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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS

LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS À DISTÂNCIA

Manual de aulas práticas

ELEMENTOS DE QUÍMICA GERAL

Profa. Dra. Maria Gabriela Nogueira Campos

2010
Elementos de Química Geral 2

Sumário

Um experimento químico envolve a utilização de uma variedade de


equipamentos de laboratório bastante simples, porém, com finalidades específicas.
O emprego de um dado material ou equipamento depende de objetos específicos e
das condições em que serão realizados os experimentos.

Esta disciplina tem por objetivo ensinar conceitos químicos, terminologia e


métodos laboratoriais, bem como proporcionar o conhecimento de materiais e
equipamentos básicos de um laboratório e suas aplicações específicas.

Objetivos

⇒ Gerais: Iniciar os alunos em trabalhos gerais de laboratório.

⇒ Específicos: Transmitir aos alunos noções de segurança, de técnicas básicas de


laboratório e de conceitos fundamentais em Química.

Conteúdo

Noções elementares de segurança;


Equipamento básico de laboratório;
Introdução às técnicas básicas de trabalho em laboratório de química;
Constantes físicas: densidade;
Medidas e erros: tratamento de dados experimentais;
Aplicações práticas de alguns princípios fundamentais em química: preparações
simples, equilíbrio químico, indicadores, preparação de soluções e titulações.

Métodos utilizados

Execução de trabalhos práticos em laboratório, coleta de dados


experimentais, exercícios e discussões.
Elementos de Química Geral 3

Atividades discentes

Realização de pesquisa bibliográfica;


Execução de experimentos no laboratório;
Discussão de resultados;
Elaboração de relatórios.

Procedimento de Trabalho no Laboratório

1. O trabalho num laboratório químico só é efetivo quando realizado


conscienciosamente e com compreensão da sua teoria. Além disso, toda atividade
experimental requer que o experimentador SEJA CUIDADOSO E ESTEJA ATENTO.
Mesmo um experimento aparentemente inofensivo, pode resultar em conseqüências
sérias quando planejado de maneira imprópria.

2. Todo aluno ou grupo terá um LUGAR NO LABORATÓRIO (BANCADA), QUE


DEVERÁ SER MANTIDO LIMPO E ARRUMADO. Somente os materiais necessários
ao experimento deverão permanecer sobre a bancada.

3. O estudante, antes de iniciar o trabalho de laboratório deve:


• Conhecer todos os detalhes do experimento que irá realizar;
• Ter conhecimento sobre as propriedades das substâncias a serem utilizadas;
• Familiarizar-se com a teoria relativa ao tópico em estudo;
• Ter um protocolo experimental escrito envolvendo todas as atividades a serem
realizadas;
• Vestir calça comprida, sapato fechado, avental e óculos de segurança sempre
que trabalhar no laboratório (itens de uso pessoal que devem ser
providenciados pelo aluno).

NUNCA REALIZE EXPERIMENTOS QUE NÃO SEJAM INDICADOS NO GUIA SEM


ANTES CONSULTAR O PROFESSOR RESPONSÁVEL
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Anotações de Laboratório

• Utilize um caderno de uso exclusivo para as atividades de laboratório;


• Após estudar a atividade experimental a ser realizada, faça um protocolo do que
será feito detalhando montagem de equipamentos, cálculo da massa de
reagentes necessários para preparar soluções e uma lista sintética das etapas a
realizar;
• Anote todas as suas observações do trabalho experimental e suas conclusões.

Regras Básicas de Segurança

• Realize todo o trabalho com substâncias voláteis na capela;


• Trabalhe longe de chamas quando manusear substâncias inflamáveis;
• Quando aquecer soluções num tubo de ensaio, segure-o sempre com a
abertura dirigida para longe de você ou seus vizinhos no local de trabalho;
• Sempre coloque os resíduos de metais, sais e solventes orgânicos nos
recipientes adequados.
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Regras de Segurança

⇒ Use os óculos protetores de olhos, sempre que estiver no laboratório;


