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Revista da
CORDENADORA DE PÓS-GRADUAÇÃO
Profa. Dra. Sonia Hatsue Tatumi
Revisores Técnicos
Revisão de texto
Capa:
• Cesar Eduardo Rykala
2
Revista da
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Editorial da Revista da Pós-Graduação
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Editorial da Revista da Pós-Graduação
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SUMÁRIO
Poluição Sonora: Seus Efeitos e a Legislação Aplicável no Município de São Paulo .....................39
Breves Considerações Acerca dos Custos e das Implicações Jurídicas do Acidente de Trabalho...52
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ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO EMPRESARIAL
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I. INTRODUÇÃO
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De forma bastante simplificada, pode-se responder a primeira per-
gunta fazendo referência à etimologia do termo, do latim commūnǐcō, - ās, - āre, - āvi, - ā-
tum, que significa pôr em comum, dividir, partilhar, ter relações com. Como se nota, está
inscrito na própria carne da palavra o reconhecimento da transitividade inerente à comunica-
ção. Assim sendo, no circuito comunicacional devem figurar um destinatário (cujo repertório
deve ser conhecido e levado em conta), um destinador, o(s) códigos(s) que ambos podem
compartilhar, os temas que se podem comunicar, os meios capazes de processar a comunica-
ção e, finalmente, as diversas formas que esta pode assumir, vale dizer, os diversos tipos de
mensagem que se podem formular. A rigor, o processo está fundado na idéia de que a cons-
ciência de um destinador é enviada à consciência de um destinatário, mediada pela lingua-
gem.
Ora, esse circuito está vivo em praticamente todas as maneiras de
interação social e, por consequência, nas organizações, onde ele se exercita a todo tempo.
Modelos administrativos fortemente hierarquizados e rotinas burocráticas comunicam um
perfil de empresa... O traje, com sua retórica própria, comunica papéis (secretárias, advoga-
dos, faxineiros, entre outros profissionais, conhecem bem o recado do traje a que se obri-
gam) e compõe o discurso visual que, muito frequentemente, desenha um retrato artificial de
identidades mal-acomodadas à imagem que desfilam. E mesmo quando um profissional opta
por trabalhar sozinho, de porta fechada, por certo está comunicando aos demais sua indispo-
nibilidade, materializada numa postura de reserva de informações – sem mencionar outras
questões, de personalidade, associadas a sua atitude.
Propositadamente, as situações de comunicação descritas acima com-
partilham uma característica negativa: todas são ruídos, no sentido que se atribui a essa pala-
vra no contexto da comunicação. Ruídos são interferências (indesejáveis) no processo de co-
municação, as quais têm origem em diferentes fatores. Nas situações que estão servindo de
exemplo, a hierarquização delata um modelo empresarial rígido e autocrático; a burocratiza-
ção revela um sistema de comunicação ameaçado de colapso pela grande massa de informa-
ções a selecionar, a processar, a reter; o traje é ruído, porquanto comunica a adesão da em-
presa a estereótipos (a secretária tem de estar impecável – ela é um cartão de visitas; os fun-
cionários mais graduados devem se distinguir dos menos graduados etc.).
Há ruído na comunicação também por outros fatores, tais como re-
pertório deficiente, desconhecimento do código, desatenção, duplicidade de ações, clima in-
terpessoal marcado por prevenções e desconfiança, inadequação do(s) interlocutor(es) à situ-
ação, seja de formalidade, seja de informalidade.
Conclui-se que, além dos simples ruídos técnicos (defeitos do canal material), há
ruídos organizacionais (redes de informação mal-organizadas); semânticos (mal-entendidos,
ambiguidades, dubiedade de interpretação); de condutas ou atitudes (comportamento dos in-
terlocutores, maneira de se comunicar); de paralinguagem (linguagem gestual, fatores cultu-
rais); de percepção (filtragem, atenção seletiva).
Todos esses aspectos estão presentes na comunicação empresarial,
que se pode definir como um conjunto de ações integradas de responsabilidade social; trata-
se de uma ferramenta de marketing, que se insere no quadro de um projeto de comunicação
social da empresa e concretiza-se em linguagens de propaganda, imprensa, relações públicas,
lobby, atendimento ao consumidor, relações com funcionários, entre outras, todas confluindo
para a produção da imagem da empresa na sociedade.
Nas palavras de Cahen (2005),
Comunicação Empresarial é uma atividade sistêmica, de caráter estratégico, ligada
aos mais altos escalões da empresa e que tem por objetivos: criar – onde ainda não
existir ou for neutra – manter – onde já existir – ou, ainda, mudar para favorável –
onde for negativa – a imagem da empresa junto a seus públicos prioritários.
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Criar, manter ou mudar para favorável a imagem da empresa é o pro-
pósito de um conjunto de ações administrativas sistemáticas para públicos; aqui, cabe repor-
tar ao conceito de comunicação, já exposto, para dele resgatar a idéia de compartilhamento,
o que equivale a afirmar a importância da resposta de tais públicos. Trata-se, em última aná-
lise, de um processo persuasivo que começa pela adoção de uma filosofia empresarial, a qual
define as políticas empresariais (explícitas ou implícitas). Estas, por sua vez, definem as ati-
tudes a elas compatíveis e que devem ser adotadas por todos os agentes do processo e, final-
mente, expressas nas ações de comunicação da empresa.
IV. METODOLOGIA
51 mil m2 = vida +
Mais de 8.500 m2 de área de preservação permanente e um megaclube com cerca de 8 mil m2 em
um terreno equivalente a 12 campos de futebol.
