização
onde se encontram, preparando não só as pessoas em sim, mas toda
a organização para aceitar as mudanças necessárias em sua
estrutura.

Funções da área de gestão de pessoas:

1º per. – 2º per. – 3º per. –


Departamento de Departamento de Departamento de
Relações Industriais Recursos Humanos Gestão de Pessoas
Controle de freqüência Serviços Gerais Avaliação de
desempenho
Faltas Medicina e Higiene Qualidade de Vida
Pagamentos Segurança Patrimonial Desenvolvimento
gerencial
Admissões e Segurança Industrial Relações Trabalhistas
Demissões
Cumprimento da CLT Contencioso Sindicalismo
Trabalhista
Cargos, Salários e Desenvolvimento
Benefícios organizacional
Recrutamento, seleção Estrutura
e Treinamento. organizacional
Sendo que, cada coluna, incorpora as demais.

A área de recursos humanos (ARH) costumava atuar de forma


centralizada, num nível hierárquico de diretoria, com poder decisório.
Pode ter atuação descentralizada, com vários núcleos geográficos que
se reportam à sua unidade e uma diretoria de RH para consultoria e
assessoria. Tudo de acordo com a empresa em questão, se dispersa
geograficamente ou não.

A ARH pode também se situar num nível intermediário, sem poder


decisório, como um departamento ligado a uma Diretoria
Administrativa.

Pode ainda atuar como uma consultoria, ligada diretamente à


Presidência, sem poder decisório, mas com função de instrução, de
criação de diretrizes e políticos a serem aceitas pela cúpula da
empresa. Essa é a linha mais atual de atuação da ARH, pois permite
uma atuação mais multidisciplinar, que permite uma responsabilidade
de linha e uma função de staff22. Essa é a visão que se tem da ARH
hoje, um trabalho de consultoria especialista que se reporta a uma
hierarquia organizacional, apresentando informações necessárias
para a tomada de decisões.

22
Existe uma responsabilidade hierárquica vinculada ao organograma para a tomada de decisões, e uma
atuação de consultoria, independente, para o fornecimento de informações.
2 A função do órgão de Gestão de Pessoas: atribuições
básicas e objetivos, políticas e sistemas de informações
gerenciais.

O grande objetivo da ARH é fornecer informações, dar suporte para


decisões do gerente de linha, trabalhando em consonância com a
missão da organização. Há, porém, alguns objetivos específicos:
 Societário: ser socialmente responsável frente aos
desafios da sociedade, com suas práticas e políticas;
 Organizacional: prestar serviços a toda organização;
 Funcional: manter a sua contribuição em um nível
apropriado, dentro da organização;
 Pessoal: Ajudar os empregados a conseguirem cumprir
suas metas pessoais, retendo-os na organização.
O foco na Área de Recursos Humanos pode ser:
 Estratégico: voltado a toda organização. Planejamento
global, sistêmico, traz uma visão macro-orientada, de longo-
prazo;
 Tático: intermediário, voltado para ações de médio-prazo,
focado em departamentos, unindo diretrizes estratégicas e
ações operacionais. Trabalha com motivação, estilo de
liderança, cultura e clima organizacional. Foco no
desenvolvimento no gerente de linha;
 Operacional: voltado ao cargo, ou à tarefa. Micro-orientado,
para soluções a curto-prazo, analítico.

As políticas organizacionais – ou diretrizes – de RH, buscam trazer um


tratamento uniforme para as pessoas. Devem ser estáveis, porém
não engessadas, consistentes, flexíveis, gerais, claras e simples.

Funções da ARH:
 Processos de agregar pessoas: englobam atividades de
recrutamento e seleção;
 Processos de aplicar pessoas: modelagem do trabalho –
descrição e análise do cargo – e avaliação de desempenho;
 Processos de desenvolver pessoas: treinamento,
aprendizagem e desenvolvimento;
 Processos de manter pessoas: programas de qualidade de
vida, condições de segurança e higiene, relações sindicais;
 Processos de monitorar pessoas: por meio de banco de
dados e sistemas de informações gerenciais;
 Processos de recompensar pessoas23: antes no
desdobramento de manter pessoas, são os planos de
incentivo, gratificações.

23
Uma visão moderna de estrutura de processos, que talvez não seja cobrada na prova. A CESPE pode
dizer que as funções da ARH são divididas em 5 funções. A pegadinha da banca é repetir atividades
dentro do mesmo processo, enumerando-as como processos distintos.
Já o sistema de informações gerenciais é usado para disseminar e
descentralizar informações dentro da organização. Permite que
funcionários e gestores consigam acessar dados pertinentes ao dia-a-
dia sem maiores intervenções no trabalho alheio. Possui cadastro de
pessoal, de cargos, de remuneração e benefícios, entre outros, além
de serem capazes de gerar documentos como relatórios contábeis,
folhas de pagamento, relatório de freqüência, e outros diversos. É
uma ferramenta de gestão.

