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RELATÓRIO Nº 03 – DIAGNÓSTICO
PARTE IV – ASPECTOS DE OFERTA DE INFRA-ESTRUTURA
VOLUME II – INFRA-ESTRUTURA CICLOVIÁRIA
Elaboração:
Concedente:
___________________________________________________________________________
OUTUBRO/2008
___________________________________________________________________________
PET-10588
EQUIPE TÉCNICA
ESTAGIÁRIOS
Adriano Platiny Torquato do Rego
Izanael Batista Gomes Júnior
Júlio César Souza de Oliveira
Maurílio Junho Mafra
Roberto Florentino de Medeiros Neto
EQUIPE DE ACOMPANHAMENTO
APRESENTAÇÃO
O Plano de Mobilidade tem como objetivo geral desenvolver propostas de políticas e ações para
o sistema viário e o sistema de transporte em suas diversas modalidades, capazes de propiciar que
a realização dos deslocamentos de pessoas e bens na cidade ocorra de forma sustentável,
contribuindo para o seu desenvolvimento econômico e social, colocando cada modo na função
mais adequada a suas características.
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sobre os aspectos ambientais, a terceira parte discorre sobre aspectos da demanda, a quarta parte
apresenta os aspectos de oferta da infra-estrutura e, por fim, a quinta parte contém os aspectos de
oferta dos serviços.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7
2. A DEMANDA POR BICILETAS EM NATAL: ANÁLISE PRELIMINAR ............. 9
3. PLANEJAMENTO CICLOVIÁRIO .......................................................................... 13
3.1. Aspectos gerais de circulação de bicicletas ................................................................. 13
3.2. Características favoráveis e desfavoráveis relacionadas ao uso de bicicletas ......... 16
3.2.1. Características favoráveis ..................................................................................................... 16
3.2.2. Características desfavoráveis ................................................................................................. 17
3.3. Plano Geral de Mobilidade por Bicicletas (Ministério das Cidades) ....................... 20
3.3.1. Procedimentos a serem considerados no desenvolvimento do Plano .......................................... 20
3.3.2. Exigências para o planejamento do projeto cicloviário............................................................ 22
3.3.3. Metodologia para desenvolvimento do Plano de Mobilidade para bicicletas ............................. 23
4. COMPONENTES BÁSICOS DE UM SISTEMA CICLOVIÁRIO E DIMENSÕES
GEOMÉTRICAS SUGERIDAS ........................................................................................ 25
4.1. Componentes básicos do sistema ................................................................................. 25
4.2. Dimensões geométricas ................................................................................................. 29
5. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA CICLOVIÁRIO DE NATAL ........................ 38
6. PROBLEMÁTICA ..................................................................................................... 45
6.1. Aspectos Gerais .............................................................................................................. 45
6.2. Análise da infra-estrutura cicloviária existente ........................................................... 47
6.2.1. Via Costeira ....................................................................................................................... 47
6.2.2. Av. Itapetinga ..................................................................................................................... 49
6.2.3. Av. Ayrton senna ............................................................................................................... 50
6.2.4. Av. Omar O´grady ............................................................................................................. 52
6.2.5. Erivan França .................................................................................................................... 53
6.2.6. Café Filho ........................................................................................................................... 54
7. PROPOSTAS EXISTENTES PARA NATAL ........................................................... 54
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 55
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE TABELAS
Tabela 13. Largura da faixa compartilhada numa via de duas faixas .............................................. 37
Tabela 14. Largura da faixa compartilhada numa via de mais de duas faixas ................................ 37
Tabela 15. Parâmetros geométricos da infra-estrutura cicloviária atual de Natal ......................... 38
Tabela 16. Distribuição anual do número de vítimas, por tipo, em acidentes de trânsito em
Natal, entre os anos de 2000 a 2004. ........................................................................... 46
Tabela 17. Distribuição anual do número de vítimas fatais e não fatais dos acidentes
envolvendo ciclistas, entre os anos de 2000 a 2004. ..................................................... 47
Tabela 18. Percentual de vítimas fatais de ciclistas sobre o total de vítimas fatais do ano. ......... 47
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1. INTRODUÇÃO
O crescimento das cidades por meio da apropriação das áreas periféricas tem aumentado as
distâncias a serem percorridas. A elevação das distâncias termina por estimular o uso do
transporte motorizado para a realização das travessias, gerando um aumento da quantidade de
veículos em circulação, principalmente de automóveis particulares. A preferência pelo automóvel
decorre principalmente de fatores como ineficiência do sistema de transporte coletivo e
flexibilidade inerente ao veículo particular no que concerne a itinerários e atendimento porta-a-
porta. Tal situação termina por gerar uma dependência do referido meio de transporte, o que
conduz a utilização de automóveis para a realização de quaisquer deslocamentos, independente
da extensão ou motivo da viagem, do que resultam grandes impactos na dinâmica de
deslocamento urbano.
