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AGRADECIMENTOS

Ao Museu de Arte Sacra de São Paulo por acolher o


projeto de oficinas, às queridas Fátima e Renata pelo
apoio e suporte constantes, e a todos vocês pela
presença. MUITO OBRIGADO!
• A devoção no ambiente
A OFICINA privado
ABORDA • O Museu do Oratório
CONTEÚDOS • Tipos de Oratório:
TEÓRICOS modelagens e exemplos de
E decoração
PRÁTICOS:
• As origens e tipos de
temperas
• A pintura de um oratório
• Bibliografia
ORATÓRIOS BARROCOS
Esse oratório foi um dos 40
exemplares desses objetos de
devoção, oriundos de Minas
Gerais, Bahia, Pernambuco, Rio
de Janeiro e São Paulo, da
coleção de Cristiane e Ary
Casagrande; e expostos na
mostra: “Oratórios Barrocos – Arte
e Devoção na Coleção
Casagrande”, com curadoria do
Prof. Percival Tirapeli,
pesquisador e professor da
Unesp, realizada no Museu de
Arte Sacra de São Paulo em
agosto de 2011.
Por definição, oratório refere-se
ao nicho ou armário, que
contém imagens de santos.
UM LOCAL PARA ORAÇÃO
Oratórios são objetos ou locais destinados a expressão da a
fé e a devoção da humanidade desde os tempos mais
remotos e refletem a passagem do universo grandioso e
divino, restrito aos grandes templos, para o espaço íntimo do
cotidiano doméstico.
Culto doméstico na Antiguidade
Podemos fazer um comparativo na
Antiguidade Clássica, com os Lares
(deuses que cuidavam das casas) e
os Penates (da palavra penus =
despensa, relacionados ao
armazenamento da comida) que
compunham uma espécie de oratório
doméstico com as três figuras,
chamado de Lararium que nas
casas em Pompéia ficava na cozinha
ou na sala, e que no final do Império
Romano (sec.V) se colocava atrás
da porta de entrada com uma vela
ou lamparina queimando diante das
imagens. (BULFINCH, 2006) Lararium da casa dos Vettii em Pompéia, cidade
fundada por volta dos séculos VI e VII a.C. e
A adoração a essas destruída pela erupção do Vesúvio em 79 d.C.
divindades domésticas perdurou
apesar da proibição pelo imperador
Teodósio I (347d.C. – 395d.C.) ao
decretar o cristianismo como religião
oficial do império em 27 de
fevereiro de 380 d.C.
Os ritos perduram com outro significado
Pode-se fazer algumas associações aos costumes dos
povos etruscos e romanos na Antiguidade que perduraram
até os dias de hoje:
• Os romanos pediam a benção dos deuses antes das
refeições, é um costume mantido até hoje em outras
religiões;
• Quando uma família romana viajava, transportava
consigo os seus penates, assim como os viajantes da
época colonial carregavam seus oratórios de algibeira;
• Acender velas e lamparinas nos oratórios é ainda um
costume comum;
• No Dicionário Houaiss a palavra “lar” está associada ao
local na cozinha, onde se acende o fogo: a lareira.
O uso do “nicho” para imagens
• O nicho é uma reentrância ou vão em parede ou muro onde se
colocam estátuas ou imagens. Abaixo o nicho com imagem de
Santo Antônio na fachada da Igreja de Santo Antônio da Mouraria
em Salvador (BA)
• Nicho do Santo Antônio em uma casa de Loriga (Portugal),
construída em 1907 (fonte: www.loriga.de)
• Outro exemplo é o nicho
de Santo Antônio que
encontra-se embutido
numa casa da Av. Rocha
Páris, em Viana do
Castelo (Portugal); e
que fazia parte de um
fontanário que se
encontrava junto ao
antigo Convento de
Santo Antônio.
Nossa Senhora da Lapa - Portugal

O Santuário de Nossa Senhora da Lapa situa-se na freguesia de Quintela,


Sernancelhe em Portugal, onde está a imagem original da Nossa Senhora da Lapa.
(Foto: Silvana Borges, 2012)
A primitiva capela foi construída em 1498. A atual igreja foi construída
no século XVII pelos jesuítas. O Santuário guarda na capela-mor o
rochedo (lapa) milagroso com a imagem da Senhora da Lapa.
(Fotos: Silvana Borges, 2012)
À direita o nicho incrustrado na
pedra onde a pastora Joana
encontrou a imagem de Nossa
Senhora da Lapa (Portugal). Este
santuário era o principal destino
das peregrinações em Portugal
antes da aparição de Fátima,
equiparada a sua importância na
península Ibérica à Catedral de
Santiago de Compostela.