3 Comportamento organizacional: relações


indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho.

Relação entre indivíduo e organização que dispõe de uma rede de


fatores informais e formais, que envolvem fatores como cultura e
clima organizacional, objetivos individuais e empresariais, tudo isso
refletindo no comportamento das pessoas na organização. O
equilíbrio organizacional depende de dois fatores: os induzimentos da
organização e as contribuições do indivíduo.

A Motivação é fruto de necessidades internas e fatores externos. Uma


força interna que te move para a ação, e surge a partir de um
objetivo.

Ciclo motivacional: Uma força para uma ação, que quebra o equilíbrio
em busca de uma necessidade, um objetivo, gera um impulso e altera
o comportamento. Faz com que exista um desempenho, que pode
gerar frustração ou satisfação. Dependendo da sensação, você
reavalia o processo e entra novamente no ciclo. A motivação pode ser
abordada em 3 aspectos: Teorias do conteúdo, do processo ou do
ambiente. Todas elas dão foco a determinado gatilho do ciclo
motivacional.

Teorias do conteúdo
 Teoria das necessidades de Maslow: a motivação segue uma
escala de satisfação de necessidades, que seguem a forma de
uma pirâmide: fisiológicas, segurança, sociais, status e auto-
realização, sendo que esta última, não está necessariamente no
topo da pirâmide, mas pode ser alcançada em qualquer ponto;
 Teoria dos dois fatores de Herzberg: segue a mesma lógica, mas
chama as 3 primeiras categorias de necessidades de fatores
higiênicos e extrínsecos, ligados à insatisfação, enquanto as
demais seriam fatores de motivação e intrínsecos, ligados à
satisfação;
 Teoria de ERC de Alderfer: Fatores de existência, relacionamento
e crescimento. Basicamente enquadra as mesmas necessidades
em nomenclaturas diferentes, porém não de forma hierárquica.
Todas podem ser ativadas ao mesmo tempo, sendo que a não
realização de alguma ainda pode complementar a falta de
realização da outra;
 Teoria das necessidades adquiridas de McClean: necessidades de
afiliação, poder e realização. Cada pessoa tem uma tendência
para cada necessidade maior que a outra.

Teorias do processo
 Teoria da equidade: relaciona contribuições e recompensas,
sempre em comparação com outros, dentro e fora da
organização, no mesmo patamar. Essa comparação pode ser
positiva ou negativa, de acordo com a situação do indivíduo, e
ambas podem engatilhar o ciclo motivacional;
 Teoria da definição de objetivos: a motivação vem de objetivos
claros e desafiadores, fazendo a pessoa se sentir participativa
inclusive na definição dos objetivos, com recompensas
satisfatórias;
 Teoria Contingencial de Vroom: possui 3 pilares: Valência – valor
da recompensa –, Expectância – crença na capacidade do esforço
auferir o resultado –, Instrumentalidade – crença de que o
desempenho está equivalente às recompensas. O esforço será
maior, na medida do valor atribuído ao resultado final individual,
e na relação que esse resultado tem com o desempenho;
 Teoria do desempenho e satisfação de Lawler III: a motivação
parte de uma necessidade não satisfeita, que só será suprida
com dinheiro. Pressupõe-se também que, quanto maior o
desempenho, maior a recompensa.

Teorias do ambiente
 Teoria do reforço de Skinner: existem reforços positivos ou
negativos, aplicados no indivíduo pelo ambiente, na busca de um
comportamento desejável. Os reforços podem ainda ser punições
ou evitações, no caso de comportamento indesejável;
 Teoria da comparação social: quando um parâmetro físico é
baixo, há uma tendência de se buscar um parâmetro social
adequado. A motivação vem da comparação com o outro, de
mesmo grupo social.

Liderança é a capacidade de influenciar pessoas, independentemente


de poder ou autoridade. É fruto de habilidades e conhecimentos
aprendidos, na busca de um melhor desempenho dos indivíduos.

Teoria dos homens X e Y: Homens X são indolentes e preguiçosos,


enquanto os homens Y têm uma predisposição ao trabalho. Essa
teoria estabelece padrões de liderança, de acordo com os liderados.
Liderados X pedem uma intervenção maior e diretrizes mais
autoritárias, enquanto Liderados Y costumam se auto-gerir, enquanto
a alta administração apenas dá as condições necessárias.
O líder deve ter papel Interpessoal, Informacional e Decisorial,
exercendo influência nessas 3 áreas.