Elementos como conforto e segurança devem ser objetivos a serem alcançados quando da
implantação das infra-estruturas para transportes não motorizados. Gondim (2001) argumenta
que a maioria das cidades não possui infra-estrutura adequada para o transporte cicloviário e a pé,
pois não apresenta percurso seguro e confortável para seus usuários, o que dificulta o
deslocamento e desestimula sua utilização. É preciso, ainda, que se identifique a demanda para
adaptar a infra-estrutura às necessidades da sociedade, bem como que se respeite os padrões
técnicos estabelecidos pela boa prática, pois pouco adianta investir em tais meios se tais inversões
são feitas sem qualquer estudo, gerando assim infra-estruturas desapropriadas e,
consequentemente, ociosas.
De acordo com dados do Ministério das Cidades (2007), as bicicletas eram responsáveis em 2003
por cerca de 3% dos deslocamentos no país, conforme gráfico abaixo.
A utilização das bicicletas se dá por vários tipos de usuários como: (i) aqueles que o fazem para
passeio, ou (ii) aqueles que a utilizam como meio de deslocamento para o trabalho, ou ainda (iii)
os esportistas. Destaque-se, todavia, que independente do tipo de usuário, há demanda para sua
utilização e pouca infra-estrutura adequada disponível. Câmara (1998) descreve que a maioria das
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cidades brasileiras quando oferecem suporte para deslocamento de bicicletas, são normalmente
descontínuos, inseguros e desconfortáveis (Gondim, 2001). Já consoante estabelece Gondim
(2001), mesmo que o Código de Trânsito Brasileiro estimule a criação de ciclofaixas para evitar
percurso de risco aos ciclistas, não há na maioria das cidades brasileiras qualquer legislação que
regulamente critérios mínimos para a construção de infra-estrutura cicloviária.
Isso posto, cabe mencionar que direcionar ações para o transporte não motorizado, como as
bicicletas, representa uma das principais diretrizes para o desenvolvimento de cidades
sustentáveis, tanto pelo papel de inclusão social atribuído a tal meio como pela sua contribuição à
melhoria do meio ambiente e, consequentemente, da qualidade de vida da população.
Na RMN a utilização das bicicletas se dá principalmente pelos homens (80 %). Em natal o
fenômeno se repete, sendo os homens responsáveis por cerca de 86% dos deslocamentos,
conforme Figura 2. Provavelmente interferem nessa distribuição a vulnerabilidade do meio (mais
suscetível a assaltos) e a necessidade de força física para geração do deslocamento, o que termina
afastando as mulheres desse tipo de transporte. Sobre este assunto, todavia, cabe a realização de
estudos mais aprofundados junto aos usuários para melhor identificação das principais causas.
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Um aspecto que deve ser destacado é o grau de instrução dos usuários das bicicletas. Tanto na
RMN como em Natal cerca de 57% dos ciclistas não possuem nem o 1º grau completo (até 8ª
série) (Figura 3). Destes, na RMN quase 30% possuem até 15 anos, idade média de conclusão do
1° grau. Em Natal esse percentual é de 26%. Verifica-se com isso que aproximadamente 70% dos
alunos estão fora de faixa na Região Metropolitana e em Natal 74%. Considerando que as
pessoas de mais baixa renda possuem menores oportunidades de acesso à escola e, portanto,
terminam atrasando seus estudos, pode-se inferir que as pessoas de renda mais baixa são os
principais usuários da bicicleta em Natal.
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Figura 4. Distribuição das viagens de bicicleta por motivo do deslocamento, com residência.
A estrutura acima apresentada contempla a ida e a volta das viagens, por isso a residência aparece
com quase 49% dos motivos tanto na RMN como em Natal. Para a realização de uma melhor
análise dos dados, foram retiradas as viagens com motivo residência, do que resultou a
distribuição a seguir:
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Figura 5. Distribuição das viagens de bicicleta por motivo do deslocamento, sem residência.
Verifica-se que o trabalho se apresenta como o principal motivo de viagem, seguido por estudo
regular e assuntos pessoas/negócios, que juntos representam cerca de 89% das viagens da RMN
e 86% das viagens do município de Natal. O lazer, que para muitas pessoas constitui a principal
forma de deslocamento, representa apenas 1,2% na RMN e em Natal.
É preciso dotar a cidade de uma malha que atenda os ciclistas de Natal, principalmente aqueles
que as utilizam para chegarem ao trabalho e à escola, que correspondem à grande maioria dos
usuários. Relegar ao segundo plano investimentos nas infra-estruturas para bicicletas representa
reduzir ainda mais as oportunidades de quem tem baixa condição e ainda está preservando a
cidade, pois a bicicleta é um meio de transporte não poluente e que exige menor espaço para o
deslocamento.
Visando ao atendimento dos usuários das ciclovias, deve-se identificar as principais zonas de
origem e destino das viagens, pois somente após a identificação das necessidades de
deslocamento dos usuários, a partir de suas linhas de desejo, é possível traçar uma rede adequada
e com maior potencial de utilização. Cabe salientar que não deve ser olvidada durante o desenho
da rede a demanda potencial, que corresponde aquela que não utiliza o modo em análise por não
existir infra-estrutura, mas que melhorias a atrairiam. Destaque-se, todavia, que a análise dessas
linhas de desejo consta do relatório de análise da demanda.