⇒ Use sempre avental/jaleco de algodão com mangas compridas, sapato fechado e
calça comprida;
⇒ Não fume, não coma ou beba no laboratório;
⇒ Evite trabalhar sozinho e fora das horas de trabalho convencionais;
⇒ Não jogue material insolúvel nas pias (sílica, carvão ativo, etc). Use um frasco de
resíduo apropriado;
⇒ Não jogue resíduos de solventes nas pias. Resíduos de reações devem ser
antes inativados, depois armazenados em frascos adequados;
⇒ Não entre em locais de acidentes sem uma máscara contra gases;
⇒ Nunca jogue no lixo restos de reações;
⇒ Realize os trabalhos dentro de capelas ou locais bem ventilados;
⇒ Em caso de acidente (por contato ou ingestão de produtos químicos) procure o
médico indicando o produto utilizado;
⇒ Se atingir os olhos, abrir bem as pálpebras e lavar com bastante água. Atingindo
outras partes do corpo, retirar a roupa impregnada e lavar a pele com bastante
água;
⇒ Não trabalhar com material imperfeito, principalmente o de vidro que contenha
pontas ou arestas cortantes;
⇒ Fechar com cuidado as torneiras de gás, evitando o seu escapamento;
⇒ Não deixar vidro quente em lugares onde possam pegá-los indevidamente;
⇒ Não aquecer tubos de ensaio com a boca virada para si ou para outra pessoa;
⇒ Não aquecer reagentes em sistema fechado;
⇒ Não provar ou ingerir drogas ou reagentes de laboratório;
⇒ Não aspirar gases ou vapores;
⇒ Comunicar imediatamente ao professor qualquer acidente ocorrido.
Elementos de Química Geral 6

Manuseio de Produtos Químicos

⇒ Nunca manusear produtos sem estar usando o equipamento de segurança


adequado para cada caso;
⇒ Usar sempre material adequado. Não faça improvisações;
⇒ Esteja sempre consciente do que estiver fazendo;
⇒ Comunicar qualquer acidente ou irregularidade ao seu superior;
⇒ Não pipetar, principalmente, líquidos cáusticos ou venenosos com a boca. Use
os aparelhos apropriados;
⇒ Procurar conhecer a localização do chuveiro de emergência e do lava-olhos e
saiba como usá-lo corretamente;
⇒ Nunca armazenar produtos químicos em locais impróprios;
⇒ Não fumar nos locais de estocagem e no manuseio de produtos químicos;
⇒ Não transportar produtos químicos de maneira insegura, principalmente em
recipientes de vidro e entre aglomerações de pessoas;
⇒ Ler o rótulo antes de abrir a embalagem;
⇒ Verificar se a substância é realmente aquela desejada;
⇒ Considerar o perigo de reação entre substâncias químicas e utilizar
equipamentos e roupas de proteção apropriadas;
⇒ Abrir as embalagens em área bem ventilada;
⇒ Tomar cuidado durante a manipulação e uso de substâncias químicas perigosas,
utilizando métodos que reduzam o risco de inalação, ingestão e contato com
pele, olhos e roupas;
⇒ Fechar hermeticamente a embalagem após a utilização;
⇒ Evitar a utilização de aparelhos e instrumentos contaminados;
⇒ Não comer, beber ou fumar enquanto estiver manuseando substâncias químicas;
⇒ Lavar as mãos e as áreas expostas regularmente;
⇒ Tratar dos derramamentos utilizando métodos e precauções apropriadas para as
substâncias perigosas.
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Primeiros Socorros

 Cortes e ferimentos devem ser desinfetados e cobertos;


 Queimaduras leves com fogo ou material quente, tratar com ÁGUA FRIA/
GELADA ou PICRATO DE BUTESIN ou ÁCIDO PÍCRICO;

 Queimaduras cutâneas:
COM ÁCIDOS - lavar com bastante água e sabão e, em seguida, neutralizar
com LEITE DE MAGNÉSIA ou BICARBONATO DE SÓDIO;
COM BASES - lavar com muita água e, em seguida, com solução diluída de
ÁCIDO ACÉTICO (0,1N);
COM FENOL - lavar abundantemente com ÁLCOOL ETÍLICO;

