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UNIDADE II: OSTEOLOGIA


Com esta unidade você iniciará o estudo do Aparelho Locomotor que
é formado pelos sistemas: ósseo, articular e muscular, constituintes da porção
ativa do aparelho locomotor.

Competências
- Conhecimento do esqueleto e suas divisões.
- Compreensão da classificação das articulações, eixos, movimentos e a
importância clínica.
- Descrição dos principais acidentes dos ossos do esqueleto axial e
apendicular

Objetivos
- Descrever as funções, as formas, os tipos, as estruturas, as
propriedades e os números dos ossos do corpo humano.
- Reconhecer e diferenciar os ossos do esqueleto axial e do apendicular,
e das cinturas escapular e pélvica;
- Citar e reconhecer os principais acidentes anatômicos dos ossos do
esqueleto.

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Conceito Etimólogo:
Osteologia é derivada das palavras ósteon que significa “osso”, e
logos, que significa um “ramo de conhecimento”.

Conceito Anatômico:
É o estudo das formações intimamente ligadas ou relacionadas com
os ossos, com eles formando um todo (esqueleto).

Ossos:
Ossos são como peças rijas, de número, coloração e
forma variáveis, que quando unidos de forma apropriada formam
o esqueleto, quanto a constituição são formados por vários
tecidos, entre os quais predomina um tecido conectivo
especializado (osteócitos), que em conjunto constituem o
esqueleto.

Os ossos são muito fortes, o que é surpreendente se


levarmos em conta a sua leveza, constituem apenas 14% do peso
total do corpo, relativamente ao próprio peso, são mais fortes do
que o aço ou concreto armado. Um único filamento de colágeno,
com apenas 1mm de espessura, é capaz de suportar um peso de
até 10 kg.

Número de Ossos no Corpo Humano:


No individuo adulto, idade na qual se considera completa o
desenvolvimento orgânico, o número de ossos é de 206, o que pode varia se
levarmos em consideração os seguintes fatores:

- Idade: o número de ossos diminui do nascimento à senilidade.


- Fatores Individuais: persistência da divisão do osso frontal e ossos
extranumerários.
- Critério de contagem: varia de autor para autor.

Cabeça = 22
Crânio = 08
Face = 14

Pescoço = 8

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Tórax = 37
24 costelas
12 vértebras
1 esterno

Abdômen = 7
5 vértebras lombares
1 sacro
1 cóccix
Membro Superior = 32
Cintura Escapular = 2
Braço = 1
Antebraço = 2
Mão = 27

Membro Inferior = 31
Cintura Pélvica = 1
Coxa = 1
Joelho = 1
Perna = 2
Pé = 26

Ossículos do Ouvido Médio = 3

Esqueleto:
O Sistema esquelético (ou esqueleto) humano consiste em um
conjunto de ossos, cartilagens e ligamentos que se interligam para formar o
arcabouço do corpo.

Pode ser dividido em duas grandes porções: uma mediana,


formando o eixo do corpo, composta pelos ossos da cabeça, pescoço e tronco,
o esqueleto axial (aproximadamente 80 ossos); outra, composta pelos ossos
das extremidades superior e inferior, e as cinturas que ancoram estas
extremidades ao esqueleto axial, constituindo o esqueleto
apendicular(aproximadamente 126 ossos). A união entre estas duas porções
se faz por meio de cinturas: escapular (ou torácica), constituída pela escápula e
clavícula e pélvica constituída pelos ossos do quadril.

As Funções do Esqueleto são:


- Proteção de órgãos internos de eventuais choques ou lesões: a
caixa craniana protege o encéfalo; a caixa torácica protege o coração e
os pulmões; a espinha dorsal protege o a medula espinhal e etc.
- Sustentação e conformação do corpo: servem de apoio aos órgãos.
- Suporte flexível de um complexo sistema de alavancas: que
movimentadas pelos músculos permitem os deslocamentos do corpo, no
todo ou em parte.

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- Local de produção de certas células do sangue: no interior dos ossos


são produzidas as células sanguíneas (glóbulos vermelhos e brancos) e
as plaquetas, que são elementos importantes do sangue. Hemoptise é a
produção de todos os três tipos de células sanguíneas, eritrócitos
(glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e trombócitos
(plaquetas). Eritropoiese refere-se especificamente a produção de
eritrócitos.
- Armazenamento de minerais: nos ossos são armazenados sais
minerais como cálcio, potássio, magnésio e etc.

CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS


Quanto a sua Posição Topográfica
Há várias maneiras de classificar os ossos. Uma delas é classificá-
los por sua posição topográfica, reconhecendo-se:

- Ossos axiais (ou esqueleto axial): são formados pelo crânio, esterno,
costelas, caixa torácica, coluna vertebral e osso hióide.
- Ossos apendiculares (ou esqueleto apendicular): são formados por
estruturas ósseas em torno das quais os membros (inclusive mãos e
pés) e suas cinturas são fixadas.

Quanto à Forma dos Ossos

Esta é a classificação mais difundida


leva em consideração a forma dos ossos,
classificando-os segundo a relação entre suas
dimensões lineares (comprimento, largura ou
espessura), em ossos longos, curtos, laminares e
irregulares.

Ossos longos:
Seu comprimento é consideravelmente
maior que a largura e a espessura. Consiste em
um corpo ou diáfise e duas extremidades ou epífises. A
diáfise apresenta, em seu interior, uma cavidade, o canal
medular, que aloja a medula óssea. Exemplos típicos
são os ossos do esqueleto apendicular: fêmur, úmero,
rádio, ulna, tíbia, fíbula, falanges.

Ossos laminares:
Seu comprimento e sua largura são
equivalentes, predominando sobre a espessura. Ossos
do crânio, como o parietal, frontal, occipital e outros
como a escápula e o osso do quadril, são exemplos bem

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demonstrativos. São também chamados (impropriamente) de ossos planos ou


chatos.

Ossos curtos:
Apresenta equivalência das três
dimensões. São encontrados nas mãos e nos pés
em grupos, os ossos do carpo e do tarso são
excelentes exemplos.

Ossos irregulares:
Apresent
a uma morfologia
complexa não encontrando correspondência em
formas geométricas conhecidas. As vértebras e
osso temporal são exemplos marcantes

Estas quatro categorias são as


categorias principais de se classificar um osso
quanto à sua forma. Elas, contudo, podem ser
complementadas por duas outras:

Ossos pneumáticos:
Apresenta uma ou mais cavidades, de
volume variável, revestidas de mucosa e
contendo ar. Estas cavidades recebem o nome
de sinus ou seio. Os ossos pneumáticos estão
situados no crânio: frontal, maxilar, temporal,
etmóide e esfenóide;

Ossos sesamóides:
Que se desenvolve na substância de certos tendões ou da cápsula
fibrosa que envolve certas articulações. os primeiros
são chamados intratendíneos e os segundos
periarticulares. A patela é um exemplo típico de osso
sesamóide intratendíneo.

Ossos Alongados:
São ossos longos, porém achatados e não
apresentam canal central. Exemplo: Costelas.

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Ossos Suturais:
São pequenos ossos localizados
dentro de articulações, chamadas de suturas,
entre alguns ossos do crânio. Seu número varia
muito de pessoa para pessoa.

Assim, estas duas categorias adjetivam as quatro


principais: o osso frontal, por exemplo, é um osso
laminar, mas também pneumático; o maxilar é
irregular, mas também pneumático, a patela é um
osso curto, mas é, também um sesamóide (por
sinal, o maior sesamóide do corpo).

ESTRUTURA DOS OSSOS


Os ossos são formados essencialmente pelo tecido ósseo (tecido
conjuntivo duro, com 1,87% de fosfato e cálcio). O estudo microscópico do
tecido ósseo distingue a substância óssea compacta e a esponjosa. Embora os
elementos constituintes sejam os mesmos nos dois tipos de substância óssea,
eles dispõem-se diferentemente conforme o tipo considerado e seu aspecto
macroscópico também diferem. Na substância óssea compacta, as lamínulas
de tecido ósseo encontram-se fortemente unidas umas às outras pelas suas
faces, sem que haja espaço livre interposto. Por esta razão, este tipo é mais
denso e rijo.

Na substância óssea esponjosa as lamínulas ósseas, mais


irregulares em forma e tamanho, se arranjam de forma a deixar entre si
espaços ou lacunas que se comunicam umas com as outras e que, a
semelhança do canal medular, contém medula.

Gênese Óssea
Os ossos se formam no embrião de um esboço constituído por
tecido cartilaginoso e por tecido membranoso que representam o osso primário
e secundário. Com o tempo, tais esboços começam a se ossificar e o processo
de ossificação inicia-se em pontos particulares, os centros de ossificação.
Desses centros o processo se estende.