AGRA Incorporadora / Setin / Abyara Planejamento Imobiliário.
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Figura 2 – Anúncio da HP
13
Figura 4 - Anúncio da Soco-
co
1
O texto, ilegível na reprodução reduzida, é o seguinte: A SOCOCO, líder no segmento de derivados de coco, acaba de receber o PRÊMIO
SESI DE QUALIDADE NO TRABALHO, na categoria Grandes Empresas em âmbito nacional. Este prêmio, reconhecido por sua serieda-
de e seus rígidos critérios, avalia as maiores empresas do Brasil e escolheu a SOCOCO por sua conduta ética no relacionamento e respon-
sabilidade social com seus colaboradores e as comunidades com as quais interage. A SOCOCO quer compartilhar este prêmio com você,
que nestes 40 anos participa da história de uma empresa que comemora cada vitória inovando e construindo relacionamentos cada vez mais
saudáveis.
2
Veja, edição de 1º de abril de 2009. Há, nesse título, uma alusão a um conto de Edgar A. Poe, “The Fall of the House of Usher”, alusão
essa fundada na tradução literal de quase todo o título e na proximidade sonora de Usher e luxo.
3
Folha de S.Paulo: 26-11-2006.
14
comunicação empresarial, for transparente para a sociedade, se for “politicamente correta”,
como afirmam Nassar e Figueiredo, para quem,
As empresas, assim como as pessoas, possuem interesses legítimos que devem ser
defendidos perante as instituições pertencentes a qualquer um dos poderes do país.
As empresas, como qualquer pessoa, podem pressionar legitimamente quem faz as
leis e quem as executa. O que elas não podem fazer é corromper e dar propinas em
nome dos seus interesses. (1995: 63-4)
VI. CONCLUSÕES
VII. AGRADECIMENTOS
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VIII. REFERÊNCIAS
CAHEN, Roger. Comunicação Empresarial. 10ª ed. Rio de Janeiro: Best Seller, 2005.
MUYLAERT, Roberto. Marketing Cultural & Comunicação dirigida. São Paulo: Globo,
1993.
NORI, Walter; VALENTE, Célia. Portas abertas. São Paulo: Best Seller, 1990.
PENTEADO, J.R. Whitaker. A técnica da comunicação humana. 13ª ed. São Paulo: Pio-
neira, 1997.
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ÁREA TEMÁTICA: ANÁLISE E PROJETO DE SISTEMAS
Abstract: Finding efficient goods delivery routes is a recurrent problem in logistic and
transport companies. Due to the huge economic importance of this problem, known as
vehicle routing problem (VRP), much investment has been made to find its solution.
However, by reason of the computational complexity inherent within VRP, only solutions to
simplified versions of this problem are known. In this article, it is shown a solution for VRP
based on genetic algorithms. According to our tests, the developed system is capable of
generating "almost optimal" solutions in a short period of time. This shows that, in fact,
genetic algorithms are a powerful tool for the practical solution of VRP.
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I. INTRODUÇÃO
18
II. PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO
19
O principal objetivo deste artigo é descrever a implantação de um
sistema capaz de encontrar eficientemente uma solução aproximada para a versão CVRP do
problema de roteamento de veículos.
IV. METODOLOGIA
20
A Figura 2 mostra um diagrama em que são indicadas as principais
linhas dos algo-ritmos evolu-cionários, bem como a posição dos algoritmos genéticos (AGs).
4.1.1. Terminologia
21
4.1.2. Ciclo dos Algoritmos Genéticos
24
4.1.7. Geração da Nova População
V. RESULTADOS
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Figura 8 - Resultados das rotas obtidas na simulação.
VI. CONCLUSÃO
BODIN, L.; B. Golden; A. Assad e M. Ball. Routing and Scheduling of Vehicles and
Crews: The State of the Art. Computers & Operations Research, v. 10, n.2, 1983.
BUENO, Francisco. Minidicionário da língua portuguesa. 2ª ed. São Paulo: FTD, 2007.
CORMEN, Thomas; Leiserson, Charles e Rivest, Ronald. Introduction to Algorithms, MIT Press, 1990.
DANTZIG, George e Ramser, John. The Truck Dispatching Problem. Management Science, vol. 6, n.1, p.80-
91, 1959.
28
MABGAR, Shada. Solving the Capacitated Vehicle Routing Problem in Parallel by
Evolutionary Metaheurisitcs. International Scientific Conference Computer Science’2008.
Sofia, 2008.
UPS. Driving success: Why the UPS model for managing 103,500
drivers is a competitive advantage. Disponível em: <http://
pressroom.ups.com/mediakits/popups/
factsheet/0,1889,1201,00.html>. Acesso em: 7 jun.2009.
29
ÁREA TEMÁTICA: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
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I. INTRODUÇÃO
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II. PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO
Tendo como cenário a degradação cada vez maior das águas do rio
Tietê, e buscando alguma atitude por parte dos governantes, a sociedade se organizou, houve
a coleta de mais de 1 milhão de assinaturas e, finalmente em 1992, o Governo do Estado de
São Paulo, em parceria com fontes de financiamento nacionais e do exterior, tomou a inicia-
tiva de criar o Projeto Tietê. O Projeto é um dos maiores programas de saneamento ambien-
tal do país, e tem como principal objetivo melhorar a qualidade das águas do rio Tietê, o que
proporcionará uma melhoria nas condições ambientais e de saúde pública, beneficiando des-
sa forma a população.
