You are on page 1of 47

Manual de Boas Práticas de Produção de

Novilho Precoce

2
Setembro de 2004

Associação Brasileira do Novilho Precoce

Sede

Av. Francisco Matarazzo – Parque da Água Branca – São Paulo, SP.

Sede Administrativa

Praça Dom José Gaspar, 134 cj. 42

Centro – São Paulo, SP CEP; 01076-900

Fone (11) 3129-3058

Presidente
Constantino Ajimasto Júnior

Vice-Presidente
Gilberto Sant´Anna Filho

Responsáveis por este Manual


Auler José Matias - Coordenação
André Galassi Gargalhone – Gerencia Técnicas
Josy Marajó Rocha – Gerencia Executiva
Rana Rached - Revisão
Responsáveis Técnicos de Associações de Raças que colaboraram.

2004 Associação Brasileira do Novilho Precoce


É PRODIBIDA A REPRODUÇÃO
Todos os direitos reservados. Por ser versão Preliminar, nenhuma parte desta obra poderá
ser produzida, copiada transcrita ou transmitida por meio eletrônica ou gravação, sem a
permissão por escrito dos autores. Os infratores serão punidos pela lei nº5,988, de 14 de
dezembro de 1973, artigos 122-130.

3
ÍNDICE

I. PREFÁCIO

II. INTRODUÇÃO

1. Novilho Precoce – Definição

2. Porque Produzir

3. Vantagens na Produção

III. PRODUÇÃO

1. Melhoramento Genético

2. Raças

3. Nutrição

3.1 Definições

3.2 Estratégias Suplementares

4 Manejo:

4.1 Sistemas de Produção

4.2 Manejo Alimentar

4.3 Manejo Sanitário

4.3.1 Vacinas

5. Instalações:

5.1 Currais

5.2 Cercas

5.3 Confinamento

5.4 Creep – Feeding

5.5 Cochos para Suplementação Mineral

4
5.6 Bebedouros

5.7 Pastagens

6. Bem Estar Animal

7. Meio Ambiente:

7.1 Gestão Ambiental

7.2 Gestão de Resíduos

7.3 Aguadas

7.4 Bem Estar Social

8. Rastreabilidade

8.1 Porque Rastrear

8.2 Procedimentos para Cadastro no SISBOV

8.2.1 Identificação Oficial

9. Gerenciamento

9.1 Sistemas de Crédito

9.1.1 Investimento

9.1.2 Custeio

9.1.3 Comercialização

IV. PROCESSAMENTO

1. Embarque

2 . Transporte

2.1 Carroceria

2.2 Reboque e Semi-reboque

2.3 Vagão

2.4 Manejo no Transporte

5
2.5 Orientação e Treinamento de Motoristas

3. Desembarque

4. Pré Abate

4.1 Jejum

4.2 Rampa de Acesso

5. Abate

5.1 Boas Práticas de Fabricação (BPF) – Carne

5.2 Conceitos de BPF

6. Classificação de Carcaça

6.1 Carcaça / Carne

6.1.1 Contusões

6.2 Classificação

6.3 Tipificação

6.4 Transporte de Carcaças

6.5 Transporte de Carne desossada e Miúdios

7. Qualidade do Couro

7.1 Controles para Melhoria da Qualidade do Couro

8. Legislação

8.1 Federal

8.2 Estadual

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

6
I. PREFÁCIO

A pecuária moderna, com bons índices econômicos e financeiros, exige altos níveis
de produtividade que só podem ser alcançados com o uso intensivo de tecnologias, que
viabilizem a criação do Novilho Precoce.

Esta evolução e a produção de animais mais jovens tornam cada vez mais necessária
a adoção de novas técnicas que aumentam a produtividade do sistema, criando uma relação
custo/benefício mais vantajosa para o produtor.

A exportação de carne in natura para o mercado internacional e a maior


competitividade no mercado interno, induziram a pecuária bovina de corte ao fornecimento
de uma matéria prima com certas características qualitativas (cor, maciez, suculência) e
quantitativas (maior rendimento das carnes de traseiro, melhor acabamento).

Essa nova realidade fez com que os frigoríficos buscassem obter junto aos
pecuaristas animais mais jovens com acabamento ideal, gerando um produto final de
qualidade superior. Automaticamente, esta convergência motivou um movimento entre os
pecuaristas para produção de bovinos mais precoces, promovendo um maior giro de
produção, com valor agregado, aumentando a produtividade do rebanho (taxa de desfrute) e
a oferta de carne bovina de melhor qualidade, para o mercado interno e externo.

Para atender estas exigências dos diferentes mercados, não basta ser novilho
precoce, tem que atender todos os requisitos de qualidade no processo de produção desta
matéria prima. Para tanto, elaboramos este manual com o objetivo de orientar os
produtores a produzirem um animal jovem com maior eficiência.

Constantino Ajimasto Júnior

Presidente ABNP

7
ESTE MANUAL CONTÉM RECOMENDAÇÕES E ORIENTAÇÕES PARA A
PRODUÇÃO INTEGRADA DE NOVILHO PRECOCE.

II. INTRODUÇÃO

1. Novilho Precoce - Definição


A precocidade consiste no desenvolvimento mais rápido do animal, a fim de chegar
ao estado adulto em um espaço de tempo mais curto. È a chegada prematura ao estado
adulto, segundo conceito elaborado pelo Prof. Octávio Domingues, em 1971, que ainda
esclarece: "Precoce é o animal que chega mais cedo à idade adulta; em outras palavras, é
aquele cujo esqueleto se completa precocemente, antes do tempo comum da espécie ou raça
ao qual ele pertence".
Conforme o professor Pedro Franklin Barbosa, pesquisador da Embrapa Pecuária
Sudeste, para diferentes mercados há a necessidade de se produzir animais de diferentes
grupos genéticos em diferentes sistemas de produção. Na hora do consumidor escolher o
que comprar ou consumir, interessa-lhe saber se trata-se ou não de carne procedente de um
Novilho Precoce.
É característico de certas raças que os animais tenham alta velocidade de
crescimento, mas não significa que sejam precoces em termos de acabamento de carcaça,
ou seja, podem atingir pesos elevados sem estarem mais próximos do estágio adulto como
as raças precoces.
Assim, é fundamental neste momento estabelecer quais mercados o Novilho
Precoce pretende atingir. Certamente a tarefa não é fácil. Uma vez estabelecidos os
objetivos (mercados-meta) do Novilho Precoce é possível definir, em termos práticos, quais
as amplitudes das especificações do Novilho Precoce quanto à idade, peso de carcaça e
espessura de gordura, e qual a melhor opção de cruzamento racial que permita se alcançar
este produto.
Considerando a definição zootécnica de precocidade e as especificações dos
diferentes mercados da carne bovina (segundo tabela abaixo), entende o Professor Pedro
Franklin que a definição de Novilho Precoce não deveria especificar raças ou grupos
genéticos.
Tecnicamente é possível produzir um Novilho Precoce à partir de raças puras
Européias e raças puras Zebuínas, como também através dos Cruzamentos Industriais entre
raças: Europeu x Europeu; Zebuíno x Zebuíno e Europeu x Zebuíno.

8
2. Porque Produzir Novilho Precoce

Segundo a Embrapa Pecuária de corte as rápidas transformações ocorridas na última


década, associadas a pressões de diferentes segmentos sociais, políticos e econômicos,
apontam para um cenário constituído pelos seguintes indicadores:
• Limitação na expansão da fronteira agrícola como resultado da escassez de recursos do
governo para criar novas infra-estruturas produtivas como estradas e energia, elevado
custo financeiro para incorporar novas áreas ao processo produtivo, e forte pressão
ambientalista na preservação dos recursos naturais;
• Competição por área pelas atividades agrícolas de produção de grãos e energia,
induzindo a pecuária a ceder espaço;
• Demanda crescente por sustentabilidade dos sistemas produtivos;
• Aumento do número de propriedades conduzindo agricultura e pecuária de forma
integrada;
• Competitividade de outras carnes envolvendo preço, qualidade e melhoria na eficiência
da produção. A exemplo disto temos a carne de frango que, usando genética e
tecnologia, diminuiu sensivelmente a idade de abate, oferecendo o produto a preços
mais baixos e aumentando o consumo brasileiro de 5 para 18 kg per capita/ano;
• Maior competitividade com mercados conhecidos tradicionalmente como produtores de
carne de qualidade, como Argentina, Austrália e Uruguai;
• Aumento das exigências de mercados consumidores por produtos de qualidade;
• Estabilidade econômica, promovendo a busca da eficiência;
• Surgimento de mercados emergentes como China, Japão, Coréia e Taiwan;
• Incrementos importantes nas importações de carne de alguns países, como Estados
Unidos, Canadá, Brasil, China, Austrália e Nova Zelândia;
• Acordos internacionais, OMC e Quota Hilton
• Perspectiva de melhoria na distribuição de renda do povo brasileiro e possivelmente um
conseqüente aumento na demanda de carne bovina.
Parece que existe consenso de que o País precisa caminhar em direção ao resgate da
justiça social que, entre outras coisas, passa pela melhoria da distribuição de renda, quer
seja por determinação do governo, por pressão sindicalista, ou por uma nova postura do
empresariado na valorização do trabalhador.
Acredita-se que a melhoria na distribuição de renda pode modificar este "status quo"
e elevar o consumo de 35 para 55 kg per capita/ano, à semelhança do Uruguai e Argentina.
Este incremento em potencial de 20 kg per capita/ano, demandaria do setor produtivo um
aumento na produção equivalente a 3.080.000 toneladas anuais de carne, ou seja, um
acréscimo no abate anual de 13.700.000 cabeças considerando carcaças de 225 kg.
Aceitando este cenário como mais provável, acredita-se ainda que a área total de
pastagens deverá permanecer em torno de 170,0 milhões de hectares nas próximas décadas.

9
Se o país continuar abastecendo o mercado interno de carne bovina e ainda produzir
excedentes para exportação, terá que aumentar sensivelmente a produção. Mantido o
interesse em continuar exportando, terá que oferecer carne com qualidade e preços
competitivos no mercado externo. Diante da estabilidade econômica e de limitações na
expansão horizontal, os pecuaristas terão que ser mais eficientes em seus sistemas de
produção, onde a rentabilidade por hectare será o determinante da sustentabilidade do seu
negócio.
Do mesmo modo os outros segmentos da cadeia produtiva, como serviços, indústria,
comércio e insumos, terão que buscar a eficiência visando à competitividade do setor de
carne bovina em relação a outras carnes e mercados. Isto significa dizer que a
sustentabilidade do setor não será por aumento de preços de insumos, produtos e serviços, e
sim, devido ao aumento da eficiência.
Portanto, diante deste quadro, o segmento de produção terá, segundo Euclides Filho
(1996), que intensificar os sistemas produtivos tendo como referências o aumento da
capacidade de suporte das pastagens, da eficiência reprodutiva, redução da idade de abate e
de primeira cria e a melhor adequação do genótipo ao ambiente.
Neste contexto a produção do novilho precoce pode representar importantes
avanços para a pecuária brasileira e constituir a mola propulsora de um benefício muito
maior, a precocidade produtiva.