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3. PLANEJAMENTO CICLOVIÁRIO
Conforme já mencionado, Câmara (1998) comenta que a bicicleta constitui o modo mais rápido
em um sistema urbano congestionado, podendo ser 50% mais rápida que automóveis,
merecendo, portanto, atenção do Poder Público tanto no que respeita a implantação ou melhoria
da infra-estrutura quanto ao desenvolvimento de outros tipos de medidas para seu incentivo.
Velocidade máxima
Percurso previsível
Usuário Velocidade média (permitida em via
em 45 minutos
urbana)
Pedestre 3 a 4 km 4 a 5km;h -
Ciclista 11 a 15 km 15 km;h 35 km h
Automóvel 19 km 25 60
Ônibus 15 km 20 60
Fonte: Prinz (1980).
A partir da tabela acima se observa que se comparada ao ônibus, a bicicleta pode atingir o mesmo
percurso no mesmo tempo em cidades congestionadas, se configurando como uma boa opção de
deslocamento, inclusive por ser menos poluente.
Na matriz de desempenho de veículos individuais desenvolvida por Ary (2003) pode-se comparar
a bicicleta com os demais meios (Tabela 2). Verifica-se que o impacto do uso da bicicleta no
ambiente urbano é baixo e poucos são os seus pontos negativos, os quais ainda podem ser
trabalhados a fim de terem minimizados seus impactos.
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A cidade de São Paulo realizou em 2007 uma avaliação da ocupação das faixas de tráfego por
hora pelos diversos modos de transporte disponíveis em um centro urbano. O levantamento
indicou que a bicicleta e o modo a pé aproveitam melhor a via do que automóveis e até ônibus,
conforme figura abaixo:
Figura 6. Número de pessoas que circulam por hora numa faixa de tráfego
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Diante de tal contexto, investir na bicicleta não é apenas uma ação para melhorar a qualidade de
vida somente da sociedade como um todo, por poluir menos o ar e reduzir congestionamentos,
mas também um beneficio para seu usuário direto.
Ary (2003) cita que complementarmente aos investimentos em infra-estrutura cabe a adoção de
outras medidas operacionais como:
sinalização indicativa aos ciclistas
iluminação das rotas ciclísticas
arborização de rotas e estacionamentos para bicicletas
ajustes na geometria das vias cicláveis
recuperação de pavimento das vias cicláveis
correção das bocas-de-lobo
rebaixamento de meios-fios
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Também é preciso se preocupar com a conexão origem-destino. Não basta apenas ofertar a
ligação, é preciso dotá-la de condições que viabilizem um deslocamento seguro e confortável,
como por exemplo, disponibilizar ao seu usuário pontos de parada e recreação, bicicletários,
dentre outros. Além disso, desenvolver um sistema de fácil memorização para usuário apresenta-
se relevantes para estimular seu uso. A memorização do mapa cicloviário é de muita importância
para o processo de decisão de quem vai utilizar o sistema. Isso posto, desenvolver um sistema
que consiga ser reproduzido de forma mais fidedigna na mente do usuário contribui para atrair
demanda para a utilização das infra-estruturas para deslocamento por bicicletas. De acordo com
Gondim (2001) o sistema deve ser coerente e facilmente reconhecível a partir de uma hierarquia
de vias, do que resulta a necessidade de estudo da malha viária da cidade e sua hierarquização.
Rapidez (Para distâncias de até 5 km há estudos que constatam ser a bicicleta o meio de
transporte mais rápido em deslocamentos “porta-a-porta”)
Menor necessidade de espaço público (O espaço ocupado por bicicletas em movimento é
muito inferior ao requerido por automóveis)
Além dos aspectos desfavoráveis suprareferidos, destacam alguns problemas que contribuem
para baixa utilização de bicicletas, os quais devem ser identificados e tratados para que se
desenvolva uma rede cicloviária que atraia usuários e tenha utilização contínua.
Assim, para estimular seu uso, se faz importante desenvolver estratégias para contornar os itens
acima mencionados. Ressalte-se que muitas delas já foram citadas acima na seção de aspectos
gerais de circulação.
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No que concerne as diferentes necessidades dos usuários, se apresenta relevante realizar uma
pesquisa com a demanda a fim de caracterizá-la. Identificar aspectos que deveriam ser
contemplados nas ciclovias por meio de pesquisas com os próprios usuários constitui o melhor
meio de identificar suas necessidades e a forma de atendê-las.
No caso das descontinuidades cabe ao estudar as principais rotas cicláveis da cidade em função
dos deslocamentos realizados e dotar todo o percurso de infra-estrutura e não apenas alguns
pequenos tramos. A integração com outros modos de transporte também constitui aspecto
importante a ser considerado.
O assalto constitui problema de segurança pública e não de transporte, mas é uma dificuldade
que não deve ser olvidada, pois dificulta a utilização das bicicletas, principalmente em face da
vulnerabilidade inerente ao referido meio. Cabe ao Poder Público prover segurança aos usuários,
principalmente nos pontos mais críticos.
