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br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● MICROBIOLOGIA

MICROBIOLOGIA 2016
Arlindo Ugulino Netto.

CONTROLE DOS MICRO-ORGANISMOS - ELO ESTRATÉGICO DE BIOSSEGURANÇA

Esterilização é o processo que promove completa eliminação ou destruição de todas as formas de micro-
organismos presentes: vírus, bactérias, fungos, protozoários, esporos, para um aceitável nível de segurança. O processo
de esterilização pode ser físico (vapor saturado/autoclaves, calor seco, Raios Gama/Cobalto), químico (Glutaraldeído,
Formaldeído, Ácido peracético) ou físico-químico.
Antes de iniciar o estudo do controle dos micro-organismos, devemos conhecer a diferença entre alguns termos:
 Esterilização: morte total de micro-organismos em um material
– não pode haver micro-organismos em materiais esterilizados.
 Desinfecção: processo em que há a morte parcial de bactérias,
sem que haja a destruição de esporos.
 Antissepsia: desinfecção feita através de substâncias
antissépticas, isso se tratando de tecidos vivos.
 Assepsia: desinfecção de equipamentos, como materiais
cirúrgicos.
 Germicida: substâncias químicas com ação voltada para a
morte de micro-organismos.
 Bacteriostase: inibição da multiplicação de micro-organismos.
 Degermação: utilização de substâncias (degermantes) que
realizam a retirada de micro-organismos do meio sem causar a
morte das mesmas.

MÉTODOS FÍSICOS DE CONTROLE


O calor é o método mais eficaz, de baixo custo e mais prático. Seu uso pode variar, dependendo do
equipamento esterilizante utilizado, em úmido e seco.

CALOR ÚMIDO
O uso do calor úmido tem como fundamento a morte bacteriana por meio da desnaturação de suas proteínas.
1. Fervura: água em ebulição (100ºC) em um tempo de 15min (a partir do momento que esta entrou em ebulição).
As bactérias morrem, mas não há destruição dos esporos.

2. Esterilização por Autoclavação:


processo de esterilização realizada
pela autoclave, cuja ação
esterilizadora se dá pela
termocoagulação das proteínas
bacterianas. Este é o processo de
esterilização indicado para a maioria
dos instrumentos cirúrgicos. É
utilizado vapor saturado sob pressão,
ou seja, deve-se observar três
fatores: tempo (15 min), temperatura
(121ºC) e pressão (1 atm). Nesse
tipo de esterilização, há a morte dos
esporos. Agente esterilizante:
CALOR + UMIDADE (sendo esta
100% relativa). A penetração do
vapor saturado condensa o calor,
causando precipitação da umidade
(umidifica o micro-organismo,
amolecendo até a quebra capsular,
destruindo os esporos). Validade da
esterilização: 7 a 15 dias. O perfeito
funcionamento da Autoclave deve ser
frequentemente confirmado e ser
sempre observado:

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 Corrosão nas tubulações; presença de sinais de oxidação; partículas metálicas; presença de óleo e o vapor
utilizado na esterilização deve estar isento de toda impureza (através da utilização de água desmineralizada ou
destilada, do contrário, podem causar corrosão e manchas nos instrumentos).
 Evitar abrir prematuramente a Autoclave. Isto leva ao surgimento de ar frio no interior do compartimento do
esterilizador, resultando em rápida condensação do vapor que irá depositar resíduos nos instrumentos,
manchando-os.
 Evitar abrir a Autoclave rapidamente. Deixe todo o vapor sair primeiro e que o ciclo de secagem se complete,
principalmente se a Autoclave for dotada de bomba à vácuo.
 Evite exceder a temperatura e o tempo recomendado para a esterilização. Normalmente, o instrumental deve
ficar em Autoclave convencional durante 30 minutos à uma temperatura de 121°C a 132°C. Resfriamento:
processo gradativo. Não colocar o material retirado da Autoclave direto e sobre a superfície fria.