As habilidades de liderança variam de acordo com o nível hierárquico


(estratégico, tático, operacional). Um nível estratégico pede um líder
mais conceitual, estabelecendo diretrizes para toda uma organização.
No nível tático, requer-se uma maior articulação, justamente por
estar entre a linha de frente e a alta administração, precisando então
de maior destreza interpessoal. Já no nível operacional, o
fundamental é a habilidade técnica, para auxiliar a execução do
trabalho.

Estilos de liderança. Os diferentes estilos envolvem variáveis como


processo decisório, se centralizado ou não, a forma de comunicação,
se verticalizada ou horizontal, a relação interpessoal e informal das
pessoas, entre outros.
 Autoritário Coercitivo;
 Autoritário Benevolente;
 Consultivo;
 Participativo.
Existem 3 linhas de teorias sobre liderança. As teorias dos traços de
personalidade24 – características inatas da pessoa que a tornariam um
líder –, as teorias comportamentais – um líder pode ser treinado –, e
as teorias situacionais – cada situação exige um tipo de líder.

As teorias comportamentais pregam 3 tipos de liderança: o


autoritário, o democrático e o liberal. Podem ser lideranças mais
voltadas às tarefas, ou mais voltadas às pessoas25.

Já as teorias situacionais pregam que o comportamento do líder deve


ser fruto de 3 variáveis: situação da organização, das características
do próprio líder e das qualidades dos subordinados. Esses fatores em
conjunto criam um cenário que possibilita sistemas de gestão, do
autoritário ao participativo, de acordo com a conveniência. São elas:

 Teoria de Fiedler: 3 variáveis determinam o foco da liderança:


relação líder-membros, estrutura da tarefa e poder do líder. O
foco passa da tarefa para as pessoas, quando as variáveis
apontam para o meio do gráfico, sem extremos de complexidade
na tarefa ou no relacionamento interpessoal. Quando as variáveis
apontarem para a extremidade, seja ela boa ou ruim, o foco deve
ser na tarefa;
 Teoria do reforço cognitivo: em situações de alto estresse, a
experiência supera a inteligência. Em situações de baixo
estresse, ocorre o inverso.

24
A CESPE entende essas teorias como superadas
25
Pode-se visualizar essa gradação como se as tarefas estivessem no eixo X e as pessoas no eixo Y de um
plano cartesiano, ao invés de enxergá-la como uma dicotomia.
 Teoria dos passos gradativos de House: o comportamento do líder
– participativo, apoiador, diretivo e orientado para resultados –
vai trabalhar para que a pessoa atinja a sua meta, com um
sistema de recompensas flexível, de acordo com o estilo de
liderança empregado em determinada situação.
 Teoria de Reddin: mesma lógica da oposição, foco na tarefa, foco
nas pessoas, mudando apenas as nomenclaturas. Nessa
combinação de fatores, criam-se 4 perfis de líder: o separado, o
dedicado, o integrado, o relacionado, de acordo com o desenho
do gráfico. Esses eixos podem ainda ser projetados em outros
dois planos, de maior ou menor eficácia. Prega também que
existem habilidades que todos lideres devem ter: habilidade
sensitiva, flexibilidade de estilo e destreza de gestão situacional;
 Teoria da Curva da Maturidade de Hersey e Blanchard: ainda na
oposição tarefa-pessoas, trata o subordinado quanto à sua
maturidade. Dependendo dessas características, o líder atua
determinando, persuadindo, compartilhando ou delegando, de
acordo com a capacidade e a motivação.

4 Competência interpessoal.

É a habilidade em lidar eficazmente com situações interpessoais.


Envolve percepção – auto-percepção, autoconhecimento e auto-
aceitação –, habilidade – flexibilidade, experimentar novas condutas –
e relacionamento – consonância com valores e sentimentos.
A competência interpessoal é, portanto, fruto de uma percepção
acurada a respeito de si, aliada a uma flexibilidade situacional e de
conduta, de maneira que conduza a conseqüências satisfatórias no
relacionamento dentro da organização. Palavras-chave para uma boa
competência interpessoal: comunicação efetiva; empatia; feedback
descritivo, solicitado e oportuno; controle emocional.
Janela de Joare – um plano que estabelece no eixo X o outro, e no eixo
Y o eu, em escala de desconhecimento e conhecimento. Tratando
cada individuo dessa maneira, na relação entre duas pessoas, pode
haver o encontro de diferentes “eus” – eu oculto, eu aberto, eu cego
eu desconhecido – com diferentes desfechos na relação. Quanto mais
maduro for o grupo, em tese, mais aberto ele tende a ser.