Quanto aos acidentes, duas de suas principais causas são o tráfego perigoso e a má qualidade da
pavimentação, o que enseja medidas para mitigar os efeitos negativos resultantes desses dois
pontos.
Um levantamento realizado por Gondim (2001) aponta com principais fatores de risco ligados a
infra-estrutura (Tabela 3):
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No que concerne aos fatores ligados ao tráfego propriamente dito, Gondim (2001) destacou os
seguintes fatores (Tabela 4):
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Se faz importante, portanto, buscar controlar os fatores de risco ligados a utilização da ciclovia a
fim de aumentar sua atratividade. Ações como segregação do tráfego de biciletas, recuperação de
pavimento das vias cicláveis; ajustes na geometria das vias cicláveis, fornecimento de
estacionamento seguro; sinalização indicativa aos ciclistas; correção das bocas-de-lobo;
rebaixamento de meios-fios, tratamento das intersecções e acessos, bem como outras medidas
conferem maior segurança ao deslocamento.
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a. Segurança viária
O projeto das infra-estruturas para bicicletas deve atender a quatro níveis principais, a saber:
redes, seções, cruzamentos e piso. Dessa forma, o planejamento deve contemplar medidas que,
considerando esses quatro níveis básicos, contribuam para a segurança dos ciclistas e outros
usuários das vias. Destacam-se como elementos a serem observados: projeto geométrico,
medidas de moderação de tráfego, proteção física para pedestres e ciclistas, sinalização,
fiscalização, dentre outras que concorram para desenvolvimento de uma infra-estrutura segura e
para a redução de acidentes.
b. Rotas diretas/rapidez
A oferta de rotas diretas e claras, com poucos desvios e interferências, constitui o modelo mais
indicado para desenvolvimento de uma boa infra-estrutura, pois dessa forma privilegia-se a
redução dos tempos de viagem e do esforço necessário aos deslocamentos.
c. Coerência
O desenho da infra-estrutura ofertada deve ser facilmente reconhecível pelos usuários a fim de
facilitar sua utilização. Além de uma unidade coerente, deve-se tentar manter uma constância nas
larguras e a disponibilização de um sistema de informação e sinalização que facilite o uso da infra-
estrutura cicloviária e de também de rotas alternativas existentes, além de aspectos sobre trânsito
e topografia.
d. Conforto
A fim de melhor a utilização da infra-estrutura o piso deve proporcionar uma superfície regular,
impermeável e antideslizante. Além, é claro, da utilização de larguras adequadas e disponibilização
de proteção das rotas contra sol, chuva e vento.
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e. Atratividade
A atratividade é efetivada quando existe uma integração com o meio ambiente circundante que
torne prazerosa a utilização das ciclovias/ciclofaixas. Dessa forma, passar a infra-estrutura por
ambientes atrativos e evitar vias de trânsito elevado constituem medidas importantes no desenho
das rotas. A conexão com outros meios de transporte da cidade também se apresenta relevante
para atrair usuários.
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De acordo com o Ministério das Cidades, podem ser identificados os seguintes tipos de ciclovias:
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CICLOFAIXAS: são faixas preferenciais para ciclistas localizadas nas pistas de rolamento e
delimitadas por pinturas e/ou sinalizadores, sendo, portando, desprovidas de obstáculos físicos
segregadores. Também podem ser demarcadas sobre calçadas.
Sugere-se que as ciclofaixas sejam sempre unidirecionais a fim garantir a segurança dos seus
usuários e que as intersecções com cruzamento sejam, quando possível, canalizadas (Ministério
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das Cidades, 2007). A única exceção são as ciclofaixas implantadas em calçadões para pedestres,
quando admite-se sentido bidirecional. Além disso, recomenda-se que a mesma localize-se no
bordo direito da via de trânsito de veículos motorizados, acompanhando o mesmo sentido de
circulação dos veículos (Ministério das Cidades, 2007).
Figura 12. Bairro Jardim América/RJ Figura 13. Ciclofaixa na zona portuária de
Santos/SP
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Embora frágil, o compartilhamento entre ciclistas e pedestres foi aceito pelo Código de Trânsito
Brasileiro (CTB), mas deve ser autorizado e sinalizado pelo órgão competente (art. 59 do CTB)
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A bicicleta constitui um meio de transporte que utiliza pouco espaço do sistema viário.
Conforme manual do GEIPOT (1983), considerando aspectos mais abrangentes, a área requerida
para estacionamento de uma bicicleta é de 0,60 m x 2,00 m. Já para a realização de
deslocamentos, necessita-se apenas de uma faixa de largura mínima de 1,10 m. Todavia, em
função das oscilações que geralmente ocorrem ao pedalar é desejável que as faixas sejam mais
largas, com 1,20 m de largura, conforme Figura 21 abaixo:
O Ministério das Cidades (2007) estabelece parâmetros um pouco diferentes daqueles definidos
pelo GEIPOT. Os parâmetros mínimos definidos pelo Ministério são 1,00 m de largura mínima,
1,75 m de comprimento e 2,0 m de altura. No caso de deslocamentos necessita-se de 1,50 de
largura e 2,25 de altura, conforme Figura a seguir.