3. Vantagens na Produção

Pesquisadores da Embrapa Pecuária de Corte afirmam que a expressão Novilho


Precoce é usada para caracterizar animais abatidos com menos de 30 meses. Portanto são
precoces em relação à maioria dos casos onde os animauis são abatidos com mais de 42
meses de idade. Afirmam ainda que apesar de os frigoríficos não operarem
compulsoriamente com a classificação de carcaças, pagando o mesmo preço para carcaças
de diferentes idades, os sistemas de produção de Novilho Precoce oferecem muitas
vantagens, como:
a. Melhoria da qualidade da carne
• Produto de alta qualidade.
• Preços compatíveis.
• Carnes macias;
• Menor quantidade de gorduras e colesterol;
• Facilidade no cozimento;
• Ótimo paladar
• Melhor aproveitamento.
b. Aumento do desfrute do rebanho
• Aumenta os índices de natalidade (até 85% ao ano);
• Aumenta a taxa de desfrute de até 42% ao ano

10
• Diminui os índices de mortalidade (menos de 1% ao ano)
c. Aumento da produtividade da propriedade
• Aumenta a lotação por hectare (3 unidades de animais/há/ano)
• Antecipa, nas novilhas, a idade da primeira cobertura (13 a 14 meses de idade)
• Aumenta o número de matrizes no plantel (até 80%)
d. Melhoria da eficiência do empreendimento
• Nas reformas de pastagens, produz grãos e tubérculos, barateando os custos.
• Racionaliza o uso da mão de obra na propriedade.
e. Maior giro do capital.
• Possibilita terminar machos e fêmeas precoces (a partir de 14 meses de idade).
• Permite maior poder de barganha na hora de vender o produto, devido à excepcional
qualidade alcançada.
f. Liberação das pastagens mais cedo, para outros usos.
g. Incentivo fiscal em alguns Estados brasileiros, com redução do ICMS.
(ver capítulo sobre legislação neste manual)

III. Produção

Estatísticas indicam que cerca de 35% dos 40 milhões de bovinos abatidos por ano
no Brasil, entre machos e fêmeas, poderiam enquadrar-se na categoria de Novilho Precoce.
Para poder classifica-los a Associação Brasileira do Novilho Precoce (ABNP)
desenvolveu um programa para estabelecer condições mínimas de produção, possibilitando
ao produtor atender as exigências dos consumidores nacionais e internacionais quanto
padronização de carcaças, qualidade e segurança da carne produzida.
O novo Sistema Brasileiro de Classificação de Carcaças, recentemente implantado
pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) possibilitará, à partir de
Janeiro de 2005, uma diferenciação nos preços pagos à carcaças de bovinos, de acordo com
sua idade, incentivando o pecuarista a buscar a precocidade de seus animais através dos
cruzamentos raciais e do manejo.
O programa de produção integrada de Novilho Precoce da ABNP acrescenta à
evolução dos quesitos de rendimento e qualidade das carcaças outros itens visando
viabilizar aspectos mercadológicos e de processamento industrial, conforme descrevemos
abaixo.

1. Melhoramento Genético

11
O ponto inicial para se estabelecer o sistema precoce e superprecoce na propriedade
consiste na escolha das raças para compor os cruzamentos industriais, pois a precocidade é
uma característica hereditária e a escolha dos animais deve se basear em raças, linhagens,
ou mesmo em indivíduos menores que alcançam a maturidade primeiro, coincidindo com
os animais mais eficientes para o processo. A habilidade materna das matrizes usadas no
cruzamento inicial também deve ser considerada.
Não se define a melhor raça isoladamente, mas o melhor resultado que uma raça, ou
cruzamento de raças produz em determinado ambiente. As raças ou composição de raças
potencialmente mais produtivas, geralmente são as mais exigentes. As particularidades
edafo-climáticas da região e o nível de controle gerencial existente na propriedade,
determinam a melhor escolha.
1.1 Princípios básicos do melhoramento genético
O princípio básico do melhoramento genético animal é a exploração das diferenças
genéticas existentes entre animais dentro de uma população. Isto gera a variação, ou seja,
matéria-prima que o produtor pode utilizar para mudar a estrutura genética de sua
população.
Por exemplo, as diferenças existentes no peso aos 365 dias de idade são resultantes
de diferenças ambientais e genéticas entre os mesmos.
As diferenças ambientais incluem mês de nascimento (seca ou chuva), idade das
vacas mães, sexo, manejo e nutrição.
Já as diferenças genéticas permitem, por métodos de seleção adequados, escolher
indivíduos portadores de características genéticas desejadas que serão repassadas aos seus
descendentes.

1.2 Importância na Seleção


A maioria das características econômicas que interessam ao produtor são
quantitativas e passíveis de medição. Assim a seleção é uma ferramenta fundamental ao
produtor no aprimoramento de novilhos precoces. Os principais métodos de são: pelo valor
fenotípico individual, pelo desempenho, pela família, pelo pedigree e pela progênie.
As principais características que o produtor deve considerar na seleção de gado de
corte são: ganho em peso no período de aleitamento, ganho em peso no período pós-
desmama, conversão alimentar, precocidade reprodutiva, habilidade materna,
adaptabilidade, características de carcaça, ausência de defeitos hereditários, temperamento,
longevidade produtiva e tipo de conformação morfológica.

1.3 Sistemas de cruza (monta)


Após a seleção, onde o produtor deve aumentar a freqüência dos genes desejáveis,
deve-se escolher o sistema de monta mais adequado ao caso. A escolha deste método
depende dos objetivos de cada criador.

12
Pode-se utilizar cruzamentos endogâmicos (indivíduos com alto grau de parentesco)
ou exogâmicos (baixo ou nenhum grau de parentesco) dependendo das características que
devem ser preservadas ou eliminadas.

1.4 Melhoramento genético através do cruzamento entre raças


O zebu brasileiro é sem dúvida um dos maiores patrimônios genéticos existentes no
mundo como base da produção de carne em ambientes tropicais. A intensificação nos
processos de melhoramento genético do zebu brasileiro em características específicas
voltadas à produção de carne, certamente contribuirá para um importante incremento da
produção de novilhos precoces no Brasil. No entanto, deve-se considerar que esse
incremento na produção demandará muitos anos de trabalho intenso.
O produtor pode utilizar o melhoramento genético através do cruzamento de raças,
como uma técnica viável economicamente e de resultados práticos rápidos que podem ser
medidos já na próxima geração. Considerando as características da pecuária de corte no
Brasil, o produtor brasileiro pode utilizar a técnica, através do cruzamento de espécies
diferentes, o Bos Indicus (Zebu) e o Bos taurus (Europeu), buscando a maximização destes
resultados.
Este resultado imediato e comprovadamente superior se explica pela manifestação
de um fenômeno biológico chamado "heterose" ou “vigor híbrido”. Este é um importante
recurso de produção de carne com maior eficiência, pois melhora significativamente
características como ganho de peso, precocidade sexual, precocidade de terminação e
qualidade de carcaça, elementos fundamentais à produção de um moderno novilho precoce
que atenda à todas as exigências do mercado atual.
Outra vantagem é o direcionamento da cruza para melhor aproveitamento das
características de cada raça. Embora os efeitos do vigor híbrido e complementação possam
ser pequenos para uma característica em particular, o efeito cumulativo total é de grande
importância econômica avaliado-o como acréscimo na produção do rebanho.
Na avaliação das estratégias mais adequadas de utilização dos recursos genéticos
para a produção de carne bovina de qualidade no Brasil – entre as quais o cruzamento entre
as raças tem muito a contribuir – os principais componentes do ciclo produtivo na pecuária
de corte (reprodução, produção e produto) devem ser considerados em conjunto. Uma
implicação importante desses resultados para o Brasil é a necessidade do uso de diferentes
grupos genéticos e sistemas de produção, atendendo assim os diferentes mercados
consumidores.

1.5 Melhoramento genético através da Inseminação Artificial


O melhoramento genético realizado em um rebanho de raça pura, tanto em animais
de corte ou de leite, simplesmente não terá sucesso sem a utilização da inseminação
artificial, que proporcionará ao criador um acesso econômico à genética de reprodutores de
qualidade comprovada disponíveis na raça, quer seja no Brasil ou no exterior.
O melhoramento genético voltado à produção do novilho precoce tem na
Inseminação Artificial um importante aliado proporcionando um forte impacto na próxima

13
geração com a produção e padronização de animais precoces de elevada qualidade de
carcaça.
A Inseminação Artificial é uma técnica consolidada em todo o mundo, sendo uma
das mais importantes ferramentas para obtenção do Melhoramento Genético nos rebanhos.
As principais vantagens que a técnica oferece são:
a. Melhoramento Genético :
A inseminação artificial proporciona um melhoramento efetivo do rebanho em menor
tempo e a um custo proporcionalmente mais baixo, através da utilização da genética de
reprodutores comprovadamente provados e superiores para a produção de leite e carne.
b. Controle de doenças:
Pela monta natural, freqüentemente o touro e a vaca podem transmitir um ao outro
algumas doenças, o que não ocorre pelo processo da inseminação artificial com sêmen de
qualidade comprovada (como o proveniente das Centrais filiadas à ASBIA).
c. Cruzamento entre raças:
A inseminação artificial permite ao criador a utilização da genética de reprodutores
provados para a produção de carne das mais diferentes raças em qualquer ambiente de
criação, sem a necessidade de investimentos e cuidados especiais para a utilização destes
reprodutores.

d. Aumento do número de descendentes de um reprodutor de comprovada qualidade:


Sabe-se que um touro pode cobrir à campo cerca de 25 à 30 vacas por ano. Em
regime de monta controlada pode servir até cerca de 100 fêmeas no mesmo período.
Considerando 5 anos de vida reprodutiva para um touro, teremos no máximo cerca de 400
filhos por animal, durante sua vida. Com a inseminação um reprodutor ter mais de 100.000
filhos. Assim, entende-se como a IA favorece o melhoramento genético de um rebanho.

e. Controle da eficiência dos animais e na melhoria na gestão do rebanho:


Através da Inseminação artificial e da utilização das diversas formas de controle
resultantes do processo, é possível obter de dados precisos de fertilização e parto,
facilitando a seleção das melhores fêmeas do rebanho. Além de possibilitar uma melhor
gestão e facilitar a implantação de processos de rastreabilidade do rebanho.

f. Padronização do rebanho comercial:


Através da Inseminação Artificial mantem-se a homogeneidade dos lotes pelo uso
de menor número de reprodutores para uma grande quantidade de matrizes.

g. Redução de partos distócicos:

14
Através da utilização de touros provados, com avaliação genética confiável para
características de facilidade de parto, pode-se reduzir sensivelmente a porcentagem de
partos distócicos em novilhas.

