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2133.D/GTI IR 28-06-13
Intervenção Pedagógica em Crianças com Necessidades Educativas Especiais |pág. 1
Ficha técnica
Condições de utilização
O presente manual destina-se ao curso Intervenção pedagógica em crianças com necessidades educativas
especiais, sendo o conteúdo do mesmo, propriedade da GTI.
A sua duplicação para outros fins só poderá ser feita, mediante autorização expressa da GTI.
O Manual está estruturado de acordo com o índice e os conteúdos inseridos estão adaptados em função dos
objetivos /competências do curso e do público-alvo, sendo um instrumento de apoio à realização da ação de
formação.
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Índice
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................... 5
CAPÍTULO 1 – A EDUCAÇÃO INCLUSIVA .................................................................................................. 6
1.1. A EVOLUÇÃO HISTÓRICA E CONCEPTUAL ........................................................................................................... 6
1.1.1. A evolução histórica e conceptual em Portugal e seu enquadramento legal ...................... 9
1.1.1.1. Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de julho ........................................................................................................................ 11
1.2. ESCOLA INCLUSIVA .............................................................................................................................................. 16
1.3. O PAPEL DA FAMÍLIA NA INCLUSÃO .................................................................................................................. 17
1.4. RELAÇÃO ESCOLA-FAMÍLIA: PARA UMA MELHOR INCLUSÃO ....................................................................... 18
CAPÍTULO 2 – A CRIANÇA COM NEE ....................................................................................................... 19
2.1. DESENVOLVIMENTO HUMANO .......................................................................................................................... 19
2.2. O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA COM NEE .............................................................................................. 19
2.2.1. Modelo Transacional de Desenvolvimento (Sameroff & Chandler, 1975) ......................... 20
2.2.2. Modelo de Ecologia do Desenvolvimento Humano (Bronfenbrenner) ................................ 21
2.2.3. Modelo de Apoio Centrado na Família (Dunst, 1985) ................................................................. 22
2.3. AS PROBLEMÁTICAS MAIS PREVALENTES ....................................................................................................... 22
2.3.1. Dificuldades de aprendizagem específicas ....................................................................................... 23
2.3.1.1. Etiologia .................................................................................................................................................................................... 26
2.3.1.2. Recomendações ..................................................................................................................................................................... 27
2.3.2. Problemas de comunicação .................................................................................................................... 28
2.3.2.1. Etiologia .................................................................................................................................................................................... 29
2.3.2.2. Recomendações ..................................................................................................................................................................... 30
2.3.3. Deficiência mental ...................................................................................................................................... 30
2.3.3.1. Etiologia .................................................................................................................................................................................... 31
2.3.3.2. Recomendações ..................................................................................................................................................................... 31
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Introdução
De acordo com dados estatísticos oficiais da Direção-Geral de Estatísticas da
Educação e Ciência, entre o ano letivo 2016/2017 e 2017/2018, o número de crianças e alunos
com Necessidades Educativas Especiais (NEE), com Programa Educativo Individual ao
abrigo do Decreto-Lei nº 3/2008, de 7 de janeiro, aumentou 7%, de 81672 para 87039 alunos,
respetivamente, tendo-se verificado todos os anos um crescendo de sinalizações de alunos
com NEE. Este aumento começou a ser mais significativo a partir do alargamento da
escolaridade obrigatória até aos 18 anos. De acordo com a mesma fonte, as escolas estão a
cumprir com a sua função de escola inclusiva, sendo que as respostas educativas a alunos com
NEE são, em 87% dos casos, garantidas por estabelecimentos de ensino regular.
Deu-se uma recente mudança de paradigma, ainda mais inclusivo e democrático,
através de uma alteração da legislação que regula a educação especial. Desta forma, o
conceito NEE caiu em desuso passando a falar-se de regime que regula a escola inclusiva.
Neste sentido, exige-se que, a escola de hoje, seja para todos e com a presença de todos, de
cada um, para aprender, não só os saberes das disciplinas mas, também, as atitudes, as
competências, os valores; tudo isto sem exclusão, sem discriminação, para quem tem mais
dificuldades no processo de aprendizagem, exigindo, assim, inevitavelmente desenvolvimento
das estruturas organizacionais, de modo a oferecer as oportunidades de que os alunos
precisam. Desta forma, agora o assistente operacional passa a ocupar uma posição
imprescindível de apoio à aprendizagem e à inclusão, beneficiando, assim, da compreensão
do conceito de escola inclusiva, da sua evolução histórica, do seu enquadramento legal e da
inclusão de crianças nas escolas.
De forma a responder às necessidades em questão, o principal objetivo desta UFCD é:
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currículo constituem-se como as opções metodológicas subjacentes a este diploma. Para tal,
as escolas veem reforçada a sua autonomia e a flexibilidade na mobilização de recursos e
estratégias que promovam e assegurem a plena inclusão educativa de todos e de cada um dos
alunos.
