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Saúde do Idoso – Professora: Cláudia Cordeiro Munhoz – UNIMAR-2008/2º

OSTEOPOROSE

1- SISTEMA ÓSSEO.

Os ossos, as articulações e os músculos são os principais componentes


do aparelho musculoesquelético. Os ossos são presos uns aos outros nas
articulações para facilitar o movimento das várias partes do corpo. No idoso,
torna-se mais lento de forma generalizada o crescimento do osso novo e há um
aumento na reabsorção óssea, causando o enfraquecimento ósseo. A perda de
célula muscular e as alterações articulares contribuem para as alterações
musculoesquelética associadas á idade. As alterações ósseas, musculares e
articulares aumentam o risco de o idoso ter distúrbios musculoesqueléticos,
como osteoartrite e artrite.
O osso é composto de tecido conjuntivo denso, duro e levemente
elástico. Dentro do osso está uma rede intrincada de vasos sanguíneos, vasos
linfáticos e nervos. Os osteoblastos são células localizadas dentro do osso que
mantêm ou compõem o osso. As células funcionam em partes para recuperar o
osso após uma fratura. Os osteoclastos são as células responsáveis pela
decomposição e pela reabsorção do osso. A formação óssea e a reabsorção
óssea são processos contínuos que ocorrem ao longo de toda a vida. Um
osteoócito é a principal célula óssea madura que regula a concentração de
cálcio nos líquidos corporais ajudando a liberar cálcio do tecido ósseo no
sangue.
O esqueleto é composto de 214 ossos e forma a estrutura do corpo. Os
ossos funcionam para sustentação, armazenamento de cálcio e produção de
células sanguíneas. Até a idade de 35 a 40 anos, mais ossos são produzidos do
que destruídos. Por volta de 35 a 40 anos, a atividade dos osteoblastos
diminui, ao passo que a atividade dos osteoclastos aumenta. A perda do osso
trabecular (esponjoso) excede a perda do osso cortical (compacto). Em média,
aos oitenta anos, o homem perdeu aproximadamente 27% do osso trabecular.
As mulheres perdem 43% de seu osso trabecular ao chegarem à idade de 90
anos. O estrogênio, hormônio produzido pelas mulheres em seus anos de
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reprodução, parece proteger as mulheres contra a perda óssea. Esta acelera-se
após a menopausa, quando a produção de estrogênio cessa. A perda óssea
coloca o idoso sob maior risco de fraturas.
A altura diminui com a idade e a postura torna-se um tanto curvada.
Essas alterações na postura e na altura são resultados de alterações dentro dos
discos vertebrais. A fibrocartilagem dos discos perde água e torna-se mais
seca e mais fina, o que causa a compressão das vértebras e a diminuição da
altura. A reabsorção óssea faz o osso perder cálcio e ter uma menor
capacidade de produzir material para a matriz óssea (o osso intracelular), o
que enfraquece o osso. A cartilagem em certas áreas do corpo continua a
crescer, particularmente a cartilagem do nariz e das orelhas, resultando em
aumento e alongamento do nariz e das orelhas.
As articulações sinoviais livremente móveis como as articulações dos
joelhos, dos pulsos e dos cotovelos e dos quadris, são as mais afetadas pelo
envelhecimento. Com a idade, há uma diminuição no líquido sinovial e a
cartilagem nas articulações tornam-se mais fina. A cartilagem é um tipo
especial de tecido conjuntivo que ajuda no movimento da articulação. Os
ligamentos podem ficar mais curtos e menos flexíveis. Essas alterações
resultam numa menor amplitude de movimento das articulações afetadas.
As bolsas são bolsas sinoviais repletas de líquido localizadas em vários
pontos ao redor das articulações. As bolsas tornam o movimento mais fácil e
diminuem a fricção ao redor das articulações. Com a idade, as alterações nas
bolsas aumentam o risco de a inflamação causar bursite.
As fibras musculares diminuem com a idade causando uma perda da
massa corporal. Essas fibras musculares não são substituídas. Os músculos
tornam-se finos e flácidos, particularmente os músculos dos braços e das
pernas, resultando em fraqueza. Aos 80 anos, aproximadamente 50% da massa
muscular máxima se perde. O tecido muscular é substituído pela gordura. A
atividade física regular pode ajudar a combater o desgaste muscular.

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2-OSTEOPOROSE

2.1-DEFINIÇÃO

A osteoporose é uma perda progressiva da massa óssea e uma


deterioração do tecido esquelético, fazendo os ossos ficarem porosos,
quebradiços e frágeis,.à medida que a massa óssea diminui, há um maior risco
de fraturas. As duas fraturas mais comuns que acorrem em conseqüência da
osteoporose são fraturas de quadril e fraturas vertebrais.

