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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - MPU


ANALISTA E TÉCNICO - CARGOS 1 E 46
TEORIA E EXERCÍCIOS – AULA 1
PROFESSOR: ERICK MOURA

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


PARA O MPU - AULA 1
PROFESSOR: ERICK MOURA
Olá pessoal,
Bom encontrá-los aqui em mais um encontro.
Nessa aula vamos abordar os seguintes tópicos para a disciplina de
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PARA O MPU:
=> Organização administrativa: centralização, descentralização,
concentração e desconcentração; organização administrativa da União;
administração direta e indireta; agências executivas e reguladoras – 2ª Parte.
Antes de iniciarmos, queria agradecer pelas sinceras palavras de
elogio ao nosso trabalho neste curso que estamos a conduzir.
No entanto, cabe o registro de que na Aula Demonstrativa tivemos
um erro de edição no texto de forma que causou dúvida na leitura inicial.
Refiro-me ao ponto tratado sobre a Autonomia/Soberania da União,
cujos comentários adequados foram colocados no quadro de avisos de nosso
curso.
De qualquer forma, a nova versão já foi disponibilizada no site,
onde inserimos as respectivas alterações nos quadros das páginas 8 e 13.
Todos prontos? Então vamos nessa !

AULA 1

ROTEIRO DA AULA – TÓPICOS

1 – Organização administrativa: centralização, descentralização,


concentração e desconcentração; organização administrativa da
União; administração direta e indireta; agências executivas e
reguladoras – 2ª PARTE.
2 - Revisão por tópicos e palavras-chave.
3 – Questões desta Aula.

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1 – Organização administrativa: centralização, descentralização,


concentração e desconcentração; organização administrativa da
União; administração direta e indireta; agências executivas e
reguladoras – 2ª PARTE.

1.1 – CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO


Pessoal, quando tratarmos desse tema, a idéia-chave é FORMA DE
ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA e de ORGANIZAÇÃO DO ESTADO.
Erick, como assim ?
É assim: para o Estado exercer suas funções administrativas,
ele precisa de órgãos, pessoas jurídicas e os agentes destes.
Por isso, com o intuito de desempenhar as atribuições Estatais, o
Estado se utiliza de 2 formas fundamentais de atuação e de organização
administrativas:
 CENTRALIZAÇÃO
 DESCENTRALIZAÇÃO
Vamos montar um quadro da forma que ajude seus estudos.

FORMA DE ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E DE ORGANIZAÇÃO DO


ESTADO

 Ocorre quando o Estado exerce suas


atribuições de forma DIRETA, por
intermédio dos órgãos e agentes da
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
 Prestam-se os serviços DIRETAMENTE
pelos órgãos estatais, que não possuem
CENTRALIZAÇÃO
personalidade jurídica, integrantes de um
mesmo ente político (U, E, DF e M)
 Ex.: Ministério da Defesa => NÃO POSSUI
PERSONALIDADE JURÍDICA (é a UNIÃO
que possui) => serviço prestado
diretamente: Segurança Nacional

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 Ocorre quando o Estado realiza algumas de


suas tarefas, por intermédio de outras
pessoas físicas ou jurídicas que NÃO
INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO DIRETA
 Corresponde à distribuição de
competências de uma para outra pessoa,
física ou jurídica
 Implica na existência de 2 pessoas
diferentes que repartem competências:

DESCENTRALIZAÇÃO  ESTADO
 PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE
RECEBEU A ATRIBUIÇÃO DO ESTADO
 Ex.: Agência Nacional de Aviação Civil -
ANAC => POSSUI PERSONALIDADE
JURÍDICA PRÓPRIA => NÃO INTEGRA A
ADMINISTRAÇÃO DIRETA => É
VINCULADA AO MINISTÉRIO DA DEFESA
=> tarefa realizada: regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e de infra-
estrutura aeronáutica e aeroportuária.

Em relação à DESCENTRALIZAÇÃO, ela pode ser analisada de


acordo com viés político ou administrativo.
Ocorre a DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA se o ente
descentralizado exerce atribuições próprias que não decorrem do ente central.
Exemplo típico ocorre quanto aos Estados-membros da federação e
aos Municípios.
Assim, cada um desses entes locais possui competência legislativa
própria, não decorrente da União nem a ela subordinada, mas que encontra
seu fundamento na CF/88.
As atividades jurídicas que desempenham não constituem
delegação ou concessão do governo central, pois delas são titulares de
maneira originária.

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Já a DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA acontece quando


as atribuições que os entes descentralizados exercem somente possuem o
valor jurídico que lhes é atribuído pelo ente central.
Desta forma, suas atribuições não decorrem, com força própria, da
CF/88, mas do poder central.
Ocorrem duas modalidades de descentralização:
 POR OUTORGA
 POR DELEGAÇÃO
Vamos esquematizar esses pontos a seguir.

MODALIDADES DE DESCENTRALIZAÇÃO

 O Estado cria uma ENTIDADE, ou seja, uma pessoa


jurídica, transferindo determinado SERVIÇO
PÚBLICO
 Implica a publicação obrigatória de uma LEI, a fim
de CRIAR ou AUTORIZAR A CRIAÇÃO de uma
entidade, em regra, por PRAZO INDETERMINADO
 Há a TRANSFERÊNCIA DA TITULARIDADE DO
OUTORGA SERVIÇO PÚBLICO
 Ex.: CRIAÇÃO ou AUTORIZAÇÃO PARA CRIAÇÃO (a
depender do tipo de entidade) DE:
 AUTARQUIAS
 EMPRESAS PÚBLICAS
 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 FUNDAÇÕES PÚBLICA

 Ocorre quando o Estado transfere APENAS A


EXECUÇÃO DO SERVIÇO

DELEGAÇÃO  A pessoa física ou jurídica que recebe a DELEGAÇÃO


presta à população o serviço público delegado em
nome próprio e por sua conta e risco, mediante ação
fiscalizadora do Estado

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 Realiza-se por meio de:


 CONTRATO (CONCESSÃO ou PERMISSÃO de
serviços públicos)
 ATO ADMINISTRATIVO UNILATERAL
(AUTORIZAÇÃO de serviços públicos)
 A DELEGAÇÃO POR CONTRATO ocorre SEMPRE POR
PRAZO DETERMINADO
 A DELEGAÇÃO POR ATO ADMINISTRATIVO
UNILATERAL NÃO POSSUI PRAZO CERTO, mas não
significa dizer que é por prazo indeterminado, pois
em razão de ser ato precário, é possível sua
revogação a qualquer tempo, geralmente sem
indenização
 A CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS é apenas
para PESSOAS JURÍDICAS
 A PERMISSÃO e a AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS ocorrem tanto para PESSOAS FÍSICAS
quanto para PESSOAS JURÍDICAS
 Ex. 1: CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO
PÚBLICO, precedida de execução de obra pública,
entre a União, por intermédio da ANTT, e a
CONCESSIONÁRIA XYZ1234
 Ex. 2: PORTARIA DE LICENÇA ADMINISTRATIVA DE
AUTORIZAÇÃO para o Sr. ABCDEF1234 desempenhar
o serviço público de transporte de pessoas por meio
de taxi de sua propriedade

Ainda em relação à DESCENTRALIZAÇÃO, registra-se o seguinte:


MANTRA !

NÃO HÁ HIERARQUIA EM NENHUMA FORMA DE DESCENTRALIZAÇÃO

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Pessoal, pode-se afirmar que há 3 modalidades de descentralização


administrativa, segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro.
Com os ensinamentos da eminente autora, iremos discorrer mais
um pouco sobre essas modalidades, que são:
 DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA
 DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS, FUNCIONAL OU TÉC-
NICA
 DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO
A DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA é a
verificada quando uma entidade local, geograficamente delimitada, é dotada
de personalidade jurídica própria, de direito público, com capacidade de
auto-administrativa.
Assim, no quadro a seguir, colocaremos suas principais
características.
DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA

 PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO


 CAPACIDADE DE AUTO-ADMINISTRAÇÃO
 DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA
 CAPACIDADE GENÉRICA, OU SEJA, POSSUI CAPACIDADE PARA
EXERCER A TOTALIDADE OU A MAIOR PARTE DOS ENCARGOS
PÚBLICOS DE INTERESSE DA COLETIVIDADE
 SUJEIÇÃO A CONTROLE PELO PODER CENTRAL

Essa descentralização ocorre nos Estados unitários, como França,


Portugal, Itália, Espanha, Bélgica e é o que se verificava no Brasil, à época do
Império.
Atualmente, no Brasil, os TERRITÓRIOS FEDERAIS podem ser
incluídos nessa modalidade de descentralização.
Eles não compõem a federação, mas têm personalidade jurídica
de direito público, são geograficamente delimitados e possuem
capacidade genérica, que abrange serviços de segurança, saúde, justiça etc.

