Penhane BOLETIM OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE APOIO E ASSISTÊNCIA JURÍDICA AS COMUNIDADES
Director Executivo: Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e Inglês
Maneio Comunitário de Florestas requer redução burocrática
Sendo o maneio comunitário de recursos naturais em
Tete, uma preocupação gigantesca, entende a Associ-
ação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades,
AAAJC que o Estado deve remover uma série de bar-
reiras, que dificultam o maneio comunitário para fins
comerciais e, ao mesmo tempo, fornecer todo o apoio
necessário para a sua generalização. Essas medidas
vão desde a simplificação dos expedientes burocráti-
cos e a diminuição das obrigações tributárias, até à
pesquisa e o apoio em matéria de comercialização dos
produtos florestais. As próprias comunidades devem
resolver adequadamente uma série de assuntos fun-
damentais, como as questões organizativas e adminis-
trativas, para garantir um maneio democrático, parti-
cipativo e transparente dos recursos administrados
comunitariamente. Paralelamente, as ONGs que
acompanham esses processos deverão definir clara-
mente seu papel e se limitar a apoiar as comunidades,
evitando assumir uma função de gerenciamento que
não corresponde o seu principal papel em programas
de maneio comunitário mas sim o fortalecimento das
comunidades. Ao mesmo tempo, terão de reconhecer
o carácter transitório de sua assistência, procurando
transferir o seu conhecimento, o mais rápido possível,
às próprias comunidades, a fim de que elas possam se
independentizar da assistência externa e assumir to-
Fiscalização florestal comunitária pode apoiar no maneio
É entendimento comum que as comunidades têm um
papel muito importante no complemento da capacidade
das instituições do Estado de exercer a fiscalização. Por
esta razão a nova legislação cria a figura do agente co-
munitário. Estas figuras podem constituir uma impor-
tante rede de fiscalização, indispensável no controle das
actividades ilegais, pelo facto de estarem em toda a par-
te e pelo facto de conhecerem bem o terreno e a situação
geral das áreas em que actuam. Não obstante, para o
bom funcionamento dos agentes comunitários é impor-
tante ter o apoio de instituições locais. Por isso, a Estra-
tégia estabelece como uma actividade prioritária a for-
mação de Comités de Gestão de Recursos Naturais em
Quem somos? Associação de Apoio e Assistência Jurídica as Comunidades (AAAJC), é uma organização da Sociedade Civil Moçambicana, não-
governamental, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2008 e com os seus estatutos legalmente publicados em 2010 no Boletim da República nº. 2, III serie, 4º suplemento de 19
de Janeiro. A sede é na cidade de Tete.
das as funções no maneio dos recursos naturais. Uma
das principais condições de sucesso de uma iniciativa
comunitária é a necessidade de “devolver” os recursos
para um grupo de usuários, a comunidade. Com esta
“devolução”, a comunidade pode aumentar o seu po-
der de controlo sobre os recursos evitando que indiví-
duos de fora da comunidade façam uso dos seus recur-
sos sem que esta se beneficie. A devolução do recurso a
favor da comunidade vai dar maior poder sobre o re-
curso com vista a excluir os elementos de fora da co-
munidade o que permitirá um maior e melhor controlo
do recurso de modo a que a comunidade tenha o bene-
fício. Por outro lado, a propriedade comum traz efici-
ência tanto do próprio processo de gestão e controle,
assim como de poder de negociação com os parceiros
tanto do governo como privado. A análise da relação
custo/benefício é considerada de extrema importância
nas iniciativas de MCRN quando se observa a relação
entre as parcerias, pois ela ajuda a estabelecer o valor
intrínseco da terra e dos vários recursos envolvidos
permitindo definir como os mesmos serão distribuídos
entre os diferentes parceiros. Devido à falta de valori-
zação dos recursos naturais no país. Esta análise de
custo/benefício tem sido “esquecida” em várias inicia-
tivas de MCRN o que dificulta a replicação das boas
experiências de MCRN em outras regiões.
áreas ricas em recursos florestais e faunísticos ou de in-
tensa exploração. Contudo, não é sempre necessário cri-
ar estruturas institucionais novas ou acrescentar níveis a
estruturas existentes. O nível comunitário, em muitos
casos, pode ser baseado nas organizações que já existem.
Parceiros:
 Penhane OFICIAL NEWS LETTER OF THE ASSOCIATION FOR SUPPORT AND LEGAL ASSISTANCE TO COMUNITIES