 Queimaduras oculares com substâncias ácidas ou básicas devem ser lavadas


com água (usar lava - olhos) e tratadas com colírio estéril;

 Ingestão:
DE ÁCIDOS - tomar HIDRÓXIDO DE CÁLCIO, LEITE DE MAGNÉSIA ou
LEITE. Não tomar bicarbonato de sódio ou carbonato de cálcio. Estes produtos são
contra-indicados porque produzem distensão e facilitam a perfuração;
DE BASES - tomar solução de ácido acético 1/100 ou vinagre 1/10 ou água
de limão;
DE SAIS DE CHUMBO - lavar com água em abundância. Após, beber
grande quantidade de água seguida de duas colheres de SULFATO DE MAGNÉSIO
(sal de Epson);

 Intoxicação por gases:

REGRA GERAL: remova o paciente da exposição, fazendo-o respirar


profundamente e mantendo-o aquecido.
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Roteiro para Elaboração de Relatório

Noções Gerais

O relatório de atividades deve em primeiro lugar, retratar o que foi realmente


realizado no experimento, sendo de fundamental importância a apresentação de um
documento bem ordenado e de fácil manuseio. Além disso, deve ser o mais sucinto
possível e descrever as atividades experimentais realizadas, a base teórica dessas
atividades, os resultados obtidos e sua discussão, além da citação da bibliografia
consultada.
O relatório deve ser redigido de uma forma clara, precisa e lógica. Redija
sempre de forma impessoal, utilizando-se a voz passiva no tempo passado. Ex. a
massa das amostras sólidas foi determinada utilizando-se uma balança.
Devem ser evitados expressões informais ou termos que não sejam
estritamente técnicos (Não utilize, em hipótese alguma, adjetivo possesivo, como
por exemplo, minha reação, meu banho, meu qualquer coisa). É bastante
recomendável, efetuar uma revisão do relatório para retirar termos redundantes,
clarificar pontos obscuros e retificar erros no original.
Uma atenção especial deve ser dada aos termos técnicos, resultados, fórmulas
e expressões matemáticas. As ilustrações (tabelas, fórmulas, gráficos) deverão vir na
sequência mais adequada ao entendimento do texto e seus títulos e legendas devem
constar imediatamente abaixo.

Tabela: é composta de título, um cabeçalho, uma coluna indicadora, se necessário,


e um corpo:

⇒ Título- deve conter breve descrição do que contém a tabela e as condições


nas quais os dados foram obtidos;
⇒ Cabeçalho- parte superior da tabela contendo as informações sobre o
conteúdo da cada coluna;
⇒ Coluna indicadora- à esquerda da tabela, especifica o conteúdo das linhas;
⇒ Corpo- abaixo do cabeçalho e a direita da coluna indicadora, contém os
dados ou informações que se pretende relatar;
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Exemplo

Tabela 1.Algumas características dos estados da matéria

Estado da matéria Compressibilidade Fluidez ou rigidez Densidade relativa


Gasoso Alta fluido baixa
Líquido muito baixa fluido alta
Sólido muito baixa rígido alta

Gráfico: é a maneira de detectar visualmente como varia uma quantidade (y) a


medida que uma segunda quantidade (x) também varia; é imprescindível o uso de
papel milimetrado para construção de um gráfico.

Eixos:
horizontal (abcissa) - representa a variável independente; é aquela
cujo valor é controlado pelo experimentador;
vertical (ordenada)- representa a variável dependente; cujo valor é
medido experimentalmente.
Escolha das escalas - suficientemente expandida de modo a ocupar a maior
porção do papel (não é necessário começar a escala no zero, sim num valor
um pouco abaixo do valor mínimo medido)
Símbolos das grandezas- deve-se indicar junto aos eixos os símbolos das
grandezas correspondentes divididos por suas respectivas unidades;
Título ou legenda- indicam o que representa o gráfico;
Valores das escalas- deve-se marcar os valores da escala em cada eixo de
forma clara;
Pontos- deve-se usar círculos, quadrados, etc. para indicar cada ponto de
cada curva;
Traço- a curva deve ser traçada de modo a representar a tendência média
dos pontos.