Se, por um lado, se abandonam os sistemas de categorização de alunos, por outro, há
um enfoque num continuum de ações, estratégias e medidas organizadas em três níveis de
intervenção: universais; seletivas e adicionais.
A equipa multidisciplinar de apoio à educação inclusiva desempenha um papel
fundamental na identificação das medidas de suporte mais adequadas a cada aluno, assim
como no acompanhamento e monitorização da eficácia da sua aplicação. Nesta equipa, têm
assento elementos permanentes conhecedores da organização da escola, e elementos variáveis
nos quais se incluem todos os profissionais que intervêm com o aluno, salientando-se a
participação dos pais ou encarregados de educação, cujo envolvimento em tudo o que respeite
à educação dos seus filhos ou educandos se consigna como um direito e um dever.
Assumindo claramente uma orientação inclusiva, o Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de
julho, vem reforçar o direito de cada um dos alunos a uma educação consentânea com as suas
potencialidades, expetativas e necessidades, num conjunto de respostas planeadas no âmbito
de um projeto educativo comum e plural que proporcione a todos a participação e o sentido de
pertença em verdadeiras condições de equidade. Este decreto-lei, em conjunto com os
normativos relativos ao currículo do ensino básico e secundário e o perfil dos alunos à saída
da escolaridade obrigatória, constitui-se, simultaneamente, como impulsionador e como
suporte à implementação de mudanças a nível organizacional, bem como do próprio processo
educativo.
O perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória é, na sua base, inclusivo, uma
vez que considera o desenvolvimento holístico dos alunos atendendo às dimensões do saber,
do saber fazer e do saber estar, com enfoque na exigência mas também na atenção à
diversidade, e consequentemente na equidade e democracia. Introduz ainda o princípio da
flexibilidade, fundamental na educação inclusiva. A gestão flexível do currículo, fruto do
trabalho colaborativo de todos os docentes, permite aumentar oportunidades para todos os
alunos atingirem o seu máximo potencial, garantindo assim o acesso ao currículo e às
aprendizagens essenciais.
Neste sentido, este conjunto de normativos poderá ser entendido como uma
oportunidade para o sistema educativo, para as escolas e respetivas lideranças, para os
professores e, igualmente, para os alunos. Afirmando-se como um investimento de natureza
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sistémica, permite enfrentar alguns dos obstáculos estruturais que têm vindo a dificultar uma
relação congruente entre a escola, como espaço de socialização cultural, e os princípios e
valores que caracterizam a vida numa sociedade que se afirma como democrática e inclusiva.
Desta forma, à gestão burocrática e estereotipada opõe-se uma gestão contextualizada
e flexível do currículo que potencie a possibilidade de se romper com o modo de ensino
simultâneo, abrindo-se a possibilidade de práticas educativas que ocorram em espaços que
promovam a cooperação entre os alunos, a sua autonomia e a participação nas decisões
quotidianas, aos mais diversos níveis. A gestão do tempo deverá romper como o pressuposto
de que se deve ensinar tudo a todos como se todos fossem um só.
Nesta perspectiva, a diferenciação pedagógica passa a ser entendida como um
pressuposto estruturante de uma ação pedagógica que tem em conta todos os alunos na
relação com as tarefas de aprendizagem, que poderão ser diferentes quanto às suas finalidades
e aos seus conteúdos, quanto ao tempo e ao modo de as realizarem, quanto aos recursos,
condições e apoios que são disponibilizados.
É de acordo com estes pressupostos que se desafiam as escolas a configurar a noção
de projetos educacionais inclusivos e, por isso, culturalmente mais amplos e significativos, e
que se compreende a relação entre estes projetos e a noção de inclusão educativa já que a sua
operacionalização está dependente, entre outros aspetos, da criação de ambientes educativos
em que:
• os alunos podem providenciar ou obter os apoios adequados, dos seus pares e
dos seus professores, caso necessitem dos mesmos;
• se gerem, de forma intencional, produtiva e consequente, as tarefas a propor e
as condições da sua realização;
• cada um contribua, à medida das suas possibilidades, para que os outros
possam aprender.
O presente decreto-lei, não pretende ignorar o caminho inquestionável, em matéria de
inclusão, que, nas últimas décadas, Portugal tem vindo a percorrer mas obriga todavia, a
reequacionar o papel da escola, o modo como esta vê os alunos e como se organiza para
responder a todos eles.
A sua característica mais marcante reside na descompartimentação da escola e do
processo de ensino e de aprendizagem. Abandona uma conceção restrita de medidas de apoio
para alunos com necessidades educativas especiais e assume uma visão mais ampla,
implicando que se pense a escola como um todo, contemplando a multiplicidade das suas
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dimensões e a interação entre as mesmas. Uma outra característica distintiva do atual diploma
reside no pressuposto de que qualquer aluno pode, ao longo do seu percurso escolar,
necessitar de medidas de suporte à aprendizagem.