5 Gerenciamento de conflitos.

Visão tradicional: o conflito atrapalhava a eficiência – você não é pago


para pensar;
Visão humana: o conflito é uma variável natural, fruto do convívio de
interesses distintos;
Visão interacionista: o conflito é natural e deve ser provocado.
Existem dois tipos de empresas: as que mudam e as que morrem. O
conflito provoca mudança, quebra paradigmas.
O conflito só existe na sua percepção, quando A percebe obstáculos
por parte de B. Depois o conflito é sentido, porém ainda oculto, até
sua manifestação. É estabelecido por variáveis organizacionais ou
pessoais. Uma vez manifestado, apresentam-se suas intenções e se
procede à resolução, por alguma das duas abordagens:
 Abordagem estrutural: atuação na estrutura da
organização para resolução do conflito;
 Abordagem do processo: qual processo será
adotado para a resolução do conflito? Implica nas
etapas de desescalonização do conflito, confrontação
e, por fim, a colaboração.

Intenções do Conflito:
Assertividade

Competição Colaboração

Transigência

Abstenção Acomodação
Cooperação

As intenções estão diretamente ligadas ao conteúdo do conflito bem


como às relações de poder envolvidas entre as pessoas. É um
entendimento pacífico que a colaboração é a maneira mais eficaz na
resolução dos conflitos.

O conflito gera comportamento. Pode ser funcional, se aumentar o


desempenho das pessoas – o que acontece geralmente se suas
variáveis são funcionais – e disfuncional, se contrário.

6 Clima e cultura organizacional.

A cultura modela o comportamento das pessoas dentro da


organização. Se materializa por meio das crenças, das ideias, dos
valores, dos símbolos que existem dentro da organização,
estabelecidos de maneira formal, da organização para o indivíduo.
Uma cultura forte estabelece uma identidade ao grupo, e tende a
diminuir o absenteísmo e rotatividade, porém pode gerar uma cultura
conservadora e engessada.
A cultura possui um grupo de subculturas, em cada departamento,
em cada área, independentes da cultura da organização. Pode ser
vista como um Iceberg, sendo que a parte visível é a menor parte,
são os artefatos da cultura, que são baseados nos valores
compartilhados e as pressuposições básicas da organização. Quanto
mais fundo no Iceberg, mais difícil a mudança.
Aculturamento organizacional: é o processo de socialização do
indivíduo na organização, a familiarização com seus valores culturais.
Num processo formal de aculturamento, o tempo do processo pode
cair até um terço. Geralmente são apresentados os benefícios,
assuntos organizacionais, responsabilidades, relacionamentos, etc.

Já o clima organizacional mede a satisfação das pessoas no ambiente,


a atmosfera, e é derivado da cultura. Influencia e é influenciado pelo
comportamento das pessoas. Suas mudanças são mais rápidas que
na cultura organizacional.

7 Recrutamento e Seleção: técnicas e processo decisório.

São atividades dentro do processo de prover/agregar pessoas.


Recrutar é atrair o máximo de pessoas para trabalharem na
organização, para que a Seleção possa ser a mais eficiente.

O recrutamento pode ser interno, se feito entre pessoas aplicadas na


própria organização ou externo, com pessoas disponíveis no mercado
ou trabalhando em outras empresas.
 Recrutamento interno26: pode ser por movimentação
horizontal (transferência), vertical (promoção) ou diagonal
(englobando ambos), de acordo com o desenho do progresso
feito dentro do organograma. As vantagens desse recrutamento é
a agilidade, a economia, a motivação que se reflete para todos os
funcionários, a segurança para a empresa, pois já conhece o
funcionário recrutado, além de aproveitar os investimentos em
desenvolvimento feitos na própria organização. As desvantagens
são eventuais frustrações entre outros membros, pode levar ao
Princípio de Peter (elevar a pessoa ao máximo de sua
incompetência), evita a entrada de sangue novo na empresa.
 Recrutamento externo: tendência atual, que evita a
descapitalização do capital humano. Possui diversas fontes:
mercado de trabalho, indicações, agências de emprego,
headhunters, universidades, consultorias, entidades como
sindicatos ou CIEE, etc. Tem como vantagens a renovação no
quadro de funcionários, bem como aproveita os investimentos de
desenvolvimento feitos por outras empresas. Apresenta
desvantagens, pois é mais caro, mais inseguro e menos ágil que
o recrutamento interno, além de poder frustrar os funcionários e
afetar a política salarial da empresa.