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Destaca-se que a descentralização administrativa territorial


não impede necessariamente a capacidade legislativa. No entanto, ela é
exercida sem autonomia, pois subordina-se às normas emanadas do poder
central.
Por fim, podemos estabelecer que os TERRITÓRIOS FEDERAIS
SÃO AUTARQUIAS TERRITORIAS FEDERAIS.
Em relação à DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS,
FUNCIONAL OU TÉCNICA podemos estabelecer que é aquela que se verifica
quando a União, Estados, DF ou Municípios criam uma pessoa jurídica de
direito público ou privado, atribuindo-lhe a execução e a titularidade de
determinado serviço público.
Assim, a referida criação só pode se realizar por intermédio de lei.
Corresponde, basicamente, às figuras das autarquias, além das fundações
governamentais, sociedades de economia mista e empresas públicas,
desde que estas 3 exerçam serviços públicos.
De acordo com o Decreto-Lei nº 200/67, define-se a AUTARQUIA
como sendo a entidade que presta serviço público típico do Estado.
Os demais conceitos sobre esses e outros entes descentralizados
serão vistos mais adiante nesta aula.
Destaca-se que na descentralização por serviço, o ente
descentralizado passa a deter a titularidade e a execução do serviço.
Logo, o referido ente desempenha o serviço com independência em
relação à pessoa que lhe gerou, ou seja, pode opor-se a interferências
indevidas, salvo nos limites expressamente estabelecidos em lei.
Desta forma, garante-se que a entidade não se desvirtue dos fins
para os quais foi instituída.
Assim, pode-se afirmar que estamos diante do que se chama de
controle ou tutela a que tais entidades se submetem nos limites da lei.
Vamos esquematizar as principais características desta modalidade
de descentralização.

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DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS, FUNCIONAL OU TÉCNICA

 RECONHECIMENTO DE PERSONALIDADE JURÍDICA AO ENTE


DESCENTRALIZADO
 EXISTÊNCIA DE ÓRGÃOS PRÓPRIOS, COM CAPACIDADE DE AUTO-
ADMINISTRAÇÃO EXERCIDA COM CERTA INDEPENDÊNCIA EM
RELAÇÃO AO PODER CENTRAL
 PATRIMÔNIO PRÓPRIO, NECESSÁRIO À CONSECUÇÃO DE SEUS
FINS
 CAPACIDADE ESPECÍFICA, OU SEJA, LIMITADA À EXECUÇÃO DO
SERVIÇO PÚBLICO DETERMINADO QUE LHE FOI TRANSFERIDO, O
QUE IMPLICA SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA ESPECIALIZAÇÃO, QUE
IMPEDE O ENTE DESCENTRALIZADO DE DESVIAR-SE DOS FINS QUE
JUSTIFICARAM A SUA CRIAÇÃO
 SUJEIÇÃO A CONTROLE OU TUTELA, EXERCIDO NOS LIMITES DA
LEI, PELO ENTE INSTITUIDOR; ESSE CONTROLE TEM QUE SER
LIMITADO PELA LEI PRECISAMENTE PARA ASSEGURAR CERTA
MARGEM DE INDEPENDÊNCIA AO ENTE DESCENTRALIZADO, SEM O
QUE NÃO SE JUSTIFICARIA A SUA INSTITUIÇÃO

Por fim, iremos comentar sobre a DESCENTRALIZAÇÃO POR


COLABORAÇÃO que corresponde àquela onde se verifica a transferência da
execução de determinado serviço público à pessoa física ou à pessoa
jurídica de direito privado, previamente existente, conservando o poder público
a titularidade do serviço.
Não podemos nos esquecer de que tal transferência poderá ocorrer
tanto por meio de contrato quanto por ato administrativo unilateral.
Podemos observar que a DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS,
FUNCIONAL OU TÉCNICA é efetiva por lei que institui uma pessoa jurídica
pública, à qual se atribui a titularidade e a execução do serviço, colocando-a
sob a tutela do poder público (controle nos limites da lei).
Assim, pode-se afirmar que o ente “criador” de determinada
entidade estará perdendo a disponibilidade sobre o serviço, ou seja, para
retomá-lo, faz-se imperioso uma nova lei.

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Quanto à DESCENTRALIZAÇÃO POR COLABORAÇÃO, cabe


consignar que ela se realiza por contrato ou ato unilateral, onde será
atribuída a execução de serviço público para determinada pessoa de
direito privado, sem que o poder público perca sua titularidade.
Desta feita, entende-se que ao poder público permite-se dispor do
serviço de acordo com o interesse público, ou seja, é possível a alteração
unilateral das condições de sua execução e de retomada antes do prazo
estabelecido.

1.2 - CONCENTRAÇÃO E DESCONCENTRAÇÃO


Vimos no tópico anterior que a descentralização importa na
participação de 2 personagens: Estado e pessoas físicas/jurídicas.
Na DESCONCENTRAÇÃO, temos apenas mera TÉCNICA DE
ADMINISTRAÇÃO para distribuir internamente as atribuições de uma
mesma pessoa jurídica, ou seja, há apenas 1 personagem envolvido nesse
contexto.
Observe que a DESCONCENTRAÇÃO não se aplica à pessoas
físicas, ao contrário da DESCENTRALIZAÇÃO, que pode ocorrer, a depender
do caso, tanto com pessoas físicas quanto com pessoas jurídicas.
Isso corresponde a dizermos que a DESCONCENTRAÇÃO ocorre
quando determinada pessoa política ou entidade da Administração Indireta
estabelece atribuições dentro de sua estrutura com o intuito de tornar a
prestação dos serviços públicos mais eficiente, efetivo, eficaz e ágil.
Erick, você pode dar um exemplo ?
Suponhamos que determinado Ministério, que pertence à
Administração Direta, deseje criar um departamento no âmbito de sua
estrutura de forma a exercer melhor uma função que estava sob gargalos em
outro departamento.
Neste caso, ao se criar um outro departamento que absorva certas
atribuições que sobrecarregavam o departamento anterior, estamos diante de
uma situação em que ocorreu a DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA.
De outra forma, vamos supor que determinada autarquia federal,
que pertence à Administração Indireta, queira criar representações nos

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Estados da Federação de forma a poder se aproximar mais do cidadão de todo


o país e possibilitar aumentar seu braço de atuação quanto ao serviço público
o qual foi designado pela União.
Temos assim, neste exemplo, que esta hipotética autarquia federal
também se utilizou da técnica administrativa da DESCONCENTRAÇÃO.
Isso mesmo ! Órgãos e entidades podem se utilizar do intituto da
DESCONCENTRAÇÃO.
Vamos montar um mnemônico para não confundirmos mais
DESCENTRALIZAÇÃO com DESCONCENTRAÇÃO, com a ideia de que só se
descentralizam unicamente as entidades, enquanto que se desconcentram
tanto entidades quanto ógãos.
MANTRA !

DESCENTRALIZA-SE

ENTIDADE
OU

ENTIDADE

DESCONCENTRA-SE

ÓRGÃO
OU

ENTIDADE

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Comentaremos sobre algumas relações intrínsecas entre os


personagens envolvidos na DESCENTRALIZAÇÃO e na DESCONCENTRAÇÃO.