2.2-FATORES DE RISCO

- Ser mulher
- Menopausa antes dos 45 ano, especialmente com remoção cirúrgica
dos dois ovários;
- Baixa ingestão de cálcio ao longo da vida;
- Falta de exercício físico;
- Peso abaixo do normal;
- Fumo;
- Alta ingestão de álcool;

2.3-FISIOPATOLOGIA

Para a maioria das pessoas a massa óssea atinge o ponto culminante aos
35 anos. Após essa idade, perde-se a cada ano um pouco mais do osso do que
é reposto. Os osteoblastos formam osso novo, enquanto o osso antigo é
reabsorvido por osteoclastos. Alguns cientistas afirmam que a osteoporose
pode ocorrer devido essas alterações entre osteoblastos e osteoclastos,
decorrente do processo de envelhecimento.
A calcitocina hormônio produzido pela glândula tireóide, age para
impedir a reabsorção óssea. A produção desse hormônio diminui com o
envelhecimento, contribuindo para o problema da reabsorção óssea.

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Outro hormônio, o hormônio paratireóide produzido pela glândula
paratireóide, funciona para aumentar a reabsorção óssea e sua produção é
aumentada com o envelhecimento. Essa produção aumentada do hormônio
paratireóide também é um fator adicional que contribui para o aumento da
reabsorção óssea.
Nas mulheres, o estrogênio inibi a reabsorção óssea e ajuda o corpo
absorver o cálcio, um mineral essencial para o fortalecimento ósseo. Os idosos
absorvem o cálcio com menos eficiência do que os adultos mais jovens. Essa
falta de absorção de cálcio aumenta a necessidade de cálcio alimentar nos
idosos. No final dos 30 ou no começo dos 40 anos, os níveis de estrogênio
começam a declinar, resultando em mais reabsorção óssea.
A perda óssea aumenta nos primeiros anos da menopausa, quando a
diminuição dos níveis de estrogênio tem maior impacto. Embora os homens
percam massa óssea numa idade posterior á das mulheres, 1 a cada 3 homens
com 75 anos ou mais tem osteoporose.

2.4-DIAGNÓSTICO

O exame radiográfico para densidade óssea, ou densitometria óssea, é o


método preferido para o diagnóstico da osteoporose. Mede a densidade óssea
com um alto grau de precisão usando apenas uma pequena quantidade de
radiação.

2.5-SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas de osteoporose abrangem vários graus de dor ou


moleza óssea. Também pode ocorrer desconforto ou dor na parte inferior das
costas. Às vezes, nenhum sintoma é identificado e a pessoa fica sabendo da
osteoporose quando a fratura ocorre.

2.6-TRATAMENTO

A osteoporose não é curável, mas é controlável e evitável. O tratamento


visa retardar o ritmo de reabsorção óssea. Analgésicos aliviam a dor
espontânea e a palpação. Suplementos de cálcio podem ser prescritos para
suplementar a ingestão de cálcio alimentar. O tratamento de reposição de
estrogênio pode ser prescrito para mulheres que estejam na pós–menopausa
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para ajudar a evitar a perda óssea A osteoporose não é uma conseqüência
inevitável do envelhecimento. Medidas preventivas incorporadas ao estilo de
vida podem diminuir o risco de ter osteoporose.

2.7-MEDIDAS PREVENTIVAS

- Aumentar a ingestão de cálcio = O cálcio, a vitamina D e o fósforo são


nutrientes importantes para formar um osso forte ( adultos = 1000 a 1500
mg/dia ; mulheres idosas =1.500 mg/dia )
- Exercitar-se regularmente = Ajudam a manter a massa óssea;
- Não fumar = Fumar diminui a massa óssea e abaixa os níveis de
estrogênio nas mulheres;
- Limitar a ingestão de álcool = Indivíduos que bebem muito têm menos
massa óssea e perdem osso mais rapidamente do que os que não bebem. Beber
aumenta o risco de embriaguez, aumentando o risco de cair e fraturar ossos.

2.8-ESCALA DE RISCO DE QUEDAS (J.H.DOWTON, 1993)

Quedas anteriores: Não / sim*

Medicamentos Nenhum
Tranqüilizantes-sedativos*
Diuréticos*
Hipotensores*
Antiparkinsonianos*
Antidepressivos*
Outros medicamentos

Déficit visual Nenhum


Alterações visuais*
Alterações Auditivas*
Nos membros*

Estado mental Orientado


Confuso*
Marcha Normal
Segura, com ajuda
Insegura com / sem ajudas*
impossível

OBS:Somar um ponto por cada item com asterisco.


OBS: Três ou mais pontos indicam risco elevado de quedas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

BRUNNER &SUDARTH: Tratado de Enfermagem Médico Cirúrgica.


Cuidando do idoso, 9º.Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.

RUIPÉREZ, I. LLORENTE, P. Guia Prático de Enfermagem. Geriatria.


Volume da série Guia Pratico de Enfermagem.Rio de Janeiro: Madri, 2000.

ROACH, S. Introdução à Enfermagem Gerontológica.Rio de Janeiro:


Guanabara,2003.

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