Director Executivo Rui Vasconcelos* Sede: AAAJC* Telefone: 20030252*Cidade de Tete* Bairro Chingodzi* Editado em Português e
Edition nº115

Community Management of Forests requires bureaucratic reduction

external assistance and assume all functions in the
As the community-based management of natural re-
management of natural resources. One of the main
sources in Tete is a gigantic concern, the AAAJC un-
success conditions of a community initiative is the
derstands that the State must remove a series of barri-
need to "return" resources to a group of users, the
ers that hamper community management for commer-
community. With this "devolution," the community
cial purposes and, at the same time, provide all the
can increase its power of control over resources by
necessary support for its generalization. These
preventing individuals from outside the community
measures range from the simplification of bureaucratic
from making use of their resources without it benefit-
procedures and the reduction of tax obligations to re-
ing. On the other hand, common ownership brings
search and support in the marketing of forest products.
efficiency both in the management and control process
Communities themselves must adequately address a
itself, as well as in bargaining power with both gov-
number of key issues, such as organizational and ad-
ernment and private partners. The analysis of the
ministrative issues, to ensure a democratic, participa-
cost / benefit ratio is considered of extreme im-
tory and transparent management of community-
portance in CBNRM initiatives when the relationship
managed resources. At the same time, the NGOs that
between the partnerships is observed, since it helps to
accompany these processes should clearly define their
establish the intrinsic value of the land and the various
role and limit themselves to supporting communities,
resources involved, allowing to define how they will
avoiding a management role that does not correspond
be distributed among the different partners. Due to the
to their main role in community management pro-
lack of appreciation of natural resources in the coun-
grams, but rather to strengthening communities. At the
try. This cost / benefit analysis has been "overlooked"
same time, they will have to recognize the transitory
in a number of CBNRM initiatives which makes it dif-
nature of their assistance, seeking to transfer their
ficult to replicate good CBNRM experiences in other
knowledge, as soon as possible, to the communities
regions.
themselves, so that they can become independent from

Community forestry monitoring can support management

It is a common understanding that communities play a important to have the support of local institutions. For
very important role in complementing the capacity of this reason, the Strategy establishes as a priority activi-
state institutions to exercise oversight. That is why the ty the formation of Natural Resource Management
new legislation creates the role of the Community Committees in areas rich in forest and wildlife re-
agent. These figures can constitute an important moni- sources or of intense exploitation. However, it is not
toring network, indispensable in the control of illegal always necessary to create new institutional structures
activities, because they are everywhere and because to add levels to existing structures.
they are well aware of the terrain and the general situ-
ation of the areas in which they operate. Nonetheless,
for the good functioning of Community actors, it is Partners:
Who Are We? The Association for Support and Legal Assistance to Communities (AAAJC) is an mozambican
Civil Society Organization (CSO) based in Tete province, non-governmental and non proffit, created in 2008 by a group of Paralegals in natural resources and development law, formed by the Center for Legal and Judicial Training
(CFJJ), now Ministry of Justice, who decided to organize themselves based on their knowledge to promote social and economic development and respect for human rights based on observance of the principles of social justice,
equity and sustainability. Its scope of action was limited to the areas of economic development and poverty reduction in a participatory manner, legal support to communities and citizens, environmental education, conflict
resolution, advocacy of public policies and human rights. In 2010, following the implementation of some initiatives and completing the process of its constitution, the organization was formally legalized with statutes published in