RELAÇÕES INSTRÍNSECAS

 VINCULAÇÃO
 A ADMINISTRAÇÃO DIRETA EXERCE
CONTROLE FINALÍSTICO SOBRE A
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
 CONTROLE FINALÍSTICO, TUTELA
ADMINISTRATIVA E SUPERVISÃO SÃO
SINÔNIMOS

 SUBORDINAÇÃO, HIERARQUIA
 OS ÓRGÃOS OU ENTIDADES EXERCEM
CONTROLE HIERÁRQUICO SOBRE OS
DESCONCENTRAÇÃO
“DESCONCENTRADOS”
 AUTOTUTELA E CONTROLE FINALÍSTICO
SÃO SINÔNIMOS

Segundo os ensinamenos dos eminentes professores Vicente Paulo


e Marcelo Alexandrino, há 3 modalidades de DESCONCENTRAÇÃO
ADMINISTRATIVA, que ficam mais bem esclarecidas se utilizarmos os
exemplos do quadro a seguir.

MODALIDADES DE DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA

DESCONCENTRAÇÃO EXEMPLOS

 MINISTÉRIO DA SAÚDE
EM RAZÃO DA MATÉRIA
 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 MINISTÉRIOS
EM RAZÃO DO GRAU OU DA
 SECRETARIAS
HIERARQUIA
 SUPERINTENDÊNCIAS

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PELO CRITÉRIO  DELEGACIA FLUVIAL DE BRASÍLIA


TERRITORIAL  BANCO CENTRAL EM FORTALEZA

Erick, e a CONCENTRAÇÃO ?
Pois é, ela corresponde ao caminho inverso ao da
DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA.
A CONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA pode ser bem visualizada
quando ocorre uma extinção de órgãos que antes eram integrantes de uma
estrutura da Administração Público.
Assim, se houver uma redução da estrutura administrativa de um
órgão ou entidade estaremos diante de uma CONCENTRAÇÃO
ADMINISTRATIVA.
Exemplo típico é quando uma autarquia federal, como a do mesmo
caso que utilizamos na DESCONCENTRAÇÃO, deseje extiguir a representação
em determinado Estado da Federação, pois tornou-se desnecessária sua
utilidade original.
1.3 - ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA
Queria registrar que nesse tópico sobre a organização
administrativa da União iremos mesclar os ensinamentos dos eminentes
professores Vicente Paulo, Marcelo Alexandrino e Gustavo Barchet.
Pessoal, nada melhor do que iniciarmos com mais um de nossos
mantras para facilitarmos nosso aprendizado, ok ?
MANTRA !

A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO

 Conjunto de ÓRGÃOS que fazem parte das entidades


políticas, aos quais se atribuíram competências, a fim
DIRETA de exercerem, de modo CENTRALIZADO, as respectivas
atividades de natureza administrativa
 Ex.: Ministério da Defesa
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 Conjunto de PESSOAS JURÍDICAS, que não possuem


autonomia política, as quais, por meio de VINCULAÇÃO
junto à Administração Direta, possuem atribuições, com
INDIRETA o intuito de exercerem, de modo DESCENTRALIZADO,
as respectivas atividades de natureza administrativa
 Ex.: ANAC

Como estamos tratando deste assunto sob o enfoque da disciplina


de Administração Pública no âmbito da União, o mais importante é estudarmos
as abordagens que constam no Decreto-Lei nº 200/67.
Reforço que alguns tópicos dessa AULA 1 e da AULA
DEMONSTRATIVA são conteúdos que constam eminentemente na disciplina de
Direito Administrativo e que são tratados de modo mais aprofundado pelos
professores desta outra disciplina, ok ?
Meu objetivo ao término desta AULA 1 é trazer-lhes uma pequena
revisão de conceitos e colocarmos uma abordagem mais voltada para nosso
curso, certo ?
Erick, obrigado pela orientação, mas vamos adiante ?
Ok.
Ainda com relação à ADMINISTRAÇÃO DIRETA podemos afirmar
que ela corresponde a uma gestão dos serviços públicos realizada diretamente
pelas pessoas políticas, mediante um conjunto de órgãos que integram sua
estrutura.
Como vimos em tópicos anteriores, as atribuições para prestação
dos serviços públicos são estabelecidas entre os diversos órgãos que
compõem a entidade pública.
A ADMINISTRAÇÃO DIRETA caracteriza-se pela
despersonalização jurídica, ou seja, não podem contrair direitos e
assumir obrigações, pois tal capacidade pertence às pessoas políticas
(União, Estado, Distrito Federal e Municípios).
Consequentemente, destaca-se que os órgãos da
ADMINISTRAÇÃO DIRETA não possuem capacidade processual, ou seja,
não têm aptidão de participar de uma relação processual tanto como
autor quanto como réu.
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Por fim, ressalta-se que a ADMINISTRAÇÃO DIRETA também se


caracteriza por não possuir patrimônio próprio, pois este pertence à en-
tidade política a qual os órgãos estão subordinados.
Vamos passar a abordarmos a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA com
destaque para o art. 37, XIX, da CF/88, que estabelece um mantra fundament-
al sobre a Administração Indireta.
Vejamos....
MANTRA !

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - ENFOQUE CONSTITUCIONAL

SOMENTE POR LEI ESPECÍFICA PODERÁ SER CRIADA AUTARQUIA

SOMENTE POR LEI ESPECÍFICA PODERÁ SER AUTORIZADA A


INSTITUIÇÃO DE EMPRESA PÚBLICA, DE SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA E DE FUNDAÇÃO

CABE À LEI COMPLEMENTAR DEFINIR AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS


FUNDAÇÕES

Superado essa introdução, reforça-se que a ADMINISTRAÇÃO


INDIRETA corresponde ao conjunto dos entes dotados de patrimônio
próprio e de personalidade jurídica própria distinta das pessoas que os
instituíram, que vinculados a um órgão da ADMINISTRAÇÃO DIRETA
prestam um serviço público ou de interesse da coletividade.
No Brasil, o direito positivou como entes da ADMINISTRAÇÃO
INDIRETA:
 AUTARQUIAS
 EMPRESAS PÚBLICAS
 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 FUNDAÇÕES

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Podemos então afirmar que a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA nunca


terá subordinação hierárquica entre uma pessoa e outra, pois é inviável esta
possibilidade, em razão de que essas 2 personagens, instituída e instituidor,
possuem personalidade jurídica própria.
Além disso, diz-se que ambas podem perfeitamente contrair
direitos e obrigações em nome próprio, por isso o que há, no mínimo, é uma
vinculação dos entes da Administração Indireta aos órgãos da administração
direta.
Pessoal, falamos sobre TUTELA e AUTOTUTELA, mas
não destrinchamos este conceito.
Vamos esquematizar....

IMPORTANTE

 IDEIA BASE: VINCULAÇÃO


 PRESSUPÕE A EXISTÊNCIA DE DUAS PESSOAS UMA
DAS QUAIS EXERCENDO CONTROLE SOBRE A OUTRA
TUTELA
 CONDICIONADA POR LEI
 SÓ ADMITIDA NOS ATOS DE CONTROLE
EXPRESSAMENTE PREVISTOS NA NORMA JURÍDICA

 IDEIA BASE: HIERARQUIA


 CORRESPONDE AO CONTROLE QUE EXISTE DENTRO
DE UMA MESMA PESSOA JURÍDICA
AUTOTUTELA
 INCONDICIONADA À LEI, JÁ QUE A AUTOTUTELA É
INERENTE À PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA

Com base no Decreto-Lei nº 200/67, que abarca a


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL, iremos colocar em um quadro outro
enfoque sobre a organização administrativa da União.

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ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO

 CONSTITUI DOS SERVIÇOS INTEGRADOS NA


ADMINISTRAÇÃO
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA PRESIDÊNCIA
DIRETA
DA REPÚBLICA E DOS MINISTÉRIOS

 COMPREENDE AS SEGUINTES CATEGORIAS DE


ENTIDADES, DOTADAS DE PERSONALIDADE
JURÍDICA PRÓPRIA:
 AUTARQUIAS

ADMINISTRAÇÃO  EMPRÊSAS PÚBLICAS


INDIRETA  SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 FUNDAÇÕES PÚBLICAS
 AS ENTIDADES VINCULAM-SE AO MINISTÉRIO
EM CUJA ÁREA DE COMPETÊNCIA ESTIVER
ENQUADRADA SUA PRINCIPAL ATIVIDADE

Neste ponto, aproveitamos os ditames do Decreto-Lei nº 200/67


para estabelecermos os principais parâmetros em relação às entidades da
Administração Pública Federal, repito, sob o enfoque de nossa disciplina.