O novo enquadramento do diploma e as mudanças que implica na organização da
escola, na tomada de decisões e na ação educativa, requer um entendimento comum a nível
conceptual e terminológico por parte dos atores envolvidos no ato educativo.
De entre as definições constantes no artigo 2º do decreto-lei nº 54/2018, de 6 de julho,
importa destacar as que se prendem com as medidas de gestão curricular a desenvolver com
vista ao sucesso educativo de cada aluno:
ACOMODAÇÕES CURRICULARES
Medidas de gestão escolar curricular que permitem o acesso ao currículo e às
atividades de aprendizagem na sala de aula através da diversificação e da combinação
adequada de vários métodos e estratégias de ensino, da utilização de diferentes modalidades e
instrumentos de avaliação, da adaptação de materiais e recursos educativos e da remoção de
barreiras na organização do espaço e do equipamento, planeadas para responder aos diferentes
estilos de aprendizagem de cada aluno promovendo o sucesso educativo.
Estas definições inserem-se numa abordagem que tem como finalidade garantir o
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acesso ao currículo, entendido numa conceção abrangente que inclui, para além dos conteúdos
programáticos, questões referentes à organização do espaço e do tempo, equipamentos,
estratégias, atividades, avaliação, entre outros. A promoção de melhores aprendizagens e o
desenvolvimento de competências assentam na flexibilidade curricular e ainda no exercício
efetivo de autonomia por parte das escolas.
Neste sentido, é importante dar voz a cada aluno e respeitar os seus interesses e
aptidões, por forma a construir percursos curriculares que aumentem os seus níveis de
participação e lhes permitam experienciar efetivamente o sucesso educativo e pessoal.
O diploma enuncia um conjunto de princípios, práticas e condições de
operacionalização da educação inclusiva que resultam de opções teóricas e metodológicas,
designadamente a abordagem multinível e o desenho universal para a aprendizagem. Estas
abordagens devem ser consideradas de forma integrada, articulada e flexível, constituindo-se
como guias de apoio à ação das escolas na operacionalização do diploma ao nível da
comunidade, da escola e da sala de aula.
A abordagem multinível, entendida como um modelo compreensivo de ação, de
âmbito educativo ao nível da escola, orienta-se para o sucesso de todos e de cada um dos
alunos através da organização de um conjunto integrado de medidas de suporte à
aprendizagem consubstanciadas em medidas universais, seletivas e adicionais.
O desenho universal para a aprendizagem (DUA) apresenta-se como uma opção que
responde à necessidade de organização de medidas universais orientadas para todos os alunos.
Definindo-se como um modelo estruturante e orientador na construção de ambientes de
aprendizagem acessíveis e efetivos para todos os alunos, constitui uma ferramenta essencial
no planeamento e ação em sala de aula.
Neste sentido, as práticas pedagógicas sustentadas no DUA oferecem oportunidades e
alternativas acessíveis para todos os alunos em termos de métodos, materiais, ferramentas,
suporte e formas de avaliação, sem alterar o nível de desafio e mantendo elevadas
expectativas de aprendizagem. Pretende-se assim identificar e remover as barreiras à
aprendizagem e participação e maximizar as oportunidades de aprendizagem para todos os
alunos.
O desenho universal para a aprendizagem assenta em três princípios base, que
suportam um conjunto de orientações para tornar as salas de aula mais acessíveis a todos os
alunos:
• proporcionar múltiplos meios de envolvimento;
• proporcionar múltiplos meios de representação;
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Neste sentido, cabe a cada escola definir o processo no qual identifica as barreiras à
aprendizagem com que o aluno se confronta na diversidade de estratégias para as ultrapassar,
de modo a assegurar que cada aluno tenha acesso ao currículo e às aprendizagens.
O lema da escola é, agora, equidade, funcionalidade e de heterogeneidade cultural e
social e deve flexibilizar e diferenciar pedagogias, tendo em conta as necessidades da sua
própria população. Esta, pretende defender o direito de todos os alunos desenvolverem e
concretizarem as suas potencialidades, bem como de apropriarem as competências que lhes
permitam exercer o seu direito de cidadania, através de uma educação de qualidade, que foi
determinada tendo em conta as suas necessidades, interesses e características (Freire, 2008).
A escola deve ser capaz de proporcionar aprendizagens tendo em conta o ritmo, as
capacidades e os interesses de cada aluno; desenvolver interações ativas, positivas e criativas
que sejam fonte de enriquecimento e aproveitamento mesmo fora da escola; sistematizar a
disciplina e a organização familiar; promover aprendizagens lúdicas de forma a serem mais
generalizadas e motivadoras e proporcionar abertura ao meio para que se tornem mais
intervenientes e transformadores no ambiente em que se inserem.