2. Raças de Gado de Corte

2.1 Raças Européias

 BLONDE D’AQUITAINE
Associação Brasileira de Criadores de Blonde d’Aquitaine
Endereço: Avenida Francisco Matarazzo – 455
Prédio do Fazendeiro - Térreo
CEP 05001-900 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3078-4502
Fax: (11) 3167-2935
E-mail: ger.tex@blondedaquitaine.org.br
Site: www.blondedaquitaine.org.br

 BONSMARA
Associação Brasileira dos Criadores de Bonsmara
Endereço: Avenida Brigadeiro Faria Lima, 2639 – 5. andar – Conj. 51
CEP 01451-937 - São Paulo - SP
Fones: (11) 3819-6249
Fax: (11) 3032-3672
E-mail: bonsmara@bonsmara.org.br

 CHAROLÊS
Associação Brasileira dos Criadores de Charolês
Endereço: Rua Alberto Pasqualini, 25 – 4o andar – Sala 404
CEP 97015-010 - Santa Maria - RS
Fone(s): (55) 222-7822
Fax: (55) 222-7619
E-mail: abccharoles@terra.com.br
URL: www.charoles.org.br

 DEVON
Associação Brasileira dos Criadores de Devon
Endereço: Rua Anchieta, 2043
CEP 96015-420 - Pelotas - RS
Fone(s): (53) 222-4576
Fax: (53) 227-8556

15
E-mail: devon@terra.com.br
URL: www.herdbook.org.br/devon.htm

 LIMOUSIN
Associação Brasileira dos Criadores de Limousin
Endereço: Av. Tiradentes, 6275 – Pq. Gov. Ney Braga
CEP 86072-360 - Londrina - PR
Fone(s): (43) 3338-6465
Fax: (43) 3338-5371
E-mail: limousin@sercomtel.com.br
URL: www.limousin.com.br

 MARCHIGIANA
Associação Brasileira dos Criadores de Marchigiana
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455 – Pq. da Água Branca
CEP 05001–900 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3862-2279
E-mail: march@marchigiana.org.br
URL: www.marchigiana.org.br

2.2 Raças Zebuínas

 BRAHMAN
Associação Brasileira de Criadores de Brahman
Endereço: Pça. Vicentino Rodrigues da Cunha, 110 – Bloco 01
CEP 38022-330 - Uberaba - MG
Fone(s): (34) 3336-2410
Fax: (34) 3336-2410
E-mail:abrahman@terra.com.br
URL: www.brahman.com.br

 NELORE
Associação dos Criadores de Nelore do Brasil
Endereço: Rua Riachuelo, 231 – 1° andar
São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3107-0972
E-mail: nelore@nelore.org.br
URL: www.nelore.org

2.3 Raças Sintéticas

 BRANGUS

16
Associação Brasileira de Brangus
Endereço: Av. Américo Carlos Costa, 320
CEP 79080-170 - Campo Grande - MS
Fone(s): (67) 342-3811
E-mail: brangus@uol.com.br
URL: www.brangus.org.br

 CANCHIM
Associação Brasileira dos Criadores de Canchim
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455 – Casa do Fazendeiro – Sala 17 - Pq. Água
Branca
CEP 05001-900 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3873-3099
E-mail: canchim@canchim.com.br
URL: www.canchim.com.br

 SANTA GERTRUDIS
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455 – Casa do Fazendeiro – Sala 11
Pq. Água Branca CEP 05001-900 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3673-2322
Fax: (11) 3679-7785
E-mail: santagertrudis@uol.com.br
URL: www.santagertrudis.com.br

 SENEPOL
Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol
Endereço: Av. Jorge João Saad, 560 - Morumbi
CEP 05618-001 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3744.4025
E-mail: senepol@senepol.org.br
URL: www.senepol.org.br

2.4 Raças Européias de Dupla Aptidão

 CARACU
Associação Brasileira dos Criadores de Caracu
Endereço: Rua Vicente Machado, 1322 – CP 162
CEP 85555-000 - Palmas - PR
Fone(s): (46) 263-1632
Fax: (46) 263-1632
E-mail: abcc@abccaracu.com.br
URL: www.abccaracu.com.br

 PARDO SUIÇO

17
Associação Brasileira de Criadores de Gado Pardo-Suíço
Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 455 – Prédio do Fazendeiro – Sala 25
CEP 05001-900 - São Paulo - SP
Fone(s): (11) 3871-1018
Fax: (11) 3871-1018
E-mail: gadopardo@pardo-suico.com.br
URL: www.pardo-suico.com.br

 SIMENTAL
Associação Brasileira dos Criadores de Simental e Simbrasil
Endereço: Rua Mário Romanelli, 23 – Bairro Gilberto Machado
CEP 29303-260 - Cachoeiro do Itapemirim - ES
Fone(s): (28) 3521-5666
Fax: (28) 3521-0570
E-mail: simental@simentalsimbrasil.com.br
URL: www.simentalsimbrasil.com.br

2.5 Raça Japonesa

 GADO WAGYU
Associação Brasileira de Criadores de Bovinos da Raça Wagyu
Estrada Bragança a Amparo, km 07 - Caixa Postal n.162
Bragança Paulista – SP - CEP 12914-970
Tel/Fax: 11 4481 8800
E-mail: wagyu@uol.com.br

3. NUTRIÇÃO
A alimentação básica e fundamental para os animais deverá ser proveniente de
pastagem, atendendo às necessidades de mantença e produção animal. O mais importante
na alimentação para a produção de Novilho Precoce é sem dúvida o planejamento.
Diferente da pecuária tradicional, onde o clima dita as normas de como produzir, no
planejamento alimentar para produção de Novilho Precoce, criam-se condições para
propiciar ganhos de peso constantes aos animais e, consequentemente, o abate precoce.

18
3.1 DEFINIÇÕES
Alimentos Volumosos: São alimentos com baixo valor energético e alto teor de
fibra bruta ou água (possuem menos de 60% NDT- Nutrientes Digestíveis Totais, e mais de
18% de fibra). Podem ser secos (fenos, palhas, sabugos e cascas) ou Aquosos (silagens,
raízes, tubérculos e frutos).
Alimentos Concentrados: São os alimentos com alto teor energético e baixo teor de
fibra bruta. Possuem um elevado teor de amido e gorduras (possuem mais de 60% NDT -
Nutrientes Digestíveis Totais, e menos de 18% de fibra).
Energéticos: Podem ser de origem vegetal (grãos de cereais - milho, sorgo, trigo,
aveia, centeio) ou animal (sebos e gorduras animal).
Protéicos: Podem ser de origem vegetal (sementes ou resíduos industriais de
oleaginosas - farelo de algodão, farelo de soja, farelo de amendoim) ou animal (resíduos
industriais de pescados, frigoríficos e abatedouros (farinha de carne, farinha de peixe,
farinha de sangue).
Minerais: fosfato, sal, calcário, sulfatos, etc.
Vitaminas: Podem ser lipossolúveis ou hidrossolúveis.
Aditivos: antibióticos, corantes, aromatizantes, antioxidantes e outros.
Suplementação a pasto, como ferramenta nutricional

3.2 Estratégias Suplementares


A melhor estratégia de suplementação, do ponto de vista econômico, é a voltada à
maximização do consumo da forragem disponível.
O sucesso econômico de qualquer atividade requer a maximização dos meios de produção.
Isso quer dizer que todos os recursos disponíveis devem estar em plena capacidade de uso.
A suplementação a pasto, como ferramenta nutricional, não deve fugir a esta regra. A
estratégia de suplementação mineral, protéica ou energética, deve ser feita em função,
principalmente, da qualidade das pastagens disponíveis. Resultados recentes mostram que a
melhor estratégia de suplementação, do ponto de vista econômico, seria aquela voltada à
maximização do consumo da forragem disponível durante todo o ano.
As forrageiras tropicais apresentam características específicas, como altos teores de fibras
(FDN), baixos teores de carboidratos solúveis, baixos teores protéicos, baixo potencial de
ingestão voluntária, altos desequilíbrios minerais, drástica modificação nutritiva após
sementeira e transição entre os períodos de seca e águas.
Durante o período de seca, a queda de qualidade das pastagens decorre da maturação dos
capins e do aumento do teor de fibra (FB), gerando diminuição na digestibilidade e nos
teores de PB (proteína bruta) e NDT (nutrientes digestíveis totais), reduzindo assim a
capacidade de consumo pelo animal. Nesse período, o nutriente que mais limita o
desempenho animal é a baixa disponibilidade de proteína das pastagens, que decrescem de
níveis em torno de 8 a 10 por cento de PB para até 3 a 4 por cento no auge da estiagem,
sendo que com menos de 5 por cento de PB não é possível manter o peso dos animais.

19
O objetivo do uso de uma mistura protéico-mineral no período da seca é elevar o nível de
PB na matéria seca da dieta para níveis em torno de 7 por cento. Com isso, serão geradas
melhores condições para a microflora ruminal, proporcionando digestão mais eficaz da
celulose, melhorando a velocidade de passagem do alimento no trato digestivo e,
conseqüentemente, proporcionando aumento no consumo de forragem. Esta é a estratégia
de suplementação que apresenta a melhor relação custo/benefício, suprindo primeiro as
exigências dos microorganismos do rúmen e posteriormente as do animal.
Os produtos encontrados no mercado são minerais com uréia, que têm a função de
minimizar perdas de peso do gado, com o animal consumindo de 100 a 150 gramas ao dia.
No entanto, também há produtos com 35 a 60 por cento de PB, que permitem manutenção
de peso ou até pequenos ganhos, com consumos em torno de 0,1 a até 0,2 por cento do peso
vivo animal.
Período das Águas — No período das águas, a qualidade das pastagens é um pouco
diferente, pois a disponibilidade de nitrogênio para as bactérias ruminais normalmente não
é um fator limitante e a energia passa a ser uma prioridade de suplementação. Em alguns
casos, a suplementação protéica neste período pode se justificar, quando a forrageira
apresentar deficiência de Proteína Degradável no Rúmen (PDR). Esta condição ocorre em
solos de baixa fertilidade, principalmente naqueles com baixa matéria orgânica e manejados
para aumentar a quantidade de forragem para a seca. Nesses casos, as categorias em
crescimento são as que apresentam melhor relação custo/benefício.
Os produtos mais utilizados para este período são conhecidos como suplementos
energéticos e têm a função de fornecimento adicional de energia prontamente disponível
em nível de rúmen, possibilitando que as bactérias ruminais aproveitem melhor a proteína
ingerida pelo animal por meio da forrageira, otimizando a síntese protéica.
A suplementação energética, além de otimizar as condições ruminais e, conseqüentemente,
aumentar o ganho de peso, pode propiciar maior ingestão de matéria seca, desde que o
suplemento energético não seja fornecido acima de 0,2 a 0,3 por cento do peso vivo animal.
Em níveis superiores a este pode ocorrer o efeito substituição do concentrado pelo
volumoso (pastagem) e até um decréscimo na digestibilidade da matéria seca.
Com o objetivo de otimizar as condições ruminais dos bovinos, devem ser utilizados
suplementos minerais e energéticos de baixo consumo, sendo estes em torno de 100 a 200
gramas por animal ao dia. Para que se tenha sucesso com estas suplementações, é preciso
estar atento a alguns fatores como: no período de águas é aconselhável manter pressão de
pastejo em torno de 4 por cento (4 quilos de MS para cada 100 quilos de peso vivo), ou
seja, 18 quilos de MS por unidade animal ao dia (18 quilos de MS/Unidade Animal (UA)
ao dia — UA, equivale a 450 quilos de peso vivo) e 3,4 toneladas de MS/UA em 185 dias
de período chuvoso.
No período de seca, para se obter melhores respostas com o uso de suplementos protéicos,
devemos trabalhar com pressão de pastejo em torno de 8 por cento, ou 2 a 3 toneladas de
MS por hectare disponível para 1 UA.; boa relação folhas/talos nas pastagens.
Também se faz necessário disponibilizar as seguintes metragens de cocho por cabeça: no
período das águas entre 60 a 80 centímetros lineares por cabeça; no período de seca, entre
80 a 150 cm lineares por cabeça e, por último, manter freqüência de salga constante, não
deixando faltar produto no cocho.

20
Estas estratégias de suplementação devem se adequar à realidade de cada propriedade, de
acordo com os objetivos a serem alcançados. Não se justifica, economicamente,
suplementação protéica e ou energética em que a disponibilidade de forragem não for
suficiente.

