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UNIVERSIDADE JOSÉ DO ROSÁRIO VELLANO

CURSOS: BIOMEDICINA, EDUCAÇÃO FÍSICA, FARMÁCIA E NUTRIÇÃO

FEBRE HEMORRÁGICA PELO VÍRUS EBOLA

1. Aspectos Epidemiológicos

• Agente etiológico - Vírus Ebola, que pertence a família Filoviridae e ao gênero Filovirus. É RNA e 4
espécies parasitam o homem: Marburg, Ebola Zaires, Ebola Sudão e Ebola Reston. Esses 3 últimos se
diferenciam sorologicamente e por diferentes seqüências de bases no RNA.
• Reservatório - Desconhecido.
• Modo de transmissão - Pessoa a pessoa (aparentemente só através de pacientes graves), seringas e
agulhas contaminadas, contato sexual. Já houve registro de epizootia entre macacos, que infectaram alguns
tratadores dos animais, que não apresentaram manifestações clínicas. Aparentemente, a forma de transmissão
foi respiratória.
• Período de incubação - Varia de 5 a 12 dias, sendo menor quando a transmissão é parenteral e mais
longa quando a transmissão é de pessoa a pessoa.
• Período de transmissibilidade - Persiste enquanto houver vírus no sangue e secreções. Cerca de 30
das pessoas que prestaram atendimento aos doentes, no Sudão, desenvolveram a doença. Contatos
domiciliares que não se envolveram com o atendimento permaneceram sãos.
• Complicações - Hemorragias e disfunções de múltiplos órgãos.

2. Aspectos Clínicos
• Descrição - Doença febril aguda e grave que se inicia, subitamente, com febre, mal-estar, mialgia, cefaléia,
faringite, vômitos, diarréia, prostração profunda. O agente tem tropismo pelo sistema fagocítico monocitário.
Em alguns casos, o surgimento de exantema macular no tronco, entre o 5° e o 7° dias de doença, precede as
manifestações hemorrágicas: conjuntivite hemorrágica, úlceras sangrentas em lábios e boca, sangramento
gengival, hematêmase e melena. Quando ocorrem essas manifestações, os pacientes evoluem para óbito, pois
as diáteses hemorrágicas são acompanhadas de lesões hepáticas, insuficiência renal, hemorragias do sistema
nervoso central e choque terminal, com disfunção de múltiplos órgãos.
• Sinonímia - Febre hemorrágica africana, doença viral de Marburg, febre hemorrágica por vírus Ebola.
• Características epidemiológicas - A febre de Marburg foi identificada pela primeira vez em 1967, quando
ocorreram 31 casos e sete óbitos na República Federal Alemã e Yugoslávia, após contato com macacos verdes
africanos. Em 1975, 3 casos (1 óbito) foram diagnosticados no Zimbabwe; em 1980 e 1987, ocorreram 2 e 1
caso, respectivamente, no Quênia. Em 1982, houve mais um caso no Zimbabwe. O vírus EBOLA foi isolado pela
primeira vez, em 1976, a partir de casos humanos de uma epidemia de febre hemorrágica que ocorreu em vilas
do Noroeste do Zaire, próximo ao rio Ebola. As duas primeiras epidemias ocorreram em 1976, no Zaire e no
Oeste do Sudão, resultando em mais de 550 casos e 340 mortes; a terceira, em 1979, no Sudão foi menor,
com 34 casos e 22 óbitos; e a quarta, em 1996, no Zaire. Das pessoas diretamente envolvidas com cuidados
de enfermagem, 81% adquiriram a infecção, pois não foram observados os cuidados de biossegurança. A taxa
de letalidade desses episódios variou de 50 a 90%.

3. Vigilância Epidemiológica

• Objetivo - Impedir a introdução dos vírus em território nacional através da manutenção de vigilância sanitária
ativa de portos e aeroportos, com medidas específicas de vigilância ativa para passageiros provenientes de
áreas de ocorrência de casos esporádicos ou epidemias.
• Notificação - Todo caso suspeito deve ser imediatamente notificado por se tratar de agravo inusitado para o
país e doença grave com grande potencial de transmissibilidade.
• Definição de caso:
a) Suspeito: todo indivíduo com febre e/ou outros sinais e sintomas da enfermidade, proveniente de área onde
estejam sendo diagnosticados casos da febre hemorrágica por esses vírus.
b) Confirmado: indivíduo com quadro clínico de febre hemorrágica e confirmação laboratorial.

• Medidas de Controle
a) Vigilância sanitária: medidas rigorosas de vigilância em portos e aeroportos e nos meios de transportes
oriundos de regiões ou países com ocorrência de casos esporádicos ou epidemias. Protocolos sanitários devem ser
adotados no sentido do exercício de quarentenas e barreiras sanitárias que não firam os direitos internacionais de
ir e vir dos cidadãos, para que não afetem desnecessariamente as atividades sociais e econômicas.
b) Isolamento do doente: As pessoas doentes devem ser isoladas pela equipe do hospital, através de um
método chamado “barreira técnica”, que inclui as seguintes medidas: médicos e enfermeiros vestem paramentos,
máscaras, luvas e proteção especial quando cuidam dos pacientes; as visitas aos pacientes são restritas; materiais
descartáveis são removidos do quarto e queimados depois do uso; todo material reutilizável é esterilizado, uma
vez que o vírus é facilmente destruído por desinfetantes. Toda a área deve ser limpa com uma solução
desinfetante.
(Fonte: Guia Brasileiro de Vigilância Epidemiológica 1998).

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