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FRANCA
2010
MARCOS GABRIEL BASSOLI
FRANCA
2010
Bassoli, Marcos Gabriel
Mecanismo de desenvolvimento limpo : normas e diretrizes
para a implantação de projetos no Brasil / Marcos Gabriel Bassoli.
–Franca : [s.n.], 2010
38 f.
BANCA EXAMINADORA
Presidente: _________________________________________________________________
Profa. Dra. Analúcia Bueno dos Reis Giometti
1º Examinador: _____________________________________________________________
Profa. Dra. Elizabete Sanches Rocha
2º Examinador: _____________________________________________________________
Prof. Dr. Augusto Zanetti
Nesses quatro anos de graduação, foram muitos os fatores, situações e pessoas que
contribuíram direta ou indiretamente para a concretização de minha “épica” jornada, rumo ao
diploma de bacharel em Relações Internacionais, arraigada, sobretudo, de elevado
crescimento pessoal. Apesar do tamanho inversamente proporcional à sua importância,
gostaria de humildemente, nesse singelo trecho de folha, expor meus agradecimentos:
A Deus e aos espíritos bons, influentes nas demandas às quais me faltam respostas. E também
à minha família, pelo apoio, exemplo de vida e valores; constituintes das bases do meu ser.
Aos meus companheiros de república: Redi, Bira, Java, PH, Toalha e Maraco, pelos melhores
quatro anos da minha vida, regados pelos causos memoráveis dos javas, e pela amizade que
eu desejo de todo coração perpetuar por muitos e muitos anos.
Aos meus conterrâneos, Bruno, Bruna, Goba, Lilian, Camila, Rachell e Naty pelos laços de
amizades sinceros e duradouros.
Aos grandes e especiais amigos que tive a honra de conhecer na faculdade, Grah, Sussa,
Maria Laura (minhas eternas vizinhas); Lê, Eric, G. Murari e Hostalácio, Ana, Bia, Gonzo,
Bocão, Nay, Naty, Bam, Lí, Farinha e todas as gerações de moradores da Taboca, com os
quais compartilhei momentos, ideias, sensações, desejos e muitas horas de conversa fiada.
A todos os bixos e bixetes; que estes entendam, sintam e honrem o que de fato é ser da Unesp
Franca; lugar onde, academicamente falando, eu nasci e cresci com muito orgulho.
Ao grupo Cenários Prospectivos, principalmente para o Prof. Dr. Samuel, à velha guarda e ao
primeiro triunvirato, por acreditarem no meu potencial e serem os responsáveis imediatos do
meu crescimento acadêmico. Desejo que as novas gerações de cenaristas logrem usufruir de
todo o sucesso e satisfação particulares dessa vertente de estudos.
A todo o grupo docente com que tive o prazer de me relacionar, pela paciência e
ensinamentos. Não obstante, também quero agradecer aos funcionários da graduação, r.u. e
biblioteca, tão indispensáveis quanto, para essa conquista.
Aos funcionários da agência do IBGE de Franca, que com o choque de culturas, foram
imprescindíveis para a minha melhor compreensão da beleza da cidade e pelo suporte
imensurável nessa reta final.
Enfim, a todos aqueles que por ventura não foram citados, e àqueles que fizeram parte da
minha vida nesses anos incríveis. Nem mesmo muitas lágrimas ilustrariam o tamanho da
gratidão e satisfação que sinto nesse momento. E que venham mais anos, viva à continuidade!
Faço minha mala e checo o meu rosto. Pareço um pouco mais velho. Pareço um pouco mais
frio. Hoje, meu coração não bate como costumava bater e meus olhos enxergam o mundo
com outro olhar. Com uma respirada funda e um grande passo, chego um pouco mais perto
do que procuro, por razões, de certa forma, nem tão desconhecidas assim...
"Quanto maior o bem, maior o mal
que da sua inversão procede."