Tendo em conta a diversidade de crianças que frequentam a escola, esta deve acolhê-
las num todo baseando a sua intervenção num leque de estratégias diversificadas e
personalizadas a cada criança.
Resumindo, todos nós, enquanto professores, pais ou amigos, temos um papel a
desempenhar de forma a contribuir ativamente para um todo. Enquanto cidadãos temos uma
palavra a dizer, pois também está nas nossas mãos promover a mudança da sociedade e das
suas instituições, nomeadamente da família e da escola.
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seus filhos (Correia, 1999). Os pais são vistos como coterapeutas e cotutores dos seus filhos,
isto é, eles próprios poderão continuar o trabalho desenvolvido pelos profissionais.
As escolas têm o papel de envolver os pais em todas as decisões que se refiram à
educação, informem aos pais de todos os aspectos que estejam relacionados com o problema
do seu filho, facultem informação acerca dos direitos dos pais e dos seus filho e capacitem os
pais para que estes possam reclamar em tribunal caso situações de desacordo com os
profissionais da escola não tenham sido resolvidos.
Finalmente, os pais tem direito a: serem ouvidos, dando informações acerca do seu
filho; ver consideradas as suas opiniões e decisões sobre a educação dos seus filhos; ser
esclarecido sobre normas e regras que regem o funcionamento da escola e que dizem respeito
aos alunos; dialogar com os intervenientes no processo educativo no sentido de criar uma
relação de entendimento mútuo sobre a situação escolar dos seus filhos; manifestar as suas
opiniões e o seu sentir em relação à avaliação; conhecer, dar opinião e autorizar as propostas
do programa; serem participantes ativos na execução das atividades e ter assegurada a
confidencialidade das informações a respeito dos seus filhos.
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proporcionar às crianças o maior número possível de experiências nos seus primeiros anos de
vida e defende que ao optimizarmos as interações que as crianças mantêm com o seu
ambiente estas serão capazes de atingir um nível desenvolvimental superior num curto espaço
de tempo.
Os progenitores são os primeiros agentes educativos da criança. Esta interação é
essencial nos primeiros anos de vida. Aí estabelecem-se vinculações que são como
necessidades vitais para o ser humano, como por exemplo a água e a comida. Segundo
Bowlby (1969), uma criança que se sente protegida terá́ muito mais hipóteses de se tornar um
adulto seguro de si e capaz de amar e de se sentir amado. Várias pesquisas revelam que as
crianças seguras em relação aos seus pais choram menos e são mais persistentes na
exploração do ambiente. Já́ as inseguras são mais submissas ou agressivas.
A intervenção precoce sofreu uma grande mudança no foco de atenção e intervenção,
sendo que esta era, primeiramente, toda centrada na criança e agora centrada na família e nas
necessidades desta em lidarem com o(a) seu(sua) filho(a). Esta alteração do foco de atenção
baseia-se em contributos conceptuais, nomeadamente no Modelo Ecológico de
Desenvolvimento Humano, de Bronfenbrenner (1979) e o modelo de Desenvolvimento
Transacional, de Sameroff e Chandler (1975).
Para Bronfenbrenner (1979) os prestadores de serviços devem ocupar-se das
necessidades das crianças, recorrendo a uma abordagem sistémica familiar que reconhece a
família como principal estrutura organizativa no desenvolvimento de uma criança. Neste
sentido, as famílias agem como mediadores entre os indivíduos e a sociedade. Este modelo
inclui uma interdependência de muitos fatores que afetam o desenvolvimento geral das
crianças.
Outra mudança significativa que ocorreu foi o destaque para os pontos fortes das
famílias que devem ser utilizados como recursos para a intervenção.
Existem três modelos que nos fornecem estruturas conceptuais essenciais para que
percebamos os contextos nos quais o desenvolvimento da criança ocorre que serão resumidos
de seguida: modelo transacional (Sameroff, 1993; Sameroff & Chandler, 1975), modelo
ecológico (Bronfenbrenner, 1979) e modelo de apoio social (Dunst, 1985).
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entanto, sublinham a importância da sua variação em função do tempo, pois estes fatores não
são constantes ao longo do tempo. As características, quer da criança, quer do seu ambiente,
mudam a cada momento, mês ou ano.
Este modelo introduz a variante tempo através do conceito transação. Este conceito
pressupõe que, quer o ator, quer o agente, sofram mudanças como resultado do intercâmbio
entre ambos. Isto significa que uma determinada característica da criança pode espoletar uma
reação por parte dos pais, o que por sua vez, poderá influenciar o comportamento da criança
num outro momento.
Sendo assim, as mudanças de comportamento não só ocorrem ao longo do tempo,
resultado das transação entre a criança e o seu ambiente, como também necessitam de uma
estrutura interpretativa que analise tais alterações.