Tópicos de Composição
1. Identificação
2. Resumo
3. Introdução
4. Materiais e Métodos
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5. Resultados e Discussão
6. Conclusões
7. Referências

1. Identificação
Deve conter: Relatório N°, Título e Nome dos autores.

2. Resumo
Inicialmente, deve ser feito um resumo dos principais aspectos a serem
abordados no relatório, tomando por base, as etapas constantes do procedimento
experimental desenvolvido e dos resultados obtidos. Este ítem deve ser elaborado de
forma clara e sucinta para proporcionar ao leitor os tipos de informações fornecidas no
documento. Não deve ultrapassar a 100 palavras.

3. Introdução
Apresentar os pontos básicos do estudo ou atividades desenvolvidas,
especificando as principais aquisições teórico-metodológicas, referentes as técnicas
empregadas. Neste ítem é dado um embasamento teórico do experimento descrito.
para situar o leitor naquilo que se pretendeu estudar no experimento. A literatura é
consultada, apresentando-se uma revisão do assunto. Normalmente, as citações
bibliográficas são feitas por números entre parênteses e listadas no final do
relatório. Lembrar que a introdução não é uma cópia da literatura. Não copie os
textos consultados, para isso basta uma máquina de fotocópias. A introdução
deve conter no máximo 5 parágrafos e não exceder a 400 palavras.

4. Parte Experimental (ou Materiais e Métodos)


Descrição detalhada do experimento realizado, dos métodos analíticos e
técnicas empregadas, bem como descrição dos instrumentos utilizados. Não é um
receituário. Este item precisa conter elementos suficientes para que qualquer
pessoa possa ler e reproduzir o experimento no laboratório. Utilizam-se desenhos
e diagramas para esclarecer sobre a montagem de aparelhagem. Não deve
incluir discussão de resultados.
5. Resultados e Discussão
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Esta é a parte principal do relatório, onde serão mostrados todos os


resultados obtidos, que podem ser numéricos ou não. Deverá ser feita uma análise
dos resultados obtidos, com as observações e comentários pertinentes.
Em um relatório desse tipo espera-se que o aluno discuta os resultados em
termos dos fundamentos estabelecidos na introdução, mas também que os
resultados inesperados e observações sejam relatados, procurando uma justificativa
plausível para o fato. Em textos científicos utilizam-se tabelas, gráficos e figuras
como suporte para melhor esclarecer o leitor do que se pretende dizer.

6. Conclusões
Neste ítem deverá ser feita uma avaliação global do experimento realizado, são
apresentados os fatos extraídos do experimento, comentando-se sobre as
adaptações ou não, apontando-se possíveis explicações e fontes de erro
experimental. Não é uma síntese do que foi feito (isso já está no sumário) e também
não é a repetição da discussão.

7. Bibliografia
Listar bibliografia consultada para elaboração do relatório, utilizando-se as
normas recomendadas pela ABNT:

Sobrenome do autor, iniciais do nome completo. Título do livro: subtítulo. Tradutor.


Nº da edição. Local de publicação, casa publicadora, ano de publicação. Páginas
consultadas.

Exemplo:

Russel, J.B. Química Geral. Trad. de G. Vicentini et alli. São Paulo, Mc Graw-Hill,
1982.

Critérios de Avaliação (conforme previsto no Plano de Ensino da disciplina)

A avaliação será realizada por relatórios (R) e duas provas escritas (P).
A média final será calculada segundo a equação abaixo:

Média final = 0,8 x Pm + 0,2 x Rm


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Na equação:
Pm = Média entre as duas provas teóricas
Rm = Média dos relatórios

Embora todos os grupos realizem o mesmo experimento, os relatórios devem


ser preparados de forma personalizada pelo grupo. Relatórios copiados serão
creditados como zero.
Relatórios deverão ser entregues nas datas pré-determinadas. A entrega dos
mesmos em dias posteriores sofrerão reduções sucessivas do conceito máximo.
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Experimento N° 1:
Determinação da Acidez do Vinagre

Objetivo

Determinar a porcentagem (teor) de ácido acético no vinagre, realizando a


titulação de um ácido fraco com uma base forte.