RESUMO
Poucos assuntos recebem tanto destaque no Brasil e no mundo quanto o aquecimento global,
pautando-se como foco das discussões das autoridades científicas e políticas, e mesmo de boa
parte da sociedade como um todo. Não faltam provas de que esse aumento gradativo da
temperatura na Terra, alavancado por ações de ordem antrópica, afeta de maneira negativa a
economia dos países, e, em cenários mais alarmantes, pode efetivamente colocar em risco a
vida das espécies. Na tentativa de criar uma solução para a pendência, a comunidade
internacional, representada pela Organização das Nações Unidas, procurou estabelecer entre
si mecanismos que realizassem o controle e a prevenção dos danos ao meio ambiente. Dessa
forma, foram traçados programas com o intuito de incentivarem o desenvolvimento
sustentável no mundo, com o objetivo principal de se reduzirem as emissões de poluentes
como um todo. Nesse contexto, por meio do Protocolo de Quioto, foi introduzido ao cenário
internacional o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), revolucionando as interações
ambientais e econômicas das nações. Resumidamente, o MDL é o único mecanismo
internacional multilateral que propicia a cooperação entre países industrialmente
desenvolvidos e países em desenvolvimento, em prol da criação de projetos ambientalmente
sustentáveis. Detentor de um potencial energético respeitável, o Brasil assinala-se como uma
promessa digna de destaque no que tange à aprovação de atividades de projeto de MDL e da
posterior geração de Reduções Certificadas de Emissões (RCE). Visto isso, e sabido das
vastas exigências burocráticas, essa pesquisa, além de abordar o histórico das discussões
internacionais acerca do meio ambiente, terá como objetivo elucidar as etapas que permeiam
o ciclo necessário para a aprovação das atividades de um projeto de MDL, sobretudo em sua
trajetória nacional. Nesse sentindo, serão compiladas informações presentes nos manuais de
maior importância da área com o viés de auxiliar aqueles que planejam a implementação de
alguma atividade de projeto de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 9
INTRODUÇÃO
1
De acordo com as determinações do Protocolo de Quioto, são considerados gases do efeito estufa: dióxido de
carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), hezafluoreto de enxofre (SF6), e as famílias dos
perfluorcarbonos PFCs e dos hidrofluorcarbonos HFCs.
10
2
Disponível em: <http://www.ecolatina.com.br/pdf/IPCC-COMPLETO.pdf>. Acesso em: 10/10/2010.
11
1. O PROTOCOLO DE QUIOTO
3
Segundo dados do portal “COP16”, a décima sexta reunião terá espaço entre os dias 29 e 10 de dezembro de
2010, Cidade do México, México. Disponível em: <http://cc2010.mx/es/>. Acesso em: 15/10/2010.
4
São países integrantes do Anexo I: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canadá, Dinamarca,
Eslováquia, Espanha, Estados Unidos da América, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia,
Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Liechtenstein, Luxemburgo, Mônaco, Noruega, Nova
Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do norte, República Checa,
Romênia, Suécia e Suíça.
15
CO2 da atmosfera, mas sim de todos os GEE, estabeleceu que os países do Anexo I deveriam
promover, entre os anos de 2008 e 2012, a redução de pelo menos 5% das emissões de
poluentes em relação aos índices catalogados em 1990, salvo alguns países com economia em
transição, detentores de outras datas como ano base. As reduções seriam catalogadas em
unidades de carbono, sendo que cada tonelada métrica de carbono representa uma unidade de
redução de emissão.5 Na tabela a seguir, encontram-se os países do Anexo I e suas respectivas
metas de redução.
5
Índice divulgado pelo segundo relatório do IPCC, utilizado para uniformizar as quantidades dos diversos gases
de efeito estufa em termos de dióxido de carbono equivalente, possibilitando assim, que a redução na emissão
de outros gases possa ser quantificada.
16
A proposta do Brasil não foi aceita, sendo substituída, em Quioto, pela criação
do MDL, que possibilita aos países desenvolvidos, que possuem metas de reduções descritas
no Protocolo de Quioto, a oportunidade de adquirir certificados de redução de emissões de
gases de efeito estufa em projetos gerados e implementados em países em desenvolvimento,
como forma de cumprir parte de suas metas de redução.
11
Disponível em: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/4016.html>. Acesso em: 14/10/2010.
20
Quadro 1: Reduções de emissões de gases de Efeito Estufa. Fonte: LOPES, 2002, p. 12.
12
O texto encontra-se disponível na íntegra em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm>.
Acesso em 16 out. 2010.
21
Conforme o exposto por Sister (2007, p. 14), para que sejam validadas as
RCEs, as atividades do MDL devem, obrigatoriamente, passar pelas etapas de validação:
De acordo com o abordado por Marchezi (2008, p.9), o primeiro passo para a
aprovação de um projeto é a elaboração do Documento de Concepção do Projeto,
responsável por informar as partes envolvidas no projeto e as principais diretrizes das
atividades planejadas. O DCP deverá constar de um relatório completo, detentor
principalmente das metodologias utilizadas para os cálculos e os estudos que envolverão a
atividade como um todo. A íntegra do DCP, aprovado pela COP-8 encontra-se disponível
para download no portal eletrônico do Ministério da Ciência e Tecnologia 14. Uma vez que
escolhida a EOD, buscar-se-á a validação e aprovação do desígnio junto ao órgão. O projeto
dar-se-á como digno de aprovação, se o seu documento de concepção transparecer em seu
corpo de redação os seguintes itens:
13
Ou do inglês, Project Design Document (PDD).
14
Link para o download: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/14442.html>. Acesso em 20 out.
2010.
15
De acordo com o previsto no Protocolo de Quioto.
