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Considerações sobre o ensino da redação

Prof ª Regina

Há muitos anos observo a grande dificuldade que meus alunos apresentam, quando precisam elaborar e redigir suas
dissertações.

Primeiramente, mostram-se quase sempre confusos e inseguros (salvo raras exceções) - acreditando que não são capazes
de expressar-se satisfatoriamente em suas produções escritas. Generalizam com pressa, utilizam velhos clichês, não sabem
como coordenar os pensamentos, explorar novos rumos e outras idéias. São inúmeras as barreiras mentais que impedem a
real comunicação.

Além disso, estão acostumados a redigir temas ao acaso; desconhecem, muitas vezes, que a língua portuguesa possa
apresentar inúmeras expressões, para exteriorizar de maneira diversa aquilo que pensamos.

Nas aulas de produção de textos, pouco se discute e os estudantes não recebem o incentivo necessário para criar idéias
diferentes que podem ser igualmente modificadas e ordenadas, valorizando a expressão particular de cada um.

Não raro, também escuto comentários sobre a parte da gramática ser indispensável, para que uma composição tenha o
devido sucesso. Reconheço, então, o brilhantismo em muitos alunos sobre sintaxe, morfologia... mas, surpreendentemente,
também acabo por reconhecer em suas redações um amontoado de frases mal estruturadas, desconexas, um acúmulo de
palavras se atropelando sem sentido, sem propósito e... nenhum erro gramatical!

Antes de mais nada, acredito ser ilusão pensar que se está apto a escrever, quando se conhecem todas as regras
gramaticais e suas exceções. Acredito que precisamos de um mínimo de gramática indispensável, para que possamos
adquirir certos hábitos de estruturação de frases simples, porém, claras, coerentes e objetivas.

Pense com atenção e depois responda para si mesmo: as falhas mais graves das suas redações resultam das incorreções
gramaticais ou da falta de concatenação lógica das suas idéias?

Não sou contra o ensino da gramática, apenas, sou favorável que ela seja um meio eficaz de aprendizagem e não um fim.

Certo é que aquele que escreve domina os princípios da gramática, tendo, portanto, um conhecimento inconsciente que o

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orienta na organização das frases. É essa competência lingüística que nos permite formar um sem número de sentenças
gramaticais.

Aqui estão apenas alguns comentários que julguei relevantes, neste imenso processo que envolve a produção de textos.

Propositadamente, deixo umas indagações para você refletir e procurar as suas próprias respostas: "Frente à folha de papel
em branco:
a) Por que não tenho idéias?
b) Por que é difícil iniciar meu texto?
c) Por que não sei fazer o texto progredir?
d) Por que não sei encerrar meu texto?"

Regina Maria Gabriel

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