4. MANEJO

4.1 SISTEMAS DE PRODUÇÃO

 Confinamento
Para falar de confinamento é preciso definir claramente o sistema em questão. Diferentes
objetivos e disponibilidades de recursos podem determinar inúmeras combinações entre
vários tipos de instalações, animais e rações.
No caso brasileiro, onde há muita terra, pouco capital, baixo poder aquisitivo e um sistema
de classificação de carcaças ainda incipiente, parece mais lógico confinar visando-se à
terminação durante a época da entressafra, utilizando-se instalações simples e práticas e
alimentos produzidos na própria fazenda.
Alguns fatores que podem contribuir para o sucesso do confinamento são discutidos a
seguir:
Custo das instalações: estas devem ser simples, mas também eficientes e práticas,
dependendo da região. Nas condições climáticas do Brasil Central, por exemplo, um curral
a céu aberto pode suportar, sem maiores problemas, as chuvas esporádicas ocorrentes
durante o período de confinamento, desde que se escolha uma área bem drenada, que
garanta um piso seco, sem lama.
Preço dos animais a confinar: os animais representam em torno de 70% dos gastos
operacionais de um confinamento do tipo aqui considerado. Isto significa que pequenas
diferenças em seu preço podem determinar grande redução nos custos do empreendimento.
Por isso, a habilidade do comprador de gado ou a eficiência do produtor, caso o mesmo
faça a cria, recria e engorda, podem ser determinantes do sucesso do confinamento.
Custo da alimentação: excluindo os custos com os animais, a alimentação concorre com
70 a 80% dos gastos operacionais do confinamento, devendo ser cuidadosamente planejada.
Grandes acréscimos de peso podem não ser econômicos se conseguidos através de elevadas
quantidades de concentrados. De modo geral, o intervalo de ganho de peso
economicamente recomendável situa-se entre 700e 1.100 g/dia, dependendo do tipo de
animal (raça ou grupo genético), idade e peso inicial. Ganhos de 1.100 g/cab/dia podem ser
alcançados com uma ração baseada em silagem de milho ou sorgo e suplementação com
concentrado equivalente a 1% do peso vivo. Aparentemente, não seria indicado trabalhar
com ganhos diários inferiores a 700 g (ração com muito volumoso) ou superiores a 1.100 g
(ração com muito concentrado).

21
Desempenho dos animais: o potencial genético do animal, interferindo na capacidade de
consumo e taxa de conversão alimentar (kg de matéria seca consumida / kg de ganho de
peso) é fator determinante no desempenho. Cruzamentos de zebuínos com raças européias
(principalmente o meio-sangue) têm apresentado ótimos resultados em provas de ganho de
peso. Este é o objetivo do programa da ABNP, atendendo a demanda dos compradores
nesta aliança mercadológica.

4.2 - MANEJO ALIMENTAR


Utilizar insumos sadios e livres de resíduos prejudiciais aos animais e aos
consumidores, e alimentos que não interfiram ou modifiquem o sabor original da carne
De acordo com a portaria número 365/96, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, é proibido o uso, na alimentação de ruminantes , de proteína “in natura” e
de farinhas de carne e de ossos, proveniente de ruminantes.
Segundo a Instrução Normativa número 08/2004, do Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, fica proibido o uso na alimentação de ruminantes de proteínas e
gorduras de origem animal. Quando da utilização de alimentos provenientes de variedades
trangênicas, os mesmos deverão estar devidamente rotulados, certificados e auditados por
empresas do setor. Os dados de consumo e utilização desses alimentos deverão estar
expressamente cadastrados no histórico de rastreabilidade dos animais.
A utilização de alimentos deverá ser totalmente registrada e rastreada, com cadastro
de entrada e saída. Disponibilizar aos animais, durante todo o ano, água limpa a vontade e
manter as reservas de volumosos para atender possíveis déficits
Fornecer, de acordo com os objetivos e as metas da propriedade, suplementos
protéicos e energéticos, principalmente no período de seca, para otimizar o desempenho
produtivo dos animais. Além de fornecer durante o ano todo, misturas minerais de
qualidade, para todos os animais.
Os suplementos alimentares devem estar livres de fungos geradores de toxinas,
micotoxinas e contaminantes. Os alimentos devem ser estocados sempre com proteção
contra umidade, roedores e eventuais contaminantes.

4.3 - MANEJO SANITÁRIO


Deve-se adotar medidas preventivas para o controle das enfermidades, usando
insumos autorizados pela legislação vigente. É obrigatória a imunização preventiva do
rebanho com as vacinas contra Brucelose, febre aftosa, clostridioses e raiva. Outras vacinas
para controle da leptospirose, IBR/BVD, botulismo e doenças respiratórias são indicadas.
É necessário pelo menos uma vez ao ano realizar exames de tuberculose e
brucelose, com uma amostra condizente ao tamanho do rebanho, atestado por veterinário
cadastrado no CRMV. Deve-se controladar a infestação por endo e ectoparasitas, com
aplicações regulares de antiparasitários autorizados pelo Ministério da Saúde e pelo

22
Ministério da Agricultura, e pelo menos uma vez por ano fazer exames de contagem de
ovos em amostra predeterminada por um veterinário cadastrado no CRMV
No caso de resultados positivos para quaisquer enfermidades na propriedade ou na
indústria, deverão ser tomadas medidas legais sobre o destino dos animais e/ou carcaças. É
necessário eliminar carcaças de animais dos pastos, incinerando e enterrando.
O controle sanitário de ordem preventiva ou curativa, individual ou por lote, deve
ser integralmente registrado em programas específicos de gerenciamento, para controle da
rastreabilidade bovina, armazenando dados referentes ao produto aplicado nestes animais e
respeitando seus períodos legais de carência, com 15 dias a mais, como margem de
segurança.
As fichas e arquivos referentes ao controle sanitário devem ficar à disposição dos
auditores e fiscais do serviço sanitário e do sistema de rastreabilidade Sisbov. Toda fazenda
cadastrada no programa Novilho Precoce deve ser assistida por um médico veterinário
cadastrado pela ABNP – Associação Brasileira de Novilho Precoce, ou no Núcleo
Regional de produção.
O planejamento sanitário da propriedade deve ser enviado ao programa Novilho
Precoce no início de cada ano.

4.3.1 - VACINAS
As vacinas devem ser oriundas de empresas cadastradas e autorizadas pelo
Ministério da Saúde. Devem ser armazenadas, transportadas e aplicadas segundo orientação
do fabricante e indicações do Médico Veterinário responsável.
Não vacinar animais debilitados ou que foram submetidos a esforços como viagens,
parto, mochação e outros.
Produtos farmacêuticos devem permanecer longe do alcance de pessoas não
autorizadas, e ser mantidos em lugar fresco, arejado e limpo.
A aplicação de vacinas, vermífugos e medicamentos injetáveis deve ser feita na
parte frontal do animal (tábua do pescoço).

Local adequado para vacinação:


Foto

5 - INSTALAÇÕES
Devem ser limpas e organizadas diariamente, desinfetadas regularmente, segundo as
indicações abaixo:

23
5.1 - CURRAIS
As instalações dos currais devem permitir a realização com eficiência, segurança e
conforto, de todas as práticas necessárias ao trato do gado, como: Apartação, marcação e
identificação, descorna, vacinação, castração e pequenas cirurgias, exames ginecológicos e
inseminação artificial, combate a parasitas, Coleta de tecidos animais, embarque e
desembarque.
Dependendo de necessidades e conveniências poderão ter introduzidas no curral
adaptações e outros componentes, como: balança, banheiro carrapaticida, sistema de água.
Os currais devem oferecer segurança aos trabalhadores, estar eqüidistantes dos extremos
da propriedade, evitando grandes esforços físicos dos animais, construídos
preferencialmente de forma circular ou elíptica e posicionados no sentido leste-oeste em
seu maior eixo para permitir boa ventilação e exposição à luz do sol. Devem ser construídos
em área sólida e bem drenada, com inclinação de 2% no terreno, para facilitar o
escoamento de água pluvial e evitar o acúmulo de lodo e barro.
Os currais devem ainda possuir pontos de água (torneiras e bebedouro), energia
elétrica e depósitos de lixo adequados. A área de trabalho no brete e no tronco deve ser
pavimentada ou concretada, coberta, feita de forma a facilitar o manejo dos animais e
evitando o estresse. Devem ser construídos em “V”, sendo o tronco todo fechado, com
salva vida para os animais, dotado de rampa de acesso e com separador todo fechado. A
seringa deve ser afunilada e a saída do brete deve ter apartador em ângulo menor que 90
graus. O curral deve dispor de uma área, que reserve um mínimo de 2,5 metros quadrados,
para cada animal.
A rampa de carregamento deverá ter a última parte plana (pelo menos 2 metros), ser
toda vedada nas laterais, com o embarcador no mesmo padrão, possuindo porteiras de
separação para evitar a volta dos animais. A luminosidade no tronco e na rampa não deve
sofrer variação brusca.
Em nenhum local deve haver pontas ou farpas de madeiras expostas e nem pregos,
parafusos, ferros e outros que possam ferir os animais e os trabalhadores.

Modelo Ideal de Instalação


FOTOS

5.2 - CERCAS
As cercas convencionais devem ser de arame liso, com uso de balancins, as
elétricas devem ter voltagem adequada, servindo para subdivisão de pastagens.
Os pastos devem ser dotados de corredores, para facilitar o manejo dos animais,
porteiras ou colchetes de abertura total e presilha.

24
5.3 - CONFINAMENTO
As instalações do confinamento não podem oferecer riscos para os animais nem
para o homem. Devem possuir um centro de manejo dos animais com área de produção e
preparação de alimentos, que precisam estar sempre limpos e livres de insetos e roedores.
Deve ser dotado de instalações sombreadas, para a proteção dos animais, durante as horas
mais quentes do dia e ter espaço suficiente para os animais deitarem, quando desejarem.
Recomenda-se uma área mínima de 15 metros quadrados, por cabeça.
O confinamento deve ter sistema de drenagem suficiente, para evitar o acúmulo de
água e a formação de lodo. O piso deve ser compactado e cascalhado, com declive mínimo
de 3%. As cercas divisórias devem ser de arame liso, cordoalhas ou tábuas e ter 1,80 m. de
altura.
Os cochos de alimentação devem ficar na parte frontal do piquete, podendo ser
construídos de materiais como tambores, concreto pré-moldado, madeira e outros, desde
que tenham capacidade para colocação adequada, da quantidade de alimento sugerida.
Recomenda-se o concretar o entorno do piso dos cochos de alimentação, com pelo menos 2
metros de largura, para evitar a formação de lodo, devido ao pisoteio excessivo e produção
de dejetos.
Os dejetos devem ser tratados para utilização como adubação orgânica.

5.4 - CREEP-FEEDING
Função: Esta suplementação pré-desmama é iniciada após os 30 dias de vida dos
bezerros, estimulando o desenvolvimento precoce do rúmen e incentivando-os à procurar
outros alimentos, além do leite materno, ingerindo assim uma quantidade maior de
nutrientes e aumentando o ganho de peso.
No momento do desmame os animais já estarão habituados à suplementação em
cochos, diminuindo o período de adaptação na mangueira e conseqüentemente o stress e a
perda de peso.
A vaca também ganha com essa suplementação, pois após o terceiro mês de lactação
sua produção de leite começa a diminuir. O bezerro inversamente, aumenta suas exigências
nutricionais.
O cercado deve estar localizado junto às áreas de descanso das vacas, das aguadas
ou próximo aos cochos de sal. Para habituar o bezerro a se alimentar no cocho deve-se usar
uma pequena porção de sal no concentrado, além de colocar o cocho das vacas próximo ao
dos bezerros fazendo com que eles, por curiosidade, acabem se aproximando e
experimentando o alimento.
O cercado deve possuir área de 1,5 metros quadrados por cria, deixando espaço de
2 metros entre o cocho e a cerca, para circulação e feito de forma a impedir o acesso das
vacas além possuir uma entrada para cada grupo de 20 bezerros, com um mínimo de 4
entradas. O cocho deve disponibilizar 1 metro por cria.

25
5.5 - COCHOS PARA SUPLEMENTAÇÃO MINERAL
Devem ser cobertos, estar posicionados nas pastagens de forma que possibilitem a
visita dos animais, pelo menos uma vez ao dia, sem que esses animais se desloquem à
grandes distâncias e possuir um tamanho que disponibilize 50 cm lineares de cocho por
cabeça de animal adulto à ser suplementado.