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

 EXECUTA UM SERVIÇO AUTÔNOMO


 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA
 POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA, PATRIMÔNIO
E RECEITA PRÓPRIOS
 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE
AUTARQUIA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO
 EXECUTA ATIVIDADES TÍPICAS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, QUE REQUEIRAM,
PARA SEU MELHOR FUNCIONAMENTO, GESTÃO
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
DESCENTRALIZADA

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 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
 POSSUI PATRIMÔNIO PRÓPRIO E CAPITAL
EXCLUSIVO DA UNIÃO
 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA AUTORIZA SUA
EMPRESA INSTITUIÇÃO PARA A EXPLORAÇÃO DE
PÚBLICA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE O GOVERNO SEJA
LEVADO A EXERCER POR FORÇA DE
CONTINGÊNCIA OU DE CONVENIÊNCIA
ADMINISTRATIVA
 PODE REVESTIR-SE DE QUALQUER DAS FORMAS
DE EMPRESA ADMITIDAS EM DIREITO
(SOCIEDADE ANÔNIMA OU LIMITADA)

 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA AUTORIZA SUA
INSTITUIÇÃO PARA A EXPLORAÇÃO DE
SOCIEDADE DE ATIVIDADE ECONÔMICA
ECONOMIA
MISTA  SÓ PODE SE REVESTIR SOB A FORMA DE
SOCIEDADE ANÔNIMA
 AS AÇÕES COM DIREITO A VOTO PERTENÇAM EM
SUA MAIORIA À UNIÃO OU À OUTRA ENTIDADE
DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
 NÃO POSSUI FINS LUCRATIVOS

FUNDAÇÃO  CRIADA EM VIRTUDE DE AUTORIZAÇÃO


PÚBLICA LEGISLATIVA ESPECÍFICA
 DESENVOLVE ATIVIDADES QUE NÃO EXIJAM
EXECUÇÃO POR ÓRGÃOS OU ENTIDADES DE
DIREITO PÚBLICO
 POSSUI AUTONOMIA ADMINISTRATIVA,
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PATRIMÔNIO PRÓPRIO GERIDO PELOS


RESPECTIVOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
 SEU FUNCIONAMENTO É CUSTEADO POR
RECURSOS DA UNIÃO E DE OUTRAS FONTES

Cabe observar que destacamos em vermelho as corretas


interpretações do Decreto-Lei nº 200/67, em razão do dispositivo
constitucional previsto no art. 37, inciso XIX, conforme colocado em mantra.
No caso de SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA, quando a
atividade se submeter a regime de monopólio estatal, a maioria acionária
caberá apenas à União, em caráter permanente.
Ainda, em relação às FUNDAÇÕES PÚBLICAS, destaca-se que
elas adquirem personalidade jurídica mediante a inscrição da escritura pública
de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Por fim, cabe destacarmos um tema importante em relação ao art.
2º do Decreto-Lei nº 900/69.

IMPORTANTE

O PODER PÚBLICO NÃO PODE INSTITUIR NOVAS FUNDAÇÕES


QUE NÃO SATISFAÇAM CUMULATIVAMENTE OS SEGUINTES
REQUISITOS E CONDIÇÕES
 dotação específica de patrimônio, gerido pelos órgãos de direção
da fundação segundo os objetivos estabelecidos na respectiva lei
de criação
 participação de recursos privados no patrimônio e nos dispêndios
correntes da fundação, equivalentes a, NO MÍNIMO, UM TERÇO do
total
 objetivos não lucrativos e que, por sua natureza, não possam ser
satisfatoriamente executados por órgão da Administração Federal,
direta ou indireta
 demais requisitos estabelecidos na legislação pertinente às
fundações

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1.4 - AGÊNCIAS EXECUTIVAS E REGULADORAS


Um ponto importante a destacarmos é que essas duas entidades,
no âmbito federal, compõem a ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.

1.4.1 - AGÊNCIA EXECUTIVA


Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a AGÊNCIA EXECUTIVA
corresponde a uma qualificação dada à autarquia ou fundação que venha a
celebrar contrato de gestão com o órgão da Administração Direta a que se
encontram vinculadas, a fim de melhorar sua eficiência e reduzir seus custos.
Via de regra, não se trata de entidade instituída com a
denominação de agência executiva, pois corresponde a uma entidade
preexistente (autarquia ou fundação governamental).
Assim, uma vez atendidos os requisitos legais, recebe a
qualificação de agência executiva, podendo perdê-la se deixar de atender aos
mesmos requisitos.
Os Decretos da União nº. 2.487/98 e 2.488/98 disciplinam o tema
ao tratarem sobre as autarquias e fundações qualificadas como agências
executivas.
Assim, podemos afirmar que as AGÊNCIAS EXECUTIVAS são
autarquias e fundações que, em decorrência da qualificação obtida,
passam a submeter-se a regime jurídico especial.
Conforme consta no art. 1º, § 1º, do Decreto nº 2.487/98, temos:
“a qualificação de autarquia ou fundação como agência executiva
poderá ser conferida mediante iniciativa do Ministério supervisor, com
anuência do Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado,
que verificará o cumprimento, pela entidade candidata à qualificação,
dos seguintes requisitos:
(a) ter celebrado contrato de gestão com o respectivo Ministério
supervisor
(b) ter plano estratégico de reestruturação e de desenvolvimento
institucional, voltado para a melhoria da qualidade da gestão e para a
redução de custos, já concluído ou em andamento”.

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No texto, onde temos Ministério da Administração Federal e


Reforma do Estado, devemos entender como Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão.
Uma vez estabelecido o contrato de gestão, a qualificação como
agência executiva será feita por decreto.
Um dos benefícios que as autarquias e fundações qualificadas como
agências executivas possuem está previsto no art. 24, incisos I e II, da Lei nº
8.666/93, onde os valores para dispensa de licitação correspondem ao dobro
do previsto para contratação em relação a compras, obras e serviços.

1.4 - AGÊNCIA REGULADORA


Ainda sob os ensinamentos de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, uma
AGÊNCIA REGULADORA, em sentido amplo, corresponde a qualquer órgão
da Administração Direta ou entidade da Administração Indireta com função de
regular as matérias que lhe estão afetas.
Erick, Administração Direta ?
Parece estranho, mas não podemos nos esquecer que antes da
criação da ANAC, o Departamento de Aviação Civil – DAC do Comando da
Aeronáutica, ou seja, da Administração Direta, exercia algumas atribuições de
órgão regulador.
Destaca-se que a função normativa sempre foi exercida por
inúmeros órgãos da Administração Pública, com variados alcances, com ou
sem fundamento na CF/88.
A inovação trazida por algumas dessas AGÊNCIAS
REGULADORAS corresponde à assunção dos poderes que, em caso de
concessão, permissão e autorização, eram anteriormente desempenhados pela
própria Administração Pública direta, como poder concedente.
Observa-se que este papel é assumido quando o objeto da
concessão é um serviço público, como nas hipóteses elencadas no art. 21, XI e
XII, da CF/88, e quando o objeto da concessão é a exploração de atividade
econômica sob monopólio, como nos casos previstos no art. 177.
O contrato de concessão corresponde a um contrato administrativo,
ou seja, possui um duplo aspecto:

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 aspecto quanto ao seu objeto, relativos à execução da atividade


delegada ao particular
 aspecto financeiro, referente aos direitos do contratado, que é, em
regra, empresa capitalista que objetiva o lucro
Do referido duplo aspecto, nos contratos de concessão, resulta a
presença de:
 cláusulas regulamentares, a fim de garantir que o serviço seja
prestado pela forma mais adequada ao interesse público
 cláusulas contratuais, com o intuito de garantir o direito da
concessionária ao equilíbrio econômico-financeiro
Quanto ao aspecto relacionado ao OBJETO do Contrato de
Concessão, cabe destacarmos que dele resultam determinadas características
da concessão, tais como:
 reconhecimento de poderes à Administração concedente, em
especial os de fixar e alterar unilateralmente as cláusulas
regulamentares
 encampação
 intervenção
 utilização compulsória de recursos humanos e materiais da
empresa concessionária
 poder de direção e controle sobre a execução do serviço
 poder sancionador
 poder de decretar a caducidade e de fazer a reversão de bens da
concessionária ao término da concessão
Ressalta-se que todos esses poderes são originariamente exercidos
pela própria Administração Pública direta.
No entanto, ao passo que se instituem as AGÊNCIAS
REGULADORAS, elas vêm a assumir esses poderes citados anteriormente.
Observa-se que não há lei específica que discipline as AGÊNCIAS
REGULADORAS, pois elas estão sendo criadas por leis esparsas, como as de
nº 9.427/96, nº 9.472/97, nº 9.478/97 e nº 11.182/2005, que instituíram,
respectivamente, a Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL, a Agência
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Nacional de Telecomunicações - ANATEL, a Agência Nacional de Petróleo - ANP


e a Agência Nacional de Aviação Civil – ANAC.
No entanto, cabe ressaltar que tanto a ANATEL quanto a ANP
possuem fundamento, respectivamente, nos art. 21, XI, e 177, § 2º, III da
CF/88, onde estão previstas sob a expressão ÓRGÃO REGULADOR.
Reforça-se que as AGÊNCIAS REGULADORAS vêm sendo
instituídas como criadas como autarquias de regime especial vinculadas a
algum órgão da Administração Direta, com prazo de duração indeterminado.
Logo, se são autarquias, devem se sujeitar às normas previstas na
CF/88 em relação a esse tipo de entidade.
O regime especial é trazido nas respectivas leis instituidoras, que,
geralmente, dizem respeito:
 à maior autonomia em relação à Administração Direta
 à estabilidade de seus dirigentes, garantida pelo exercício de
mandato fixo, que eles somente podem perder nas hipóteses
expressamente previstas, afastada a possibilidade de serem
exonerados a qualquer momento (exoneração ad nutum)
 ao caráter final de suas decisões, que não são passíveis de
apreciação por outros órgãos ou entidades da Administração
Pública
Em relação à independência das AGÊNCIAS REGULADORAS,
devemos entendê-la como compatíveis com o regime constitucional brasileiro.
Inicialmente, registra-se que não há independência em relação ao
Poder Judiciário não existe, pois a AGÊNCIA REGULADORA pode dirimir
conflitos em última instância administrativa da mesma forma que outros
órgãos administrativos.
No entanto, isto não impede e não pode impedir o controle de suas
decisões pelo Poder Judiciário, em razão do sistema de unidade de
jurisdição previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88, onde se estabelece: “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Desta forma, fica claro que o Poder Judiciário pode apreciar
qualquer tipo de ato praticado pelas AGÊNCIAS REGULADORAS, desde que
cause lesão ou ameaça de lesão.

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Já a independência em relação ao Poder Legislativo também não


existe, pois atos normativos não conflitam com normas previstas na CF/88 ou
na lei, em razão do princípio da legalidade.
Ainda, as AGÊNCIAS REGULADORAS sujeitam-se a controle pelo
Congresso Nacional, conforme previsto no art. 49, X, da CF/88, bem como se
submetem ao controle financeiro, contábil e orçamentário exercido pelo
Legislativo, com auxílio do TCU, conforme previsto no art. 70 e seguintes da
CF/88.
Finalmente, a maior independência das AGÊNCIAS
REGULADORAS existe em relação ao Poder Executivo, mesmo assim dentro
dos limites estabelecidos em lei, variando caso a caso.
Como são autarquias, as AGÊNCIAS REGULADORAS estão
sujeitas:
 à tutela ou controle administrativo exercido pelo Ministério a que se
acham vinculadas
 ao controle exercido pelo Congresso Nacional, constante no art. 49, X, da
CF/88
 à “direção superior da administração federal”, prevista no art. 84,
II, da CF/88
No entanto, por serem autarquias de regime especial, seus atos
não podem ser revistos ou alterados pelo Poder Executivo.
Assim, a estabilidade que se outorga aos dirigentes das
AGÊNCIAS REGULADORAS possibilita maior independência, não muito
comum na maior parte das entidades da administração indireta, onde os
dirigentes, em razão de ocuparem cargos de confiança do Chefe do Poder
Executivo, acabam por ceder a interferências, ainda que “nebulosas”.
As competências das AGÊNCIAS REGULADORAS, no que tange à
concessão, à permissão e à autorização de determinado serviço público devem
sintetizar as funções que o poder concedente exerce nesses tipos de contratos
ou atos de delegação, ou seja:
 regulamentar os serviços que constituem objeto da delegação
 realizar o procedimento licitatório para escolha do
concessionário, permissionário ou autorizatário

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 celebrar o contrato de concessão ou permissão ou praticar ato


unilateral de outorga da autorização
 definir o valor da tarifa e de sua revisão ou reajuste
 controlar a execução dos serviços
 aplicar sanções
 encampar
 decretar a caducidade
 intervir
 fazer a rescisão amigável
 fazer a reversão de bens ao término da concessão
 exercer o papel de ouvidor de denúncias e reclamações dos
usuários
 exercer outras prerrogativas que a lei outorga ao poder público
na concessão, permissão e autorização
A mais polêmica das características atribuídas às agências
reguladoras é a que trata da função reguladora, exatamente a que justifica o
nome da agência.
Na ANEEL, na ANATEL e na ANP, a função reguladora está sendo
outorgada de forma muito semelhante à delegada às agências reguladoras do
direito norte-americano.
Assim, pode-se inferir que às AGÊNCIAS REGULADORAS estão
se estabelecendo o poder de ditar normas com a mesma força de lei e com
base em parâmetros e conceitos indeterminados nela contidos.
Relembra-se que as duas únicas AGÊNCIAS REGULADORAS, com
a referência à expressão “órgão regulador”, que estão previstas na CF/88 são a
ANATEL e a ANP contida nos art. 21, XI, e 177, § 2º, III.
Observa-se que as demais AGÊNCIAS REGULADORAS não
possuem previsão na CF/88, o que importa concluir que a delegação está
sendo feita pela lei que instituiu a agência.
Desta forma, conclui-se que a função normativa exercida não pode,
sob pena de se tornar inconstitucional, ser maior do que aquela que é exercida
por qualquer outro órgão administrativo ou entidade da administração indireta.
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Conclui-se, então, que as AGÊNCIAS REGULADORAS não podem


regular matéria a qual não esteja disciplinada em lei, pois os regulamentos
autônomos não possuem fundamento na CF/88.
Além disso, as AGÊNCIAS REGULADORAS não podem
regulamentar leis, pois tal competência é privativa do Chefe do Poder
Executivo.
No entanto, as únicas normas que as AGÊNCIAS REGULADORAS
podem estabelecer terão que produzir apenas efeitos internos, direcionados no
âmbito da própria agência.
Elas também podem se referir às normas que estão contidas no
edital de licitações, sempre baseadas em leis e regulamentos prévios.
Ainda, com relação à ANATEL e à ANP pode-se reconhecer sua
função reguladora, pois se referem a entidades previstas na CF/88 como
órgãos reguladores.
No entanto, não se pode entender que esses órgãos exerçam
função legislativa própria.
Desta forma, não é possível existir inovação na ordem jurídica, pois
iria contra o princípio da separação de poderes, bem como o previsto no
art. 5º, II, da CF/88, onde se estabelece que ninguém é obrigado a fazer ou
deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.
Quando a CF/88 se refere a órgão regulador, ela reconhece ao
órgão regulador a possibilidade de se regulamentar a lei partindo-se de
conceitos genéricos, de princípios, tal como ocorre no caso das agências
reguladoras norte-americanas.
Por fim, cabe consignar que as matérias objeto de regulamentação
são exclusivamente as matérias que dizem respeito aos respectivos contratos
de concessão.
Desta forma, não restam dúvidas de que se devem observar os
parâmetros e princípios estabelecidos em lei, sem que invadam matéria de
competência do legislador.