Introdução
Na ciência e na indústria, frequentemente é necessário determinar a
concentração de íons em soluções. Para determinar a concentração de um ácido ou
uma base, um método chamado titulação é utilizado. A titulação utiliza o fato de que
ácidos são neutralizados por bases para formar sal + água. A equação da reação de
neutralização é:
H+ + OH- → H2O
Significando que um íon hidrogênio neutraliza um íon oxidrila. O número total de
íons hidrogênio é igual ao volume da solução multiplicado pela concentração de íons
hidrogênio.
n = V.M

onde: n = nº de mols de íons hidrogênio


V = volume da solução em litros
M = molaridade

O ponto em que uma solução ácida for completamente neutralizado por uma
solução básica é chamado de ponto de equivalência e o número de íons H+ é igual
-
ao nº de íons OH .
As concentrações de muitos compostos são usualmente expressas como
molaridade(M) ou mols/litro, e as concentrações de ácidos e bases são
frequentemente expressas em normalidade (N). Assim, a normalidade de um ácido
ou base é o nº de equivalentes (nE), por litro de solução.
Elementos de Química Geral 14

Então podemos dizer que a molaridade de um ácido ou uma base


multiplicada pelo nº de hidrogênios ionizáveis ou oxidrilas é igual a sua normalidade.
Além disso, o nº de mols de um ácido ou base multiplicado pelo nº de hidrogênios
ionizáveis ou hidroxilas é igual ao que denominamos de equivalentes.
O ponto quando a base neutraliza completamente um ácido (ou vice versa)
pode ser detectado com um indicador, que muda de cor com um excesso de íons H+
ou OH-. Fenoftaleína é um indicador desse tipo, quando em meio ácido a
fenoftaleína é incolor, mas com excesso de íons OH- numa solução ela se trona cor
de rosa.
Exemplos de alguns indicadores

Indicador Faixa de Mudança de Cor


Viragem
Azul de timol 1,2 - 2,8 Vermelho - Amarelo
Azul de bromofenol 3,0 - 4,6 Amarelo – Violeta avermalhado
Vermelho Congo 3,0 - 5,2 Violeta azulado- Alaranjado
avermelhado
Metil Orange 3,1 - 4,4 Vermelho – Alaranjado amarelado
Verde de bromocresol 3,8 - 5,4 Amarelo – Azul
Vermelho de metila 4,4 - 6,2 Vermelho – Amarelo alaranjado
Tornassol 5,0 - 8,0 Vermelho – Azul
Vermelho de fenol 6,4 - 8,2 Amarelo – Vermelho
Vermelho de cresol 7,0 - 8,8 Amarelo – Púrpura
Azul de timol 8,0 - 9,6 Amarelo – Azul
Fenolftaleína 8,2 - 9,8 Incolor – Violeta avermelhado

O ácido acético e um ácido fraco, Ka de 1,8 x 10-5, apresenta-se como um


líquido incolor, com odor característico de vinagre. É totalmente solúvel em água,
álcool etílico e na maioria dos solventes orgânicos, amplamente usado em química
industrial na forma de ácido acético glacial 99,8% (m/m) densidade 1,053 g/mL ou
em soluções de diferentes concentrações. Na indústria alimentícia é consumido
como vinagre, que é uma solução diluída de ácido acético glacial
(3,5 a 8% m/v).
Elementos de Química Geral 15

O vinagre é o produto resultante da fermentação de certas bebidas


alcoólicas, particularmente do vinho. Na fermentação do vinho, microorganismos da
espécie Mycoderma aceti transformam o álcool etílico em ácido acético. Após a
fermentação, o vinho fica com cerca de 4 a 5 % de ácido acético, recebendo então o
nome de “vinagre” (“vinho azedo”). O teor de CH3COOH no vinagre é determinado
volumetricamente titulando-se certa quantidade de vinagre com uma solução padrão
de hidróxido de sódio. Usa-se uma solução de fenolftaleína como indicador, a fim de
se ver o fim da reação.

Materiais
Suporte universal, pipeta, pêra, bureta, garra, erlenmeyer 250ml,
fenolftaleína, solução padrão de hidróxido de sódio 0,100 N, vinagre.