Analisando este contexto, o presente trabalho tem por objetivo apre-
sentar o Projeto Tietê no que se refere à sua despoluição, às medidas planejadas, às adotadas
e à situação atual.
O rio Reno é um dos principais rios da Europa, ele nasce nos Alpes
Suíços, percorre a França, Luxemburgo, Alemanha, indo despejar suas águas no Mar do
Norte, na Holanda (SOLIZ, 2003).
Em 1986, suas águas ficaram ainda mais poluídas devido a um derra-
mamento de 20 toneladas de pesticida altamente tóxico, provenientes de um acidente ocorri-
do numa fábrica da multinacional suíça Sandoz (MEINZ, 2004). Depois deste acidente, hou-
ve uma maior preocupação por parte dos governos, e então, foi criado um Programa de Ação
para o Reno (SOLIZ, 2003). Primeiro, foram construídas estações de tratamento de esgoto,
depois, sistemas de emergência para evitar que o rio seja poluído por acidentes. Hoje, quase
20 anos depois, cerca de 95% dos esgotos das empresas são tratados, e 63 das 64 espécies de
peixes que povoavam o Reno antes da poluição já voltaram ao rio. Agora, só falta reduzir a
quantidade de pesticida absorvida pelo rio que vem da agricultura. De qualquer modo, a lim-
peza do Reno já é considerada um dos maiores sucessos de ecologia da Europa
(MEINZ, 2004).
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mento da população fez que a mancha de poluição subisse novamente o rio e o tornasse po-
luído na região londrina. Em 1950, o Tâmisa era considerado, outra vez, morto. A nova ini-
ciativa foi a construção das primeiras estações de tratamento de esgoto da cidade. Já na déca-
da de 70, os sinais iniciais de que os resultados estavam sendo alcançados apareceram. Prova
era o flagrante do reaparecimento do salmão – peixe sensível à poluição e exigente em maté-
ria de água limpa.
O Rio Tietê
33
O Projeto Tietê
IV. METODOLOGIA
VI. CONCLUSÃO
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VII. REFERÊNCIAS
CAMARA, Eric Brücher. Despoluição do Tâmisa levou mais de 150 anos. BBC Brasil.com.
São Paulo, 2004. Notícias. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/
2004/01/040121_tamisaebc.shtml>. Acesso em 31/01/2005.
FREITAS, E de; FORNARI, M. Projeto Tietê II – Além de obras, ênfase à educação ambi-
ental. Revista Saneamento Ambiental, São Paulo, nº.88, ano III, p.20-23, julho/
agosto 2002.
MEINZ, Marcelo Crescenti de. Limpeza do Reno custou US$ 15 bilhões. BBC Brasil.com.
São Paulo, 2004. Notícias. Disponível em: <http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/
2004/01/040121_spreno.shtml>. Acesso em 31/01/2005.
REDE GLOBO. Central Globo de Jornalismo. Rio que corta Seul consegue se livrar da polu-
ição. SPTV 1ª Edição. São Paulo, 15 abr.2009. Reportagem. Disponível em: <http://
sptv.globo.com/Jornalismo/SPTV/0,MUL1086034-16574,00.html>. Acesso em 23/04/2009.
SÃO PAULO, Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. DAEE – Departamento de Água e Ener-
gia Elétrica. Legislação. Decreto 10755 de 22 de nov. de 1977.
SOLIZ, Neuza. Vida volta ao Rio Reno. DW-World.de Deutsche Welle. Fatos em
37
Destaque. Meio Ambiente. 15 jul. 2003. Disponível em: <http://www.dw-world.de/
dw/article/0,1564, 913125,00.html> . Acesso em 03/02/2005.
WEBCENTRAL. Espumas no rio Tietê, no município de Pirapora do Bom Jesus. Altu-
ra: 379 pixels. Largura: 584. Tamanho: 40509 bytes. Formato: JPG. Disponível em:
http: /www.webcentral.com.br/pirapora/Image-5.jpg>2005. Acesso em: 08/03/2005.
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ÁREA TEMÁTICA: TECNOLOGIAS AMBIENTAIS
Abstract: Sound pollution is one of the major environmental problems, mainly in big cities.
It is related directly to public health, and its effects go beyond the direct damage caused by
continuous and frequent exposure, as well as indirect damages, which depend on the
sensibility and susceptibility of each receptor. Even with the existence of applicable Laws
and Norms to noise control, it has been verified that the levels, in São Paulo city, are above
the allowed in legislation and recommended in regulation. The control, the knowledge from
education regarding the hazards caused by noise, and the critical population consciousness
directly contributes to urban sound pollution reduction and, as a consequence, a healthier
and calmer environment is obtained. In this work, it is approached the fundamental sound
concepts and its variables, the injurious effects of noise in human organism and its
generator sources. The control measurements and the applicable legislation in noise control
in São Paulo city are also discussed.
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I. INTRODUÇÃO
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também os danos indiretos, que somente são percebidos após vários anos de exposição, pro-
blemas estes ligados ao estresse e à má qualidade de vida.
A pesquisa apresenta ainda medidas de controle e a legislação aplica-
da no município de São Paulo com a finalidade de combater os excessos causados por ativi-
dades que necessitem de prévio licenciamento para sua instalação.