22
16
Período de sete anos, com no máximo duas renovações; ou período de dez anos sem renovação.
23
Uma vez superada essa etapa, o projeto pode ser registrado diante do Conselho
Executivo do MDL, processo que tende a ocorrer em oito semanas após a entrega do relatório
e se trata, basicamente, da aprovação formal, necessária para a continuidade do processo de
aprovação. Além de poder aceitar a proposta, caso as práticas estejam de acordo com as
modalidades e procedimentos requeridos; o órgão superior poderá ainda tornar pública,
24
através da Entidade Operacional Designada, a decisão de revisão do projeto, caso este não
esteja de acordo com suas exigências. Esse procedimento possibilita que uma atividade de um
projeto negada possa vir a ser reconsiderada, de acordo com os itens necessários para sua
validação (BRASIL, 2008, p. 27).
De acordo com o guia desenvolvido por Vidigal Lopes (2002, p. 32), após a
aceitação formal do pedido, a etapa subsequente ocorre com o início dos trabalhos de
monitoramento, que analisarão, de acordo com as especificações determinadas na fase de
apresentação do DCP, se os resultados obtidos estão de acordo com as expectativas. Os
participantes do projeto (PP) estarão incumbidos dessa atividade; sendo de sua
responsabilidade também o envio de relatórios e a comunicação imediata de alterações, que
deverão ser submetidos à revisão e aprovação da EOD que as partes estabeleceram. Essa etapa
de verificação tem o objetivo de identificar se as reduções realmente estão acontecendo e que,
sobretudo, estas sejam adicionais, ou seja, não ocorreriam sem a iniciação das atividades do
projeto.
Pois bem. O que se cumprirá a partir desse ponto será a revisão periódica e
independente do projeto por parte da EOD, procedendo assim, com a fase de verificação e
monitoramento externo às atividades realizadas. Posteriormente, o que se espera é a
certificação por parte do Conselho Executivo do MDL, consistindo em uma comprovação
formal de que as emissões ou sequestro de carbono estão ocorrendo de acordo com o que foi
previamente estabelecido. A certificação é baseada no relatório de verificação e considerada
definitiva 15 dias após ter sido recebida pelo Conselho Executivo do MDL (SISTER, 2007).
Como ponto sobressalente, destaca-se que a maior parte das fases de aprovação
de um projeto de MDL é de acesso público. De maneira explicativa, as próprias RCEs
atribuídas aos que apresentaram algum projeto certificado, são formalizadas e
disponibilizadas em endereço eletrônico, a saber: http://cdm.unfccc.int/Issuance/cers_iss.html.
17
O DCP para projetos de pequena escala está disponível na seção de formulários relativos ao MDL do site do
MCT: <http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/14442.html>. Acesso em 20 out. 2010.
26
(a) As atividades de projeto poderão ser agrupadas ou combinadas em uma pasta nos
seguintes estágios do ciclo de projeto: documento de concepção de projeto,
validação, registro, monitoramento, verificação e certificação. O tamanho do
conjunto total não deve exceder os limites estipulados na alínea c, parágrafo 6, da
decisão 17/CP.7;
19
Assim como os outros DCPs, o mesmo encontra-se disponível no site do MCT:
<http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/14442.html>. Acesso em: 20 out. 2010.
28
20
O documento pode ser lido na íntegra no portal eletrônico do Ministério da Ciência e Tecnologia:
<http://www.mct.gov.br/upd_blob/0023/23433.pdf>. Acesso em: 18 out. 2010.
29
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entidade
Etapa Definição
Responsável
1. Primeira etapa do ciclo do projeto. Documento que
Documento de contempla todas as informações necessárias para a Participantes
Concepção do validação/registro, monitoramento, verificação e do projeto
Projeto – DCP certificação das RCEs.
Figura 2: Prazos para submissão, divulgação e aprovação de projeto. Fonte: BRASIL, 2008.
34
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Que institui o novo Código Florestal brasileiro.
Diário Oficial da União: República Federativa do Brasil: Poder Legislativo, Brasília, DF. Disponível
em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L4771.htm >. Acesso em: 20 out. 2010.
GORE, Albert. Uma Verdade Inconveniente: o que devemos saber (e fazer) sobre o
aquecimento global. São Paulo: Manole, 2006.
MARCHEZI, Roberta da S. M.; AMARAL, Sergio P.; SANTOS, Helio R. da F.; CARDOSO,
Munique M. da S.; FRANCA, Celeste M. de F. A Experiência de Aplicação do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) em um Aterro Sanitário Localizado no Espírito Santo. In:
CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO, 4, 2008, Niterói – RJ. Niterói: CNEG,
2008.
RIBEIRO, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. São Paulo: Contexto, 2001.
176p.
ANEXO A
ANEXO B
ANEXO C