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CAIU NA PROVA !
Acerca da organização administrativa e dos conceitos relativos à
administração direta e indireta, julgue os itens que se seguem.
2 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA/2010) As agências reg-
uladoras são entidades que compõem a administração indireta e, por isso, são
classificadas como entidades do terceiro setor.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
As AGÊNCIAS REGULADORAS são entidades que correspondem a
AUTARQUIAS FEDERAIS, ou seja, são da ADMINISTRAÇÃO INDIRETA,
mas NÃO COMPÕEM O TERCEIRO SETOR.
Com relação à ADMINISTAÇÃO INDIRETA, o art. 4º, inciso II, do
Decreto-Lei nº 200/67, estabelece que:
“ Art. 4° A Administração Federal compreende:
(. .....)
II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes cat-
egorias de entidades, dotadas de personalidade jurídica
própria:
a) Autarquias
b) Empresas Públicas
c) Sociedades de Economia Mista
d) fundações públicas”
Em relação ao TERCEIRO SETOR, cabe registrar que a organização
de uma sociedade constituída comporta três âmbitos ou setores, que são:
 Primeiro Setor => corresponde à emanação da vontade popular, pelo
voto, que confere o poder ao governo
 Segundo Setor => corresponde à livre iniciativa, que opera o mer-
cado, define a agenda econômica usando o lucro como instrumento
 TERCEIRO SETOR => corresponde às instituições com preocupações e
práticas sociais, sem fins lucrativos, que geram bens e serviços de
caráter público, tais como: ONGs, instituições religiosas, clubes de

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serviços, entidades beneficentes, centros sociais, organizações de


voluntariado, Organizações Sociais - OS, Organizações da Sociedade
Civil de Interesse Público – OSCIP, etc.

3 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA/2010) A criação de uma


autarquia para executar determinado serviço público representa uma
descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se promove por
meio da edição de lei específica para esse fim.
Comentários:
O gabarito da questão é CERTO.
A assertiva corresponde ao previsto no art. 37, inciso XIX, da CF/88,
assim como no art. 5º, inciso I, do Decreto-Lei nº 200/67, os quais
estabelecem as principais características de uma autarquia, como disposto no
quadro a seguir.

AUTARQUIA

 somente por lei específica poderá ser


criada autarquia e autorizada a
instituição de empresa pública, de
Art. 37, XIX, da CF/88 sociedade de economia mista e de
fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de
sua atuação

 o serviço (público) autônomo, criado por


lei, com personalidade jurídica,
patrimônio e receita próprios, para
Art. 5º, I, do Decreto- executar atividades típicas da
Lei nº 200/67 Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão
administrativa e financeira
descentralizada

Observem as palavras destacadas para fixarem uma concepção


fundamental sobre as autarquias.

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Acerca da organização da administração pública no Brasil, julgue os


itens que se seguem.
4 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-MT/2010/ADAPTADA) A
criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para tratar
especificamente de determinado assunto é um exemplo de administração
descentralizada.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
A assertiva se refere ao fenômeno da DESCONCENTRAÇÃO
ADMINISTRATIVA.
Inicialmente, destaca-se que a DESCONCENTRAÇÃO corresponde a
uma simples técnica administrativa, que pode ocorrer na Administração
Direta, assim como na Administração Indireta.
Um exemplo típico da DESCONCENTRAÇÃO ocorre quando o órgão ou a
entidade da Administração, encarregada de executar um ou mais serviços,
distribui competências, no âmbito de sua própria estrutura, a fim de tornar
mais ágil e eficiente a prestação dos serviços.
Assim, observa-se que a DESCONCENTRAÇÃO pressupõe,
obrigatoriamente, a existência de uma só pessoa jurídica.
Podemos concluir que a DESCONCENTRAÇÃO sempre se opera no
âmbito interno de uma mesma pessoa jurídica, constituindo uma simples
distribuição interna de competências dessa pessoa.
Vamos exemplificar.
Se o Ministério do Esporte hipoteticamente criar uma Secretaria para
tratar do Esporte Amador, estamos diante de um exemplo de
DESCONCENTRAÇÃO no âmbito da ADMINISTRAÇÃO DIRETA.
De outra forma, se o INSS, autarquia federal, criar hipoteticamente uma
Diretoria de Tecnologia da Informação dentro de sua estrutura, temos um
exemplo em que houve DESCONCENTRAÇÃO no âmbito da
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA.

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Acerca da organização administrativa, julgue os itens.


5 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Do ponto
de vista orgânico, a administração pública compreende as diversas unidades
administrativas (órgãos e entidades) que visam cumprir os fins do Estado.
Comentários:
O gabarito da questão é CERTO.
Na Aula Demonstrativa, vimos que, no sentido “OSF” (ORGÂNICO,
SUBJETIVO ou FORMAL), conceitua-se Administração Pública como o con-
junto de órgãos e de pessoas jurídicas que a lei atribui o exercício da função
administrativa estatal.
Além disso, corresponde ao conjunto de agentes, órgãos e entidades
designados para executar atividades administrativas.

6 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) No processo


de descentralização administrativa, há distribuição de competências materiais
entre unidades administrativas desprovidas de personalidade jurídica.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
A descentralização administrativa corresponde a um processo em que se
distribuem atribuições em relação a matérias específicas entre unidades admin-
istrativas que TENHAM PERSONALIDADE JURÍDICA.
Relembre....

 Corresponde à distribuição de
competências de uma para outra pessoa,
física ou jurídica
 Implica na existência de 2 pessoas
DESCENTRALIZAÇÃO diferentes que repartem competências:
 ESTADO
 PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE
RECEBEU A ATRIBUIÇÃO DO ESTADO

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7 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) A criação


de determinado órgão prescinde de autorização legislativa do chefe do Poder
Executivo.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
A criação de determinado órgão corresponde à técnica administrativa da
DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA, a qual depende da referida
autorização.
Assim, é IMPRESCINDÍVEL, para a criação de determinado órgão, a
autorização legislativa do chefe do Poder Executivo, pois assim prevê a CF/88,
no art. 48, incisos X e XI, observado o art. 84, inciso VI, alínea “b”.
8 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Os
órgãos possuem personalidade jurídica própria, motivo pelo qual é
amplamente aceita pelos tribunais a sua capacidade processual para estar em
juízo.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
Os órgãos NÃO POSSUEM PERSONALIDADE JURÍDICA PRÓPRIA e,
como consequência, NÃO POSSUEM CAPACIDADE PROCESSUAL PARA
ESTAR EM JUÍZO.

9 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Ocorre


desconcentração administrativa quando determinada entidade federativa cria
autarquia mediante lei específica.
Comentários:
O gabarito da questão é ERRADO.
O fenômeno reportado na assertiva corresponde ao processo de
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRATIVA.

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PODE CAIR NA PROVA !


10 - (ERICK/ANALISTA E TÉCNICO ADMINISTRATIVO/MPU/2010)
Entre as chamadas pessoas administrativas de direito público, integrantes da
Administração Indireta Federal, incluem-se as autarquias da União.

Comentários:
O gabarito da questão é CERTO.
A assertiva encontra fundamento no art. 5º I, do Decreto-Lei nº 200/67.
Para as questões 9 e 10, revise....

 EXECUTA UM SERVIÇO AUTÔNOMO


 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA
 POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA, PAT-
RIMÔNIO
E RECEITA PRÓPRIOS
AUTARQUIA
 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE
 JURÍDICA
EXECUTA DE DIREITO PÚBLICO TÍPICAS
ATIVIDADES DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, QUE REQUEIRAM,
PARA SEU MELHOR FUNCIONAMENTO, GESTÃO
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
DESCENTRALIZADA

Pessoal, ao final de cada aula, colocaremos as questões


abordadas sem os comentários para aqueles que gostam de se arriscar
em fazer as questões sem o gabarito.
Minha dica é que se façam sempre exercícios resolvidos para
otimizar o aprendizado.

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2 - Revisão por tópicos e palavras-chave.

