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Notas do curso de
Versão 2.0
2009
Classificação dos Materiais
Materiais: Cerâmicos ;
Poliméricos;
Metálicos.
Compósitos
Cerâmicos: - metais ligados a não metais (óxidos, nitretos e carbonetos)
- ligações iônicas e covalentes
- isolantes térmicos e elétricos
- resistentes a altas temperaturas e ambientes corrosivos
- duros mas frágeis.
2
ligações de
van der
Waals
3
Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
4
Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
Estrutura Cristalina
Como os átomos estão arranjados em um sólido?
regularmente; periodicamente cristal
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Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
Célula Unitária
bloco de construção básico da estrutura cristalina
Geometria
constantes de rede: a, b, c
ângulos interaxiais: , ,
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
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Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
Sistemas Cristalinos
Propriedades da
Sistema Cristalino Tipo(s) de Rede
Célula Unitária
Triclínico P a, b, c, , ,
Monoclínico P, C a, b, c, 90, , 90
Romboédrico P a, a, a, , ,
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Materiais para Fabricação Mecânica
Estrutura Cristalina – Prof. Claudemir J. Papini
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Materiais para Fabricação Mecânica 2
Defeitos Cristalinos – Prof. Claudemir J. Papini
Defeitos Pontuais
• Devido à agitação térmica, os átomos de um cristal real estão
sempre vibrando.
• Quanto maior a energia térmica (ou temperatura), maior será a
chance de átomos saírem de suas posições, deixando um vazio
em seu lugar.
• Por outro lado, dentro da rede cristalina existem inúmeros
interstícios, espaços vazios entre os átomos, nos quais é possível
alojar outros átomos.
• Finalmente, é praticamente impossível obter um material
infinitamente puro. Sempre haverá impurezas presentes na rede
cristalina.
Defeitos Puntiformes
lacuna
átomo intersticial
átomo substitucional
pequeno
Defeitos Puntiformes
átomo substitucional
grande
defeito de Frenkel
defeito de Schottky
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Materiais para Fabricação Mecânica
Defeitos Cristalinos – Prof. Claudemir J. Papini
Defeitos Lineares
Linha
da
discordância
Discordância em Cunha
Defeitos Lineares
Linha da
Discordância Vetor de
Burgers
Discordância em Hélice
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Materiais para Fabricação Mecânica
Defeitos Cristalinos – Prof. Claudemir J. Papini
Defeitos de Superfície
• Contornos de grãos são zonas de difícil
concordância cristalina entre grão
adjacentes.
• Quando o desencontro da orientação é
pequeno, da ordem de apenas poucos graus,
é usado o termo contorno de grão de baixo
ângulo. Esses contornos podem ser
descritos em termos de arranjos de
discordâncias.
Defeitos de Superfície
Contorno de subgrão
Contorno de grão
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Materiais para Fabricação Mecânica
Defeitos Cristalinos – Prof. Claudemir J. Papini
Defeitos de Superfície
|Material Monofásico Material Polifásico
Encruamento
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25
Propriedades Mecânicas dos Materiais
Conceitos Fundamentais
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Figura 6 - Na deformação plástica os átomos são deslocados por cisalhamento: (a) tração,
(b) compressão.
Ensaios mecânicos
Ensaio de tração
27
(a) (b)
Figura 7 – Ensaio de tração: (a) maquina de teste com sistema automático de processamento de
dados; b) corpo de prova fraturado em tração, com o extensômetro preso. (2)
(a) (b)
Figura 8 – Curvas de tensão-deformação: (a)Comportamento típico da curva de engenharia até a fratura
do material; (b) detalhe mostrando a deformação elástica linear para ciclos de carga e
descarga (1).
28
- Estricção: diminuição percentual da área de secção transversal do corpo
de prova (deformação não uniforme).
- Tensão de ruptura: tensão (de engenharia) onde o corpo de prova se
rompe.
- Alongamento uniforme: alongamento que ocorre até a estricção
(deformação uniforme).
- Alongamento total: deformação que ocorre até a ruptura.
(a) (b)
Figura 10 – Representação esquemática das propriedades resiliência e tenacidade: (a)
determinação gráfica; (b) valores comparativos entre dois tipos de aços (4).
29
A tensão de engenharia aplicada no ensaio não leva em conta a estricção. Esta
consideração é realizada aplicando-se a tensão real(r) que é definida como:
F
r
Ar
onde: Ar = área da secção reta do corpo de prova em cada instante do ensaio.