Por ocasião do nascimento, os ossos estão quase inteiramente no


estado cartilaginoso. A ossificação se processa durante toda a infância e
adolescência e só está completa depois do 24º ano de idade. Então todo o
esqueleto tornou-se ósseo. Nos ossos longos forma-se um centro de
ossificação na diáfise e um em cada epífise; desses três pontos o tecido ósseo
começa a estender-se até que o tecido proveniente de um centro se funde com

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aquele que provém dos outros centros. Nos ossos chatos, o centro de
ossificação é na parte mediana e daqui o processo se irradia para a periferia.

A ossificação se processa de modo diverso conforme o esboço


originário é de natureza cartilaginosa ou membranosa. Nos ossos de origem
cartilaginosa, o processo se inicia na membrana que reveste a cartilagem e que
se chama pericôndrio.

O pericôndrio se transforma pouco a pouco em periósteo, no qual se


distinguem células particulares, os osteoblastos, que estão encarregadas de
produzir o osso: revestem eles a cartilagem formando um fino estrato ósseo
(lâmina fundamental) e, multiplicando-se, dão origem a uma nova substância
óssea, a qual se acumula primeiramente de modo irregular e depois em
delgadas lâminas ósseas estratificadas de modo bastante regular. Começada
assim a ossificação, ela se estende. Do tecido ósseo apenas formado se
destacam os osteoblastos que emigram para a cartilagem restante; são eles
acompanhados de ramificações de vasos sanguíneos. No território invadido, os
osteoblastos retomam a sua função, formam novo tecido ósseo, até que a
cartilagem esteja inteiramente transformada em osso.

A completa transformação da cartilagem em osso só tem lugar na


idade adulta; até os 20 ou 25 anos ficam sempre, entre a diáfise e as epífises,
uma linha de cartilagem que faz crescer o osso em comprimento. Pode-se
demonstrar que o osso se alonga justamente graças à cartilagem de
conjugação: se inserir uma bolinha de chumbo na epífise (logo além da
cartilagem) e outra na diáfise (apenas um pouco para cá da cartilagem) em um
osso em via de crescimento (por exemplo, em um animal jovem), constatar-se-
á, radiografando o osso depois de um período de tempo suficiente, que à
distância entre as duas bolinhas aumentou. O mesmo se pode fazer para
demonstrar que o crescimento em espessura é devido ao periósteo. Sempre no
animal jovem, se cerca um osso com um fio metálico, ou então se insere uma
bolinha de chumbo no periósteo. Depois de um certo tempo notar-se-á que o
fio ou a bolinha não estão mais na extrema periferia do osso mas no seu
interior: evidentemente, o periósteo, produzindo novo osso pela sua parte
interna, afastou-se perifericamente, enquanto os corpos estranhos ficaram
onde estavam. Nos ossos secundários, derivados não de uma cartilagem mas
de um esboço de tecido membranoso, a ossificação tem lugar assim: as células
embrionárias se transformam em osteoblastos e estes iniciam a sua
proliferação do centro para a periferia, até que se complete a formação do
tecido ósseo.

Estruturas dos Ossos Longos


A diáfise é formada por tecido ósseo compacto e é percorrido
longitudinalmente por um canal interno, chamado canal medular, ocupado pela
medula. A medula do osso desempenha uma função importantíssima: fabrica
os glóbulos do sangue, sejam os vermelhos ou brancos. As epífises são
formadas por tecido ósseo esponjoso, que, na superfície, é revestido por uma
camada de tecido ósseo compacto. No osso esponjoso, a medula enche as
cavidades formadas pelo interpenetrar-se das trabéculas. Até a idade adulta, a

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diáfise e as epífises são separadas entre si, ou, melhor, estão unidas somente
por um tecido cartilaginoso; é esta a cartilagem de conjugação ou diafisiária
que permite o desenvolvimento do osso em
comprimento, e permanece até que o
indivíduo complete o seu desenvolvimento
esquelético. Depois, constitui a chamada
comissura diafisiária. Os ossos longos estão
presentes, sobretudo nos membros (osso do
braço: úmero; osso da coxa: fêmur).