5.6 - BEBEDOUROS
Devem estar dispostos nas pastagens em área plana e sombreada, ter compactação e
revestimento de cascalho ao redor dos bebedouros, para evitar a formação de lama e
atoleiros.

5.7 - PASTAGENS
As pastagens representam a forma mais prática e econômica de alimentação dos
bovinos, constituindo a base da sustentação da bovinocultura de corte do Brasil. Existe a
necessidade de obter ganhos em produtividade que permitam tornar a pecuária de corte,
principalmente nas regiões de terras mais valorizadas, mais rentável e competitiva frente a
outras possibilidades de uso do solo. Uma das alternativas é intensificar a atividade,
adotando técnicas como a rotação de pastos adubados, associada à suplementação volumosa
no período seco.
Um dos maiores problemas das pastagens tropicais é a marcante sazonalidade de
produção, ou seja, cerca de 80% da produção anual de forragem concentra-se no período de
chuvas. Nesta época estão presentes, umidade, calor e luz, que contribuem para o
crescimento das forragens (em torno de 20% da produção anual).
Devido à menor produção de forragens no período da seca, a preocupação deverá
ser a busca de um sistema alternativo para a alimentação dos animais no período de inverno
(pastagens diferidas, suplementações estratégicas), e também as técnicas de engorda e / ou
manutenção dos animais através de semi-confinamento e confinamento.
As pastagens devem ter boa qualidade e produzir em quantidade adequada, isto é,
serem dimensionadas para receber a população de animais planejada, serem formadas com
as técnicas modernas de agricultura, utilizando curvas de nível para controle da erosão. A
utilização de práticas adequadas de conservação do solo também é fundamental.
Ao escolher a espécie forrageira deve-se considerar sua adaptação ao ambiente, sua
resistência e tolerância à pragas, sua produtividade, qualidade nutricional e os objetivos do
empreendimento. O uso de herbicidas e produtos químicos nas pastagens deve ser feito em
casos extremos, sempre obedecendo as recomendações do fabricante e a legislação vigente.
Deve-se atentar para os preceitos de proteção do meio ambiente e a segurança dos
trabalhadores. Corretivos e fertilizantes deverão ser utilizados de acordo com a análise
físico-química do solo. As sementes devem ser certificadas, na quantidade tecnicamente
recomendada e o plantio dentro das recomendações técnicas.

26
Usar a integração lavoura-pecuária sempre quer possível, mapear a propriedade,
com divisão de pastos, aguadas e reservas florestais. Se a produção for em sistema
intensivo de rotação, a área de descanso deverá estar próxima do pasto utilizado naquele
período, com cocho de sal mineral e bebedouro com água limpa, além de sombra e
malhadouro seco para descanso dos animais.
Em pastagens maiores e sistemas extensivos, os cochos de sal e aguadas devem
estar localizados preferencialmente em lugares que possuem acesso fácil ao animal, não
exigindo grande esforço e desgaste de energia para alcança-los. Deve haver sombras
disponíveis para os animais.

6 - BEM ESTAR ANIMAL


Segundo o Prof. Dr. Mateus Paranhos Costa, do Grupo Ético da Unesp de
Jaboticabal, o manejo pré-abate envolve uma série de situações não familiares para os
bovinos, que causam grande estresse, dentre elas podemos citar o agrupamento dos
animais, confinamento nos currais das fazendas, embarque e confinamento nos caminhões
(com e sem movimento), deslocamento e desembarque, confinamento e manejo nos currais
dos frigoríficos.
Tais atividades devem ser bem planejadas e conduzidas, para minimizar o estresse
dos animais, que pode causar danos à carcaça e prejuízos na qualidade da carne. No Brasil,
não se tem prestado atenção à esta etapa da produção, mesmo aqueles que estão
diretamente envolvidos, como produtores, transportadores e frigoríficos, e que pouco
sabem sobre as conseqüências de um manejo pré-abate inadequado, que traz certamente
reflexos negativos na rentabilidade do pecuarista e do frigorífico.
Foram identificados os seguintes problemas no manejo pré-abate, que resultaram em
aumento de hematomas nas carcaças: Agressões diretas, alta densidade social, provocada
pelo manejo inadequado do gado nos currais da fazenda e embarcadouro, instalações
inadequadas, transporte inadequado, caminhões e estradas em mau estado de conservação,
gado muito agitado em decorrência do manejo agressivo e de sua alta reatividade.

6.1 - Manejo – Boas Práticas para o Bem Estar Animal


Os proprietários ou detentores de animais devem assegurar o bem-estar dos animais
sob seus cuidados e garantir que não lhes sejam causadas dores, lesões ou sofrimentos
desnecessários. De acordo com a experiência e os conhecimentos científicos, as condições
de criação dizem respeito aos seguintes pontos:
 Não usar ferrões de ponta ou choques elétricos, para a condução dos animais.
 Utilizar as instalações da forma mais adequada, como os currais, corredores e
embarcadores, respeitando a lotação e condições de manejo.
 Possibilitar aos animais, sistema de criação mais natural possível.
 Manter árvores ou pequenos bosques para produzir sombra para os animais.
 Não gritar, espancar ou maltratar os animais.

27
Pessoal: os animais devem ser tratados por pessoal em número suficiente e que
possua treinamento, capacidade e competência profissional adequadas.
Inspeção: todos os animais mantidos em explorações pecuárias devem ser
inspecionados pelo menos uma vez por dia. Os animais doentes ou lesionados devem ser
tratados sem demora e, se necessário, isolados em instalações adequadas.
Registro: o proprietário ou detentor dos animais deve manter um registro dos
tratamentos ministrados durante um período de, pelo menos, três anos.
Liberdade de movimentos: mesmo quando estejam permanente ou habitualmente
presos ou amarrados, os animais devem dispor de um espaço adequado, que lhes permita
deslocarem-se sem sofrimento nem lesões inúteis.
Instalações e alojamento: os materiais utilizados na construção dos alojamentos
devem poder ser limpos e desinfetados. A circulação do ar, o teor de poeiras, a temperatura
e a umidade devem manter-se dentro de limites aceitáveis. Os animais mantidos em
instalações fechadas não devem ficar em escuridão permanente nem ser expostos
continuamente à luz artificial.
Equipamento automático ou mecânico: o equipamento automático ou mecânico
indispensável para a saúde e o bem-estar dos animais deve ser inspecionado pelo menos
uma vez por dia. Em caso de utilização de sistemas de ventilação artificial, deverão ser
tomadas providências para que exista um sistema de recurso adequado que garanta uma
renovação suficiente do ar.
Alimentação, água e outras substâncias: os animais devem ser alimentados com uma
dieta saudável e adaptada, em quantidade suficiente e a intervalos regulares. É proibida a
administração de outras substâncias, com exceção das necessárias para fins terapêuticos ou
profiláticos ou das destinadas a tratamento zootécnico. Além disso, o equipamento de
fornecimento de alimentação e água deve minimizar os riscos de contaminação.
Mutilações: É proibido qualquer tipo de mutilação de membros dos animais, como
quebra ou amputação da cauda ou outro membro, durante o manejo.
Não devem ser utilizados métodos de criação que causem sofrimento ou lesões aos
animais, exceto quando o seu impacto for mínimo, momentâneo ou expressamente
autorizado pelas disposições da legislação pertinente.

Manejo Inadequado

FOTO

7 - MEIO AMBIENTE

28
As áreas de reserva deverão estar em conformidade com as normas da Secretaria do
Meio Ambiente, IBAMA e outros órgãos de controle ambientais.
Deve-se usar corretamente a quantidade de insumos e fertilizantes no solo, sejam
eles naturais ou químicos.
Implantar política de conscientização da reciclagem de materiais e preservação da
natureza, manter árvores ou pequenos bosques para produzir sombra para os animais e
manter a biodiversidade. Manter as matas ciliares nas margens dos cursos de água, evitando
que os animais as freqüentem para abeberamento.
Quando fizer uso de controle químico de pastagens, deve-se utilizar equipamentos
de proteção, pessoal devidamente capacitado e seguir rigorosamente as recomendações do
fabricante, evitando a contaminação dos recursos hídricos.
Assegurar que os agrotóxicos e suas embalagens não contaminem o solo e os cursos
d’água. Adotar as recomendações legais para a aplicação, o manuseio e o descarte das
embalagens, inclusive a tríplice lavagem.
Buscar certificação ambiental.

7.1 - Gestão Ambiental


O produtor deve optar por uma gestão de qualidade em sua propriedade, utilizando
todas as ferramentas disponíveis, que garantam um bom gerenciamento e controle das
informações, incluindo a questão do meio ambiente e da biodiversidade, através da adoção
de boas praticas, como:
Adequar a taxa de lotação à capacidade de suporte das pastagens.
Não expor o solo à erosões
Não utilizar o fogo como prática de manejo de pastagens.
Realizar periodicamente limpezas nas pastagens, eliminando plantas invasoras
indesejáveis.
O abeberamento dos animais só deve ser feito em bebedouros instalados nos pastos,
evitando-se que freqüentem as margens dos cursos de água ou açudes.

7.2 - Gestão de Resíduos


Materiais específicos devem ser guardados da maneira sugerida pelo fabricante. Ex:
material de inseminação artificial.
Plásticos, papéis, vidros e metais devem ser coletados seletivamente para
reciclagem ou outros fins.
Materiais tóxicos devem ser acondicionados de maneira segura e descartados
segundo legislação.
Materiais contaminantes devem ser acondicionados de maneira segura e descartados
segundo legislação e/ou queimados e enterrados, se for permitido.

29
As embalagens vazias de agrotóxicos não devem ser abandonadas no campo,
enterradas, queimadas à céu aberto ou descartadas em cursos de água. Devem ser
recolhidas nos postos do INP-EV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens
Vazias, que dará destinação final às mesmas.

7.3 - Aguadas
Devem ser limpas, correntes e não conter resíduos químicos e metais pesados.
Não devem possuir nenhum tipo de contaminação por patógenos de origem
bacteriana, viral ou parasitária.
No caso de aguadas em cochos, utilizar cal virgem em proporção adequada, e
renovação periódica.
Evitar devolução aos rios e lençol freático de elementos contaminantes.
Águas residuais devem ter armazenamento que permita a separação e deposição dos
dejetos. Antes de serem devolvidas para os rios da bacia hidrográfica, as águas residuais
devem passar por um sistema de tratamento.
Fontes de águas com reserva permanente em conformidade com as leis vigentes.

7.4 - Bem Estar Social


A cadeia produtiva do agronegócio da pecuária emprega de forma direta mais de
8.000.000 (oito milhões) de pessoas entre a produção no campo, a industrialização e o
comercio varejista. Portanto, assume especial importância a responsabilidade social deste
setor, que deve atentar para as boas práticas no relacionamento empregatício, tais como:
É expressamente proibida a utilização do trabalho infantil, direto ou indireto.
Funcionários devem possuir exames médicos periódicos para atestar sua saúde e
devem estar devidamente registrados e documentados, com o cumprimento de acordo
coletivo de trabalho e pagamento de direitos trabalhistas, encargos sociais e tributos.
Estabelecer alguns benefícios como assistência médica e outros.
Os filhos dos funcionários devem estar devidamente matriculados e frequentando
escola.
As casas que abrigam estes funcionários devem oferecer conforto térmico, água
potável, saneamento básico e energia elétrica.
Implantar como incentivo e treinamento conceitos de higiene pessoal para os
funcionários, através de palestras e manuais.
Possibilitar a capacitação técnica periódica aos funcionários, através de cursos e
treinamentos.
Tratar os funcionários com respeito e dignidade.