3. Pasteurização: Processo usado em alimentos para destruir micro-organismos patogênicos ali existentes. Foi
criado em 1864, levando o nome do químico francês que o criou: Louis Pasteur. A pasteurização reside basicamente
no fato de se aquecer o alimento a determinada temperatura, e por determinado tempo, de forma a eliminar os
micro-organismos presentes no alimento. Posteriormente estes produtos são selados hermeticamente por questões
de segurança, evitando assim uma nova contaminação. O material é aquecido a uma temperatura de 72ºC durante
15 segundos e depois é resfriado, causando assim um choque térmico e evitando o estado morno do material (37ºC,
temperatura ótima para diversas bactérias).

CALOR SECO
Por uso do calor seco, há morte das bactérias por oxidação.
1. Flambagem: queima direta do material na fonte térmica.

2. Esterilização na Estufa: processo de esterilização realizado pela estufa, cuja ação


esterilizante resulta em destruição bacteriana que se dá pela oxidação celular. Os
instrumentos que tenham algum componente de material têxtil ou de borracha
não podem ser esterilizados pelo calor seco. Na Estufa, os instrumentos devem
ser colocados em caixas metálicas furadas e fechadas de preferência, com o
fundo forrado de papel alumínio tendo a sua face mais brilhante voltada para
cima. Este é o processo indicado para esterilizar instrumentos de corte, portanto
as tesouras devem ficar na posição semiaberta e devem ter as suas superfícies de corte (parte-ativa) protegidas
com gazes, que além de permitir a ação do agente esterilizante, não alterem a qualidade e capacidade de corte
dos mesmos. A estufa deverá ser aquecida à temperatura indicada antes da colocação das caixas de
instrumentos e o tempo de esterilização deve ser contado a partir do instante em que o termômetro acusar a
temperatura escolhida. Os instrumentos devem ser protegidos com invólucros adequados e de forma a permitir
que o ar circule livremente na câmara. Para instrumentos cirúrgicos, o tempo de exposição é de 120 minutos à
temperatura de 170ºC. Nunca ultrapassar essa temperatura. É pouco utilizado em hospitais, porém é mais
utilizado em consultórios médicos e odontológicos. Prazo de validade: Esterilidade por 10 dias.

FILTRAÇÃO
Tipo de remoção mecânica dos micro-organismos. Pode utilizar filtro de milipore (poros com 0.45 µm).

RADIAÇÕES
Processo realizado com materiais que não podem entrar em contato com altas temperaturas (plásticos, luvas,
etc.). Portanto, é um procedimento muito utilizado em materiais termossensíveis, em que se utiliza radiação gama do
Cobalto à 60°C, o qual irá provocar uma mudança na estrutura do DNA do micro-organismo por meio da ejeção de
elétrons dos átomos, não deixando resíduos tóxicos e não induzindo radioatividade nos produtos, devido ao fato de que
as energias envolvidas são insuficientes para interações com os núcleos. Este processo pode ser executado mesmo que
o produto a ser esterilizado já esteja em sua embalagem final, de modo que esta permaneça selada e intacta durante o
processo.
1. Radiações por raios-gama (ionizante): atuam na desintegração das moléculas de DNA das bactérias.
2. Radiação ultravioleta (não-ionizante): geram dímeros na estrutura do MG bacteriano.

BAIXAS TEMPERATURAS
Causam interrupção do metabolismo bacteriano. Como instrumentos, temos: geladeiras (-0 ºC), congelador (-20
ºC) e nitrogênio líquido (-179 ºC).

MÉTODOS QUÍMICOS DE CONTROLE


A técnica por métodos químicos foi introduzida por Joseph Lister (1847), antes de realizar procedimentos
cirúrgicos, realizando técnicas antissépticas por meio dos derivados do fenol.

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AGENTES DE SUPERFÍCIE
São agentes aniônicos, que funcionam como sabões.
• Agentes catiônicos: cloreto de benzalcônio, cloreto de cetilpirimidíneo, clorexidina.
• Metais pesados e derivados: mercúrio e sais de prata.

CICLO DA ESTERILIZAÇÃO
1. Pré-lavagem com desincrustante;
2. Lavagem em água corrente;
3. Secagem do material;
4. Embalagem;
5. Esterilização;
6. Armazenagem do material.
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OBS : Todo instrumental que permaneceu disposto na bandeja torna-se contaminado após o atendimento, mesmo
aqueles que não foram utilizados. Dos instrumentais é que efetivamente inicia-se a contagem do ciclo para esterilização.

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