Periósteo
No vivente e no cadáver o osso se
encontra sempre revestido por delicada
membrana conjuntiva, com exceção das
superfícies articulares. Esta membrana é
denominada periósteo e apresenta dois
folhetos: um superficial e outro profundo, este
em contato direto com a superfície óssea. A
camada profunda é chamada osteogênica pelo
fato de suas células se transformarem em
células ósseas, que são incorporadas à
superfície do osso, promovendo assim o seu
espessamento.

Os ossos são altamente vascularizados. As artérias do periósteo


penetram no osso, irrigando-o e distribuindo-se na medula óssea. Por esta
razão, desprovido do seu periósteo o osso deixa de ser nutrido e morre.

Cartilagem Articular
A cartilagem articular é uma forma de tecido
de suporte firme e resistente, mas não tanto como o
osso. Não tem vasos sangüíneos nem linfáticos e não
recebe nervos. Três tipos são conhecidos - cartilagem
hialina, fibrocartilagem e cartilagem elástica.

A cartilagem hialina:
Tem uma aparência translúcida, branco-
azulada. É o tipo de mais larga distribuição e aparece
no modelo cartilagíneo dos ossos em desenvolvimento.
Ela persiste, na vida adulta, como cartilagem articular, nas extremidades dos
ossos; como cartilagens costais, da traquéia, do nariz, septo nasal dos
brônquios e como as maiores cartilagens da laringe. Os representantes não-
articulares da cartilagem hialina têm tendência a se ossificar mais tarde na
vida.

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A fibrocartilagem:
Consiste em coleções densas de fibras colágenas nas quais está
misturada uma matriz cartilagínea. Ela é menos homogênea que a cartilagem
hialina, porém é mais resistente e mais flexível. Ocorre nos discos
intervertebrais e articulares e nas orlas glenoidais de certas articulações. Está
presente na sínfise púbica e cobre tendões onde estes têm relação com ossos.

A cartilagem elástica:
É atravessada por uma rica rede de fibras elásticas, o que lhe dá,
além de uma aparência amarelada, a capacidade de retornar rapidamente a
sua forma original, quando tracionada ou torcida. A cartilagem elástica ocorre
somente nas partes móveis do ouvido externo, no nariz e na epiglote.

DESCRIÇÃO DAS SUPERFÍCIES


ÓSSEAS
Termos Utilizados
Saliências
Servem para articular os ossos entre si (superfícies articulares) e
para a fixação de músculos, ligamentos, cartilagens e etc. Podemos então
dividi-las em saliências de superfícies de articulação e proeminências não
articulares.

Saliências de superfícies de articulação

Côndilo:
Uma projeção articular grande arredondada. Ex.: Côndilo occipital do
osso occipital.

Cabeça:
Uma extremidade articular proximal proeminente, arredondada. Ex.:
Cabeça do Fêmur.

Face:
Uma superfície articular achatada ou pouco profunda. Ex.: Face
costal de uma vértebra.

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Saliências de proeminências não articulares

Processo:
Qualquer proeminência acentuada do osso. Ex.: Processo
mastóideo do osso temporal.

Tubérculo:
Um pequeno processo arredondado. Ex. : Tubérculo maior do úmero
.
Tuberosidade:
Um grande processo áspero. Ex. : Tuberosidade da ulna .

Trocanter:
Processo maciço encontrado apenas no fêmur. Ex.: Trocanter maior
do fêmur.

Espinha:
Processo agudo, fino. Ex. : Espinha da escápula .

Crista:
Projeção em aresta estreita. Ex. : Crista ilíaca do osso do quadril.

Epicôndilo:
Projeção acima do côndilo. Ex. : Epicôndilo medial do fêmur .

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Depressões
As depressões podem ser articulares ou não e as aberturas, em
geral servem para a passagem de nervos ou vasos.

Fossa:
Uma vala rasa. Ex.: Fossa mandibular do osso temporal.

Sulco:
Goteira que acomoda um vaso, nervo ou tendão. Ex.: Sulco
intertubercular do úmero.

Fissura:
Abertura em fenda estreita. Ex.: Meato acústico do osso temporal.

Alvéolo:
Soquete ou escavação profunda. Ex.: Alvéolos dentários da maxila.

Aberturas
Forame:
Abertura circular que atravessa o osso. Ex.: Forame magno do
occipital.

Seio:
Cavidade ou espaço oco. Ex.: Seio frontal do osso frontal.

Fóvea:
Pequena cavidade ou depressão. Ex.: Fóvea da cabeça do fêmur.

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