Este modelo surge como fundamental na intervenção precoce por que, por um lado,
providenciam as linhas de orientação para intervenções eficazes junto de crianças e famílias,
por outro lado, dizem-nos que os programas de intervenção não podem ser bem sucedidos se
apenas a criança sofrer alterações. Também as mudanças ambientais devem ser operadas, a
fim de melhorar as capacidades da criança. Deste modo, estendem a análise de riscos e a
intervenção à família e à comunidade e ajudam-nos a compreender porque razão as condições
iniciais, por si só, não determinam resultados de desenvolvimento, quer positiva, quer
negativamente. Isto leva-nos a outra premissa, ou seja, de que modo os problemas genéticos
podem ser remediados por fatores ambientais e os problemas de desenvolvimento podem ter
causas sociais e ambientais. Com certeza que esta premissa é fundamental para tornar a
intervenção precoce prioritária no que respeita às políticas e estruturas estabelecidas
relativamente a programas de intervenção que têm como finalidade servir as necessidades de
crianças entre os 0 e os 5 anos de idade.
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• Dizemqueumbéumdequeumqéump
• Omitem, saltam ou adicionam palavras a um texto
• Não sabem, hoje, a tabuada que sabiam ontem
• Dão a mesma resposta a 3 problemas de matemática
• Confundem ontem com amanhã
• Não conseguem repetir o que acabaram de ouvir
• Não veem diferenças entre pá, pé e pó
• Escrevem 41 em vez de 14
• Parecem estar sempre a falar e a rir
• Conseguem falar sobre Platão, mas não conseguem nomear os dias da semana
• Não prestam atenção a quem fala com elas
• Conseguem lembrar-se de anúncios televisivos, mas não conseguem lembrar-se do seu
número de telefone
• Parecem não ver para onde se dirigem, batem nas portas, nas cadeiras, tropeçam nos
próprios pés...
• Muitas gostam que tudo seja feito da mesma forma
• Perdem coisas ou não sabem onde as põem (livros, lápis...)
• Esquecem-se para onde devem ir
• Distraem-se com muita facilidade
• Por vezes parecem não recordar-se de nada
• Têm dificuldade em executar tarefas que lhes são pedidas
• É-lhes difícil seguir instruções
Correia (2008) refere, ainda, que as crianças com DAE podem apresentar:
• Atrasos na aquisição da linguagem
• Discapacidades de comunicação
• Problemas percetivo-motores
• Problemas em perceber estímulos visuais, mas não são deficientes visuais
• Problemas quanto à receção de informação, mas não são deficientes auditivos
• Problemas de atenção, de memória, de pensamento
• Problemas na aprendizagem da leitura, da escrita e do cálculo
• Problemas de aprendizagem significativos numa ou mais áreas académicas, mas não
são deficientes mentais
• Problemas de índole socioemocional, mas não são perturbados emocionais
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a) Dislexia
A dislexia é definida como sendo uma incapacidade de processar os símbolos da
linguagem, ou ainda como dificuldade na aprendizagem da leitura, com repercussão na
escrita, devida a causas congénitas, neurológicas, ou, na maioria dos casos, devida
expressamente à imaturidade cerebral. Pois, para iniciar e desenvolver com êxito o processo
de leitura e escrita é necessário atingir uma certa maturidade nos domínios linguísticos,
motor, psicomotor e percetivo, bem como uma dada capacidade de concentração da atenção,
de memorização auditiva e visual, de coordenação visuomotora. Em cada caso, importa situar
as dificuldades quer quanto aos referidos domínios quer quanto à codificação e descodificação
da linguagem oral e ou escrita e quantitativa.
Neste sentido, o despiste da dislexia deve acontecer o mais precocemente possível,
normalmente a partir da alfabetização, quando surgem as dificuldades de conversão do
fonema em grafema. A avaliação e intervenção devem ser desenvolvidas em equipa
multidisciplinar constituída por um psicólogo, neurologista, professor, terapeuta da fala,
pais/encarregados de educação e outros profissionais. Uma vez que a componente afetiva está
inerente à aprendizagem, os vínculos afetivos devem ser promovidos na comunidade
educativa com os seus pares, professores e ambiente familiar.
As crianças com dislexia, frequentemente, apresentam dificuldades na realização de
testes, pois manifestam dificuldades na interpretação dos enunciados; não conseguem ler
todas as questões do teste e escrevem num ritmo mais lento, por isso não cumprem o tempo
disponibilizado para a realização da prova.
A escola deve, então, interagir com os técnicos especializados e com as famílias, no
sentido de potenciar todos os recursos possíveis para um desenvolvimento pleno das
capacidades académicas, pessoais e sociais.
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• Problemas de atenção
• Problemas de lateralidade
Na leitura e/ ou na escrita:
• Possíveis confusões (ex: f/v; p/b; ch/j; p/t; v/z ; b/d...)
• Possíveis inversões; (ex: ai/ia; per/pré; fla/fal; cubido/bicudo...)