Ensaio de compressão
(a) (b)
Figura 12 – Ensaio de compressão: (a) amostra de rocha sendo ensaiada (2); (b) curvas tensão-
deformação nominal e real para materiais dúcteis e não dúcteis sujeitos à compressão (4).
30
O comportamento elástico em compressão é comparável ao da tração. Na fase
plástica o material dúctil terá sua área de seção transversal aumentada e o material
frágil será rompido.
Em função da presença de trincas submicrométricas, os materiais frágeis são
geralmente fracos em condições de tração. Por outro lado, esses materiais são
resistentes à compressão.
Figura 13 – Comparação entre os comportamento a tração e a compressão: (a) ferro fundido; (b)
concreto (5).
Ensaio de Flexão
Figura 14– Comparação entre os ensaios: (a) flexão em três pontos; (b) flexão em quatro pontos e (c)
ensaio de tração (segundo D. W. Richerson). A área hachurada representa a distribuição de
tensão de tração ao longo do comprimento do corpo de prova (3).
31
Figura 13 – Formulas para o cálculo do módulo de ruptura no ensaio de flexão: (a) três pontos; (b) quatro
pontos (segundo D. W. Richerson) (3).
Ensaio de dobramento
Figura 15– Representação esquemática das tensões originadas por esforço de dobramento (4).
(a) (b)
Figura 16 – Ensaio de dobramento: (a) dobramento livre; (b) ângulo de dobramento segundo a ABNT (4).
32
Ensaios de dureza
Figura 18 – Ensaio de dureza Rockwell: (a) modelo de um analisador de dureza; (b) penetrador esférico
e cônico. (6).
33
- Rockwell C, para materiais mais duros. Penetrador é o cone de
diamante e a carga é de 150 kg.
Na verdade, existem outras escalas, porém são menos utilizadas. Na TAB. 1 são
apresentadas estas escalas e alguns exemplos de aplicações.
Exemplos:
80 HRB – dureza 80 na escala Rockwell B.
60 HR 30W – dureza Rockwell superficial 60 na escala 30W.
34
Figura 19 – Descrição do processo de ensaio de dureza Rockwell (6).
2P
H (kgf/mm2)
.D.( D D d )
2 2
35
Figura 20 – Ensaio de dureza Brinell. (7).
36
Na TAB. 4 são mostrados os principais fatores de carga padronizados e as
respectivas faixas de dureza e indicações.
Tabela 5 – Diâmetros de esferas e cargas utilizadas em função do fator de carga padronizados. (7).
A representação do número de dureza Brinell deve ser seguida pelo símbolo HB,
sempre que se tratar do ensaio padronizado, com aplicação de carga por 15 segundos.
Se outras condições forem adotadas o símbolo deve ser seguido por números que
indicam as condições específicas do ensaio, conforme o exemplo a seguir:
85 HB 10/1000/30
tempo: 30 segundos
diâmetro da esfera: 10 mm
Por este ensaio pode-se determinar a dureza desde materiais moles até
extremamente duros numa escala contínua.
A dureza Vickers (HV) é baseada na resistência que o material oferece à
penetração de uma pirâmide de diamante de base quadrada e ângulo entre faces de
136o, sob uma determinada carga.
F 1,8544.F
HV 2
d d2
2 sen 68
d1 d 2
d
2
37
(a) (b)
Figura 20 – Ensaio de dureza Vickers: (a) penetrador; (b) medida do diâdmetro. (8).
Figura 21 – Tipos de impressão Vickers: (a) perfeita; (b) em metais recozidos; (c) em metais encruados.
(4).
38
Ensaios de microdureza
P 10 P
HK 2
A L .7,028
onde: HK = dureza Knoop;
P = carga em kgf;
L = comprimento da impressão em mm.
(a) (b)
Figura 24– Ensaios de microdureza: (a) Knoop, (b) Vickers. (8).
39
Como último comentário a respeito dos ensaios de dureza, pode-se destacar
que existem relações entre os valores de dureza e a resistência à tração para alguns
materiais. A expressão a seguir apresenta uma relação entre a dureza Brinell e aços
carbono e liga e na FIG. 25 estão relações para o aço, o latão e o ferro fundido.
t = 0,36H
Figura 25 – Relações entre a dureza e o limite de resistência a tração para aço, latão e ferro
fundido (1).
