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ESCOLA SUPERIOR

DE ARTES E DESIGN
MATOSINHOS

MICROFONES
PROPOSTA 01
LAB. SOM

PROF. RUI CALDAS

REALIZADO POR

IGOR PASCOAL
N.º 6409
2’2ADM
21 OUT 2010
INTRO
MICROFONES
DINÂMICOS
MICROFONES DE
CONDENSADOR
O DIAGRAMA
POLAR DE
CAPTAÇÃO
TÉCNICAS DE
CAPTAÇÃO
ESTÉREO
CONCLUSÃO
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INTRO

O microfone representa um importante avanço tecnológico para a


humanidade. Desde o seu aparecimento útil no telefone de Alexander
Graham Bell, no final do século XIX, até à sua integração na maioria dos
dispositivos electrónicos que nos acompanham actualmente, o microfone
tornou-se parte integrante da nossa vida.

Existem diversos tipos de microfones com características distintas,


mas todos eles se consideram como transdutores de informação sonora em
sinal eléctrico. O que distinguirá os microfones será a sua aplicação prática
e todas as especificações técnicas que lhes estão sujeitas. Todos esses
factores devem ser tidos em conta quando escolhemos um microfone.

Neste trabalho iremos abordar dois tipos de microfones: os


dinâmicos e os de condensador. E explorar ainda as diferentes vertentes
captativas, quer a nível de equipamento e dos seus diagramas polares de
captação que a nível de técnicas de captação em estéreo.

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MICROFONES
DINÂMICOS
Estes são os microfones mais robustos e também os mais comuns
no mercado. São constituídos por um diafragma, uma bobina móvel e um
íman. A conjunção destes forma um gerador eléctrico de ondas de som.

Para gerar o sinal eléctrico, as ondas sonoras provocam o movimento


do conjunto diafragma-bobina móvel que se encontra dentro de um campo
magnético fixo produzido pelo íman. Por sua vez, o movimento da bobina
dentro deste faz com que a corrente flua de forma proporcional às ondas de
som. A quantidade de corrente é determinada pela velocidade desse
movimento. O sinal eléctrico gerado não necessita de amplificador para ser
aumentado, nem, claro está, de fonte de alimentação própria.
Fig.1 | Microfone Dinâmico

CAMINHO DE RETORNO DO
ÍMAN
PARTE DO
PÓLO
SAÍDA DE TENSÃO DA
BOBINA

ACÇÃO DE ÍMAN
PRESSÃO NO
FONTE SONORA
DIAFRAGMA

DIAFRAGMA MOVE-SE
PARA A FRENTE E
PARA TRÁS MATERIAL ABSORVENTE
ACÚSTICO
BOBINA GERADORA DE
PRESSÃO POSITIVA TENSÃO

PRESSÃO NEGATIVA

Fig.2 | Microfone Dinâmico

Estes microfones são os indicados para actuações em palco ao vivo,


pois aguentam bem os sons mais altos. O próprio diafragma utiliza uma
membrana fina, altamente resistente e elástica, a fim de aguentar as
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elevadas pressões sonoras a que pode estar sujeito. Esta construção
mecanicamente muito resistente, possibilita uma boa sensibilidade e um
grande poder de suportar altos níveis de pressão sonora sem que se gere
distorção do sinal.

Da mesma forma que uma queda nas escadas ou um cantor mais


entusiasmado não serão suficientes para abalar a sua durabilidade.

MICROFONES DE
CONDENSADOR
Igualmente comuns no mercado, os microfones de condensador ou
capacitivos necessitam de uma carga eléctrica constante e fixa para
funcionarem. Ou seja, têm de estar ligados à corrente ou ter uma bateria.
Utilizam um diafragma separado de um metal condutivo (backplate) por uma
pequena capa de ar. Formam, assim, um componente eléctrico denominado
condensador (ou capacitor) que utiliza uma carga polarizada entre 9 e 48V.

Quando as ondas sonoras entram em contacto com o diafragma,


este vibra com proximidade variável do metal posterior, e consoante a
pressão sonora fornecida modifica-se a carga entre o diafragma e a placa
metálica que ocasionará uma diferença de potencial nos terminais do
microfone.

Os sinais eléctricos gerados pelas movimentações do diafragma não


têm amplitude suficiente. Desta forma, passa a ser necessário utilizar um
circuito pré-amplificador de sinal que poderá estar dentro do corpo do
microfone ou fora do microfone numa caixa à parte.