• Possíveis omissões: (ex: livo/livro; batata/bata...)
b) Disgrafia
Dificuldade na escrita relacionada com a aptidão mecânica. Os problemas estão
relacionados com a componente grafomotora (padrão motor) da escrita (ex: forma das letras,
espaço entre palavras, pressão do traço) (NCLD, 1997).
c) Disortografia
Dificuldade relacionada com a codificação e com a composição escrita, ao nível
ortográfico, da planificação e da formulação escrita (Baroja, Paret, & Riesgo, 1993; Fonseca,
1999; Monedero, 1989). Afeta a ideação, a formulação e a produção, bem como os níveis de
abstração, gerando assim dificuldades na expressão escrita.
d) Discalculia
Dificuldade severa na realização do processamento dos números, no cálculo aritmético
e na resolução de problemas, que se constitui como disfunção neurológica de maturação das
habilidades matemáticas (Citoler, 1996; Deaño, 2000; García, 1995).
2.3.1.1. Etiologia
As causas das DAE, segundo Correia (2008), podem ser múltiplas:
CAUSAS ORGÂNICAS
Factores pré-natais - Ex.: Factores teratogénicos, que provocam o desenvolvimento de
anomalias durante a gestação, ou seja, crescimento anormal ou malformação do feto como,
por exemplo, o álcool, cocaína e chumbo
Factores perinatais - Ex.: Anoxias (deficiente oxigenação dos tecidos); uso de fórceps;
prematuridade
Factores pós-natais - Ex.: Traumatismo craniano; meningites; encefalites; diabetes
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CAUSAS EDUCACIONAIS
Atrasos de maturação - Maturação lenta dos processos visual, motor, de linguagem e de
atenção que constituem a base do desenvolvimento cognitivo/Igualar o currículo ao nível de
prontidão da criança
Estilos cognitivos - Forma como um indivíduo percebe, recorda e resolve problemas ao
interagir e estar no mundo/Adequar estratégias aos estilos de aprendizagem da criança
CAUSAS AMBIENTAIS
a) Malnutrição e estimulação deficitária
b) Diferenças socioculturais
c) Clima emocional adverso
d) Tóxicos ambientais
e) Ensino inadequado
2.3.1.2. Recomendações
• Sempre que der instruções ao aluno, faça-o de forma clara e simples e mantenha o
contacto visual;
• Perceber se as ordens foram entendidas e repeti-las as vezes que forem necessárias,
• Dê uma só instrução de cada vez;
• Quando a criança for fazer uma tarefa, procure eliminar os estímulos externos (visuais
ou auditivos) que a possam distrair;
• Tente criar rotinas o mais organizado e estável possível. Rotinas simples e objetivas e
tente mantê-las independentemente das circunstâncias;
• Ajude e estimule a criança a estruturar o seu dia-a-dia;
• Se tiver que aplicar um castigo, fale com a criança de forma calma, objetiva e sem
discutir;
• Não utilize o castigo físico, esta punição gera um efeito bola-de-neve, agrava a
situação e favorecem sentimentos negativos;
• Lembre-se de que a criança não tem estes comportamentos e dificuldades porque quer;
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2.3.2.1. Etiologia
Quanto à sua etiologia, as perturbações da fala podem manifestar-se ao nível orgânico
(causa física ou neurológica) ou funcional (quando não encontradas causas orgânicas). As
perturbações orgânicas podem ser justificadas por fenda palatina, uma dentição malformada
ou tumores. A perda auditiva, o traumatismo craniano ou outros problemas neurológicos
poderão também contribuir para este tipo de perturbação. Por sua vez, as perturbações
funcionais podem estar relacionadas com as oportunidades concedidas à criança de
aprendizagem e com padrões de fala inapropriada, incluindo as oportunidades de desenvolver
uma fala adequada e a ausência ou presença de modelos.
Hallahan e Kauffman (1997) descrevem quatro categorias nas perturbações da
linguagem:
1º. Ausência de linguagem verbal;
2º. Linguagem qualitativamente diferente;
3º. Atraso no desenvolvimento da linguagem;
4º. Interrupção no desenvolvimento da linguagem
O quadro seguinte apresenta as possíveis causas para cada categoria. Para crianças que
não apresentam perdas auditivas, uma ausência total de linguagem ou qualitativamente
diferente poderão indicar problemas emocionais severos ou uma perturbação grave de
desenvolvimento. No caso desta última também poderá ser justificada por problemas de
aprendizagem específicos. O atraso do desenvolvimento poderão incluir a deficiência mental,
as perdas auditivas, a falta de estimulação ou de experiências apropriadas, traumatismo
craniano ou lesão.
