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Autor: Tamaba
Como dissemos antes, o ser humano não pode captar qualquer vibração; o
espectro de frequências audível variará de acordo com cada pessoa, mas se aceita
como média o intervalo entre 20 Hz e 20 kHz. Nesta faixa de frequências existe
tudo o que nós, humanos, podemos ouvir; mais além disso estão os ultrasons
(acima de 20 Khz) e os infrasons (abaixo de 20 Hz), que são captados por alguns
animais que possuem um sistema auditivo mais desenvolvido que o do homem.
Cada instrumento musical, como qualquer outra fonte sonora, produz som em
uma zona determinada deste espectro de frequências audíveis; uns ocupam mais
espaço, outros menos. E é justamente aqui onde entram em cena os
equalizadores: estes dispositivos alteram a resposta em frequência de um som,
aumentando ou atenuando certas frequências.
Tipos de equalizadores
Por último, os mais comuns são os equalizadores gráficos, que normalmente vão
desde 5 até 31 bandas de frequência fixas, ainda que às vezes encontramos
aparatos mais complexos, com mais bandas (na imagem a seguir vemos um de 10
bandas por canal).
Resolver problemas
Os equalizadores podem ser utilizados como filtros, para atenuar ou eliminar
frequências que incomodam, ruídos ou interferências que se misturam com o som.
Por exemplo, o hum produzido por uma fonte de alimentação ruim se reduz
atenuando-se em 50-60 Hz aproximadamente. O hiss, tão comum nas fitas
cassetes, pode ser diminuído atenuando-se as altas frequências. Em geral, os
problemas ocorrem numa faixa determinada de frequências, por isso é que os
equalizadores paramétricos são os ideais para este propósito. Outro problema
comum é o mascaramento: um instrumento com ressonância ou pico em uma
determinada frequência. Apesar deste instrumento soar bem quando está sozinho,
ao mixá-lo com outros poderá haver interferências na clareza destes, portanto é
recomendável atenuar estas frequências, comprimi-las ou limitá-las.
Como regra geral, a cada instrumento podemos dar corpo aumentando a sua
frequência fundamental. Devemos atenuá-la se o som for muito grave ou
indefinido. Aumentando os harmônicos damos mais presença e definição, devemos
atenuar também se o som for muito violento. Por outro lado, considere que
equalizações extremas reduzem a fidelidade, mas podem criar efeitos
interessantes: por exemplo, cortando bruscamente os graves e os agudos de uma
voz conseguimos obter o efeito de telefone.
A seguir daremos algumas sugestões de frequências que podem ser ajustadas com
os equalizadores. Se quisermos obter o efeito desejado, aumentamos nessa
frequência; se não quisermos, atenuamos (na imagem, um EQ do Cubase
configurado para reduzir os hiss e hums de uma trilha de voz).
· Baixo: Corpo e profundidade em 60 Hz, áspero em 600 Hz, presença em 2.5 kHz.
· Guitarra elétrica: Pegada em 60 Hz, corpo em 100 Hz, estridente em 600 Hz,
presença em 2-3 kHz.
· Bateria: Corpo em 100 Hz, apagada em 250-600 Hz, trash de 1 a 3 kHz, ataque
em 5 kHz, seca e enérgica em 10 kHz.
· Sax: Quente em 500 Hz, duro em 3 kHz, som das chaves acima de 10 kHz.
O erro mais comum é iniciar adicionando graves em tudo; desse jeito a mixagem
irá soar grave e turva. Aí então aumentamos os agudos para tentar consertar o
erro, mas vemos logo que os médios ficam débeis... ou seja, fica tudo
descontrolado. Um bom conselho é utilizar a EQ com bypass para ir ouvindo e
controlando a equalização a todo o momento.