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DIAFRAGMA
MOVE-SE
PARA FRENTE
ISOLADOR
E PARA TRÁS

PLACA PARALELA FIXA

ACÇÃO DE
PRESSÃO NO
FONTE SONORA
DIAFRAGMA
TENSÃO DE
SAÍDA PARA O
PRÉ-AMPLIFICADOR

MUDANÇA DE
CAPACITÂNCIA TENSÃO DE
GERADOR TENSÃO POLARIZAÇÃO

PRESSÃO POSITIVA

PRESSÃO NEGATIVA

Fig.3 | Microfone de Condensador

O diafragma geralmente é de plástico e coberto com um material


condutor como o ouro ou outro metal muito fino. A placa fixa é de metal
rígido ou de metal combinado com cerâmica.

Este tipo de microfones são geralmente mais sensíveis que os


microfones dinâmicos, sendo capazes de captar mais frequências e sons
curtos. Por sua vez, têm uma resistência mecânica inferior e requerem um
manuseamento mais cuidado. Normalmente, são utilizados para
instrumentação de estúdio, o que possibilita o seu uso em frequências mais
altas.

É importante afirmar que a elevada sensibilidade estende-se aos


ruídos de fundo e ambiente, susceptibilizando gravações de alta qualidade
profissional.

Dentro dos microfones de condensador é ainda possível encontrar os


microfones de condensador de diafragma pequeno e os de diafragma largo.
Os primeiros são especializados para a captação sonora em coros vocais e
instrumentos em actuações ao vivo. Os segundos são eleitos para gravação
de voz em alta qualidade.

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O DIAGRAMA
POLAR DE
CAPTAÇÃO
Ao contrário do que se possa pensar, os microfones não têm
necessariamente de captar som apenas para onde estão a apontar. Existem
diferentes formas de captação tridimensional em diferentes microfones. Para
analisar essas distintas formas recorre-se aos diagramas polares de
captação.
Estes diagramas podem corresponder a microfones omnidireccionais,
direccionais, bidireccionais, diferenciais (canceladores de ruído) e por zona
de pressão.

Omnidireccional
São capazes de captar o som de todas as direcções. Cobrem
360º e captam a maior quantidade de som possível de todo o
ambiente. É aconselhável estarem próximos da fonte sonora a fim
de não captarem sons indesejáveis, nomeadamente em situações ao
vivo.
LEGENDA

200Hz Mesmo que 1 kHz


1kHz
5kHz
8kHz

Fig.4 | Diagrama Polar de


Captação Omnidireccional

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Direccional
São capazes de captar o som vindo de uma única direcção.
Respondem melhor aos sons situados num raio de 40º na direcção
que estão apontados. É altamente sensível à pressão sonora directa
na cápsula, e praticamente insensível aos sons de outras direcções.
Existem variações neste padrão de captação direccional. São:
as cardióide, supercardióide, hipercardióide e ultradireccional.

Cardióide
São capazes de captar melhor o som vindo de frente, capta
com pouca intensidade os sons das laterais e a 180º é praticamente
insensível. São dos microfones mais comuns e aconselhados para
instrumentação ao vivo, uma vez que conseguem captar cada
instrumento individualmente sem gerar feedback.

LEGENDA

200Hz
1kHz
5kHz
8kHz

Fig.5 | Diagrama Polar de


Captação Cardióide

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Supercardióide
Têm um ângulo de cobertura menor que o cardióide, logo são
mais direccionais. A sensibilidade aos sons frontais e de trás é maior
comparativamente à do cardióide. São geralmente utilizados para
gravações a longas distâncias ou com a pretensão de diminuir a
interferência de sons ou barulhos ambientes, bem como para
captação de percussão e voz.

LEGENDA

400Hz - 7kHz

Fig.6 | Diagrama Polar de


Captação Supercardióide

Hipercardióide
São altamente sensíveis aos sons vindos de frente. Têm
menos sensibilidade para os sons vindos da parte de trás
comparativamente aos supercardióides. Deve-se ao facto de o
microfone hipercardióide conter aberturas posteriores maiores do que
as que estão presentes no supercardióide. É ideal para captar vários
sons oriundos de fontes demasiado próximas entre si.

LEGENDA

1kHz
5kHz

Fig.7 | Diagrama Polar de


Captação Hipercardióide

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Ultradireccionais (Shotgun)
São capazes de captar a longas distâncias (mais de um
metro), em ângulos de cobertura extremamente estreitos (30º a 60º).
Fazem cancelamentos na relação frente-costa com interferências de
fase, ou seja, como têm uma construção tubular com cortes
transversais, permitem que os sons que incidem no eixo do
microfone sejam amplificados e os sons gerados nas laterais sejam
cancelados. Para frequências mais baixas este microfone comporta-
-se segundo o padrão polar da cápsula que é utilizada. Nas
frequências mais altas sofrerá o efeito do tubo, o que torna este
microfone mais direccional do que um hipercardióide.