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2.3.2.2. Recomendações
• Oiça, valorize tudo o que ele lhe diz e todos os sons que ele faça, mesmo que não sejam
palavras. Responda sempre e contextualize;
• Fale, converse sobre o que está a fazer e narre o que está a fazer, utilizando vocabulário
diverso;
• Fale de forma correta, produza bem os sons, servirá como modelo. Não corrija a forma
como a criança diz as palavras. Em alguns casos poderá ser mais importante estimulá-la a
falar do que a falar bem;
• No contacto com os seus pares, promova o contacto com outras crianças, ajude-o,
incentive-o a brincar com os outros, mesmo que o seu nível de linguagem seja diferente;
• Encorajar a criança a verbalizar os seus pedidos e desejos, em vez de utilizar o gesto;
• Se a criança não for capaz de repetir ou produzir uma frase longa, deve repeti-la e
expandi-la;
• Falar muitas vezes com a criança, usando linguagem clara e bem articulada, sem distorcer
as palavras ou usar diminutivos;
• Promova atividades de expressão dramática, dança, leia e fale muito.
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2.3.3.1. Etiologia
De acordo com a Associação Americana da Deficiência Mental - AAMR (1992), a
deficiência mental não se constitui como um sinónimo de uma etiologia específica, derivando
assim de uma ação conjugada e/ou acumulada de diversos fatores (causas pré, peri e pós-
natais) sem que se possa diagnosticar com precisão uma lesão principal. No entanto, pode-se
dizer que existe uma perda de sistemas cerebrais que dirigem e coordenam a perceção, o
movimento e a integração.
Sendo assim, existem diversos fatores etiológicos que justificam a deficiência mental,
sendo estes de privação cultural, fatores genéticos, fatores de lesão cerebral, infeções e fatores
envolvimentais.
Concluindo, existem quatro grupos de causas diferentes: fatores biomédicos
relacionados com os processos biológicos (nutrição, desordens genéticas), os fatores sociais
onde se atenta a interação social e familiar (responsabilidade e estimulação por parte dos
adultos), os fatores comportamentais (abuso de substâncias tóxicas, por exemplo) e os fatores
educacionais relativos à viabilidade dos apoios educativos que promovam o desenvolvimento
do comportamento adaptativo (AAMR, 1992).
2.3.3.2. Recomendações
Estratégias para elevar a socialização
• Facilitar o contacto com diferentes alunos, promovendo o convívio entre os mesmos:
na sala de aula, no recreio, no bar, no ginásio;
• Deixar o aluno explorar objetos, alimentos e pessoas;
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• Como partícipe da ação educativa da escola, velar pela manutenção das boas normas
de convivência social nos pátios e recreios, procurando resolver as dificuldades dos
alunos por meio de conselhos paternais, sendo-lhe absolutamente vedado o recurso à
força;
• Vigiar os alunos que não estejam ocupados nos trabalhos escolares, de modo que estes
não sejam perturbados;
• Desempenhar o serviço exterior que superiormente lhe for designado;
• Manter em boa ordem e asseio o fardamento que lhe for distribuído para usar em
serviço;
• Assinar o respectivo registo de presença.
Mais tarde, através do Decreto-Lei nº 513/73 de 10 de outubro, Veiga Simão
pretendeu implementar aquela que viria a ser a primeira grande reforma das estruturas
administrativas dos Estabelecimentos de Ensino Preparatório e Secundário e das Escolas do
Magistério Primário, estabelecendo nas escolas os quadros do Pessoal Administrativo e
Auxiliar (Ramalho e Ramalho, 2015, p. 220).
Posteriormente, seis anos após o 25 de abril, verificou-se uma tentativa de
revalorização e diversificação das carreiras destes profissionais, regulamentada pelo Decreto-
Lei nº 57/80 de 26 de março, que passariam a exercer funções nas seguintes áreas: apoio geral
(segurança, serviços de limpeza), sendo então introduzida a designação de “pessoal auxiliar
de apoio”. Este pessoal podia exercer apoio externo, serviços diversos; apoio pedagógico
(instalações gimnodesportivas, jardim e horta, biblioteca, laboratório ou oficina
individualizada, documentação e equipamento audiovisual); apoio social escolar (primeiros
socorros, refeitórios, bufete, papelaria); outras atividades (telefone, serviço polivalente,
qualificado ou semiqualificado, guarda e reprografia).
Para a admissão à carreira eram condições indispensáveis: a escolaridade obrigatória
fixada por lei; robustez física e mental necessárias, devidamente comprovadas e uma idade
compreendida entre os 21 e os 55 anos de idade.
Uma inovação deste documento corresponde à clara discriminação dos direitos e
deveres do “pessoal auxiliar de apoio”. Assim, seriam direitos do pessoal de apoio auxiliar:
participar em ações que visassem a sua valorização cultural e profissional; participar nas
tarefas inerentes a uma melhor ação educativa e apresentar aos seus superiores hierárquicos
sugestões fundamentadas, tendo em vista a melhoria das condições de trabalho (artigo 26º do
Decreto-Lei nº 57/80).