FORMA DE ATUAÇÃO ADMINISTRATIVA E DE ORGANIZAÇÃO DO


ESTADO

 Ocorre quando o Estado exerce suas


atribuições de forma DIRETA, por
intermédio dos órgãos e agentes da
ADMINISTRAÇÃO DIRETA
 Prestam-se os serviços DIRETAMENTE
pelos órgãos estatais, que não possuem
CENTRALIZAÇÃO
personalidade jurídica, integrantes de um
mesmo ente político (U, E, DF e M)
 Ex.: Ministério da Defesa => NÃO POSSUI
PERSONALIDADE JURÍDICA (é a UNIÃO
que possui) => serviço prestado
diretamente: Segurança Nacional

 Ocorre quando o Estado realiza algumas de


suas tarefas, por intermédio de outras
pessoas físicas ou jurídicas que NÃO
INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO DIRETA
 Corresponde à distribuição de
competências de uma para outra pessoa,
física ou jurídica
DESCENTRALIZAÇÃO  Implica na existência de 2 pessoas
diferentes que repartem competências:
 ESTADO
 PESSOA FÍSICA OU JURÍDICA QUE
RECEBEU A ATRIBUIÇÃO DO ESTADO
 Ex.: Agência Nacional de Aviação Civil -
ANAC => POSSUI PERSONALIDADE
JURÍDICA PRÓPRIA => NÃO INTEGRA A

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ADMINISTRAÇÃO DIRETA => É


VINCULADA AO MINISTÉRIO DA DEFESA
=> tarefa realizada: regular e fiscalizar as
atividades de aviação civil e de infra-
estrutura aeronáutica e aeroportuária.

MODALIDADES DE DESCENTRALIZAÇÃO

 O Estado cria uma ENTIDADE, ou seja, uma pessoa


jurídica, transferindo determinado SERVIÇO
PÚBLICO
 Implica a publicação obrigatória de uma LEI, a fim
de CRIAR ou AUTORIZAR A CRIAÇÃO de uma
entidade, em regra, por PRAZO INDETERMINADO
 Há a TRANSFERÊNCIA DA TITULARIDADE DO
OUTORGA SERVIÇO PÚBLICO
 Ex.: CRIAÇÃO ou AUTORIZAÇÃO PARA CRIAÇÃO (a
depender do tipo de entidade) DE:
 AUTARQUIAS
 EMPRESAS PÚBLICAS
 SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 FUNDAÇÕES PÚBLICA

 Ocorre quando o Estado transfere APENAS A


EXECUÇÃO DO SERVIÇO
 A pessoa física ou jurídica que recebe a DELEGAÇÃO
presta à população o serviço público delegado em
DELEGAÇÃO nome próprio e por sua conta e risco, mediante ação
fiscalizadora do Estado
 Realiza-se por meio de:
 CONTRATO (CONCESSÃO ou PERMISSÃO de
serviços públicos)

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 ATO ADMINISTRATIVO UNILATERAL


(AUTORIZAÇÃO de serviços públicos)
 A DELEGAÇÃO POR CONTRATO ocorre SEMPRE POR
PRAZO DETERMINADO
 A DELEGAÇÃO POR ATO ADMINISTRATIVO
UNILATERAL NÃO POSSUI PRAZO CERTO, mas não
significa dizer que é por prazo indeterminado, pois
em razão de ser ato precário, é possível sua
revogação a qualquer tempo, geralmente sem
indenização
 A CONCESSÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS é apenas
para PESSOAS JURÍDICAS
 A PERMISSÃO e a AUTORIZAÇÃO DE SERVIÇOS
PÚBLICOS ocorrem tanto para PESSOAS FÍSICAS
quanto para PESSOAS JURÍDICAS
 Ex. 1: CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO
PÚBLICO, precedida de execução de obra pública,
entre a União, por intermédio da ANTT, e a
CONCESSIONÁRIA XYZ1234
 Ex. 2: PORTARIA DE LICENÇA ADMINISTRATIVA DE
AUTORIZAÇÃO para o Sr. ABCDEF1234 desempenhar
o serviço público de transporte de pessoas por meio
de taxi de sua propriedade

MANTRA !

NÃO HÁ HIERARQUIA EM NENHUMA FORMA DE DESCENTRALIZAÇÃO

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DESCENTRALIZAÇÃO TERRITORIAL OU GEOGRÁFICA

 PERSONALIDADE JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO


 CAPACIDADE DE AUTO-ADMINISTRAÇÃO
 DELIMITAÇÃO GEOGRÁFICA
 CAPACIDADE GENÉRICA, OU SEJA, POSSUI CAPACIDADE PARA
EXERCER A TOTALIDADE OU A MAIOR PARTE DOS ENCARGOS
PÚBLICOS DE INTERESSE DA COLETIVIDADE
 SUJEIÇÃO A CONTROLE PELO PODER CENTRAL

DESCENTRALIZAÇÃO POR SERVIÇOS, FUNCIONAL OU TÉCNICA

 RECONHECIMENTO DE PERSONALIDADE JURÍDICA AO ENTE


DESCENTRALIZADO
 EXISTÊNCIA DE ÓRGÃOS PRÓPRIOS, COM CAPACIDADE DE AUTO-
ADMINISTRAÇÃO EXERCIDA COM CERTA INDEPENDÊNCIA EM
RELAÇÃO AO PODER CENTRAL
 PATRIMÔNIO PRÓPRIO, NECESSÁRIO À CONSECUÇÃO DE SEUS
FINS
 CAPACIDADE ESPECÍFICA, OU SEJA, LIMITADA À EXECUÇÃO DO
SERVIÇO PÚBLICO DETERMINADO QUE LHE FOI TRANSFERIDO, O
QUE IMPLICA SUJEIÇÃO AO PRINCÍPIO DA ESPECIALIZAÇÃO, QUE
IMPEDE O ENTE DESCENTRALIZADO DE DESVIAR-SE DOS FINS QUE
JUSTIFICARAM A SUA CRIAÇÃO
 SUJEIÇÃO A CONTROLE OU TUTELA, EXERCIDO NOS LIMITES DA
LEI, PELO ENTE INSTITUIDOR; ESSE CONTROLE TEM QUE SER
LIMITADO PELA LEI PRECISAMENTE PARA ASSEGURAR CERTA
MARGEM DE INDEPENDÊNCIA AO ENTE DESCENTRALIZADO, SEM O
QUE NÃO SE JUSTIFICARIA A SUA INSTITUIÇÃO

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MANTRA !

DESCENTRALIZA-SE

ENTIDADE
OU

ENTIDADE

DESCONCENTRA-SE

ÓRGÃO
OU

ENTIDADE

RELAÇÕES INSTRÍNSECAS

 VINCULAÇÃO
 A ADMINISTRAÇÃO DIRETA EXERCE
CONTROLE FINALÍSTICO SOBRE A
DESCENTRALIZAÇÃO ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
 CONTROLE FINALÍSTICO, TUTELA
ADMINISTRATIVA E SUPERVISÃO SÃO
SINÔNIMOS

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 SUBORDINAÇÃO, HIERARQUIA
 OS ÓRGÃOS OU ENTIDADES EXERCEM
CONTROLE HIERÁRQUICO SOBRE OS
DESCONCENTRAÇÃO
“DESCONCENTRADOS”
 AUTOTUTELA E CONTROLE FINALÍSTICO
SÃO SINÔNIMOS

MODALIDADES DE DESCONCENTRAÇÃO ADMINISTRATIVA

DESCONCENTRAÇÃO EXEMPLOS

 MINISTÉRIO DA SAÚDE
EM RAZÃO DA MATÉRIA
 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

 MINISTÉRIOS
EM RAZÃO DO GRAU OU DA
 SECRETARIAS
HIERARQUIA
 SUPERINTENDÊNCIAS

PELO CRITÉRIO  DELEGACIA FLUVIAL DE BRASÍLIA


TERRITORIAL  BANCO CENTRAL EM FORTALEZA

MANTRA !

A ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO

 Conjunto de ÓRGÃOS que fazem parte das entidades


políticas, aos quais se atribuíram competências, a fim
DIRETA de exercerem, de modo CENTRALIZADO, as respectivas
atividades de natureza administrativa
 Ex.: Ministério da Defesa

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 Conjunto de PESSOAS JURÍDICAS, que não possuem


autonomia política, as quais, por meio de VINCULAÇÃO
junto à Administração Direta, possuem atribuições, com
INDIRETA o intuito de exercerem, de modo DESCENTRALIZADO,
as respectivas atividades de natureza administrativa
 Ex.: ANAC

MANTRA !