Quanto mais rápido for o processo de recrutamento, mais caro ele


costuma ser.
26
A CESPE pode ainda utilizar os termos: encarreiramento, sistema de classes e níveis, como no serviço
público, sem mudança de cargo; ou ainda desenvolvimento, como em programas de trainee
O Recrutamento pode ainda ser misto, com o cargo disputado por
pessoas de dentro e de fora da organização, simultaneamente ou
não.

Seleção é a triagem feita após o recrutamento. Um processo de


comparação e escolha. Comparar o que o cargo requer com o que o
perfil do candidato lhe oferece e tomar uma decisão. Existem 3
formas de seleção:
 Modelo de colocação: 1 candidato para uma vaga;
 Modelo de seleção: vários candidatos para uma vaga;
 Modelo de classificação: vários candidatos para várias vagas.
Para o processo decisório da seleção, confronta-se uma série de
informações. São colhidas27 informações sobre o cargo, contrapostas
frente às habilidades do suposto ocupante, por meio de técnicas e
testes feitos pela expertise da ARH, conforme abaixo.

Entrevista: é considerada subjetiva e imprecisa. Pode ser padronizada


– com perguntas e respostas fechadas –, padronizada apenas quanto
às perguntas, diretiva ou não diretiva, de acordo com o roteiro do
entrevistador para conseguir as respostas que deseja. Podem ser
usados testes psicométricos – precisos, capazes de medir a
capacidade humana e úteis para prognósticos – ou de conhecimento.
É possível recorrer também aos testes psicotécnicos genéricos e
específicos de personalidade, a fim de medir temperamento e
caráter. Entre outras técnicas estão a técnica de simulação, na qual a
pessoa é colocada numa situação prática do dia-a-dia do cargo, o
teste grafológico, ou ainda a seleção por competência, estabelecendo
uma série de pré-requisitos, dentre as habilidades necessárias para o
cargo, como ser inovador, falar duas línguas, etc.

8 Avaliação de Desempenho: objetivos, métodos,


vantagens e desvantagens.
A gestão de desempenho visa entender a lacuna entre o desempenho
esperado e o desempenho realizado. A avaliação de desempenho é
uma fase desse processo, e consiste em uma apreciação sistemática
de cada pessoa no cargo e sobre seu potencial futuro. Segue algumas
premissas:
 Focar o desempenho no cargo ou nas competências;
 Focar o comportamento da pessoa no cargo;
 Deve apresentar um padrão de desempenho, com resultados
esperados;
 Processo de redução de incertezas;

O desempenho é fruto de um esforço, que é condicionado a alguns


fatores:
27
Incidentes críticos; desenho do cargo; ficha de requisição de empregado; análise do cargo no mercado
ou hipótese de trabalho. Cada método de colheita de dados é usado de acordo com o conhecimento que se
tem do que se procura
 Recompensas;
 Habilidades;
 Percepção do seu papel na empresa.

São responsáveis pela avaliação de desempenho: o gerente de linha,


a ARH, o próprio indivíduo, um grupo de trabalho, comissão de
avaliação, entre outros. Existe também a avaliação 360 graus, entre
todas as pessoas que se relacionam com o avaliado: colegas,
subordinados, chefes, clientes, fornecedores, etc.

Os métodos de avaliação de desempenho são variados, com


vantagens e desvantagens. Os tradicionais são:
 Método das escalas gráficas: monta-se uma tabela com fatos
de desempenho nas linhas e conceitos de valor nas colunas,
com cada elemento recebendo uma nota. É quantitativo e
comparativo, de fácil entendimento e apresenta uma visão
integrada que mostra necessidades de treinamento, porém
não é flexível, pode criar estereótipos e efeito halo28, permite
um entendimento subjetivo e tende a fazer uma tendência
central, em torno do medíocre, nota 3;
 Avaliação por escolha forçada: por meio de um sistema de
escolha de frases, você julga o avaliado. Minimiza a
subjetividade da escala gráfica, e tem uma aplicação bem
simples, porém a sua elaboração é complexa, apresenta
resultados globais, o que não detecta necessidades de
treinamento;
 Pesquisa de campo: um dos métodos mais completos, pois
conta com o gerente de linha e a ARH. O desempenho é
avaliado pelas atribuições do cargo, de maneira objetiva,
porém é um método demorado e caro, devido ao tempo
empregado em sua execução, e que conta com pouca
interação do avaliado;
 Incidentes críticos: o desempenho é medido pelos incidentes
excepcionalmente positivos ou negativos. É um método que
não deve ser utilizado isoladamente e de difícil aplicação,
pois pede um acompanhamento permanente pelo
responsável;
 Comparação aos pares: compara colegas de cargo,
atribuindo pontuação para diversos fatores. Sofre o efeito do
comportamento mais recente, muitas vezes trazendo uma
avaliação injusta;
 Lista de verificação: é um método de escala gráfica simples;
 Frases descritivas: simplificação do método de escolhas
forçadas;
 Método misto: mistura de diversos métodos;