Procedimento Experimental

1. Pipete, com a técnica adequada, 1 mL de vinagre para um erlenmeyer de 250mL.


2. A esse vinagre, adicione mais ou menos 20 mL de água e 5 a 10 gotas de
fenolftaleína.
3. Carregue corretamente uma bureta de 50 mL com a solução de NaOH.
4. Gota a gota, acrescente essa solução de NaOH da bureta ao erlenmeyer,
agitando-o constantemente, e feche a torneira da bureta logo que ocorrer a viragem
do indicador. Anote o volume da solução de NaOH que foi gasto.
5. Repita essa operação (passos 1, 2, 3 e 4) e anote a medição do volume da
solução de NaOH.
Observação: Não pode haver muita diferença entre V1 e V2. Se houver, faça uma
terceira titulação e despreze o valor discrepante.
6. Calcule o volume médio de V1 e V2.

Cálculo do Teor Porcentual de Acidez no Vinagre

7. Os cálculos para a obtenção do teor de acidez do vinagre são fundamentados no


fato de que, quando as substâncias reagem, o número de moles de cada reagente é
igual ao número de moles dos outros participantes da reação. Se reagirem x moles
de NaOH, também reagiu o mesmo número de moles de CH3COOH:
Elementos de Química Geral 16

número de moles de NaOH = número de moles de CH3COOH


8. Calcule o número de moles de NaOH consumidos e terá o número de moles de
ácido acético. Lembre-se de que M = número de moles de NaOH / V ( L ) .
9. Calcule a massa de ácido acético.
10. Calcule o teor (massa) de ácido acético por litro de vinagre. Faça uma regra de
três (cada 2 mL de vinagre contêm x gramas (passo 9) de ácido acético).
11. Obtenha a porcentagem de ácido acético. Considere: densidade do vinagre =
1,1 g/mL. Faça uma regra de três ( cada x gramas (da densidade) corresponde a
100%, então a massa calculada no passo 10 corresponde a y%)

Questões
1. Por que o vinagre é ácido?
2. Qual a fórmula do ácido acético?
3. Qual a reação que ocorre entre o ácido acético e o hidróxido de sódio? Qual
é o produto formado?
4. Qual é a cor da fenolftaleína em meio ácido? E em meio básico?
5. Para que foi usada a fenolftaleína nessa análise?
6. É possível usar o alaranjado de metila como indicador nesta titulação de
vinagre? Elabore uma explicação.
7. Por que se adicionou cerca de 20 mL de água destilada antes da titulação?
8. Esse volume de água precisa ser medido com exatidão? Por quê?
9. Qual a importância de se determinar o teor de ácido acético no vinagre?
Como podemos chegar o teor de ácido acético na amostra analisada?
10. Se uma pessoa ingere 50 mL de vinagre numa salada, quantas gramas de
ácido acético a pessoa ingeriu? (Considere: densidade do vinagre = 1,1 g / mL; teor
de CH3COOH = 5% em massa.)
11. Com base nos resultados obtidos, diga o que você acha de um vinagre com 20%
ou 30% de ácido acético.
12. Suponha que uma solução de ácido clorídrico consuma a mesma quantidade
de uma solução padrão de NaOH por unidade de volume que um vinagre comercial.
Ignorando o aspecto da diferença no gosto, por que seria inaceitável o uso de ácido
clorídrico no preparo de um molho de salada?
Elementos de Química Geral 17

Experimento N° 2: Reações Químicas

Objetivos
⇒ Visualizar a ocorrência de reações com ou sem transferência de elétrons;
⇒ Escrever as equações relativas às reações de deslocamento (com
transferência de elétrons) e de dupla troca (sem transferência de elétrons);
⇒ Executar reações de deslocamento envolvendo metais;
⇒ Aplicar a tabela da fila de reatividade dos metais para fazer a previsão de
reações de deslocamento.