ADMINISTRAÇÃO INDIRETA - ENFOQUE CONSTITUCIONAL

SOMENTE POR LEI ESPECÍFICA PODERÁ SER CRIADA AUTARQUIA

SOMENTE POR LEI ESPECÍFICA PODERÁ SER AUTORIZADA A


INSTITUIÇÃO DE EMPRESA PÚBLICA, DE SOCIEDADE DE ECONOMIA
MISTA E DE FUNDAÇÃO

CABE À LEI COMPLEMENTAR DEFINIR AS ÁREAS DE ATUAÇÃO DAS


FUNDAÇÕES

IMPORTANTE

 IDEIA BASE: VINCULAÇÃO


 PRESSUPÕE A EXISTÊNCIA DE DUAS PESSOAS UMA
DAS QUAIS EXERCENDO CONTROLE SOBRE A OUTRA
TUTELA
 CONDICIONADA POR LEI
 SÓ ADMITIDA NOS ATOS DE CONTROLE
EXPRESSAMENTE PREVISTOS NA NORMA JURÍDICA

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 IDEIA BASE: HIERARQUIA


 CORRESPONDE AO CONTROLE QUE EXISTE DENTRO
DE UMA MESMA PESSOA JURÍDICA
AUTOTUTELA
 INCONDICIONADA À LEI, JÁ QUE A AUTOTUTELA É
INERENTE À PRÓPRIA ORGANIZAÇÃO
ADMINISTRATIVA

ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO

 CONSTITUI DOS SERVIÇOS INTEGRADOS NA


ADMINISTRAÇÃO
ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DA PRESIDÊNCIA
DIRETA
DA REPÚBLICA E DOS MINISTÉRIOS

 COMPREENDE AS SEGUINTES CATEGORIAS DE


ENTIDADES, DOTADAS DE PERSONALIDADE
JURÍDICA PRÓPRIA:
 AUTARQUIAS

ADMINISTRAÇÃO  EMPRÊSAS PÚBLICAS


INDIRETA  SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA
 FUNDAÇÕES PÚBLICAS
 AS ENTIDADES VINCULAM-SE AO MINISTÉRIO
EM CUJA ÁREA DE COMPETÊNCIA ESTIVER
ENQUADRADA SUA PRINCIPAL ATIVIDADE

ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL

 EXECUTA UM SERVIÇO AUTÔNOMO


 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA
AUTARQUIA  POSSUI PERSONALIDADE JURÍDICA, PAT-
RIMÔNIO
E RECEITA PRÓPRIOS
 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE
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JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO


 EXECUTA ATIVIDADES TÍPICAS DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, QUE REQUEIRAM,
PARA SEU MELHOR FUNCIONAMENTO, GESTÃO
ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA
DESCENTRALIZADA

 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
 POSSUI PATRIMÔNIO PRÓPRIO E CAPITAL
EXCLUSIVO DA UNIÃO
 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA AUTORIZA SUA
EMPRESA INSTITUIÇÃO PARA A EXPLORAÇÃO DE
PÚBLICA ATIVIDADE ECONÔMICA QUE O GOVERNO SEJA
LEVADO A EXERCER POR FORÇA DE
CONTINGÊNCIA OU DE CONVENIÊNCIA
ADMINISTRATIVA
 PODE REVESTIR-SE DE QUALQUER DAS FORMAS
DE EMPRESA ADMITIDAS EM DIREITO
(SOCIEDADE ANÔNIMA OU LIMITADA)

 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
 CRIADA POR LEI ESPECÍFICA AUTORIZA SUA
INSTITUIÇÃO PARA A EXPLORAÇÃO DE
SOCIEDADE DE ATIVIDADE ECONÔMICA
ECONOMIA
MISTA  SÓ PODE SE REVESTIR SOB A FORMA DE
SOCIEDADE ANÔNIMA
 AS AÇÕES COM DIREITO A VOTO PERTENÇAM EM
SUA MAIORIA À UNIÃO OU À OUTRA ENTIDADE
DA ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

 ENTIDADE DOTADA DE PERSONALIDADE


FUNDAÇÃO JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO
PÚBLICA
 NÃO POSSUI FINS LUCRATIVOS

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 CRIADA EM VIRTUDE DE AUTORIZAÇÃO


LEGISLATIVA ESPECÍFICA
 DESENVOLVE ATIVIDADES QUE NÃO EXIJAM
EXECUÇÃO POR ÓRGÃOS OU ENTIDADES DE
DIREITO PÚBLICO
 POSSUI AUTONOMIA ADMINISTRATIVA,
PATRIMÔNIO PRÓPRIO GERIDO PELOS
RESPECTIVOS ÓRGÃOS DE DIREÇÃO
 SEU FUNCIONAMENTO É CUSTEADO POR
RECURSOS DA UNIÃO E DE OUTRAS FONTES

IMPORTANTE

O PODER PÚBLICO NÃO PODE INSTITUIR NOVAS FUNDAÇÕES


QUE NÃO SATISFAÇAM CUMULATIVAMENTE OS SEGUINTES
REQUISITOS E CONDIÇÕES
 dotação específica de patrimônio, gerido pelos órgãos de direção
da fundação segundo os objetivos estabelecidos na respectiva lei
de criação
 participação de recursos privados no patrimônio e nos dispêndios
correntes da fundação, equivalentes a, NO MÍNIMO, UM TERÇO do
total
 objetivos não lucrativos e que, por sua natureza, não possam ser
satisfatoriamente executados por órgão da Administração Federal,
direta ou indireta
 demais requisitos estabelecidos na legislação pertinente às
fundações

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3 – Questões deste Capítulo

Acerca da organização administrativa e dos conceitos relativos à


administração direta e indireta, julgue os itens que se seguem.
2 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA/2010) As agências
reguladoras são entidades que compõem a administração indireta e, por isso,
são classificadas como entidades do terceiro setor.
3 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-BA/2010) A criação de uma
autarquia para executar determinado serviço público representa uma
descentralização das atividades estatais. Essa criação somente se promove por
meio da edição de lei específica para esse fim.
Acerca da organização da administração pública no Brasil, julgue os
itens que se seguem.
4 - (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TRE-MT/2010/ADAPTADA) A
criação de um ministério na estrutura do Poder Executivo federal para tratar
especificamente de determinado assunto é um exemplo de administração
descentralizada.
Acerca da organização administrativa, julgue os itens.
5 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Do ponto
de vista orgânico, a administração pública compreende as diversas unidades
administrativas (órgãos e entidades) que visam cumprir os fins do Estado.
6 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) No
processo de descentralização administrativa, há distribuição de competências
materiais entre unidades administrativas desprovidas de personalidade
jurídica.
7 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) A criação
de determinado órgão prescinde de autorização legislativa do chefe do Poder
Executivo.
8 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Os
órgãos possuem personalidade jurídica própria, motivo pelo qual é
amplamente aceita pelos tribunais a sua capacidade processual para estar em
juízo.

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9 - (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/TRE-MA/2009/ADAPTADA) Ocorre


desconcentração administrativa quando determinada entidade federativa cria
autarquia mediante lei específica.
10 - (ERICK/ANALISTA E TÉCNICO ADMINISTRATIVO/MPU/2010)
Entre as chamadas pessoas administrativas de direito público, integrantes da
Administração Indireta Federal, incluem-se as autarquias da União.
Comentários:
O gabarito da questão é CERTO.
GABARITO

2–E 3–C 4–E 5–C 6–E

7–E 8–E 9-E 10 - C

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
 Maria Sylvia Zanella Di Pietro - DIREITO ADMINISTRATIVO
 Hely Lopes Meirelles - DIREITO ADMINISTRATIVO
BRASILEIRO
 Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo – DIREITO
ADMINISTRATIVO DESCOMPLICADO
 Gustavo Barchet – DIREITO ADMINISTRATIVO – TEORIA E
QUESTÕES COMENTADAS
Prezados(as) colegas Concurseiros(as), chega ao fim este nosso
encontro. Gostaram ?
Lembrem-se de que com o corpo e a mente em equilíbrio, o
sucesso chegará em breve!
Coloco-me à disposição para eventuais dúvidas e sugestões, pois
elas serão de muita valia para nosso trabalho em conjunto.
Utilizem nosso fórum ou email erick@pontodosconcursos.com.br
Mãos à obra e saudações a todos.
Bons estudos !
Erick Moura
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