30
Respeitar a legislação vigente quanto a segurança no trabalho.
Proporcionar transporte (onde houver carência), facilitando a locomoção dos
funcionários e seus filhos para escola, assistência médica e emergências.

8 - RASTREABILIDADE

Segundo estudo recente da FAO – Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentação vem se acentuando nos últimos anos a contaminação de humanos por
alimentos de origem animal, como a gripe aviária, a BSE (doença da vaca louca), a aftosa,
etc. Dentre as causas encontradas, o aumento populacional, que demanda grande
fornecimento de produtos alimentícios, é apontado com sendo uma das principais.
Diante desta crise alimentar, os organismos que cuidam dos interesses dos
consumidores passaram a exigir dos fornecedores, garantias quanto à origem e a qualidade
nos processos de produção de alimentos.
Com a finalidade de adequar-se à estas exigências, o Mapa – Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, criou em Janeiro de 2002 o SISBOV - Sistema
Brasileiro de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina, que objetiva
identificar, registrar e monitorar todos os bovinos e bubalinos nascidos no Brasil ou
importados.
As Normativas que criaram e regulamentam o SISBOV, podem ser encontradas na
íntegra, no site do MAPA: www.agricultura.gov.br
Pode-se definir rastreabilidade como o processo que pré supõe o registro de data e
local de nascimento, filiação, manejo alimentar e sanitário, bem como a movimentação dos
animais inscritos.
Como definido na Norma ISO 9000:2000 – rastreabilidade é a capacidade de
recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo que está sendo considerado
(rastreado).

8.1 – Porque Rastrear


O MAPA estabeleceu um cronograma de implantação do SISBOV, onde prevê que
os animais destinados à exportação para a União Européiadevem estar rastreados desde
Junho de 2002, animais destinados aos demais países em Dezembro de 2003. Todos os
criatórios localizados em zona livre de febre aftosa devem estar rastreados até Dezembro
de 2005 e os das demais regiões até Dezembro de 2007
Cabe aos pecuaristas o cumprimento destas exigências, aproveitando as
oportunidades que o Sistema de Rastreabilidade oferece, tais como, obter preços maiores
para animais Certificados, melhora nos controles da propriedade, Melhora no manejo
sanitário e alimentar do rebanho, incremento das exportações, suprindo a queda na

31
demanda do mercado interno, manutenção da estabilidade do preço da arroba no mercado
interno, via garantia de qualidade e aumento das exportações.

8.2 - Procedimentos para cadastro no SISBOV


Entrar em contato com uma Certificadora Credenciada no SISBOV. Ver relação de
Certificadores no Site do Mapa: www.agricultura.gov.br
Fazer o cadastro da propriedade na Certificadora escolhida, informando a
quantidade de animais à serem certificados.
Autorizar à Certificadora à repassar para o fabricante, os dados para a confecção dos
identificadores (brincos ou chips), juntamente com os números oficiais do Sisbov, que
serão colocados nos animais.
 Receber do fabricante e aplicar os identificadores nos animais.
 Preencher as planilhas com os dados dos animais identificados:
 Enviar uma via da planilha preenchida para a Certificadora.
 Arquivar a outra via da planilha na propriedade, por 5 anos após o abate do animal.
 Agendar com a Certificadora a visita de auditoria técnica. Após esta visita seus
animais serão cadastrados na BND – Base Nacional de Dados.
 Uma vez cadastrados os animais, começará a contar o período obrigatório que
antecede o abate.
É necessário informar à Certificadora os dados referentes às movimentações de
entrada e de saída de animais, transferência, morte natural ou acidental, encaminhamento
para o abate ou sacrifício do animal.
O trânsito de animais cadastrados no SISBOV, para qualquer finalidade, só poderá
ocorrer quando o animal estiver devidamente identificado e acompanhado do DIA
(Documento de Identificação Animal) e da GTA (Guia de Trânsito Animal) que será
emitida somente mediante apresentação do DIA.
Além de coletar os dados sobre cada animal, é preciso também registrar outras
informações sobre a propriedade, incluindo o manejo alimentar, sanitário e reprodutivo dos
animais, seguindo as orientações da Certificadora.

8.2.1 - Identificação Oficial


De acordo com a Instrução Normativa número 21, de 02 de Abril de 2004, a
identificação dos animais seguirá a seguinte especificação:
Brinco Padrão Sisbov
FOTO
Os animais deverão ter identificação dupla, podendo ser adotada uma das seguintes
opções:

32
a. Brinco grande + brinco botton
b. Brinco grande + tatuagem com o número de manejo do Sisbov (6 digitos)
c. Brinco grande + dispositivo eletrônico obedecendo às normas da ISO.
d. Brinco grande + marcação a ferro com o número de manejo do Sisbov
e. Brinco grande ou tatuagem com o numero de manejo do Sisbov + identificação com o
número de registro do animal na Associação de raça.

9 - GERENCIAMENTO

Além de tecnificar-se nos sistemas produtivos e manejos, a boa gestão também exige uma
administração acurada, devendo ser levado em consideração a aplicação dos seguintes
itens:
Implantar programas de gerenciamento, através de softwares que permitam o controle das
informações desejadas e a emissão de relatórios customizados e fáceis de serem
interpretados.
Controle do rebanho por indivíduo e por grupos, enfatizando condições dos animais e suas
características, manejo, identificação, entradas e saídas dos animais ou grupos e suas
razões.
Controle sanitário com dados e ocorrências individuais e por grupo, como vacinações,
vermifugações, controle de doenças e outros.
Controle de alimentação, disponibilizando custos de cria, recria e engorda em diferentes
sistemas de produção e manejo, com formulações de misturas minerais e rações, com
análise de custos.
Controle reprodutivo completo com diagnóstico de gestação, condições dos touros, índices
de fertilidade, seleção por fertilidade, programa de melhoramento genético e suas
avaliações, programas de I.A. (inseminação artificial), T.E. (transferência de embriões),
F.I.V (fertilização “in vitro”) e outras biotecnologias.
Controle produtivo com pesagens, índices de ganhos e relatórios.

33
Controle da entrada, saída e utilização, por grupo e individual, de insumos com data da
aquisição, lote do insumo, número de partida, empresa produtora, data de validade e
componentes.
Cadastros de retiros e atividades diferentes dentro da mesma propriedade com centros de
controle financeiros em comum ou separados.
Controles de pastos por números com identificação da área e manejos correspondentes,
como por exemplo: tipo de pastagem, lotação por área, investimentos por área,
características físicas (sombra, reserva, aguadas, corredores, cochos, etc).
Controle financeiro completo com plano de contas, indicadores financeiros, demonstração
de resultados, fluxo de caixa, depreciações, receitas, despesas, custos e investimentos,
previsão orçamentária e contas bancárias.
Controle de índices e informações gerenciais.
Dados meteorológico e histórico pluviométrico.

9.1 - SISTEMAS DE CRÉDITO

9.1.1 - INVESTIMENTO
Financiamento concedido para aquisição de matrizes e reprodutores, equipamentos
e máquinas utilizados na produção pecuária de corte, através de repasse do BNDES para
bancos agentes do mercado financeiro.
Conforme Circular DEPOC/FINAME 01/97, expedida pelo BNDES aos agentes
financeiros do sistema, em apoio ao setor agropecuário, deverão ser obedecidas as
seguintes condições:
 No financiamento para a aquisição de matrizes e reprodutores os animais deverão
ter registro e vinculo com outros itens do investimento à ser feito.
 Não serão financiadas as aquisições de animais para a revenda e a formação de
pastagens em áreas de florestas e matas ciliares.
 Projetos de bovinocultura serão financiados se forem destinados à utilização de
sistemas de alta produtividade, seja de confinamento integral ou de pasto
rotacionado com confinamento na entresafra.
 Nos Estados onde são desenvolvidos Programas de Novilho Precoce, os produtores
devem comprovar sua inscrição no respectivo Programa, para poder acessar o
crédito.

34
9.1.2 - CUSTEIO
Financiamento de investimentos destinados à produção de Novilho Precoce, ao
amparo de recursos do Crédito Rural. Foram alocados R$100.000.000,00 (Cem Milhões de
Reais) para o programa. Os itens financiáveis são: adaptação/construção de benfeitorias e
instalações para manejo do rebanho, tais como cercas, estábulos,
embarcadouro/desembarcadouro, bebedouros, genética (aquisição de reprodutores,
matrizes, sêmen, embriões, equipamentos de inseminação artificial, etc.),
construção/reforma de infra-estrutura para confinamento de acabamento (divisões de
estábulo, edificações, etc.). O limite é de R$200.000,00 (Duzentos Mil Reais), por
produtor/ano, com amortização em cinco anos, com até dois anos de carência e taxa de
juros de 8,75% ao ano.
Estes recursos serão liberados para a Safra 2005/2006, através do sistema bancário
nacional, com a finalidade de incentivar a produção de carne bovina com qualidade, para
abastecimento do mercado interno e para as exportações.
Para ter acesso à esta linha de crédito, o produtor deverá comprovar sua participação
no Programa de Produção de Novilho Precoce.

9.1.3 - COMERCIALIZAÇÃO
CPR – Cédula de Produto Rural. Financiamento da safra ou produção pecuária,
através da emissão da CPR – que é um título regulado pelas Leis n. 8.929/1994 e
10.200/2001.
A CPR serve como instrumento para o planejamento da atividade rural e como
opção de investimento para aplicadores do mercado financeiro. È um título emitido pelo
produtor, que sabendo o volume de sua safra ou produção pecuária, permite vende-la
antecipadamente para receber os recursos adiantados. Após a colheita ou a venda dos
animais, é feito o resgate do título, através de liquidação financeira.
A CPR, garantida por um banco (Banco do Brasil, Banespa, etc) ou seguradora, é
uma alternativa para completar as necessidades de recursos da atividade agropecuária,
atraindo capitais privados. Na prática ela antecipa ao produtor os recursos que ele receberia
somente após a colheita ou venda de seus animais, resolvendo sua necessidade financeira
para completar o ciclo de sua lavoura ou criação.
Mercado Futuro e de Opções:
Os produtores agropecuários estão normalmente sujeitos a três tipos de risco: clima
ou intempéries, crédito e preço.
a. O risco de clima decorre da possibilidade de acontecerem intempéries, pragas e outros
fenômenos da natureza. Para cobrir este risco, existe o seguro de produção.
b. O risco de crédito existe quando compromissos assumidos com clientes e bancos
podem ser ou não honrados, seja não entregando a mercadoria, seja não pagando os
financiamentos. Para cobrir este risco são exigidas garantias.

35
c. O risco de preço decorre das oscilações nos preços das mercadorias, e dependendo
destas oscilações, o produtor pode não cobrir seus custos, e conseqüentemente não
poderá honrar seus compromissos com clientes e bancos. Para se proteger contra este
tipo de risco, existem os mercados futuros e de opções. Esta proteção ou cobertura nos
mercados futuros e de opções é chamada de “hedge”.
Os mercados futuros e de opções devem ser entendidos como poderosa ferramenta,
na gestão de risco de preço das mercadorias. O produtor deve garantir-se das flutuações
cíclicas nos preços da arroba do boi, fazendo um contrato de obrigação futura, de entregar
determinada quantidade de animais, com padrão e qualidade preestabelecida, pelo preço
ajustado no pregão da Bolsa de Mercantil e Futuros – BM&F. Este preço ajustado deve ser
suficiente para remunerar seus objetivos de lucratividade, independentemente do preço real,
praticado na data da venda ou abate dos animais.