Fig.8 | Diagrama Polar de


Captação Ultradireccional

LEGENDA 250Hz 2500Hz


500Hz 6300Hz
1000Hz 10000Hz

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Bidireccional
São capazes de captar o som de duas direcções opostas: de
frente de trás. Rejeitam os sons provenientes das laterais a 90º e
270º. O seu formato de captação em forma de oito dá-lhe a fama de
“figura 8”. A sua utilização está ligada a estúdios de gravação,
programas de entrevistas, gravação de dois cantores em simultâneo,
entre outros.

LEGENDA

200Hz Mesmo que 1 kHz


1kHz
5kHz Mesmo que 1 kHz
8kHz Mesmo que 1 kHz

Fig.9 | Diagrama Polar de


Captação Bidireccional

Diferencial
Estes microfones são construídos com duas cápsulas
montadas em oposição e com polaridade invertida, querendo isto
dizer que estão 180º defasadas e operam com o princípio do
cancelamento de fase. Os sinais gerados por este tipo de microfone
são amplificados muito próximos a uma das bobinas, numa distância
inferior a 5 centímetros. Os sons de fontes sonoras mais distantes
são rejeitados. São muito utilizados em locais com elevados níveis de
ruído como guerras ou parques industriais.

Zona de Pressão
É construído com um pequeno microfone omnidireccional
muito próximo a uma placa reflectora do som que nela inside,
deixando a cápsula do microfone numa zona de pressão. São
utilizados para captação de fontes sonoras como pianos, grupos
vocais, gravações de plateia, sons percursivos, televisão ou cinema.

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TÉCNICAS DE
CAPTAÇÃO
ESTÉREO
Depois de percebermos que tipos de microfones existem e de que
formas é que diferentes microfones podem capturar o som, passamos
agora à explicação de algumas técnicas de captação de som em estéreo.
A forma como posicionamos os microfones seleccionados pode ter
uma influência significativa na qualidade da captura de determinado som. As
técnicas de captação em estéreo pretendem criar uma imagem estéreo a
fim de causar a sensação de profundidade e espaço para os instrumentos
que estão a ser captados. Abordaremos as técnicas de captação
coincidente (X/Y), captação espaçada (A/B) e ORTF.

Captação Coincidente (X/Y)


Tem por base a utilização de dois microfones cardióides
idênticos, com os respectivos diafragmas o mais aproximados
possível. Normalmente, formam um ângulo de 90º a 135º, variando
com o tamanho da fonte sonora. Desta forma, cada microfone
Fig.10 | Capt. Coincidente
captará com maior ênfase um dos lados (esquerdo ou direito) da
fonte.

Captação Espaçada (A/B)


Tem por base a utilização de dois microfones cardióides ou
omnidireccionais espaçados entre si pelo menos três metros.
Criando, desta forma, uma configuração esquerdo-direito que dará

Fig.11 | Capt. Espaçada


origem a uma imagem estéreo da fonte sonora. A problemática desta
técnica de captação está na perda de muito som central da fonte.
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Por sua vez, a qualidade da separação dos canais esquerdo e direito
constitui uma vantagem.

Captação ORTF
Tem por base a utilização de dois microfones cardióides
colocados bastante próximo entre um e outro mas com os
diafragmas direccionados cada um para a esquerda ou para a direita.
O seu eixo de resposta atinge o máximo nos 110º e aconselha-se
Fig.12 | Captação ORTF uma distância de 17 centímetros entre os dois microfones. A imagem
estéreo final é bastante realista.

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CONCLUSÃO

Devemos anotar que considerando a variedade existente de


microfones com diferentes características, a escolha do modelo indicado
deve efectuar-se com cautela a fim de atingir os objectivos definidos. É
ainda importante não descurar o valor da experimentação prática dos
modelos referidos neste trabalho.

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WEBGRAFIA

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em 20 Out. 2010.
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Acesso em 20 Out. 2010.
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DYNAMIC MICROPHONES. 2010. em: http://www.mediacollege.com/audio/microphones/
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30 Set. 2010.
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MICROFONAÇÃO DE CORAIS. 2003. em: http://www.musicaeadoracao.com.br/tecnicos/
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Acesso em 30 Set. 2010.
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www.homerecordingcenter.com/stereo-microphone-techniques. Acesso em 7 Out. 2010.
CALVERT, J. B.. MICROPHONES. 2009. em: http://mysite.du.edu/~jcalvert/tech/microph.htm
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%C3%A7%C3%A3o). Acesso em 20 Out. 2010.
ELSEA, Peter. MICROPHONES. 1996. em: http://artsites.ucsc.edu/EMS/Music/tech_background/
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www.attack.com.br/artigos/mic_2.pdf; http://www.attack.com.br/artigos/mic_4.pdf; http://
www.attack.com.br/artigos/mic_3.pdf. Acesso em 7 Out. 2010.

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