40
Fratura
Figura 27 – Estágios na fratura taça e cone: (a) empescoçamento inicial; (b) pequena formação
de cavidades; (c) coalescência de cavidades para formar uma trinca; (d) propagação de trinca; (e) fratura
final por cisalhamento em ângulo de 45o em relação à direção de tração (1).
41
(a) (b)
Figura 28 – (a) Fratura tipo taça e cone no alumínio. (b) Fratura frágil em um aço doce(1).
(a) (b)
Figura 29 – Fractografias eletrônicas de varredura: (a) ferro fundido dúctil mostrando uma
superfície de fratura transgranular. Ampliação desconhecida. (b) Superfície de fratura intergranular. 50 X
(1).
Ensaio de impacto
42
Figura 30 – Ensaio de impacto: (a) corpo de prova utilizado nos ensaios Charpy e Izod; (b)
pêndulo de ensaio (1).
43
Fadiga
(a)
(b)
(c)
Figura 32 – Variação da tensão ao longo do tempo: (a) ciclo de tensões alternadas, no qual a
tensão alterna desde uma tensão de tração máxima até uma tensão de compressão máxima de igual
magnitude; (b) ciclo de tensões repetidas, no qual as tensões máxima e mínima são assimétricas em
relação ao nível zero de tensão; (c) ciclo de tensões aleatórias (1).
44
máx min
Tensão média: m
2
Intervalo de tensão: i máx min
min
Amplitude de tensões: a máx
2
Ensaio de fadiga
Figura 33 – Ensaio de flexão rotativa: (a) solicitação de flexão central; (b) solicitação de flexão no
extremo (9).
Curva S-N
45
Resistência à fadiga: nível máximo de tensão que o material suporta, sem
falhar, para um número específico de ciclos.
(a)
(b)
Figura 35 – Amplitude da tensão em função do logaritmo do número de ciclos até a falha por
fadiga: (a) material que apresenta um limite de resistência à fadiga; (b) material que não apresenta um
limite de resistência à fadiga (1).
Fluência
46
OA – deformação elástica (e um pouco plástica);
AB – estágio inicial: deformação rápida;
BC – estágio intermediário: velocidade constante;
CD – estágio final: aumento da velocidade até a fratura.
Figura 36 – Curva de fluência, determinada em ensaio sob carga constante (10).
Ensaios de fluência
47
Como os ensaios são muito demorados, mas, mesmo assim, de duração
relativamente curta quando comparados à vida real da peça, é possível uma
extrapolação dos dados (FIG. 38).
48
Figura 39 – Gráfico esquemático representativo dos dados obtidos no ensaio de “resistência à
ruptura (4).
49
Propriedades Elétricas
A resistência elétrica (R) e a corrente elétrica (i) estão relacionadas com a
diferença de potencial (U) por meio da expressão:
U R.i
A diferença de potencial é medida em volts (V) ou em J/C, a corrente em ampère
(A) ou em C/s e a resistência elétrica é medida em ohm () ou em V/A.
O valor de R depende do material e da geometria do condutor e é, para muitos
materiais, independente da corrente elétrica.
1
50
Mecanismos de condução e bandas de energia
51
Nível de Fermi (EF): Em uma determinada banda de energia, semi-preenchida e
a 0 K, o nível de Fermi é a energia do estado de mais alta energia. A FIG. 43 apresenta
os quatro tipos característicos de estrutura de bandas de energia. Nela podem ser
observadas as bandas de valência, proibida e de condução.
52
Figura 45 – Variação da resistividade elétrica de alguns metais em função das impurezas(10).
Comportamento dielétrico
Figura 46 – Titanato de bário: (a) célula unitária tetragonal; (b) projeção mostrando o deslocamento dos
íons Ti+4 e O-2 em relação ao centro da face (1).
53
Figura 47 – Efeito da aplicação de tensão mecânica na polarização de um material piezoelétrico: (a)
ausência de tensão e de polarização; (b) presença de tensão e ausência de polarização; (c)
presença de tensão e de polarização (3).
Propriedades Térmicas
C= dQ (J/mol k)
dT
dQ= energia necessária para produzir uma mudança;
dT= variação de temperatura.
L= lf – li
l1(Tf –Ti)
Onde: l= comprimento
T= temperatura
f= final
i= inicial
54
Em termos de volume:
V= Vf – Vi
V1(Tf –Ti)
Figura 48 – Energia e expansão: (a) sólido fortemente ligado; (b) sólido com ligações fracas. Com
adições iguais de energia térmica, o espaçamento interatômico médio varia menos num
material cujo mínimo de energia seja mais profundo. A expansão se torna mais pronunciada
a altas temperaturas (11).