28
Tendência do avaliador em enaltecer uma qualidade positiva do avaliado, de maneira que possa
enviesar todo o restante de sua avaliação, com base nessa única característica
 Distribuição forçada: o gerente coloca os colaboradores
numa escala de porcentagem de desempenho, distribuindo
conceitos. Método de simples execução, mas com falhas
entre funcionários equivalentes. Pode funcionar como mera
atribuição de pontos.

Já os métodos inovadores são:


 Avaliação APPO: gerente e subordinado se reúnem e
estabelecem padrões de desempenho e formulam objetivos.
Trabalham juntos na execução do trabalho e se avaliam ao
final da tarefa;
 Gestão de competência: avaliam-se os conhecimentos,
habilidades e atitudes, destrinchando as necessidades do
cargo. Método 360 graus.

9 Desenvolvimento e treinamento de pessoal:


levantamento de necessidades, programação, execução e
avaliação.

Treinar pessoas está contido em desenvolver pessoas que está


contido em desenvolvimento organizacional. São partes de um
mesmo sistema com duas abordagens principais: a tradicional e a
moderna.

Tradicional Moderna
Modelo eventual (de acordo com Modelo planejado (faz parte da
a oportunidade) cultura da organização)
Escolha randômica de pessoal Todos são treinados
Visão de curto prazo Visão de longo prazo
Estabilidade Prepara para um cenário instável
Conservação Voltado para mudanças
Permanência Ambiente competitivo
Treino reativo a problemas Treino se antecipa ao problema
O conceito de treinamento envolve 4 áreas de atuação em seu
conteúdo:
 Informações – treinar assuntos pertinentes à organização – quem
são seus clientes, fornecedores, políticas, etc;
 Habilidades – aprimorar o manuseio da tarefa, da ferramenta, da
execução do trabalho;
 Atitudes – conscientização, sensibilização, aprimoramento de
atitudes do comportamento que auxiliam o desenvolver do cargo;
 Conceitos – desenvolver ideias e conceitos para ajudar as pessoas
a pensarem de maneira ampla e global.

Treinamento é focado para o cargo, enquanto o desenvolvimento


tem a pretensão de preparar o funcionário para cargos futuros.
Treina-se a tarefa, desenvolve-se a pessoa.
Etapas de treinamento
 Levantar necessidades: é feita uma análise da organização –
missão da empresa, visão, objetivos – dos recursos humanos –
pelas avaliações de desempenho ou questionários – dos cargos –
de acordo com as atribuições de cada cargo – e do treinamento
já efetuado. Pode-se buscar antecipar os problemas, olhando
para o cenário interno ou externo da organização, ou lidar com
os existentes. Indicadores como reclamações registradas no SAC
da empresa também pode servir como fonte de informações
para o treinamento.
 Desenho do treinamento: como será feito o treinamento? Será
orientado para o conteúdo ou para o processo? Será feito assim
que o funcionário entra na empresa? Será no local de trabalho,
na execução de tarefas práticas, com rodízio de funcionários na
empresa, como um programa de trainee, ou fora do local de
trabalho, com aulas ministradas e foco teórico? Será presencial
ou à distância?
 Execução: colocar em prática o treinamento desenhado.
 Avaliação: modelo de Hamblin – contrapõe o nível de avaliação
individual (como foi a reação à estrutura apresentada, a
aprendizagem29 de conteúdo novo e a inovação nas atitudes e
no comportamento de cada um) contra o organizacional
(mudança nos valores da organização e os resultados
apresentados, o retorno de todo o treinamento).

O Desenvolvimento é algo mais abrangente que o treinamento,


pois prepara a pessoa não só para o próprio cargo, mas para um
futuro dentro da organização.