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Figura 22. Espaço requerido por um ciclista (Ministério das Cidades, 2007)
CICLOVIA
De acordo com o GEIPOT (1983), para a passagem de dois ciclistas é necessário uma largura
mínima de 2,30 m.. No entanto, para uma pista segregada de um único sentido a largura mínima
necessária é de 2,00 m e para pista de dois sentidos esse valor sobe para 2,50 m. Destaque-se,
todavia, que tais dimensões são variáveis em função da previsão de demanda e do desnível lateral
em relação à calçada, que caso seja igual ou superior a 10 cm, enseja um aumento na largura da
via de 50 cm.
Segue abaixo a Tabela 5 com as dimensões sugeridas pelo GEIPOT (1983) para as pistas de
bicicletas:
Largura efetiva
Tipo de pista Até 5.000 bic./h > 5.000 bic./h
(hora de pico) (hora de pico)
Unidirecional 2,00 a 2,50 m 2,50 a 2,80 m
Bidirecional 2,80 a 3,50 m 3,50 a 4,00 m
Fonte: GEIPOT (1983)
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Conforme declara o Ministério das Cidades (2007), a França e na Holanda utilizam para as
ciclovias as dimensões apresentadas na Tabela abaixo:
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No caso de bordas
acréscimo de
com desnível superior
0,50 m à ciclovia.
a 10cm
Em caso de Acréscimo de
arborização lateral 0,50 + 0,25
Tabela 7. Largura mínima ciclovias com tráfego unidirecional (Ministério das Cidades)
A ciclovia bidirecional tem como largura ideal de 3,0 m, mas é aceitável dimensioná-la com, no
mínimo, 2,50 m. No caso de desnível lateral superior a 0,10 m (calçada, terrapleno, etc.), é
imprescindível adotar uma sobre-largura de 0,50 m, a exemplo daquela apresentada nas pistas
unidirecionais.
Tabela 8. Largura mínima ciclovias com tráfego bidirecional (Ministério das Cidades)
Para as ciclovias segregadas junto à via o referido órgão recomenda os valores abaixo descritos:
Rampa
Desnível a vencer (m)
Normal (%) Máxima (5%)
2 5,0 10,0
4 2,5 5,0
6 1,7 3,3
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CICLOFAIXA
Embora o GEIPOT (1983) estabeleça como largura para ciclofaixas unidirecionais o intervalo de
1,50 m a 1,70 m em função do efeito parede provocados pelos meios-fios e tráfego de veículos
(instiga o deslocamento do ciclista para o centro da pista), Gondim (2001) sugere o aumento da
largura para 2,00 m. A referida autora destaca ainda que é importante que não sejam utilizadas
dimensões maiores que 2,00 m a fim de evitar sua utilização como faixa de tráfego e
estacionamento de veículos.
Forester (1994) destaca que medidas maiores são necessárias para possibilitar a ultrapassagem.
As dimensões definidas pelo IHT (1996) para ciclofaixas unidirecionais são iguais as sugeridas
pelo GEIPOT para faixas no mesmo sentido do tráfego, a saber: 1,50 m a 2,00 m. Em alguns
casos, como por exemplo presença de obstáculos, é aceitável estreitamentos para até 1,30 m
(GEIPOT, 1983) ou 1,20 m (IHT, 1996). De toda sorte, não devem estar incluídas no
dimensionamento das ciclofaixas as valas formadas pelo desnível entre o asfalto e o meio- fio.
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Tabela 11. Larguras recomendadas para ciclofaixas unidirecionais (Ministério das Cidades, 2007)
Se não existir a possibilidade de realizar a adequação acima sugerida, pode-se optar pela
interrupção da ciclofaixa antes da parada e retomá-la após a mesma. No entanto, esta solução
apresenta maiores riscos para os ciclistas.
Observe-se que no caso de vias muito movimentadas em que as paradas sejam adaptadas para a
parada de três ou mais veículos ao mesmo tempo, a via não se apresenta adequada à implantação
de uma ciclofaixa, devendo-se adotar ciclovias.
FAIXA COMPARTILHADA
O manual do GEIPOT estabelece que a largura da faixa compartilhada entre veículos e bicicletas
deve medir entre 3,90 m e 5,00 m, de acordo com a Figura 28. Já o TRB (Gondim, 2001) define
4,20 m.
Os valores dos índices desenvolvidos pela TRB (1994) encontram-se apresentados na Tabela 12 e
variam em função dos tipos de movimentos, ou seja, se são na mesma direção ou em direções
opostas. No caso do volume de bicicletas ser menor do que 50 bicicletas/horas, o impacto pode
ser negligenciado, a menos que a largura da faixa seja menor que 3,30 m.
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Largura da faixa
Movimento da bicicleta
< 3,30 m 3,30 m a 4,20 m > 4,20 m
Equivalência veículo/bicicleta em movimentos
1,2 0,5 0,0
opostos
Equivalência veículo/bicicleta em movimentos
1,0 0,2 0,0
de mesmo sentido
Verifica-se a partir da tabela acima que para faixas superiores a 4,20 m de largura o índice de
equivalência é zero, o que significa que as bicicletas não causam impacto sobre o tráfego.