55
Condutividade térmica: é a capacidade de um material transferir calor de uma
região de maior temperatura para outra de menor temperatura.
dT
q k
dx
2 2
onde: q= fluxo de calor (J/m ou W/m );
k= condutividade térmica (W/m K)
dT
= gradiente de temperatura no meio condutor.
dx
A condutividade térmica total (k) é a soma das contribuições das vibrações (kf)
(fônons) e da movimentação dos elétrons livres(ke):
k kf ke
Nos metais puros, Ke>>kf, devido aos elétrons livres. Os elementos de liga e as
impurezas diminuem a condutidade térmica.
Nos materiais cerâmicos, os principais responsáveis pela condução térmica são
os fônons (kf>>ke), acarretando uma pior condução. A presença de íons em solução
sólida, fases amorfas e poros diminuem ainda mais a condutividade.
A condução térmica nos polímeros também é atribuída aos fônons. Como os
polímeros são parcial ou totalmente amorfos, a condutividade é ainda menor que nos
cerâmicos.
Na TAB. 7 estão algumas propriedades térmicas de diversos materiais.
56
Materiais Metálicos
As ligas ferrosas são as mais produzidas entre os metais devido a vários fatores:
- abundância de compostos que contêm ferro;
- podem ser produzidas com técnicas relativamente econômicas;
- são muito versáteis.
Sua principal desvantagem é a suscetibilidade à corrosão.
As principais ligas ferrosas são os aços e os ferros fundidos, que são formados a
partir da combinação do ferro com o carbono
- até 912°C ferro alfa () ou ferrita de estrutura cúbica de corpo centrado
(CCC) que dissolve pouco carbono (Fig.51b);
- 912°C a 1394°C ferro gama () ou austenita de estrutura cúbica de face
centrada (CFC) que possui uma maior capacidade de solubilização de
carbono (Fig 51a);
- 1394°C a 1538 °C ferro delta () de estrutura CCC.
- 1538°C temperatura de fusão do ferro puro.
57
(a) (b) (c)
Figura 51 – (a) Célula unitária CFC da austenita com um átomo de carbono no maior vazio intersticial
situado na aresta da célula cúbica; (b) célula unitária CCC da ferrita indicando um menor
vazio intersticial entre os átomos da aresta do cubo; (c) célula unitária TCC (tetragonal de
corpo centrado) do ferro resultante da distorção da célula unitária CCC causada pelos
átomos de carbono (será discutido mais a seguir) (10).
58
Figura 52– Diagrama de fases para o sistema ferro-carbeto de ferro (1).
(b)
(a)
Figura 53 – (a) Representações esquemáticas das microestruturas para uma liga ferro-carbono de
composição eutetóide (0,76% C) acima e abaixo da temperatura eutetóide; (b)
fotomicrografia de um aço eutetóide mostrando a microestrutura da perlita (1).
59
Aços hipoeutetóides (carbono abaixo de 0,76%): são formados (na
temperatura ambiente, quando resfriado lentamente) por ferrita proeutetóide e perlita
(Fig. 54).
(a) (b)
Figura 54 – (a) Transformação de um aço-carbono hipoeutetóide (0,4% C) em arrefecimento lento (10);
(b) fotomicrografia de um aço com 0,38% de carbono que possui uma microestrutura
composta por perlita e ferrita proeutetóide. Ampliação 635x (1).
Aços hipereutetóides (carbono entre 0,76 e 2,14% de C): são formados (na
temperatura ambiente, quando resfriado lentamente) por cementita proeutetóide e
perlita (Fig. 55).
(a) (b)
Figura 55 – (a) Transformação de um aço-carbono hipereutetóide (1,2% C) em arrefecimento lento; (b)
fotomicrografia deste aço mostrando sua microestrutura composta por perlita e cementita
proeutetóide. Ampliação 1000x (10).
60
Propriedades mecânicas dos aços-carbono
Tabela 8 – Propriedades dos microconstituintes dos aços. As propriedades da perlita variam de acordo
com a espessura de sua estrutura (12).
Figura 56 – Representação gráfica da influência do teor de carbono nas propriedades mecânicas dos
aços (12).