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Sublinha-se o esboço daquilo que virá a potenciar a restruturação formal, uma década
mais tarde, isto é, o dever do pessoal de apoio colaborar na ação educativa de acordo com o
ponto 2 do artigo 27º:
• O pessoal de apoio deverá ainda colaborar na ação educativa dos respetivos
estabelecimentos de ensino, de modo a que estes possam responder
devidamente às necessidades da comunidade em que se inserem.
No que concerne aos conteúdos funcionais, a atividade dos auxiliares de ação
educativa desenvolvia-se, predominantemente, nas áreas de “apoio à atividade pedagógica,
social escolar e apoio geral” (Anexo do Decreto-Lei nº 223/87):
• Colaborar com os docentes no acompanhamento dos alunos;
• Preparar material didático;
• Registar faltas dos professores;
• Abrir e organizar os livros de ponto;
• Limpar e arrumar as instalações da escola;
• Prestar assistência em situações de primeiros socorros;
• Requisitar, preparar e vender, ou distribuir bens, produtos ou materiais do
bufete e papelaria.
Com a publicação do Decreto-Lei nº 515/99 de 24 de novembro, encontramos uma
maior preocupação do poder central relativamente ao papel destes profissionais, enquanto
agentes essenciais na construção e funcionamento de uma escola de qualidade.
Este decreto passa a compreender o direito/dever deste pessoal à formação inicial,
contínua e especializada, reconhecendo-se ainda o direito à sua autoformação. Deste modo,
abrem-se novos horizontes na carreira dos AO.
Destacamos, ainda, a criação da carreira dos Assistentes de Ação Educativa, para
aqueles que tivessem o 12º ano de escolaridade e frequência de formação especializada de
250 horas, carreira que seria inicialmente exercida pelos Auxiliares de Ação Educativa, que
tivessem frequentado com aprovação formação especializada de 250 horas, levando à
extinção da, até então, carreira de Auxiliar de Ação Educativa.
Sublinha-se que esta nova carreira, que desembocaria na extinção do Auxiliar de Ação
Educativa e que tinha como condição única para o seu ingresso a detenção da escolaridade
obrigatória, sem qualquer formação específica para o efeito, surge, agora, com uma nova
exigência de habilitações literárias para quem a ela queira aceder, o 12º ano, cumulativamente
com formação especializada de 250 horas.
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• jogos verbais
• paráfrases
• repetições
• concursos em que o aluno soletre palavras
• documentos áudio de livros
• dramatizações criativas
• abordagens fonéticas
• dramatizações de diálogos
• poesia e versos
Normalmente, estes alunos recorrem bastante à verbalização e têm capacidade de
memorizar facilmente. Normalmente, apresentam bons desempenhos quando estão envolvidos
trabalhos com rimas, combinações e jogos de palavras; quando a informação é reforçada pelo
recurso a melodias, a compassos e a ritmos. Para estes alunos, é benéfico que as instruções e
as questões sejam apresentadas oralmente e que sejam levados a repeti-las, que lhes seja
permitido responder oralmente e que pratiquem também oralmente a forma como se soletram
as palavras. As abordagens fonéticas devem ser usadas na leitura /descodificação. Deve ser
incentivado o uso de gravação de áudio das aulas, bem como ao uso de livros gravados em
modalidade áudio e à participação debates. Estes alunos, devem ser envolvidos em grupos,
formados com o objetivo de permitir debates, em atividades que impliquem diálogo com os
seus parceiros, assim como em atividades em que a oralidade antecede e prepara o trabalho
independente.
MODALIDADE VISUAL
Os alunos que preferem esta modalidade encontram o seu processo de aprendizagem
facilitado olhando, vendo e observando. Recordam com muita facilidade detalhes visuais. De
seguida serão expostos alguns exemplos facilitadores de aprendizagem tendo em conta este
ponto forte.
• Aprender a ler reconhecendo padrões visuais nas palavras (famílias de palavras, tal
como a água, aguaceiro, aguadeiro, aguado; ou palavras que partilham um mesmo
núcleo mudando a letra inicial, como bata, nata, gata, mata, cata), assim como no
reconhecimento da estrutura e da configuração das palavras.
• O recurso a um código de cores também pode transmitir indicações muito úteis,
quando necessitam de recuperar informação e recordar determinados aspetos mais
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MODALIDADE TÁTIL-CINESTÉSICA
Os alunos cuja aprendizagem se baseia nesta modalidade veem esse processo
facilitado se puderem recorrer a atividades que solicitem o seu envolvimento direto e que
impliquem fazer e tocar. Aprendem melhor através de atividades práticas e necessitam de
estar fisicamente envolvidos em projetos e atividades. Estes alunos necessitam de recorrer a
objetos que possam manipular de forma que, através do tato, possibilitem a aprendizagem.
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desportos, bem como as atividades desenvolvidas por artífices e os jogos como charadas e o
Twister fazem apelo a este modo de funcionamento cognitivo.
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