3.1.1. Som
3.2. Decibel
41
3.3. Nível de pressão sonora
Para Costa (2008), o ouvido humano tem uma maneira quase perfei-
ta, conforme cada indivíduo, de distinguir a frequência, a intensidade e o timbre de um som,
ficando limitado, no campo da audição, em função da frequência, (aos valores compreendi-
dos de 16 Hz a 20 Hz até 20.000 Hz a 32.000 Hz), e da intensidade (sons com baixa intensi-
dade não são percebidos por um ouvido normal, enquanto que sons com muita intensidade
causam sensação de dor)
A figura 1 mostra, em uma escala logarítmica, a sensação ocasiona-
da ao ouvido pelo som. Apresenta ainda os limites compreendidos no campo da audição nor-
mal, delimitando a chamada linha de audibilidade e linha limite da dor. Dentro desta delimi-
tação, estão inseridas as áreas que correspondem à linguagem comum e ao campo da música.
Tabela 2 – Barulhos que incomodam segundo o sexo dos participantes (alguns participantes apre-
sentaram mais de uma queixa).
Problemas Feminino Masculino
N (%) N (%)
Trânsito 336 29,1 259 31,3
Vizinhos 172 14,9 123 14,9
Templos religiosos 31 2,7 27 3,3
Animais 96 8,3 94 11,3
Sirenes 127 11,0 81 9,8
Eletrodomésticos 77 6,7 39 4,7
Brinquedos infantis 48 4,2 28 3,4
Casas Noturnas 44 3,8 17 2,0
Fogos de artifício 70 6,1 58 7,0
44
de caráter transitório (causando alterações temporárias de liminar com a redução da sensibi-
lidade auditiva, retornando de forma gradual assim que cessada a exposição ao ruído) ou per-
manente (que se dá com a exposição repetida a níveis elevados de pressão sonora, na maior
parte dos indivíduos).
A audição é um importante instrumento de defesa, é o primeiro senti-
do de alerta que se manifesta no homem. Ela está sempre ativa e, mesmo durante o sono, os
sons exteriores continuam sendo detectados pelo sistema auditivo e processados pelo cére-
bro; caso um ruído se destaque dos demais, indicando perigo, o indivíduo acorda.
Esclarece (MURGEL, 2007) que, com o ruído contínuo, o estado de
alerta se mantém, fazendo que os órgãos envolvidos se mantenham em alta atividade. Dá-se,
então, o estado de torpor por fadiga desses órgãos e os efeitos primários cessam. Porém, o
organismo continua em estado de alerta, que é provocado pela possível ameaça que o ruído
possa representar, gerando, assim, um processo inconsciente de ansiedade.
Tem-se, então, um desconforto generalizado e a consequente frustra-
ção do organismo por não poder sair do estado de alerta. “A frustração é justamente o ali-
mento psíquico da irritação, que é o primeiro estágio da raiva, ´disparada` por um – às vezes
– pequeno estímulo adicional.” (MURGEL, 2007).
Murgel (2007) afirma, ainda, que todo processo acontece de forma
inconsciente e, mesmo sem perceber, a pessoa se incomoda com o ruído, estando insensível
aos efeitos primários do ruído, mas sofrendo o desgaste emocional latente.
Outro efeito de ordem psicológica é a dificuldade de se comunicar
verbalmente em um ambiente ruidoso. O ser humano se frustra quando não consegue se co-
municar. E, como consequência, torna-se irritadiço, exasperado, e tem sua capacidade de a-
tenção prejudicada. (MURGEL, 2007).
As alterações neuropsíquicas, que parecem estar na base dos efeitos
extra-auditivos, podem ser manifestadas também como desconfiança, insegurança, pessimis-
mo, depressão, alteração do ritmo sono-vigília e ainda na memória, sendo mais afetadas as
pessoas expostas há mais tempo. Santos et al (1999).
“A exposição prolongada também tem sido responsável por altas ta-
xas de absenteísmo, cefaléia e por alta incidência de acidentes de trabalho e na condução de
veículos”. (SANTOS et al, 1999).
Estando o cérebro em estado de alerta devido ao ruído, o sistema en-
dócrino entra em desequilíbrio, observando-se, como consequência dessa exposição, um au-
mento na produção de adrenalina e cortisol, que, entre outros efeitos, leva à hipertensão arte-
rial, hipertireoidismo, maior incidência de diabetes. (MURGEL, 2007).
Ainda segundo Murgel (2007), estudos não conclusivos apontam que
o sistema imunológico também sofre danos com a exposição direta ao ruído.
O desequilíbrio endocrinológico pode causar consequências às fun-
ções sexuais e reprodutivas, levando a uma diminuição dos hormônios gonodais em função
da alteração dos hormônios produzidos na hipófise. E, como consequência no homem, a di-
minuição da libido, a impotência ou a infertilidade causada pela diminuição no número de
espermatozóides. (MURGEL, 2007).
Conforme Murgel (2007), pessoas expostas a altos níveis de ruído
repetido apresentam sintomas da perturbação vestibular, que é o órgão responsável pelo e-
quilíbrio (labirinto), sentindo tontura, dificuldade em equilibrar-se, náuseas e vômitos. Os
sintomas tendem a desaparecer após algum tempo de cessado o ruído, porém podem levar a
um quadro crônico de labirintite.
A exposição, tanto ao ruído elevado como ao de curta duração, causa
distúrbios em diversos nervos do corpo, podendo-se observarem tremores de mãos, diminui-
ção da reação a estímulos visuais, aparecimento de crises epilépticas, mudança na percepção
45
das cores e surgimento de zumbido causado por lesão no nervo auditivo. (MURGEL, 2007).