61
A microestrutura dos aços, porém, não depende apenas da sua composição
química, mas também do estado ou condição de fabricação (fundido – Fig. 57;
trabalhado a quente ou a frio – Figs. 58 e 59), do tamanho de grão austenítico (Tab. 10)
e da velocidade de resfriamento (tratamentos térmicos que serão abordados mais a
seguir).
Figura 57 – Aspecto comum de um aço moldado, no estado bruto de fusão. Parte da estrutura é acicular
e parte é rendilhada (12).
Figura 58 – Aspecto micrográfico de um aço duro encruado por martelamento a frio. Ataque: reativo de
nital. Aumento: 200 vezes (12).
62
Figura 59 – Influência do encruamento sobre as curvas de tensão-deformação em um aço de baixo
carbono (12).
Tabela 10 – Efeito do tamanho de grão austenítico sobre algumas características dos aços (12).
63
Tabela 11 – Sistemas SAE, AISI e UNS de classificação dos aços (12).
Os aços também podem ser classificados de acordo com o seu teor de carbono:
64
Aços-liga
Segundo Chiaverini (12) “aço-liga é o aço carbono que contém outros elementos
de liga ou apresenta os elementos residuais em teores acima dos considerados
normais”. Podem ser classificados como:
- baixo teor de liga (abaixo de 8%);
- alto teor de liga (acima de 8%).
Os elementos de liga são adicionados para:
a) aumentar a dureza e a resistência mecânica;
b) uniformizar a resistência ao longo de peças grandes;
c) diminuir o peso das peças (pelo aumento da resistência);
d) conferir resistência à corrosão;
e) aumentar a resistência ao calor e ao desgaste;
f) aumentar a capacidade de corte;
g) melhorar as propriedades elétricas e magnéticas.
Os requisitos de (a) a (c) são alcançados com adições de elementos de liga na
faixa de até 5%. Ocorrem pelo aumento da resistência da ferrita e pela formação de
outros carbonetos além do Fe3C.
As características de (d) a (g) requerem teores maiores de elementos de liga,
provocando maiores alterações na ferrita e a formação de carbonetos mais complexos.
Os elementos de liga alteram as transformações das ligas de ferro. Na Fig. 60
estão diagramas mostrando alguns tipos possíveis de alterações e na Tab. 12 estão os
efeitos específicos de alguns elementos de liga.
Figura 60 – Possíveis alterações de diagramas de equilíbrio para ligas de ferro. Tipa A: estabilizadores
da austenita; tipo B: estabilizadores da ferrita (12).
65
Tabela 12 – Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços (12).
66
Tabela 12 – Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços – continuação (12).
67
Tabela 12 – Efeitos específicos dos elementos de liga nos aços – continuação (12).
68
Ferros Fundidos
Apresentam teores de carbono acima 2,14% (Fig. 61), além de outros elementos
de liga. A sua microestrutura e o comportamento mecânico dependem da composição
e do tratamento térmico.
A cementita é metaestável:
Fe3C 3Fe() + C (grafita)
Por isso, na maioria dos ferros fundidos, o carbono existe na forma de grafita,
que pode ser promovida pela presença de silício acima de 1%.
Os tipos de ferros fundidos mais comuns são:
69
Propriedades:
- fácil fusão e moldagem;
- boa resistência mecânica;
- excelente usinabilidade;
- boa resistência ao desgaste;
- boa capacidade de amortecimento (Fig. 63).
Figura 63 – Comparação entre as capacidades relativas de amortecimento: (a) aço e (b) ferro fundido
cinzento (1).
Propriedades:
- boa resistência mecânica;
- usináveis;
- boa resistência à corrosão.
70
Fig. 65 – Ferro maleável: rosetas
escuras de grafita (grafita de recozimento) em
uma matriz de ferrita. Ampliação 150X (1)
Nodular (ou dúctil): a grafita está na forma esferoidal (obtida pela adição de Mg
ou Ce) (Fig. 66). Suas propriedades mecânicas dependem do tratamento térmico, mas
em geral, é dúctil, tenaz, resistente e possui um elevado limite de escoamento.
São classificados de acordo com o seu metal básico, ou de acordo com alguma
característica inerente a um grupo.
71
Cobre e suas ligas: o cobre puro é muito mole, dúctil e resistente à corrosão. A
formação de ligas visa a aprimorar suas propriedades.
Principais ligas de cobre:
Latões: zinco como principal elemento de liga (Fig. 67).