De acordo com Forester (1994), para que a bicicleta possa compartilhar com o tráfego de
veículos é necessário que a faixa externa tenha largura suficiente para acomodar o tráfego dos
dois modos citados. Para o autor, a largura deve ser dimensionada a partir da quantidade de faixas
da via e da velocidade permitida. As Tabelas 13 e 14 abaixo apresentam as larguras sugeridas para
vias de duas faixas e vias de mais de duas faixas, respectivamente.
Tabela 14. Largura da faixa compartilhada numa via de mais de duas faixas
As faixas mais largas são mais confortáveis pois reduzem a tensão causada pela proximidade dos
veículos. Forester (1994) destaca ainda que a largura deve ser suficiente para que os veículos
motorizados ultrapassem a bicicleta mesmo com outros veículos na faixa vizinha. Isso posto,
sempre que possível o ideal é manter a faixa mais externa com largura maior que as demais a fim
de facilitar a passagem de bicicletas.
Ainda sobre dimensões das faixas compartilhadas, o IHT (1996) estabelece que em faixas
compartilhadas, larguras inferiores a 4,5 m reduzem a segurança do ciclista, pois dificultam a
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ultrapassagem. De outra forma, faixas mais largas atraem veículos que terminam transformando-a
em duas faixas.
Em se tratando de faixas localizadas em calçadão para pedestres a largura mínima sugerida pelo
Ministério das Cidades (2007) é 2,20 m, com linha de bordo perfeitamente demarcada no
pavimento do calçadão.
Av. Omar
2,5 1,85
Ciclofaixa O´Grady 6,8
TOTAL 21,8 -
Fonte: STTU
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Além dos tramos citados acima existe ainda a passagem sobre a Ponte Newton Navarro, com
cerca de 2,2 metros de comprimento e 1,75 m de largura. A passagem é bidirecional e localiza-se
no lado esquerdo da ponte, sentido Natal-Redinha. No lado direito a utilização é restrita a
pedestres, conforme Figuras 30 e 31.
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Segue abaixo descrição dos trechos existentes na cidade de Natal. Como muitas das características
inerentes às infra-estruturas cicloviárias dependem de características das vias em que se
encontram, estas também são destacadas abaixo.
a. Ciclovias
i. Av. Dinarte Mariz (Via Costeira)
A ciclovia da Av. Dinarte Mariz localiza-se em uma via do tipo Estrutural Arterial I de acordo
com o Anexo I do Código de Obras da Cidade, ou seja, corresponde a uma via estrutural da
cidade com função de penetração na mesma. A Dinarte Mariz é uma via asfaltada, de mão dupla,
sem separação física dos fluxos e com duas faixas de tráfego por sentido de circulação. A
velocidade máxima permitida é de 80 km/h. Quanto à ciclovia, a pavimentação é asfáltica, a
extensão é de 9,0 km; a largura corresponde a 2,45 m e o fluxo de bicicletas é bidirecional. Situa-
se no lado esquerdo da Via Costeira, sentido Praia dos artistas-Ponta Negra e possui pouca
arborização para fornecimento de sombra. Apresenta separação física entre as bicicletas e a faixa
de rolamento de veículos motorizados por meio de meios-fios, conforme Figura 32. A largura do
separador é variável, porém verifica-se na maior parte do trecho dimensões de 0,95 m.
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b. Ciclofaixas
i. Av. Itapetinga
A Av. Itapetinga situa-se na zona norte de Natal. De acordo com o Código de Obras do
Município caracteriza-se como via Coletora I, que corresponde aquela que distribui o fluxo de
veículos entre as vias estruturais e locais. É uma via asfaltada. Possui pista de mão dupla com
separação dos fluxos por canteiro central. Cada pista de rolamento possui duas faixas de tráfego.
A velocidade máxima permitida é de 50km/h. A ciclovia situa-se na via marginal à Av.
Itapetinga, com pavimento em paralelo, e se apresenta como a única infra-estrutura cicloviária da
zona suprareferida. Possui piso cimentado, 2,2 km de extensão e embora não tenha sinalização
indicativa, aparentemente é unidirecional, pois sua largura é de apenas 1,20 m e sua oferta se dá
em ambos os sentidos de circulação da Avenida na qual se situa. Existe uma boa quantidade de
sombra fornecida pelas árvores que margeiam a ciclovia. A separação da pista de rolamento
principal é feita por uma calçada de cerca de 5,00 m de largura e não há segmentação física com
relação à via marginal (pelo menos na maioria do trecho), embora certa distinção entre os dois
tipos de infra-estrutura possa ser observada em função da cor avermelhada dada à ciclovia (Ver
Figura 34).