VI - PROCESSAMENTO

1 - EMBARQUE
Para evitar o estresse dos animais, quando forem movimentados em caminhões,
vagões ou reboques, deve-se efetuar este manejo de maneira tranqüila, nas horas mais
frescas do dia, evitando-se o uso de cães e procedimentos que possam causar contusões.
A rampa de carregamento deve ter a última parte plana (pelo menos com 2 metros
de comprimento), no mesmo nível do piso da gaiola. Suas laterais deverão ser vedadas,
com embarcador no mesmo padrão, possuindo porteiras de separação para evitar a volta dos
animais. A seringa do embarcador também deverá ser afunilada
 O embarque deve ser feito da forma mais suave possível, assegurando-se que os
animais não sejam amedrontados, excitados, maltratados ou derrubados.
 No embarque os animais devem ser conduzidos um a um, sendo proibido espancá-
los, ou empurra-los em partes sensíveis do corpo.
 Para forçar o embarque dos animais, é proibido torcer, esmagar ou quebrar a sua
cauda.
 Em casos extremos será permitida a condução dos animais no embarque, através de
descarga elétrica, aplicada apenas em animais adultos que se recusem à mover-se,
sendo que cada descarga elétrica não pode exceder à 2 segundos e que os animais
disponham de espaço suficiente para avançarem.
 É proibido o uso de ferrões pontiagudos na condução dos animais.

2 - TRANSPORTE
O meio de transporte deve ser o mais adequado possível, atendendo as condições
exigidas para transporte de gado vivo em carrocerias ou vagões, com a finalidade de

36
proteger estes animais, quanto à sua integridade física, de lesões causadas em sua pele,
carne, vísceras e ossos.
Para a melhor eficiência e adequação dos sistemas de transporte de gado em pé,
deve-se atentar para a Norma Técnica Brasileira da ABNT, a NBR 10452, de março de
1996, assim como os artigos 79, 80, 81, 82, 83 e 190, da “Lei da balança”, do Código
Nacional de Trânsito, que influem diretamente nas limitações físicas e de peso para os
veículos de carga nacionais.
2.1 - Carroceria
Caixa de carga construída total ou parcialmente de madeira de lei, dotada de portas
elevadiças ou não, para permitir o acesso no compartimento.
2.2 - Reboque e Semi Reboque
Caixa de carga construída em perfis de aço, laterais estruturadas em perfis de aço
com reforços transversais, revestida internamente com travessas de madeira intercaladas e
dotadas de portas elevadiças ou não, para permitir o acesso de pessoas ou animais no
compartimento.
2.3 - Vagão (gaiola ou gradeado)
Caixa de carga construída em madeira ou perfis de aço, dotada de porta de acesso
com dispositivo de passagem interna a outros vagões do comboio.
As carrocerias, reboques e vagões, devem ter sua parte interna construída de tal
forma, que os perfis de aço e/ou travessas de madeira não tenham bordas vivas voltadas
para o interior do compartimento de carga, sendo que os parafusos de fixação das partes
devem ser de cabeça arredondada e fixados de dentro para fora, não permitindo riscos ou
esfolamentos na pele dos animais.
Os revestimentos utilizados nas carrocerias devem ser de material flexível e lavável
(sob o ponto de vista sanitário), de modo a permitir o amortecimento dos eventuais
impactos, para proteger a integridade física dos animais.
As divisórias devem obedecer as mesmas especificações anteriores, sendo seu uso
restrito a uma divisória para cada 7,30 m do seu sentido longitudinal.
Os pisos devem ser de assoalho longitudinal, com estrado no formato quadriculado,
de material resistente e antiderrapante. Pode ser utilizada cama de palha para forrar o piso,
que seja suficiente para absorver os dejetos e amortecer impactos.
Os veículos de transporte devem estar equipados com carrocerias projetadas de
modo a evitar a disseminação de agentes infectantes eliminados pelas fezes, urina e
secreções.
As carrocerias devem ser dotadas de divisórias em quantidades suficientes para
impedir a aglomeração dos animais e possível pisoteio daqueles que porventura vierem a se
deitar, em conseqüência muitas vezes de câimbras.
2.4 - Manejo no Transporte
 No transporte dos animais, deve-se observar a formação de lotes padronizados por
sexo, espécie e peso dos animais.

37
 A cada animal transportado deve-se reservar 1,10 m2 em média, de área útil, de gado
adulto para o abate.
 Não utilizar a princípio choque elétrico. Se for necessária sua utilização, que a mesma
seja feita com critério.
 A ponta do agulhão utilizada no manejo do gado, deve ser esférica, com diâmetro de
10 mm.
 No embarque e desembarque dos animais, observar as condições que evitem
traumatismos pela movimentação do gado.
 Para transporte em caminhões, devem ser observadas as paradas com freqüência de 5
horas para vias pavimentadas e de 3 horas para vias não pavimentadas.
 Estabelecer com antecedência um plano de rota mais rápido, por estradas melhores,
para evitar solavancos em execesso e freadas bruscas.

2.5 - Orientação e treinamento de motoristas


Os motoristas transportadores (boiadeiros), devem receber instruções e treinamentos
periódicos, com conscientização sobre os processos adequados para a segurança máxima
da carga, e a influência do transporte na qualidade do produto.
Devem ser orientados a obedecer os aspectos técnicos legais da chamada “ Lei da
Balança”, do Código Nacional de Transito, nos artigos que tratam do transporte de animais
vivos, com o objetivo de diminuir os abusos por excesso de carga e conseqüente risco para
os animais.
 Devem verificar periodicamente a condição geral dos animais no interior das
carrocerias, durante o transporte até o abatedouro.
 Devem evitar deslocamento em excesso de velocidade, freadas bruscas e paradas
para descanso em locais que os bovinos permaneçam por muito tempo expostos à
ruídos e calor intenso.
 O motorista não deve ficar sobre a gaiola (carroceria do caminhão ou vagão),
durante o embarque e o desembarque dos animais, só o fazendo em condições
especiais.
 Observar cuidados especiais no embarque, desembarque e quanto ao excesso de
lotação. Cada veículo convencional deve transportar no máximo 20 animais por
viagem.

3 - DESEMBARQUE

 Os frigoríficos/abatedouros devem dispor de equipamentos e instalações adequadas


à descarga dos animais dos meios de transportes (caminhão, vagão, etc).

38
 Os animais devem ser desembarcados o mais rápido possível após a chegada. Se
houver demora inevitável, será necessário protegê-los contra condições climáticas
extremas, com o benefício de uma ventilação adequada.
 Ao dar entrada no estabelecimento de abate, os animais conduzidos pelos
caminhões boiadeiros devem ser levados imediatamente para os currais de chegada
e seleção, utilizando via de acesso independente daquela percorrida pelas viaturas
que conduzem os produtos e subprodutos elaborados, onde serão separados de
acordo com o proprietário e sexo.
 Logo após o desembarque dos animais, os veículos e suas respectivas carrocerias
devem ser lavados e desinfetados, no lavador situado próximo dos currais.
 São responsáveis pelo recebimento dos animais o encarregado dos currais ou seus
auxiliares. Somente são recebidos os lotes que estiverem acompanhados pelos
respectivos G.T.As (Guia de Transporte de Animais) e DIAs (Documento de
Identificação de Animal), emitidos por Certificadora credenciada no SISBOV. Os
animais deverão estar devidamente identificados com brincos contendo a
numeração do SISBOV.
 É de responsabilidade do recebedor avaliar a condição corporal de cada animal no
momento do desembarque e preservar suas condições de sanidade até o abate, assim
como o registro de procedência e do proprietário. A checagem deste ponto é feita
em relatórios (E1) e no registro de chegada.
 O desembarque dos bovinos deve ser feito, a medida do possível, de maneira suave,
sem atropelos e sem a utilização de instrumentos que possam acusar transtornos aos
animais.
 Caso, durante o transporte, os animais tenham sido submetidos à elevadas
temperaturas e umidade excessiva, devem ser refrescados por meios adequados,
logo após o desembarque.
 Os animais submetidos à sofrimentos ou padecimentos durante o transporte ou no
desembarque, devem ser abatidos imediatamente, ou serem separados e abatidos no
máximo dentro das duas horas seguintes.
 Durante o desembarque, animais incapazes de andar não devem ser arrastados para
o local de abate, mas sim mortos no local onde se encontram, ou quando possível,
serem transportados em carrinhos ou plataforma móvel, para o local do abate.
 Os equipamentos para desembarque, dos frigoríficos, devem ter piso não
escorregadio, proteções laterais, com rampas de saída e acesso em suave inclinação.
 Durante o desembarque, deve-se assegurar que os animais não sejam amedrontados,
excitados, maltratados ou derrubados. Sendo proibido erguer os animais pela
cabeça, chifres, orelhas, patas, cauda ou pêlo, que podem causar dor ou sofrimento.

4 - PRÉ ABATE

4.1 - Jejum, Descanso e Dieta Hídrica

39
A inspeção dos animais, ainda nos currais de chegada ou seleção, Inspeção “ante-
mortem” – conforme descrita no RIISPOA – Regulamento de Inspeção Industrial e
Sanitária de Produtos de Origem Animal (Brasil,1972) é de responsabilidade do Serviço de
Inspeção Federal (SIF).
Durante o deslocamento dos animais para o curral à que foram designados ou
mesmo, posteriormente para o abate, é terminantemente proibida a utilização de
instrumentos perfurantes tipo “ferrão”. Para essa finalidade está autorizado o uso de bastão
eletrificado, com intensidade de correntes até 45 volts.
Concluída a inspeção “ante-mortem”, os animais considerados aptos para o abate
normal serão direcionados para os “currais de matança” e aqueles considerados suspeitos de
alguma doença infecto contagiosa serão colocados no “curral de observação” para exame
clínico mais detalhado (artigo 116 e parágrafos do RIISPOA). Confirmado o diagnóstico
clínico, os animais serão, a critério do inspetor, abatidos no matadouro sanitário ou na
própria sala de abate, porém somente após a saída da última carcaça, no final da matança.
Os animais que aguardam para serem abatidos devem permanecer em descanso,
jejum e dieta hídrica, em currais limpos e providos de bebedouros com água em
abundância, pelo menos durante 12 horas. Somente depois de concluído esse período
regulamentar de descanso, previsto no artigo 110 do RIISPOA, eles serão submetidos à
nova inspeção, minutos antes da liberação para o abate. O tempo de descanso é
determinado pelo Serviço de Inspeção Federal (SIF), de acordo com o horário de chegada
dos animais no abatedouro e a distância por eles percorrida. O tempo de descanso, no
entanto, não deve ultrapassar de 24 horas.
Os currais devem ser equipados com sistemas de aspersão, acionado durante as
horas mais quentes do dia, pulverizando a água por meio de bicos rotativos.

4.2 - Rampa de acesso.


A rampa de acesso tem piso antiderrapante e apresenta uma declividade inferior a
15%. Em seu percurso devem existir uma série de comportas tipo guilhotina, prevenindo
assim a aglomeração de animais e evitando acidentes como pisoteio e asfixia, além de
separar lotes.
Entre duas comportas centrais estão instalados chuveiros, que além de promover a
remoção de detritos do dorso e das patas dos bovinos, contribuem para diminuir o estresse.
O chuveiro é constituído por um sistema tubular disposto transversal, longitudinal e
lateralmente com pressão de 3 atmosferas e cloração mínima de 0,5 ppm.
A capacidade do brete é de aproximadamente 20 animais, permanecendo neste local
até que sejam removidas as contaminações visuais.
A cloração da água é checada pelo menos duas vezes ao dia e os aspersores
verificados periodicamente, para evitar entupimento.
O afunilamento final da rampa de acesso, denominada “seringa”, permite a
passagem de apenas um animal de cada vez, facilitando sua entrada para o box de
atordoamento.