Bronze: vários elementos de liga (estanho, alumínio, silício e níquel). São mais
resistentes que os latões e possuem um elevado nível de resistência à corrosão.
Aplicações: discos de embreagens, bastões de solda, mancais, buchas, anéis de
pistões, etc.
Na Tab. 13 estão várias ligas de cobre com suas propriedades e principais
aplicações.
72
Tabela 13 – Propriedade e aplicações de algumas ligas de cobre (13).
73
Tabela 14 – Propriedade e aplicações de algumas ligas de alumínio (13).
74
Na Tab. 15 estão vários metais não ferrosos com suas características,
propriedades e aplicações.
Tratamentos Térmicos
75
Tabela 15 – Propriedade e aplicações de alguns metais não ferrosos (13).
76
Na Fig.70 é apresentado um diagrama de transformação isotérmica de um aço
eutetóide onde podemos destacar as seguintes linhas:
I= início da transformação da austenita;
F= fim da transformação da austenita;
Mi= início da transformação da martensita;
Mf= fim da transformação da martensita.
77
O entendimento das curvas fica mais claro examinando-se várias velocidades de
resfriamento, conforme a Fig. 72.
- Composição química;
- Tamanho de grão da austenita;
- Homogeneidade da austenita.
78
Processos comuns de tratamento térmico dos aços
79
A têmpera consiste no resfriamento rápido da peça de uma temperatura
superior à crítica, com a finalidade de se obter uma estrutura com alta dureza
(denominada estrutura martensítica). Embora a obtenção deste tipo de estrutura leve a
um aumento do limite de resistência à tração do aço, bem como de sua dureza, há
também uma redução da maleabilidade e o aparecimento de tensões internas.
Procuram-se atenuar estes inconvenientes através do revenido (Fig. 75).
Tratamentos isotérmicos
A austêmpera é realizada por meio do aquecimento até a temperatura de
austenitização, permanência nesta temperatura até a completa equalização.
Resfriamento rápido até a faixa de formação da bainita, permanência nesta
temperatura até completa transformação da austenita em bainita e resfriamento
qualquer até temperatura ambiente (Fig. 76).
80
A martêmpera visa a diminuição da probabilidade de empenamento. Consiste
no resfriamento brusco até a temperatura ligeiramente acima da faixa de formação da
martensita, manutenção desta temperatura até a sua uniformização e resfriamento
moderado até a temperatura ambiente (Fig 77).
Definições
• Materiais poliméricos são compostos orgânicos com
composição química baseada em carbono, hidrogênio e outros
elementos não-metálicos. Suas características principais são
enormes estruturas moleculares (daí o nome polímeros, que
significa muitos meros, unidade de formação de uma molécula),
baixa densidade e alta flexibilidade. Alguns polímeros naturais
são derivados de plantas e animais, tais como, madeira, borracha,
algodão, lã, couro e seda. Outros polímeros naturais, como
proteínas, enzimas, amidos e a celulose são de fundamental
importância em processos biológicos e fisiológicos ns animais e
plantas. Alguns polímeros são sintetizados a partir de moléculas
orgânicas pequenas, sendo conhecidos como polímeros sintéticos,
como plástico e borracha.
Definições
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Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
82
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
83
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
Massa molar
84
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
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Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
86
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
Copolímeros
(c)
(a)
(b)
(d)
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Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
Microestrutura
Microestrutura
88
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
89
Materiais para Fabricação Mecânica
Materiais Poliméricos – Prof. Claudemir J. Papini
Propriedades Térmicas
Os polímeros podem ser classificados em termoplásticos e
termofíxos.
Termoplásticos
• Parcialmente cristalinos ou totalmente amorfos.
• Lineares ou ramificados.
• Podem ser conformados mecanicamente repetidas vezes,
desde que reaquecidos (são recicláveis).
• Como as cadeias são ligadas apenas por forças de Van
der Waals, estas ligações podem ser facilmente rompidas
por ativação térmica, permitindo o deslizamento das
cadeias.
Exs.: polietileno, PVC, polipropileno, poliester, acrílicos, nylons, ABS,
policarbonatos, fluor-plásticos (Teflon).
Termofixos
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Transições térmicas
Nota: não existem polímeros 100% cristalinos (se fossem, eles passariam
diretamente do estado cristalino para o líquido viscoso).
