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Proteger os trabalhos – antes de começar (abrir) a gira são cantados pontos para os exus, a
fim de que estes entrem no terreiro (não há incorporação nessa parte) e retirem todos os
pontos negativos, inclusive retirando os kiumbas (espíritos não doutrinados para trabalhar e
ajudar) e protegendo a porta (porteira) do terreiro, para que os médiuns não incorporem estes
espíritos que, muitas vezes, querem se fazer passar por uma entidade.
Defumação – Antes da abertura vem a defumação. A defumação é feita nos quatro cantos do
terreiro, no congá, na guia da Mãe/Pai de santo, passando pelos mesmos, daí segue a corrente:
Médiuns, fiscais e auxiliares, assistência. Defumação - A defumação é essencial para
qualquer trabalho num terreiro de Umbanda. Certas cargas pesadas se agregam ao nosso
corpo astral durante nossa vivência cotidiana, ou seja, pensamentos e ambientes de vibração
pesada, rancores, invejas, preocupações, etc. tudo isso produz (ou atrai) certas formas-
pensamento que se aderem à nossa aura e ao nosso corpo astral, bloqueando sutis
comunicações e transmissões energéticas entre os ditos corpos.
Pois bem, a defumação tem o poder de desagregar estas cargas, através dos elementos ar, fogo
e vegetal que a compõe, pois interpenetra os campos astrais e mentais e a aura, tornando-os
novamente “libertos” de tal peso para produzirem seu funcionamento normal.
Mas a defumação deve ser feita com ervas escolhidas, colhidas na lua certa e sempre devem
ser queimadas em braseiro de barro, já que o braseiro de metal anula a forca contida nas ervas.
Há também outro fator importante. Existem casos de se queimar as ervas com uma profusão
de fumaça insuportável, que chega a fazer os olhos arderem e as pessoas tossirem até não
poderem mais. Na verdade, o importante na defumação é o bom cheiro das ervas, a leveza
tênue da fumaça e a não poluição desesperada do ambiente, que só prejudica, pois abala a
atenção e mesmo a saúde, já que pode ser perigoso para quem tem problemas respiratórios. O
importante é a qualidade e não a quantidade.
Obs.: Uma boa defumação pode ser feita com cravo, canela em pau e erva-doce, sendo ótima
para a manutenção e desagregação de cargas no ambiente do terreiro ou em sua residência,
sendo que a defumação deve ser sempre efetuada dos fundos para a frente da casa,
acompanhada de um ponto cantado adequado a situação.
Ritos de abertura
O ritual de abertura é o momento em que você concentra toda a energia que vai utilizar
durante o trabalho. Se estiver conectado e souber absorver a vibração que circula neste momento no
terreiro seu trabalho será pleno e certamente vai sobrar energia boa até a próxima gira. É também
um momento de harmonização do médium com todas as energias e vibrações evocadas durante o
ritual.
Abertura da gira – Começa com o ponto cantado de Abertura de Gira e são feitas as
saudações a Oxalá e a todos os santos. Em alguns centros é cantado o hino da Umbanda.(
O hino tem por finalidade exaltar o valor e qualidade de alguém ou de algo. Com o Hino da
Umbanda não poderia ser diferente. Devemos sempre cantá-lo com entusiasmo,
contentamento e admiração tamanho é seu significado: luz divina que refletindo sob a terra
nos banha de paz e amor, nos dá força e nos conduz ao crescimento nos incitando a seguir,
sempre levando a bandeira de Oxalá)
. Depois da saudação são puxados os pontos de cada Orixá e entidade, sendo que o primeiro
ponto é de Oxalá. Todos os médiuns acompanham com palmas em seus lugares na corrente
que se formou. Esse é o momento em que, com fé e dedicação, pedimos às sete linhas da Umbanda
muita luz e proteção.