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c. Faixa segregada
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6. PROBLEMÁTICA
Além do aspecto legal, verifica-se a partir da Figura 29 a baixa oferta de infra-estrutura cicloviária
na cidade, principalmente no que concerne a vias destinadas a deslocamentos por motivo
trabalho, e a falta de conexão entre os tramos existentes. Inexiste na cidade uma rede de
circulação para bicicletas com função de eixo de transporte e não apenas de via para lazer, que
possua continuidade e permita ao seu usuário atingir vários pontos da geografia urbana. Os
trechos ofertados são normalmente descontínuos, mesmo aqueles destinados ao lazer e sem
integração com demais modos de transporte público existentes na cidade. Ademais, nem sempre
estão em bom estado de conservação e são sub-utilizadas, como a ciclovia da via costeira,
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utilizada principalmente para lazer, mas pouco procurada pelos ciclistas principalmente em face
de problemas relacionados à pavimentação e segurança civil.
Outro problema inerente à infra-estrutura cicloviária de Natal é a falta de integração com outros
modos de transporte. Há poucos pontos com tratamento adequado, inclusive com bicicletário,
que permitam o transbordo da bicicleta para qualquer outro modo do sistema de transporte
público ofertado na cidade, o que, de certa forma, conferiria uma característica de rede ao
sistema.
No que concerne a acidentes, dados do DETRAN/RN indicam que no ano de 2004, ocorreram
7.715 acidentes. Esses 7.715 acidentes deixaram 1.309 vítimas, das quais 6% ciclistas (81 vítimas).
Conforme Tabela 16, esse percentual tem reduzido desde 2000, sendo este o valor mais baixo
nesses 5 anos.
Tabela 16. Distribuição anual do número de vítimas, por tipo, em acidentes de trânsito em Natal,
entre os anos de 2000 a 2004.
Considerando-se o tipo de vítima dos acidentes, verifica-se que 10% dos ciclistas envolvidos em
acidentes faleceram. Este corresponde ao maior percentuais de mortes desde 2000, conforme
pode ser observado na Tabela 17.
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Tabela 17. Distribuição anual do número de vítimas fatais e não fatais dos acidentes envolvendo
ciclistas, entre os anos de 2000 a 2004.
Se for comparado o total de vítimas fatais de ciclistas com o total de vítimas fatais de 2004, o
percentual é de 12% . Este vaçor só é menor do que o observado em 2002.
Tabela 18. Percentual de vítimas fatais de ciclistas sobre o total de vítimas fatais do ano.
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Ciclovia
Alia-se aos pontos supracitados o medo relacionado à sua utilização em face desta ser uma área
com pouca movimentação de pessoas, exceto aquelas que passam pela região em veículos
motorizados, margeada em um dos lados por uma área de preservação ambiental (Parque das
dunas) e não ter muito apoio policial, o que confere a todo o percurso um “ar de isolamento”,
inibindo a utilização por alguns ciclistas.
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Quanto à dimensão da via, considerando que o Ministério das Cidades (2007) a largura mínima
para ciclovias bidirecionais com até 1.000 bicicletas/hora é de 2,50 a 3,0 metros e que o GEIPOT
define uma largura de 2,80 a 3,5 m para ciclovias bidirecionais com até 5.000 bicicletas/hora,
verifica-se que a infra-estrutura cicloviária da Via costeira, com 2,45 m de largura, está abaixo das
dimensões especificadas. No entanto, o fluxo de bicicletas é muito baixo, o que faz com que a
largura inferior às sugeridas pelos órgãos acima citados não prejudique os ciclistas.
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Outro aspecto que deve ser destacado é a ausência de sinalização. Não há indicações de sentido
de circulação da nem identificação dos pontos de cruzamento pelas autovias.
Com relação à continuidade, observa-se que na maioria dos casos o cruzamento das autovias
pode se processar sem qualquer problema, embora não se tenha identificado sinalização
indicativa da interseção.
Em se tratando da largura, o Ministério das Cidades (2007) estabelece largura mínima de 1,20 m
para ciclofaixas unidirecionais. Já o GEIPOT sugere de 1,30 a 2,00 m para ciclofaixas no mesmo
sentido de circulação (que é o caso da ciclofaixa da Itapetinga). Assim sendo, com uma largura de
1,20 m a infra-estrutura em análise se adequa às recomendações apenas do Ministério das
Cidades, podendo ser considerada como adequada no que respeita a suas dimensões.
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A passagem da ciclofaixa pela parada de ônibus também se configura com ponto de possível
conflito, de acordo com a Figura 44. Não há interrupção da faixa, sinalização indicativa do ponto
de conflito ou ainda a passagem da ciclofaixa por trás da parada como indica a boa prática. Tal
como está entende-se que integridade física dos ciclistas está sendo colocada em risco, pois pode
ocorrer choques tanto com as pessoas que estão na parada e querem acessar um veículo ou até
mesmo com o próprio veículo.
Linha de delimitação
da ciclofaixa.
Existente, embora
um pouco apagada
Outro ponto que deve ser destacado no que se refere à ciclofaixa da Ayrton Senna é a sua
pequena extensão. De maneira geral a Av. Ayrton Senna corresponde a um eixo de deslocamento
importante utilizado por ciclistas, principalmente por conectar-se com uma área de expansão, a
região de nova Parnamirim, que atrai muitos pedreiros, profissionais que tem a bicicleta com
relevante meio de transporte. No entanto, é preciso ligar o pequeno trecho em análise a uma rede
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cicloviária a fim de possibilitar uma melhor conexão com outras áreas da cidade de Natal e de
outras áreas circunvizinhas.