(Fotos: Silvana Borges, 2012)


O PALÁCIO
Os oratórios eram inicialmente
destinados à moradia do rei. As
famílias mais ricas também
passaram a ter
seus altares particulares e à
medida que o culto aos santos se
propagava, este hábito se
popularizou e chegou às colônias
portuguesas através dos
colonizadores.
Oratório do Quarto D. Quixote,
Palácio de Queluz - Portugal –
Construído entre 1759 e 1774,
contém pinturas com cenas da
vida de D. Quixote de La Mancha.
Usado inicialmente como sala de
café e posteriormente como
quarto de dormir, aqui nasceram
os filhos de D. João VI e de D.
Carlota Joaquina, entre eles D.
Pedro I do Brasil.
DEVOÇÃO
PARTICULAR
O oratório católico destinado à
devoção particular originou-se
na Idade Média e até os dias de
hoje ainda é utilizado nas casas
como local de oração.
Poderia ser limitado a um nicho
simples, ou um armário com um
pequeno altar no interior, como
podemos ver na foto à direita.
Vemos aqui recriado o quarto de
uma casa senhorial do sec XVII
que tem um armário-oratório, que
é presidido por uma pintura do
século XVII da escola de Carlo
Maratta representando a
Sagrada Família; com lustres e
tapeçarias do mesmo século,
procedendo de Ushak, Anatólia
(Turquia).
Fonte: Museu Nacional de Artes
Decorativas - Madrid
Papel disseminador da fé cristã
• As descobertas marítimas dos
“novos continentes” se conecta ao
movimento da Contra-Reforma. O
Concílio de Trento (1545)
proclamava o incentivo à catequese
dos povos do Novo Mundo em uma
necessária e urgente propagação
da fé católica.
• “Conjugados os interesses do reino
e do céu, a conversão do gentio e a
expansão do território, munem-se
os descobridores/conquistadores de
instrumentos próprios para o
convencimento tácito e a proteção
pessoal: a imagem, representação
do sagrado, do transcendental
acometimento de difusão e Palácio Nacional de Mafra,
implantação da fé.” (Gutierrez, Basílica e Convento – Oratório
1994) na Sala de Dom João V.
• Registros encontrados dão
conta que as primeiras
caravelas que aqui aportaram
em 1500, traziam um oratório
com a imagem de Nossa
Senhora da Esperança. A partir
daí a tradição se difundiu no
recém descoberto Brasil. Os
bandeirantes que saiam da Vila
de São Paulo de Piratininga não
dispensavam a companhia de
um oratório a quem oravam em
busca de segurança, ouro e
índios.
• Ao lado oratórios dos séculos
XVIII e XIX, peças pertencentes
à exposição no Palácio Boa
Vista em Campos do Jordão.
AS ERMIDAS
ERMIDA
• Ermida trata-se de uma
pequena igreja ou capela,
normalmente localizada fora
das povoações ou em
lugares isolados, onde eram
instalados oratórios de grandes
dimensões, as vezes muito
ornamentados e de pintura rica,
outras vezes adaptados ao
conhecimento e recursos de
seus executores
• Ao lado a Ermida de Nossa
Senhora da Piedade, Serra da
Lousã, região das aldeias
históricas de xisto em Portugal
Sítio Santo Antonio - São Roque – séc.XVII

(Foto: Silvana Borges, 2012)

Mario de Andrade (1893-1945) foi o primeiro responsável pela condução dos trabalhos
na então 4ª Região do Iphan, que compreendia os estados de São Paulo, Mato
Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Adquiriu com o propósito de
restaurá-lo e deixá-lo como herança ao SPHAN para ser utilizado como refúgio de
artistas, o Sítio Santo Antônio e sua Capela, construídos no século XVII, em São
Roque/SP, pelo bandeirante Fernão Pais de Barros. O Sitio foi tombado em 1941,
Mario o doou para o Iphan em 1944 e seu desejo foi em parte realizado: hoje o sítio
encontra-se restaurado e aberto à visitação pública. Fonte: IPHAN
ORATÓRIO DE
NICHO EMBUTIR