Introdução
Todas as reações químicas ocorrem através da quebra das ligações
existentes nos reagentes, com a formação de novas ligações correspondentes aos
produtos. As reações químicas podem ocorrer com ou sem transferência de
elétrons. As reações sem transferência de elétrons recebem também a
denominação de reações de dupla troca e podem ser melhor compreendidas
através da seguinte representação geral:
AB + CD → AD + CB

Para que uma reação de dupla troca ocorra, torna-se necessário que um dos
produtos da reação seja menos solúvel (formando um precipitado) ou mais volátil
que os reagentes. A reação representada abaixo ilustra como ocorre quimicamente
esta transformação:
+ - + - + -
Ag (aq) + NO3 (aq) + Na (aq) + Cl (aq) → AgCl(s) + Na (aq) + NO3 (aq)

Ao se misturar uma solução de Nitrato de Prata, transparente e incolor, com


uma solução de Cloreto de Sódio, também transparente e incolor, ocorre o
surgimento de um sólido branco, que se deposita no fundo do recipiente. O
precipitado que se forma é de Cloreto de Prata (AgCl). Os íons Sódio e Nitrato, no
entanto, permanecem em solução, antes e depois da reação. Todas as mudanças
que podem ser observadas após a mistura dos reagentes chamam-se indícios de
reação. Estes envolvem o aumento ou diminuição da temperatura no meio
reacional, a formação de produtos voláteis e de precipitados, entre outros.
Elementos de Química Geral 18

As reações de deslocamento são reações simples, que ocorrem com


transferência de elétrons, nas quais um ou mais elétrons são transferidos de um
metal para um íon metálico. Como exemplo, pode-se citar a reação representada
abaixo:
Mn(s) + SbCl2 → Sb(s) + MnCl2

A tabela de reatividade dos metais determina a ordem decrescente de


reatividade dos metais e, para que se possa afirmar se uma reação ocorre ou não,
basta comparar-se a força reativa do metal e do íon metálico. Caso o metal for mais
reativo que o íon metálico, a reação ocorrerá espontaneamente. Assim, dada a fila
de reatividade:
Cs > Rb > K > Na > Ba > Li > Sr > Ca > Mg > Al > Mn > Zn > Cr > Fe > Ni > Pb > H
> Sb > Cu > Hg > Ag > Pt > Au
observa-se, por exemplo, que o Manganês é mais reativo que o Antimônio
possibilitando a ocorrência da reação mostrada acima.
O mesmo ocorre para os não metais. Assim, dada a fila de reatividade:
F > O > N > Cl > Br > I > S > P > C.
Nas práticas 2-A, B e C serão relacionados diversos exemplos de reações
que acontecem com ou sem transferência de elétrons.

Experimento N° 2 - A: Reações de eliminação e dupla troca

Objetivo
Identificar a ocorrência de reações químicas e classificá-las de acordo com as
observações experimentais.

Materiais
Tubos de ensaio; Pinças metálicas e de madeira.
Reagentes
Ácido clorídrico 3 M, Magnésio metálico, Iodeto de potássio 5%, Nitrato de
chumbo II (5%), Cromato de potássio (sólido), Cloreto de bário (sólido).
Elementos de Química Geral 19

Procedimento
1. Colocar uma pequena porção de magnésio em aparas em um tubo de ensaio.
Adicionar 3 mL de Ácido Clorídrico 3 M e agitar. Observar.
2. Colocar em um tubo de ensaio 1 mL de nitrato de chumbo II (5%) e 1 mL de
iodeto de potássio 5%. Observar.
3. Pesar 0,2 g (não é necessário usar uma balança analítica) de cromato de
potássio e colocar em um tubo de ensaio. Adicionar 3 mL de água e agitar até
completa dissolução. Observar (atenção na coloração da solução).
4. Pesar 0,5g (não é necessário usar uma balança analítica) de cloreto de bário e
colocar em um tubo de ensaio. Adicionar 3 mL de água e agitar até completa
dissolução. Observar (atenção na coloração da solução).
(Verifique o que ocorreu em cada etapa. Anote a observação descreva a (s) reação
(ões) que ocorreu (ram), se for o caso).

Tópicos para Estudo


Reações químicas em solução aquosa.