Murgel (2007) conclui, ainda, que o ruído possui um efeito curioso,
que é o de viciar, criando indivíduos ruído-dependentes, devido à dependência química cau-
sada pela liberação de substâncias psicotrópicas pelo próprio organismo. O estresse provoca-
do pelo ruído libera substâncias como a endorfina, que tem efeito anestésico e estimulante.
A noradrenalina (substância básica das anfetaminas) é liberada a partir de 55 dB(A); níveis
acima de 70 dB(A) estimulam a produção de morfina endógena.
47
3.12. Legislação aplicável pelo PSIU e normatização técnica
48
III. METODOLOGIA
V. CONCLUSÃO
49
implantação, como também auxiliar nas medidas a serem adotadas em atividades já instala-
das.
Conclui-se, portanto, ser fundamental que a população, tanto a gera-
dora como a receptora, tenha conhecimento das legislações aplicáveis, não somente na sua
finalidade punitiva, mas também na de disciplinar o uso e a ocupação do solo a fim de que
uma atividade não se instale em região incompatível com o zoneamento.
Outro ponto importante é que a cidade tenha um mapeamento dos
índices de ruído urbano, que servirão para nortear o poder executivo nas ações de planeja-
mento de controle do ruído e ainda auxiliar o poder legislativo na elaboração de projetos
que afetem o conforto e ou a saúde da população.
O órgão fiscalizador possui uma ferramenta preciosa nas mãos, a
qual, na maioria das vezes, não utiliza, como é o caso das denúncias recebidas, que podem
servir como termômetro, indicando onde se deve agir, não só com a finalidade de aplicação
da penalidade pela infração, mas também para desenvolver atividades que levem ao conheci-
mento da população em geral os males causados pelo ruído, bem como os direitos e deveres
que competem a cada um.
O tema abordado nesta pesquisa foi motivado pela observação, na
atividade diária, daqueles que sofrem com a poluição sonora e procuram o órgão público fis-
calizador para exigir que este cumpra o já estabelecido em normas.
VI . REFEÊNCIAS
BISTAFA, Sylvio R. Acústica Aplicada ao controle do ruído. 1º Ed. São Paulo. Ed. Ed-
gard Blucher, 2006 – 1ª Reimpressão, 2008.
COSTA, Ennio Cruz da. Acústica Técnica. 1ª ed., 1ª reimpressão São Paulo. Ed. Blucher,
2008
50
FERNANDES, João Candido. Apostila Acústica e Ruídos. Disponível em: <http://
wwwp.feb.unesp.br/jcandido/acustica/apostila.htm>. Acesso em: 17 agosto 2008.
GARAVELLI, S. L; ALVES, S.M.L. Os sons emitidos por templos religiosos, na visão dos
vizinhos e frequentadores. Acústica e vibrações, Rio de Janeiro, n. 39, pp. 08-11, maio.
2008
MURGEL, Eduardo. Fundamentos de acústica ambiental. 1ª ed. São Paulo. Ed. Senac,
2007.
ONUSIC, Helcio. A evolução da acústica Veicular no Brasil. Revista Acústica & Vibra-
ções, Florianópolis, n. 28, pp. 02-09, dezembro 2001.
PSIU. Prefeitura do Município de São Paulo. Relatório PSIU Janeiro 2004 a Março 2008.
Relatório interno da Divisão de Fiscalização do Silêncio Urbano, 2008a.
PSIU. Prefeitura do Município de São Paulo. Tabela Limites Ruído. São Paulo, 2008b.
SANTOS, U.P. et al. Ruído: riscos e prevenção. 3º ed. São Paulo. Ed. Hucitec, 1999.
SÃO PAULO. Prefeitura do Município de São Paulo. Lei 11.986 de janeiro de 1996. Dis-
ponível em: <http://www3.prefeitura.sp.gov.br/cadlem/secretarias/negocios_juridicos/
cadlem/integra.asp?alt=17011996L%20119860000>. Acesso em 02 julho 2008a.
SÃO PAULO. Prefeitura do Município de São Paulo. Decreto 34.569 de 065 de outubro
1994. Disponível em: PMSP/SGUOS/PSIU. São Paulo 2008b
SÃO PAULO. Prefeitura do Município de São Paulo. Lei 13.885, de 25 de agosto de 2004.
Disponível em <http://sempla.prefeitura.sp.gov.br/urb_zon.php>. Acesso em: 02 de julho
2008c
SOUSA, Carolina Moura-de. Ruído Urbano: níveis de pressão sonora na Cidade de São
Paulo. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo.
São Paulo, 2002.
51
ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO EMPRESARIAL
Resumo: O estudo acerca do acidente de trabalho tem grande relevância para a vida do traba-
lhador e da empresa, uma vez que tanto para um como para a outra, e até mesmo para a soci-
edade, esse evento representa uma grande perda. Dados da Organização Internacional do
Trabalho estimam perdas em torno de 4% do PIB mundial, destacando tal problema como
um dos grandes desafios do mundo atual. Soma-se a isso o fato de o problema não poder ser
encarado apenas sob um ponto de vista, pois requer uma abordagem multidisciplinar, com
grande ênfase na prevenção, nos aspectos legais, efeitos e na responsabilidade do emprega-
dor.
Abstract: The study about occupational accident has great relevance in worker’s life and in
the company, since this kind of accident represents a great loss for both and for the society.
Data of the International Labour Organization estimate losses around 4% of the worldwide
gross domestic product - GPD, and this is considered as one of the great challenges of the
world nowadays. One should add the fact that the problem can’t be faced only from one
point of view, since it requires a multidisciplinary approach, with great emphasis on
prevention on legal aspects, effects and employer liability.