A capela foi construída por Fernão Paes de Barros em 1681, e é


considerada, juntamente com a Casa Grande como a mais antiga
edificação construída em taipa de pilão de todo o Estado de São Paulo. Em
janeiro de 2015, em uma operação conjunta entre o Iphan e a Polícia
Federal, foi resgatada a imagem da Nossa Senhora do Rosário, furtada há
35 anos da Capela do Sítio Santo Antônio.
(Fotos: Silvana Borges, 2012)
Pedra d’ara
• O altar na verdade não é
apenas uma mesa, mas
também, e sobretudo, uma
pedra. O altar, no sentido
rigoroso, aquilo a que se
chama ‘altar fixo’, é uma
pedra natural única que
repousa numa base também
de pedra ou, pelo menos,
quatro pés ou pernas de
pedra. Nos ‘altares’ de
madeira, só merece o nome
de altar a pedra embutida no
centro dessa mesa, que é,
propriamente dito, um ‘altar
móvel’ (HANI apud RUSSO,
2010, p.47)
(Foto: Silvana Borges, 2012)
Casa Fazenda Quissamã (RJ) – 1826
LATERAL DA
CAPELA

A inventividade está presente nas adaptações


feitas à sua forma primitiva de capela reduzida,
de resguardo e esconderijo dos santos, de
altar móvel, percorrendo estradas ou picadas
difíceis e ermas. Ficaria à espera de um
sacerdote, que diante do oratório celebrasse
missas, realizasse casamentos e batizasse
(Fotos: Silvana Borges, 2012) inocentes. (Gutierrez, 1994)
Fazenda Machadinha (RJ) - 1867
CAPELA

INTERIOR DA CAPELA

SENZALA

RUINAS DA SEDE
Capela de Nossa Senhora do Patrocínio (1833), os descendentes de antigos
escravos ainda habitam a parte que restou das senzalas (Fotos: Silvana Borges, 2012)
ALGIBEIRA
• O início do século XVIII,
especialmente com a afluência
das “bandeiras” em demanda do
ouro, na ‘ânsia temporal de
riqueza’ [...] viu generalizar-se e
cristalizar-se o símbolo material
identificador da fé cristã, o
oratório, nicho portador e portátil
da devoção transplantada para
regiões inóspitas, mas
abençoadas pelo patrocínio
divino. (Gutierrez, 1994)
• Assim os viajantes também
passam a carregar oratórios
diminutos em suas “algibeiras”
como amuletos de proteção no
território ainda desconhecido a
ser desbravado pelo interior do
Brasil.
Algibeira do árabe “al-jibairâ”, que significa
pequeno saco de couro com vários bolsos,
Oratórios – objetos de fé
• Esses objetos de fé “ocuparam as íngremes voltas das
montanhas, tornearam rios, produziram vilas, cidades,
aglomeraram comunidades em torno da espiritualidade
triunfante. Os criadores, os artesãos ou simplesmente
escravos que os elaboraram não assinaram esses trabalhos
menores em que o interesse era menos estético do que
simplesmente religioso.” (Gutierrez, 1994)
• O costume floresceu no Brasil, onde os oratórios se
espalharam nas fazendas, senzalas e residências como local
de culto privado ou público, as vezes como pequeno armário
para a guarda dos santos devocionais da família, carregados
nas algibeiras dos bandeirantes ou instalados em locais
apropriados: as ermidas. Também cumprindo o papel de
delimitar a função social feminina, de resignação e submissão
à vontade de Deus e de seu senhor.
O MUSEU DO ORATÓRIO
O Museu do Oratório foi inaugurado em Ouro Preto em outubro
de 1998 ocupando um casarão do século XVIII, pertencente à
Ordem Terceira do Carmo, no qual morou Aleijadinho durante o
período em que trabalhou na Igreja do Carmo, de 1738 a 1814,
hoje abriga o acervo com cerca de 160 oratórios e 300 imagens
do século XVII ao século XX da Coleção Angela Gutierrez. É o
único museu do mundo dedicado a esse tema.
O Museu do Oratório é administrado pelo Instituto Cultural Flávio
Gutierrez, uma homenagem ao pai da colecionadora Angela Gutierrez,
responsável pela criação do Museu. A coleção de oratórios já saiu
várias vezes do Brasil. Pela primeira vez foi apresentada em Portugal,
em 1994. Daí em diante levou parte de seu acervo à França, Itália,
Chile, Venezuela, Inglaterra, Estados Unidos, Quito e Equador.
“A palavra oratório significa, em sentido lato um lugar, relativamente
pequeno, dedicado à oração e ao culto de Deus. Neste sentido
qualquer pessoa pode ter em casa um oratório, destinando para ele um
local apropriado, resguardando em seu interior: quadros, estátuas, altar
sem ara, etc., individualmente ou com toda a família. Para isto não é
necessário obter nenhuma permissão especial das autoridades
eclesiásticas” (Ferreres apud RUSSO, 2010, p.37)
A utilização dos oratórios envolve peculiarmente o organismo familiar,
tendo como cenário o ambiente doméstico, onde os exercícios destinados
às orações tomam como base algum marco ou referência de natureza
espacial. Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala , e também Luiz Mott,
em texto já citado, explicitam, nesse sentido, sobre a importância dos espaços
reservados pelas famílias, para a prática dos exercícios religiosos e, em
especial, para a guarda e a expressão do sentimento de devoção aos santos
de predileção dos donos da casa. (RUSSO, 2006)
Salientam-se suas apropriações e usos, como de objeto de culto, destinado às
orações, ao de oratório em funcionamento como altar - equipado com
pedra d´ara, cálice, castiçais e demais objeto de uso litúrgico; função
possível desde que precedida de autorizações especiais – de “indultos”,
na terminologia do direito canônico; mediante a promulgação de um breve
apostólico obtido através de gestões onde, como relata Carlos Lemos, em
Casa Paulista , preponderavam as influências familiares, o poder político e a
força dos “cabedais” perante o bispo e o cabido da região. (RUSSO, 2006)
Visita virtual ao Museu do Oratório