40
5 - ABATE
Deve ser feita avaliação dos animais, quanto seu estado sanitário e nutricional,
antes do abate, que deverá ser feito de acordo com os padrões internacionais de qualidade ,
evitando-se o estresse do animal, a fim de assegurar a evolução racional da produção e não
prejudicar a qualidade da carne.

5.1 - Boas Práticas De Fabricação (BPF) - Carne

OBJETIVO: Permitir a preparação de produtos de qualidade para o fornecimento aos


clientes e consumidores, adotando padrões pré-operacionais e operacionais adequados, e o
treinamento de todos os funcionários envolvidos nesses processos, de modo a assegurar o
conhecimento, o domínio e o cumprimento de todas as normas estabelecidas, buscando
assim a higiene das operações e como conseqüência , a elaboração de produtos seguros e
saudáveis.

5.2 - Conceitos de Boas Práticas de Fabricação (BPF)


Boas Práticas de Fabricação (BPF) ou Good Manufacturing Practices (GMP), é um
conjunto de princípios e regras que devem ser observados pelas empresas cujos produtos
podem ser contaminados, tendo como objetivo garantir a segurança total do consumidor.
Estes conceitos são estabelecidos para evitar de maneira preventiva, a contaminação ou
adulteração dos produtos, sendo divulgados e mantidos através de programas de
treinamento dos funcionários.
Esses programas visam a preparação dos funcionários para as atribuições e
responsabilidades específicas, desenvolvendo habilidades e atitudes seguras, através de
uma abordagem holística, com vistas ao aprendizado integral de suas funções.
É fundamental a integração e o treinamento dos funcionários contratados, para
torná-los conscientes do importante papel e da responsabilidade que lhes serão atribuídas na
elaboração de produtos alimentícios de qualidade.

6 - CLASSIFICAÇÃO DE CARCAÇAS

Normativa nº09 de 2004 do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


Ver na íntegra o texto do Sistema Brasileiro de Classificação de Carcaça, acessando o site:
www.agricultura.gov.br

6.1 - Carcaça / Carne


As duas características mais importantes na carne sob o ponto de vista do
consumidor são: aparência e a palatabilidade. Vários estudos mostram que dentre os fatores

41
que afetam a palatabilidade, maciez é a mais desejável. Além dessas características, o
aumento da preocupação com a saúde e o menor consumo de gorduras, outra preferência a
ser destacada é a quantidade de carne magra encontrada no produto. Já o valor econômico
da carcaça depende basicamente de dois fatores: a qualidade e o rendimento da porção
comestível dos cortes com maior demanda e valor comercial.
As variações observadas no rendimento da porção comestível devem-se
principalmente a dois fatores: a quantidade de gordura que necessita ser aparada dos cortes
cárneos na preparação dos mesmos, e a musculosidade da carcaça, ou seja, o volume
muscular e a distribuição dos músculos nos quartos desta.

6.1.1 - Contusões
Diminuir ao máximo as contusões, segundo recomendações e protocolos de bem
estar animal, pois, além de desvalorizar as carcaças depreciam o produto final.

FOTO

6.2 - Classificação
A classificação de carcaças consiste na avaliação das principais características das
carcaças dos animais recém abatidos e classificando-as através do cruzamento destas
informações.
As carcaças são avaliadas quanto a:
- Peso carcaça
- Maturidade
- Avaliação Subjetiva do acabamento de gordura
- Conformação
- Mensuração da Área do olho de Lombo (AOL)
- Espessura de Gordura (EG)
- Coloração da Gordura
- Coloração da Carne
- Marmorização

6.3 - Tipificação do Novilho Precoce


A ABNP define como Novilho Precoce um animal que se enquadra nos seguintes
parâmetros:
Peso da Carcaça
Machos = 230-300 kg

42
Machos castrados = 230-300 kg
Fêmeas = 180 kg acima
Dentição
Machos = 0 dentes
Machos castrados = 0-4 dentes
Fêmeas = 0-4 dentes

Verificando a dentição no animal


FOTO
Acabamento de gordura
Machos castrados e inteiros = 3-10 mm
Fêmeas = 3-10 mm

Verificando Acabamento no Animal (pontos para verificação):

FOTO

Todas as categorias devem estar enquadradas entre as classificações C3 e C4 (veja


abaixo as classificações).
C1- ausência total de gordura periférica.
C2- de 1 a 3 mm de gordura periférica.
C3- de 3 a 6 mm de gordura periférica.
C4- de 6 a 10 mm de gordura periférica.
C5- acima de 10 mm de gordura periférica.

Escores de Gordura:

FOTO

6.4 - Transporte de Carcaças

43
 Não poderá haver interrupção na cadeia de frio no transporte. A temperatura deve
ser mantida constantemente entre 2 e 4º C.
 Devem ser obrigatoriamente transportadas em caminhões com isolamento térmico e
refrigeração Thermo-King (Baú).
 Deve portar aparelho tipo COX.
 O caminhão deve ter forração com plástico no piso, nas laterais e no tendal.
 O lombador deve possuir os seus respectivos equipamentos (botas e capas)
devidamente limpos e higienizados.
 A carga deve estar 100% pendurada, tomando o cuidado de não retornar dianteiros.

6.5 - Transporte de Carne Desossada e Miúdos


 Toda a carne desossada e miúdos devem estar embalados em Cryovac.
 Não poderá haver interrupção na cadeia de frio também nesta fase.
 A temperatura deve ser mantida constantemente entre 2 e 4º C.
 Devem ser obrigatoriamente transportados em caminhões com isolante térmico e
refrigeração Thermo-King (Baú). O baú deve estar constantemente limpo e em
ordem.
 Deve portar aparelho tipo COX.
 A carne desossada e miúdos devem sofrer transporte peletizado.

7 - QUALIDADE DO COURO

Como item de boa gestão da propriedade, a busca de lucratividade não pode


prescindir de ganhos com produtos como o couro bovino.
Os produtores brasileiros de couro cru deixaram de ganhar e transferir ao setor
pecuário, cerca de 500 milhões de dólares por ano entre 1986 e 1995.
O abate, neste período, cresceu de 20 para 28 milhões de bovinos, atingindo uma
média de 24 milhões de abates por ano. O mercado cresceu, mas não se desenvolveu. E,
principalmente no setor couro, todos estão deixando de ganhar.
Durante a última década, o setor de curtumes remunerou o couro cru brasileiro pela
metade do valor recebido pelo produto americano. Isto aconteceu porque somente 5% dos
couros americanos apresentaram os defeitos abaixo descritos, que são encontrados em 93%
dos couros brasileiros:
 Marcas de fogo em tamanhos variados e em áreas nobres do couro;
 Riscos provocados por cercas de arame farpado e pastagens sujas, caminhões com
carrocerias precárias;
 Degradações causadas por ectoparasitas, como berne, carrapatos e sarnas;

44
 Esfolas precárias, causando furos e cortes;
 Má conservação das peles após o abate, provocando danos irreparáveis à qualidade
do couro.
Os frigoríficos brasileiros dividem o valor da arroba da seguinte maneira:
 53% das arrobas do boi - para corte de traseiro
 19% das arrobas do boi - para corte de dianteiro
 9% das arrobas do boi - para a ponta de agulha
 14% das arrobas do boi - para o couro verde
 5% das arrobas do boi - para os sub-produtos
Desta forma, o pecuarista recebe pelo couro-verde (nos bons frigoríficos) a média
de 7% do valor das arrobas do boi (US$30,00), enquanto nos Estados Unidos, este couro
vale US$ 60,00.
A maioria dos abatedouros brasileiros inclui o valor do couro como parte da
“arrobação”, isto é, não o remunera separadamente, até porque se trata de couro de pouca
qualidade e baixa utilização industrial.
As exportações de carne bovina tenden a faturar em torno de US$ 2 bilhões de
dólares até 2007, enquanto as exportações de produtos de couro, se obtiveram melhora na
qualidade podem ultrapassar a marca de US$ 3 bilhões, pois agregam valor aos produtos.

7.1 - Controles para Melhoria da Qualidade do Couro

 Cercas: Evitar fazer cercas de arame farpado. Utilizar somente arame liso. O arame
farpado provoca escoriações, perda de peso, estragos no couro, estresse, chance de
surgimento de bicheiras. Se possível, implantar um sistema de cerca elétrica, na
divisão de pastagens.
 Manejo: Evitar o uso de ferrão pontiagudo e de cães para o manejo do gado
 Parasitas: Manutenção periódica no combate aos ectoparasitas – carrapato, berne,
mosca do chifre, sarna e piolho.
 Pastagens: Manter sempre limpas as pastagens. Evitar restos de madeiras , tocos,
pedras, rochas, etc.
 Currais: Vistoria periódica nos currais e estábulos, evitando pontas de madeira,
farpas agudas, estreitamentos, buracos, pregos e parafusos, etc.
 Marcação por calor: Esta é a principal causa da perda de qualidade do couro
brasileiro. É um sistema de identificação de bovinos que deve ser substituído, com o
tempo, por outros métodos, como os brincos visuais, os chips eletrônicos e o DNA
dos animais. Quando necessária, a marcação a fogo deve ser feita seguindo a lei n.
4.714/65 e a Norma Técnica da ABNT – NBR 10.453, que determinam que a marca
não pode exceder à 11 centímetros de diâmetro.

45
o Só pode ser feita na cara, pescoço e canela.
o Na pata dianteira, acima da articulação do cotovelo
o Na pata traseira, acima da articulação do joelho.
 Descorna do gado: Deve-se proceder a descorna dos animais enquanto jovens,
quando a raça adotada não for mocha.
 Cuidados no transporte: Deve-se escolher para o transporte dos animais um veiculo
em boas condições de uso, que permita que o animal entre normalmente, sem sofrer
escoriações. Não utilizar ferrões pontiagudos para embarcar ou desembarcar os
animais, mantendo população máxima de 18 a 20 bovinos adultos por viagem.
 Práticas de esfola e abertura do couro: Os frigoríficos devem observar as boas
práticas de esfola e abertura do couro, para reduzir a incidência de raias e furos na
pele, pois o couro é comercializado por área, e dependendo do método de abertura
do couro, tem-se maior superfície aproveitável.

8 - LEGISLAÇÃO

8.1 - Federal
Ministério da Fazenda
Convênio ICMS 19/95: Autoriza os Estados que especifica a conceder crédito
presumido nas operações com novilho precoce.
O Ministro de Estado da Fazenda e os Secretários de Fazenda, Economia, Finanças
e Tributação dos Estados e do Distrito Federal, na 77ª Reunião Ordinária do Conselho
Nacional de Política Fazendária, realizada em Brasília, DF, no dia 4 de abril de 1995, tendo
em vista o disposto na Lei Complementar n° 24, de 7 de janeiro de 1975, resolvem celebrar
o seguinte
Convênio:
Cláusula primeira Ficam os Estados da Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná,
Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Tocantins autorizados a
conceder ao remetente ou ao destinatário, crédito de até 50% cinqüenta cento) do valor do
ICMS incidente na saída de novilho precoce do estabelecimento produtor com destino ao
que irá promover o seu abate.
Ver a íntegra do Decreto no Site: www.fazenda.gov.br

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento


- Decreto 268 de 1995
- Decreto 269 de 1995
Ver a íntegra dos Decretos no Site: www.agricultura.gov.br

46
8.2 - LEGISLAÇÃO ESTADUAL

Verificar nos Sites das Secretarias de Agricultura e da Fazenda dos Estados. Em


Bahia, Goiás, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
São Paulo e Tocantins a legislação que regulamenta a concessão de benefício para
produtores de Novilho Precoce.

V. CONSIDERAÇÕES FINAIS

47

You might also like