52
I. INTRODUÇÃO
Uma boa saúde no trabalho permite melhorar a saúde pública em geral, assim
como a produtividade e a competitividade das empresas. Além disso, os problemas
de saúde e de segurança no trabalho custam caro aos sistemas de proteção social.
É, pois, necessário assegurar aos trabalhadores condições de trabalho agradáveis
e contribuir para o seu bem-estar geral.
1
Segundo a Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO –, o Brasil perde, por ano, o
equivalente a 4% do PIB por causa dos acidentes de trabalho (2009). http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C
=904&menuAberto=64 acessado em 21/03/09.
Lembra a OIT que: “El trabajo no es una mercancía y los mercados deben estar al servicio de las personas. Hace casi noventa años, la
Organización, en su carta fundacional, definió como uno de sus principales objetivos la protección de la vida y la salud de los
trabajadores. En la actualidad, los rápidos cambios tecnológicos y una economía que se globaliza a pasos agigantados plantean nuevos
retos y generan presiones sin precedentes en todos los ámbitos del mundo del trabajo. La seguridad y la salud siguen formando parte
integrante del Programa de Trabajo Decente de la OIT”. Mensaje de Juan Somavia, Director General de la Oficina Internacional del
Trabajo, con ocasión del Día Mundial, sobre la Seguridad y la Salud en el Trabajo, 28 de abril de 2008. http://www.ilo.org/public/spanish/
bureau/dgo/speeches/somavia/2008/osh.pdf, acessado em 21/3/09.
2
http://europa.eu/scadplus/leg/pt/lvb/l10114.htm acessado em 21/03/09. A presente estratégia comunitária para a saúde e a segurança no
trabalho consta do seguimento da estratégia para 2002-2006, a qual resultou em diminuição do número de acidentes de trabalho.
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O artigo põe em foco a responsabilidade civil por culpa e a responsa-
bilidade civil objetiva, a importância da prevenção dos acidentes de trabalho e os seus custos
diretos e indiretos.
Discute, ainda, as reparações por dano material, dano moral e dano
estético, e a responsabilidade penal do empregador.
Busca-se demonstrar a necessidade de encarar o problema sob o as-
pecto multidisciplinar, dada a magnitude que o acidente de trabalho enseja e a pouca impor-
tância dada na sua eliminação.
O estudo acerca de acidentes do trabalho é multidisciplinar e conta
com enfoques em diversas áreas do conhecimento, tais como: Direito, Engenharia, Medicina,
Enfermagem, Odontologia, Fisioterapia, Administração, Gestão de Recursos Humanos, Psi-
cologia, dentre outras.
Além do mais, muito embora a notificação do acidente do trabalho
seja uma exigência legal, independentemente de sua gravidade, muitos acidentes não são no-
tificados, devido ao fato dos envolvidos o considerarem menos grave; desconhecerem a re-
gra da notificação obrigatória e desconhecerem o conceito legal de acidente do trabalho, en-
tre outros fatores.
III. METODOLOGIA
Poucos são os que reconhecem que é um pobre lucro o conseguido à custa da des-
truição da saúde.
Bernardo Ramazzini (1633-1714)
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lhadores das corporações de ofício e, por último, com a Revolução Industrial, sendo trabalho
assalariado, pode-se afirmar que há uma preocupação crescente com a saúde do trabalhador.
Embora ao trabalhador escravo fossem destinados serviços pesados, os quais envolviam ris-
cos, desde a Antiguidade (COSTA, 2008, p. 18-9) há referências sobre a saúde e o trabalho –
quando, por exemplo, Hipócrates descreveu a contaminação por chumbo, denominada into-
xicação saturnina. E, em 286 a.C.; com a Lex Acquilia, tem início a proteção contra aciden-
tes do trabalho.
Com o advento da Revolução Industrial, surge a necessidade de dar
um mínimo de proteção à nova classe trabalhadora que crescia, sobretudo, diante da introdu-
ção de novas tecnologias, com a substituição do trabalho humano por aquele realizado pela
máquina, sem a necessária segurança. Contudo não existiam, naquele momento, estudos a-
profundados sobre fadiga e saúde no trabalho.
Uma das primeiras leis a tratar do acidente do trabalho ocorreu na
sociedade alemã, por intermédio de Bismarck, publicada em 6 de julho de 1894. Essa lei pre-
via assistência médica e farmacêutica, com um pagamento em pecúnia correspondente a
100% do salário enquanto durasse a incapacidade, para compensar a falta de trabalho por
causa do acidente, além de auxílio funeral, em caso de uma fatalidade, e pensão por morte
segundo Martins (2007, p. 401-2).
Daí em diante, as primeiras normas acerca de acidente de trabalho
foram surgindo: na Inglaterra, em 1897; na França, em 1898; na Itália, em 1898; na Espanha,
em 1900; nos Estados Unidos da América, em 1908 para a União, em 1911 em cada Estado;
e em Portugal em 1913 (MARTINS, 2007, p. 401-2).
3
Entretanto o pai da medicina do trabalho é Bernardino Ramazzini (1613-1714), autor da obra De Morbis Artificicium Diatriba (1700).
4
http://www.fundacentro.gov.br/domínios/CTN28_abril_2005.asp?D=CTN&c=694&menuAberto=64. Acessado em 23/03/2009.