Experimento N° 2 - B: Reações de óxido-redução - Parte 1

Objetivos
1. Observar reações de óxido-redução envolvendo vários metais e íons metálicos.
2. Determinar o poder relativo dos metais como agentes redutores e o dos íons
metálicos como agentes oxidantes.

Material
Tubos de ensaio, Suporte para tubos de ensaio, Pipeta, Pêra, Pinças metálicas e de
madeira.

Reagentes
Zinco, cobre, chumbo, estanho e ferro metálicos.
Soluções 1 M de Nitrato de Zinco, Cloreto de Ferro IIl, Nitrato de Cobre ll, Nitrato de
Chumbo II, Ácido Clorídrico e Nitrato de Mercúrio II
Elementos de Química Geral 20

Procedimento
1. Obtenha amostras dos metais: Zinco, Cobre, Chumbo, Estanho e Ferro e
soluções 1M de: ZnNO3, FeCI3, Cu(NO3)2, Pb(NO3)2, HCI e Hg(NO3)2
2. Identifique 6 tubos de ensaio com os nomes das soluções e coloque cerca de 2
mL de cada solução no tubo respectivo.
3. Coloque uma porção limpa de cada um dos metais nos tubos e observe as
possíveis reações. Anote o resultado no caderno.
4. Repita as etapas 2 e 3 com cada um dos outros metais.
5. Faça um quadro para ter uma visão geral das reações que ocorreram.

Verifique se suas observações podem ser sustentadas por reações descritas na


literatura.Tente ordenar as substâncias estudadas em ordem decrescente de poder
redutor).

Tópicos para Estudo


⇒ Reações químicas em solução
⇒ Potencial de oxi-redução

Experimento N° 2 - C: Reações de óxido redução - Parte 2

Objetivos
1. Observar algumas reações de óxido-redução envolvendo íons metálicos.

Material
Tubos de ensaio, Suporte para tubos de ensaio, Pipeta, Pêra, Pinças metálicas e de
madeira.

Reagentes
Cobre metálico
Solução de hidróxido de sódio 6 M, Solução de hidróxido de sódio 1 M.
Solução de tiossulfato de sódio 1 M, Solução de cloreto de alumínio 1M.
Solução de cromato de potássio 1 M, Solução de nitrato de chumbo (II) 0,1 M
Acido nítrico concentrado, Ácido clorídrico concentrado
Cristais de permanganato de potássio
Elementos de Química Geral 21

Procedimento
Efetuar as seguintes reações:
1. Colocar 1 mL de solução de cloreto de amônio 3 M num tubo de ensaio e
adicionar 1 mL de solução de hidróxido de sódio concentrado (6 M). Tome um
cuidado especial ao manusear a solução de hidróxido de sódio. Verificar se há
desprendimento de gás ou odor característico (Não aspire diretamente sobre o tubo.
Com a mão, tente levar os gases emitidos em direção ao nariz).
2. Colocar 1 mL de solução de tiossulfato de sódio 1 M em um tubo de ensaio e
adicionar 1 mL de ácido clorídrico concentrado. Tome um cuidado especial ao
manusear o ácido clorídrico. O frasco de ácido deve ser aberto dentro da capela.
3. Colocar 1 mL de solução de cloreto de alumínio 1 M em um tubo de ensaio.
Adicionar gota a gota, uma solução de hidróxido de sódio 1 M. Nesta reação,
continuar a gotejar a solução básica até o meio estar com excesso de base e
observar o que acontece.
4. Colocar 1 mL de solução de cromato de potássio 1 M em um tubo de ensaio e
adicionar 1 Ml de solução de nitrato de chumbo (II) 0, 1 M.
5. Colocar em um tubo de ensaio um pedaço de fio de cobre e adicionar 1 mL de
ácido nítrico concentrado.
6. Colocar em um tubo de ensaio alguns cristais de permanganato de potássio e
adicionar 1 mL de ácido clorídrico concentrado.

Verifique se suas observações podem estar sustentadas por reações descritas na


literatura. Tente ordenar as substâncias estudadas em ordem decrescente de poder
redutor).

Tópicos para Estudo


⇒ Reações químicas em solução e Potenciais de oxidação-redução.

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