10 Gestão por competências.

Tripé da competência das pessoas: Conhecimento, habilidade e


atitude. Leva ao desempenho dentro da organização. Trabalha a
lacuna entre as competências desejadas e as competências
realizadas. Para tanto, é preciso um planejamento das competências
desejadas, mapeando as habilidades, os conhecimentos e as atitudes
requeridas.
A competência é a matéria prima do desempenho, que gera valor
econômico para a organização e valor social para o indivíduo.
Numa visão mais abrangente, a gestão por competência pode se
alicerçar em outro tripé:
29
Existe a teoria da curva de aprendizagem. São 5 fases: a 1ª, desalentadora, inicial, de frustração; a 2ª,
onde os resultados ficam mais visíveis; a 3ª, que estabelece um falso patamar de conhecimento; 4ª chega
o ápice dos conhecimentos e, finalmente, a 5ª fase, de retreinamento ou reforço.
 Saber fazer: agir responsável
 Querer fazer: motivação
 Poder fazer: cedido pela organização

Competências organizacionais:
 Essenciais: são as básicas, as mínimas, para a atuação da
organização no mercado;
 Distintivas: são as que trazem um diferencial para a
organização, percebidas pelo cliente, que agrega valor ao
produto, gerando vantagem competitiva;
 Unidade de Negócio: são as competências feitas por
departamentalização, por região, por grupo de clientes;
 De suporte: competências-meio, para execução das
competências-fim;
 Capacidade dinâmica: flexibilidade e competência de se
atualizar, mudar os próprios procedimentos.
APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL.

1 Educação corporativa.

Universidade Corporativa: Processo de aprendizagem que


disponibiliza uma série de cursos e treinamento constantemente,
exigindo-se uma carga horária mínima como pré-requisitos para
promoções. Cria a ideia de treinamento global para a cultura da
organização, criando uma cadeia de valores em todas as pontas, de
fornecedores a clientes.

2 Educação a distância.

3 Projeto pedagógico.
ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS.

Administrar materiais significa administrar todos os bens


patrimoniais30, materiais destinados à manutenção das atividades de
uma instituição envolvendo, inclusive, a transformação de materiais
em produtos ou serviços. Busca aumentar a eficácia e a eficiência
operacional, baixando custo e preço, bem como proporcionar um
melhor giro de estoque, aumento o retorno sobre os investimentos.
Preocupa-se também com as relações entre empresa e fornecedor,
com a qualidade oferecida pela organização, e com a otimização das
despesas de pessoal. Subdivide-se em:
 Planejamento e controle de produção (PCP):
responsável pelo controle produtivo;
 Compras: área que se encarrega do controle de
quantidades, prazos e preços;
 Inspeção do recebimento: controla a qualidade, os
documentos e a integridade física do bem;
 Almoxarifado/armazenagem: guarda dos materiais e
estoque;
 Controle de estoque: acompanha o nível de estoque,
mantendo-o a gosto da organização;
 Classificação de material: classifica e cataloga todo o
material disponível;
 Importação: aquisição de materiais importados;
 Movimentação: entrada e saída de material.

O conceito de logística envolve estocagem, transporte, armazenagem


e inventário de bens materiais, da organização até o cliente. As
empresas utilizam-se de sistemas de produção, que podem ser:
 Por encomenda: processo se inicia com o pedido feito;
 Em lotes: produção em quantidade limitada, para
determinado volume, com códigos específicos;
 Contínua: produção ininterrupta e sem alterações.
Cada um desses sistemas pede uma lógica diferente no tratamento
com seus respectivos materiais, bem como um distinto planejamento
e controle de produção. Esse PCP irá determinar o que será
produzido em determinado período, bem como quanto será
necessário de recursos – humanos, financeiros e materiais – para a
consecução desses objetivos. Atua em 4 fases principais: o projeto de
produção em si, a coleta de informações pertinentes, sua execução,
com a implementação dos respectivos planos de produção, e o
controle de toda a produção, quanto a qualidade, quantidade, tempo
e custo.

Estoque
30
Toda conceituação de bens utilizada na ARM deriva da contabilidade
A administração de estoque visa maximizar o investimento realizado,
permitindo a continuidade dos trabalhos da organização, integrando
setores de Compras, Produção, Vendas e Finanças. Deve garantir o
abastecimento de materiais para a empresa, podendo assim
proporcionar economia de escala, seja minimizando riscos de falta de
suprimentos, ou flexibilizando o processo produtivo, na compra de
lotes de materiais de consumo mais econômicos.

O estoque de segurança é o nível adequado para permitir o fluxo da


Demanda da organização, de acordo com o tempo de reposição do
estoque.