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Trabalho, que representam menos de um terço da população economicamente ativa,
estimada na época em 83 milhões de trabalhadores. A realidade, portanto, é maior do que
demonstram os dados oficiais. São R$ 32,8 bilhões gastos por ano, segundo dados da
Previdência Social, com benefícios por incapacidade temporária ou permanente e com
Assistência Social, segundo a FUNDACENTRO (2006).
5
http://www.fundacentro.gov.br/domínios/CTN28_abril_2006.asp?D=CTN&c=733&menuAberto=64. Acessado em 23/03/2009.
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O acidente do trabalho por equiparação está previsto no art. 21 da lei
nº. 8.213/91:
Por sua vez, o art. 20, § 1º, e o art. 21, § 2º, da Lei nº. 8.213/91 escla-
recem o que não é considerado acidente do trabalho:
Art. 20 (...)
§ 1º. Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que
ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou
contato direto determinado pela natureza do trabalho. (...)
§ 2º. Não é considerada agravação ou complicação de acidente do traba-
lho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe ou se
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superponha às consequências do anterior.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem
à melhoria de sua condição social: (...)
XXII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde,
higiene e segurança; (...)
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem exclu-
ir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa (...).
A Lei nº. 8.213/91 equiparou, em seu art. 20, I e II, a doença profis-
sional e a doença do trabalho ao acidente do trabalho. As moléstias têm evolução lenta e
crescente e são ligadas às condições de trabalho.
Doença profissional é aquela produzida ou desencadeada pelo exercí-
cio do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada
pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
Doença do trabalho é aquela adquirida ou desencadeada em conse-
quência de condições especiais, nas quais o trabalho é realizado e com ele se relacione dire-
tamente.
As moléstias laborativas se subdividem em tecnopatias ou ergopatias
(doenças profissionais), inerentes a alguns trabalhos peculiares ou a determinadas atividades
laborativas, presumindo-se o nexo causal, isto é, o nexo de causa e efeito, ficando o empre-
gado dispensado de comprovar o nexo para receber o benefício previdenciário, segundo Cos-
ta (2008, p. 82-3).
As mesopatias ou doenças do trabalho decorrem normalmente de am-
bientes agressivos de trabalho, que podem resultar na perda da saúde do empregado, seja fa-
zendo nascer, acelerando ou agravando um mal à saúde do empregado. Nesse caso, é ônus
do empregado provar que o dano lhe foi causado, não havendo presunção a seu favor,
(COSTA, 2008, p. 82-3).
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4.4. Concausa
6
Norma Regulamentadora nº 17.
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do que sua doença decorria da atividade desempenhada na empresa. A empresa, por sua vez,
ficava na cômoda posição de negar a ocorrência de qualquer dano à saúde do empregado.
As doenças profissionais constam em listas aprovadas por decreto
regulamentador (Decreto nº. 3.048/99) e se estabeleceu, por meio da incidência estatística e
epidêmica, o nexo entre determinadas doenças e atividades econômicas, por perícia pelo
INSS, baseado na Classificação Internacional de Doenças – CID. E o próprio Ministério da
Previdência Social (2008, p. 23) reconhece:
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profissionais a determinados ramos de atividade. Além da indenização tarifada, foi instituída
a pensão para os herdeiros ou beneficiários do acidentado e, caso o empregador não tivesse
seguro, deveria fazer um depósito junto às repartições fiscais e de crédito.
Ainda sob a teoria do risco profissional, o Decreto-lei nº. 7.036/44
trata da prevenção e da readaptação profissional e excluiu os empregados com remuneração
superior. Diferente da norma anterior, esse Decreto deixava clara a concausalidade, por não
exigir que o acidente fosse a única causa do evento, ampliando a cobertura do acidente do
trabalho e passando a incidir prestações da previdência social acumuladas com a indeniza-
ção, inclusive preservando-se o direito civil, caso fosse provado o dolo do empregador.
O Decreto-lei nº. 293/67 manteve o seguro privado, mas admitiu que
o INPS continuasse a operar na área, por concorrência. A Lei n°. 5.316/67, regulamentada
pelo Decreto nº. 61.784/67, atribui a responsabilidade objetiva ao estado, por meio da previ-
dência social, surgindo o auxílio-doença e a aposentadoria por invalidez, entre outros benefí-
cios previdenciários. A Lei nº. 6.195/74 tratava do regime rural de acidentes do trabalho, in-
tegrando esta categoria de trabalhadores à Previdência Social, por meio do FUNRURAL. A
Lei nº. 6.367/76, regulamentada pelo Decreto nº. 79.037/76, tratava dos acidentes de traba-
lho dos empregados urbanos, com seguro obrigatório realizado pelo antigo INPS. E, atual-
mente, a Lei nº. 8213/91 estabelece as regras aplicáveis aos benefícios previdenciários.
No plano constitucional, a proteção do meio ambiente do trabalho é
tratada no art. 7º, XXII e XXVIII, e art. 200, VIII.
Antes da Emenda Constitucional 45/04, o entendimento dominante
era de que as ações originárias de acidente de trabalho, em face do empregador, eram da
competência da Justiça Comum (Súmula 235 do STF e 15 do STJ). Após a referida emenda,
a competência passou a ser da Justiça do Trabalho.
61
“a empresa é responsável pela adoção e uso das medidas coletivas e individuais de
proteção e segurança da saúde do trabalhador”.
62
Tal decisão, prevista na Constituição Federal, está em desacordo
com a responsabilidade do empregador somente por culpa ou dolo.
10
A CIPA deve se reunir quando houver acidente grave ou fatal, de acordo com a NR – 5, item 5.27, “b”.