No que diz respeito à largura da ciclofaixa, cuja dimensão observada foi de 1,90 m e sentido
bidirecional de circulação, verifica-se que a mesma não se enquadra nas dimensões sugeridas.
Primeiramente porque recomenda-se fortemente que as ciclofaixas sejam unidirecionais, depois
porque não foi dado espaço suficiente para um descolamento confortável. Para uma ciclovia
bidirecional, que é segregada, as recomendações são: mínimo de 2,50 m pelo Ministério das
Cidades (2007) e de 2,80 m pelo GEIPOT (1983). Na Ayrton Senna nenhuma das dimensões
acima foi observada. Cumpre destacar que ciclofaixas muito largas não são recomendadas para
não serem utilizadas como faixa de rolagem pelo veículos.
Ciclofaixa Acostamento
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sinalizador, e como estão pintados da mesma cor da faixa separadora, os motoristas não
conseguem perceber a diferença entre as faixas e tendem a ultrapassar os limites e utilizar a
ciclofaixa para parar seu veículo.
Quanto à largura, vale a mesma observação feita para a ciclofaixa da Ayrton Senna, tanto no que
concerne ao sentido de circulação, pois a ciclofaixa em análise é bidirecional, quanto no que diz
respeito à largura, vez que a medição realizada indicou dimensão útil de 1,85 m mais cerca de 25
cm referente à dimensão da pintura.
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Figura 47. Pedestres utilizando a faixa para Figura 48. Ocupação do passeio público
bicicletas
No que concerne à função da faixa da Erivan França, a mesma possui característica principal de
utilização para lazer.
Quanto à largura, a faixa possui 1,20 m útil e mais 40 cm de cada lado r eferente à faixa de
separação, o que resulta 2,00 m. Considerando que o Ministério das Cidades (2007) define que
faixas localizadas em calçadão para pedestres devem ter largura mínima de 2,20 m, depreende-se
que a faixa da Erivan França não se adequada às dimensões sugeridas.
No que diz respeito à largura, verifica-se que os 3,0 m estão compatíveis com os padrões
mínimos sugeridos pelo GEIPOT (1983) e Ministério das Cidades (2007) para ciclovias
bidirecionais, a saber: 2,80 m e 2,50 m, respectivamente.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise dos trechos cicloviários existentes em Natal verifica-se que um dos principais
problemas é a descontinuidade da rede e falta de integração com outros modos, o que dificulta
sua utilização pela demanda interessada. É preciso dotar a cidade de uma malha que interligue
pontos relevantes, principalmente aqueles localizados em eixos de expansão, seja diretamente ou
por meio da conexão com outros modos. Tal medida além de contribuir positivamente na
minimização do problema ambiental causa pela emissão de gases pelos veículos ainda se
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configura como uma importante ação de inclusão, vez que possibilitará às camadas mais carentes
realizar seus deslocamentos com menores custos.
Destaque-se, todavia, que não é suficiente para assegurar a viabilidade do uso das ciclovias apenas
a construção. É preciso promover a educação da população e dos ciclistas, garantir a
acessibilidade, segurança, estacionamento e conexões com outros modos. Ademais, para que
sejam utilizadas, as ciclovias devem observar padrões geométricos. Porém, não há hoje uma
legislação, em nenhuma esfera de governo, que estabeleça padrões mínimos. Disso resulta a
construção de infra-estruturas despadronizadas que terminam expulsando os usuários, como
ocorre com alguns tramos existentes na cidade. Isso representa baixo custo-benefício.
Corresponde a dinheiro aplicado em obras não utilizadas por não se adequarem às necessidades
dos usuários. Isso posto, não basta somente construir ciclovias, é preciso dotá-las de condições
adequadas ao uso para que sejam efetivamente “consumidas”. Para tanto, sugere-se a oficialização
de normas que estabeleça parâmetros mínimos a serem seguidos, bem como a criação de leis que
regulamentem sua utilização.
Por fim, cabe salientar que para o desenvolvimento de uma malha adequada é preciso que sejam
realizados investimentos no setor, o que não acontece atualmente. Inserir o investimento em
ciclovias no Plano Plurianual (PPA) do Município constitui passo relevante para a garantia da
efetivação dos investimentos. Além disso, uma reestruturação institucional também se apresenta
urgente para além de um maior comprometimento com a causa, sejam direcionados técnicos
especificamente para trabalhar com o planejamento e desenvolvimento dos projetos. Só assim,
ações efetivas e direcionadas à priorização dos meios não motorizados, que inclui as bicicletas,
este tipo de serviço tornará uma política e ocupará o espaço que deve na sociedade moderna.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Ministério das Cidades (2007) Coleção Bicicleta Brasil. Caderno 1: Programa Brasileiro de Mobilidade por
Bicicleta. Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas
Cidades. Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana, Brasília.
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Coordenador do Projeto
Coordenador do Programa