A Oração – Quando todos foram saudados, então é feita a prece que oficializará a
abertura dos trabalhos. Essa prece é feita com um Pai-Nosso e uma Ave-Maria seguida de um
pronunciamento de fé do Pai ou Mãe de Santo. No momento da oração, todos devem estar
ajoelhados e nenhum atabaque toca. O silêncio e a concentração na hora da oração é
imprescindível. Os dirigentes fazem uma oração, cada um ao seu modo, pedindo aos guias e
protetores da casa e dos trabalhos amparo e proteção.
Bater cabeça – Esse é o ato de submissão em que nos abaixamos diante de Jesus e todos os
Orixás, pedindo sua proteção. O médium se abaixa e toca suavemente a testa no chão,
mostrando respeito pela terra que toca e sendo humilde ao se abaixar diante de Deus.
Em primeiro lugar bate cabeça no congá, depois nos quatro cantos, em seguida para os pais de
santo, depois pai e mãe pequeno do terreiro, seguido dos ogans e depois para os cambones.
Quando todos batemos a cabeça fazemos reverência a nossa religião, as entidades da casa
e aos nossos guias. O significado do gesto é: eu respeito, eu concordo, eu confio e acredito na
Umbanda. Em suas leis, nos guias espirituais que dirigem os trabalhos, assim como em seus
dirigentes.
Após o ato de bater cabeça, todos estão prontos para receber os Orixás e entidades.
Os trabalhos (a incorporação, passes, consultas) – São chamadas as linhas que virão para
trabalhar nesse dia. Essa é, sem dúvida, a parte mais longa da gira. Se for dia de homenagem a
algum Orixá, a homenagem será antes dos passes e das consultas.
Passe - O passe representa um bom recurso de auxílio às pessoas que estejam enfermas, ou
desgastadas emocionalmente ou, ainda, sob assédio de maus espíritos. Não deve ser a
atividade única nem a mais importante na casa espírita e deve estar sempre associado à
tarefa de esclarecimento e orientação doutrinária do assistido, porque o objetivo primordial
do trabalho é o progresso moral dos assistidos nos dois lados da vida.
O passista, desejando ajudar alguém com o passe, atrai a assistência de bons espíritos, que o
auxiliam a direcionar os fluidos para o assistido. Se o assistido estiver receptivo, sua mente adere à
idéia de trabalho restaurativo e começa a sugeri-lo a todas as células do corpo físico. No dizer de
André Luiz (Cap. XXII de “Mecanismos da Mediunidade”), assim que se estabelece o clima de
confiança entre o socorrista e o necessitado, forma-se um elo de forças entre eles, pelo qual verte o
auxílio da esfera superior, na medida dos créditos de um e de outro.
Em geral, o espírito comunicante senta-se junto ao médium, enlaça-o com o braço esquerdo
e, com o direito, cobre-lhe o cérebro acionando-lhe o campo da memória perispiritual, a fim
de lograr maior acervo e recursos na tradução dos seus pensamentos. Sem dúvida, ele tudo faz
para evitar as imersões do subconsciente do médium, pois deste modo, a sua mensagem
ficaria algo truncada ou perturbada nos momentos de maior ressalte espiritual. Aliás, o
espírito comunicante procura sintonizar a sua luz mental irradiada da epífise perispiritual, com
a luz mental que também aflora da epífise física do médium.
Ele procura efetuar uma combinação, a mais lúcida possível ou homogênea, a fim de facilitar
ao médium transmitir com suas próprias palavras as idéias que ventila no contato perispiritual.
No caso da psicografia o plexo braquial do médium é o ponto visado pelo espírito
comunicante, pois quanto mais ele puder agir livremente por esse centro nervoso, mais lúcida
e nítida também é a sua mensagem espiritual psicografada.
PONTOS CANTADOS
1) Pontos de Louvação
2) Pontos de Segurança
3) Pontos de Chamada
4) Pontos de Trabalho
5) Pontos de Partida
Entenda que muitos outros pontos existem, inclusive aqueles que ficam
louvando as Entidades da Falange de Trabalho, durante as Consultas a
Assistência.