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seleção e treinamento), paralisação da produção para realização de eventual perícia policial
no local do acidente.
Devem se levar em conta, também, os custos legais do acidente em
eventual ação nas esferas administrativa, trabalhista e criminal, tais como: perícias, honorá-
rios advocatícios, custas judiciais, diligências etc.
São considerados indiretos aqueles custos de difícil mensuração, os
quais são, muitas vezes, superiores aos diretos, e incluem, por exemplo: tempo de investiga-
ção da causa do acidente, substituição do empregado acidentado (aí inclusos os custos de
seleção e treinamento) , paralisação da produção para realização de eventual perícia policial
no local do acidente, traumas psicológicos causados a outros trabalhadores – que fiquem es-
tressados, amedrontados, ansiosos, enraivecidos ou ressentidos, podendo causar-lhes outros
acidentes -, desperdício do material decorrente do acidente, redução da capacidade laborativa
do empregado, atraso na produção, multas e interdição do estabelecimento em razão do des-
cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho,
propaganda negativa sobre a empresa decorrente do acidente, e paralisações promovidas por
sindicato, reivindicando melhores condições de trabalho.
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Conforme determina o Código de Processo Penal, em seu art. 169: Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infra-
ção, a autoridade providenciará imediatamente, para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Parágrafo único: Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do
estado das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
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A CIPA deve se reunir quando houver acidente grave ou fatal, de acordo com a NR – 5, item 5. 27, “b”.
Conforme determina o Código de Processo Penal, em seu art. 169: Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração,
a autoridade providenciará imediatamente, para que não se altere o estado das coisas até a chegada dos peritos, que poderão instruir seus
laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos. Parágrafo único: Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado
das coisas e discutirão, no relatório, as conseqüências dessas alterações na dinâmica dos fatos.
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Código Civil, art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao cre-
dor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.
15
Código Civil, art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a
capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão
correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu. Parágrafo único. O prejudicado, se
preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.
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O dano estético é espécie do gênero dano moral e deve ficar eviden-
ciado pelo prejuízo físico à vítima, bem como quanto a seu aspecto social, pois uma lesão
pode provocar vergonha no acidentado, mormente quando se trata de mãos e rosto.
Sobre o dano moral e o dano estético há a jurisprudência seguinte:
16
Código Penal, art. 132: Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato
não constitui crime mais grave. Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de ou-
trem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo
com as normas legais.
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gado depende para sua subsistência e de sua família, sabedor que sua in-
capacidade física comprometeria sua luta pela sobrevivência. Intencional
ou negligentemente, permitir que o trabalhador permaneça em condições
de risco à saúde e à sua integridade física é ato que poderia até mesmo
ser enquadrado como periclitação de vida ou de saúde, ilícito tipificado
nos artigos 130 a 136 do Código Penal. Recurso ordinário a que se dá
provimento. Tipo: Recurso Ordinário data de julgamento: 04/07/2006
Relator(a): Wilma Nogueira de Araujo Vaz da Silva Revisor(a): Carlos
Francisco Berardo Acórdão nº: 20060503372 Processo nº: 01364-2006-
080-02-00-8, Ano: 2006, Turma: 11ª data de publicação: 14/07/2006 Par-
tes: Recorrente(s): F.S.B. Recorrido (s): T.F.I.C.A. Ltda.
V. CONCLUSÕES
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saúde do empregado, há pouca prevenção. Poderíamos aventar como exceção a essa regra a
previsão do art. 21, XXIII, d, da Constituição Federal, que trata da responsabilidade civil ob-
jetiva por danos nucleares.
É preciso que as pessoas se lembrem de que a prevenção de acidentes
de trabalho é capaz de melhorar a vida dos trabalhadores e a sociedade como um todo.
Queremos crer sinceramente que, no futuro, consigamos erradicar de
vez a conduta que prioriza o lucro em detrimento de pessoas e da vida, e que a sociedade al-
cance um novo patamar de respeito aos direitos humanos.
Por fim, deve ficar claro que a ordem econômica prevista no art. 170
da Constituição Federal está fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tendo por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, ob-
servados, entre outros, o princípio de defesa do meio ambiente, aí incluso o meio ambiente
do trabalho.
______. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora nº. 17. 2ª ed. Brasília: MTE,
SIT, 2002.
COSTA, Hertz Jacinto. Manual de acidente do trabalho. 3ª ed., Curitiba: Juruá, 2008, p.
15/18.
MARTINS, Sergio Pinto. Direito da Seguridade Social. 24ª ed. 2. Reimpr. São Paulo: A-
tlas, 2007.
OLIVEIRA, Sebastião Geraldo de. Indenizações por acidente do trabalho ou doença ocu-
pacional, 4ª edição, São Paulo: LTR, 2008, p. 234.
PEDROTTI, Irineu Antonio. Acidentes do trabalho.5ª ed., Liv. E Ed. Universitária de Di-
reito, 2006.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/28_abril_2005.asp?
D=CTN&C=694&menuAberto=64, acessado em 23/03/2009.
http://www.fundacentro.gov.br/dominios/CTN/28_abril_2006.asp?
D=CTN&C=733&menuAberto=64, acessado em 23/03/2009.
67
http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=CTN&C=904&menuAberto=64, acessado
em 21/3/2009.
http://www.ilo.org/public/spanish/bureau/dgo/speeches/somavia/2008/osh.pdf, acessado em
21/3/2009.
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Fatec São Paulo
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