A classificação do estoque pode seguir diversas lógicas. Costuma-se


usar a mesma classificação usada para os bens, referente ao estagio
da produção que se encontram (matéria-prima, semi-acabado,
produtos acabados, etc). Pode ser ainda ativo ou inativo, referente à
sua flutuação; reservado, se de utilização certa e definida; de
recuperação, com sobras de estoque passíveis de aproveitamento; de
excedentes, quando composto de materiais imprestáveis; disponível,
de material livre para uso; teórico, que é a soma do disponível mais o
recém solicitado; e de antecipação, que visa compensar diferenças no
ritmo de fornecimento e demanda.

Dimensionar o estoque é a averiguação de quais produtos se devem


manter em estoque em qual quantidade, bem como a lógica de
reabastecimento. Utiliza variáveis técnicas como projeções ou
estimativas de uso do produto, explicações a respeito de outras
variáveis que implicam no seu uso, etc. Pode-se também observar os
modelos de evolução do consumo31, a fim de se melhor dimensionar o
estoque, aplicando técnicas quantitativas para previsão:
 Consumo do último período: espelha-se no último período;
 Média móvel: consumo baseado na média dos últimos períodos;
 Média móvel ponderada: da mesma forma que o anterior,
porém com maiores pesos para exercícios mais recentes;
 Média móvel ponderada exponencial: método que busca
eliminar as desvantagens dos métodos acima, criando uma
constante de amortecimento, que determina o valor da
ponderação aos valores recentes;
 Mínimos quadrados: gráfico representado pela equação Y = a
+ bx, e visa minimizar as diferenças encontradas nos outros
métodos.

Dois fatores interferem diretamente no custo do estoque: a


quantidade estocada e o tempo de permanência.
Ainda, para o cálculo do custo de estocagem, analisam-se dois
fatores:
31
Pode ser um modelo de evolução horizontal de consumo, ou seja, constante, uma evolução sujeita à
tendência de mercado e influência do tempo, ou ainda uma evolução sazonal, que oscila regularmente na
base de até 25% do consumo médio, dadas determinadas causas
 Custo de armazenagem32: variável que considera a quantidade
(Q) de material em estoque, o tempo (T) de armazenagem, o
preço (P) unitário do material e taxas (I) de armazenamento (em
% ao custo unitário);
 Custo do pedido: variável que trata da mão-de-obra para o
processamento do pedido, o material usado na sua confecção e
os custos indiretos ligados a ele.

Tem-se então o Custo de Estocagem, que é igual ao Custo de


armazenagem + o Custo de Pedido.

As ações referentes a estoque dependem do nível que o estoque de


referido produto atinge em determinado tempo. O acompanhamento
do estoque deve ser freqüente e utiliza de alguns conceitos que
auxiliam na continua manutenção do bom estoque.
 Tempo de reposição: é o lapso temporal que compreende todas
as ações, da emissão do pedido do material até o recebimento
em estoque.
 Estoque de segurança (estoque mínimo): é a quantidade
necessária para a manutenção das atividades da organização.
Deve compreender material suficiente para que as atividades não
sejam interrompidas durante o tempo de reposição;
 Ponto do pedido: é a interação das duas variáveis. Representa o
nível de estoque que determina imediata emissão de pedido de
compra. O intervalo entre dois pontos de pedido é chamado de
Intervalo de aquisição.

O estoque máximo é definido por várias fórmulas: pode-se considerar


o estoque mínimo + lote de compra, ou ainda o produto entre o
consumo médio mensal pelo intervalo de suprimento (Quantidade a
ressuprir), somado ao estoque mínimo.

Rotatividade

É a relação entre o consumo anual e o estoque médio de um item. A


divisão de um pelo outro gera o Índice de rotatividade. Representa o
giro do estoque. Ao inverter os fatores da divisão consegue-se o
chamado Antigiro, ou taxa de cobertura, que indica quantos meses o
estoque deve cobrir a taca de consumo média.

Planejamento de estoque
O planejamento de estoque fundamenta-se em duas ferramentas
administrativas:
 Fichário de estoque: um banco de dados sobre os materiais
constantes no estoque, bem como documentos e informações
pertinentes;
 Classificação ABC: separam-se os materiais em 3 grupos, de
acordo com a prioridade de cada item à organização. Os itens A
32
CA = Q/2 x T x P x I
correspondem a cerca de 20% da quantidade de itens, mas que
correspondem a 80% do valor monetário dos estoques. Os itens B
perfazem cerca de 30% dos itens, e de 15 a 20% do valor
monetário, enquanto os itens C completam o estoque.

Lote econômico: é uma técnica usada nos anos 80 utilizada para


calcular a quantidade mínima de estoque necessária, que não trata
o aumento do estoque médio incondicionalmente como um aumento
de custo, pois diz que outros custos – como preparação de
máquinas, economia de escala – tendem a cair.

Sistema de controle de estoques

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