Transições térmicas
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Transições térmicas
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Propriedades Mecânicas
Tensão x Deformação
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Propriedades Mecânicas
Tensão x Deformação
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Tensão x Deformação
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Propriedades mecânicas
• Altas taxas de deformação: o material apresenta comportamento
rígido.
• Baixas taxas de deformação: o material apresenta comportamento
dúctil.
• Ligações cruzadas: inibem o movimento das moléculas,
aumentando a resistência do polímero e tornando-o mais frágil.
• Ligações intermoleculares secundárias: inibem o movimento
molecular. Essas ligações são mais fracas que as ligações
covalentes.
• Massa molar: a resistência mecânica aumenta com a massa molar
(para valores relativamente baixas (<104) de massa molar).
• Orientação molecular: pode ser induzida através de uma pré-
deformação.
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Definições
• Materiais cerâmicos são materiais inorgânicos e não-
metálicos. A maioria dos materiais cerâmicos consiste
em compostos formados entre elementos metálicos e
não-metálicos, para os quais as ligações atômicas são
totalmente iônicas ou predominantemente iônicas com
alguma natureza covalente. O termo cerâmico vem do
grego keramikos, que significa matéria prima queimada,
indicando que a otimização das propriedades desses
materiais são normalmente atingidas através de um
processamento em alta temperatura, conhecido por
ignição.
.
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Vidros
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Argilas
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Compósitos (15)
Compósitos
São materiais que buscam conjugar as
propriedades de dois tipos de materiais distintos,
para obter um material superior.
De uma maneira geral, pode-se considerar um
compósito como sendo qualquer material multifásico
que exiba uma porção significativa das
propriedades de ambas as fases que o constituem,
de tal modo que é obtida uma melhor combinação
de propriedades.
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Resistência específica:
Resistência/densidade
Parâmetro crítico em aplicações que exigem
materiais fortes e de baixa densidade.
Ex: indústria aeroespacial. O custo alto do
material é compensado pela economia de
combustível obtida na redução de peso.
120
Resistência específica (mm)
100
80
Ti-5Al-2.5Sn
60
Carbono/epoxi
kevlar/epoxi
vidro/epoxi
madeira
Al2O3/epoxi
Al 2048
40
aço 1040
epoxi
20
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Alinhadas Orientação
aleatória
Particulados
Partículas grandes
Cermets (cerâmico/metal)
Ex: Carbeto cimentado composto de partículas ultra-
duras de carbetos (WC ou TiC) numa matriz metálica
(Co ou Ni). Utilizado como ferramentas de corte para
aços.
Polímero/metal
Ex: Borracha para pneus composta por um elastômero
e “carbon-black”, partículas de carbono, que
aumentam o limite de resistência, tenacidade e
resistência a abrasão.
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Particulados (cont.)
Cerâmico/cerâmico
Ex: Concreto, formado por cimento, areia, cascalho e água. As
partículas de areia preechem os espaços deixados pelo cascalho.
Areia e cascalho são mais baratos do que o cimento.
Ex: Concreto armado, composto por concreto e barras de ferro ou
aço que melhoram a resposta mecânica do material. Aço é
adequado porque tem o mesmo coeficiente de dilatação do
concreto, não é corroído neste ambiente e forma boa ligação com o
concreto.
Ex: Concreto protendido (pre-stressed), composto por concreto e
barras de aço que são mantidas sob tensão trativa até o concreto
endurecer. Após a solidificação, a tração é liberada, colocando o
concreto sob tensão compressiva. Desta forma, a tração mínima
para fraturar a peça será muito maior porque é preciso primeiro
superar a tensão compressiva residual.
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Resposta mecânica
O comportamento mecânico de compósitos será, em
geral, anisotrópico.
Duas expressões matemáticas foram formuladas para
representar a dependência do módulo de elasticidade
(E) em relação à fração volumétrica das fases
constituintes no caso de um compósito bifásico.
Essas equações de regra de misturas estimam que o
módulo de elasticidade deve ficar entre um limite
superior (u) e um limite inferior (l):
Carga Longitudinal
Limite Superior
Ec(u) = EmVm + EfVf
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Carga transversal
Limite inferior
Ec(l) = EmEf /(VmEf + VfEm)
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Compósitos estruturais
Formados por materiais homogêneos e
compósitos, com propriedades dependentes da
orientação relativa dos componentes.
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Bibliografia
5. GRACIA, A.; SPIM, J. A.; dos SANTOS, C. A. Ensaio dos Materiais, Rio de
Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., 2000.
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