É possível uma visita virtual por todo o museu:


• http://www.eravirtual.org/mo_br/
• Pequenos retábulos de uso particular, os oratórios têm sua origem
nos primórdios da Idade Média. Esses utensílios religiosos chegaram
à Colônia pelas mãos do colonizador português e se espalharam
pelas fazendas, senzalas e residências, tornando-se parte do
cotidiano brasileiro.
• Inicialmente, a capela concebida para o rei – na época acreditava-se
que ele possuía dons divinos – era o local adequado para se fazer
orações. Ao longo do tempo, essas capelas evoluíram para o uso
particular e passaram a ser frequentadas por associações leigas.
• Inspirando-se nos costumes da realeza, as famílias mais abastadas
também passaram a possuir seus próprios altares. Esse costume
acabou por se estender até o povo. Revela-se, a partir de então, o
desejo de posse de relíquias ou outros objetos de piedade que
conferiam aos seus donos segurança e intimidade com o mundo do
sagrado.
• A partir daí, as imagens pintadas, esculpidas ou xilogravadas de
santos protetores proliferaram-se. Muitas vezes, foram guardadas em
pequenos altares, buscando-se conferir um ambiente propício
para orações e celebrações. (Fonte: Museu do Oratório)
TIPOS DE ORATÓRIO:
MODELAGENS E EXEMPLOS
DE DECORAÇÃO

Suas características tipológicas são amplas, relacionadas ao


local de uso, tamanho e formato: laicos ou religiosos,
domésticos ou conventuais, fixos ou móveis, de ermida,
salão, alcova, bala, viagem ou algibeira, lapinha e convento.
ORATÓRIO DE SALÃO
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplanaigem)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 55,0 x 35,0 x
10,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Oratório em estilo D. José I,
caracterizado por recortes
sinuosos, volutas e concheados
elegantes. Apresenta pintura em
estilo rococó, com trato
delicado, finamente elaborado,
possuindo querubins de rosto
arredondado e olhos
esbugalhados, que remetem à
fatura de Manuel da Costa
Athayde (atribuição). Imagens
de alta qualidade técnica,
destacando a erudição do
conjunto escultórico.
Ornamentação pictórica
composta por querubins,
nuvens, guirlandas de flores e
buquês. Ornamentação da talha
composta por concheados,
volutas, recortes sinuosos,
palmetas e penacho.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 38,0 x
20,0 x 7,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo D. José I,
caracterizado por
concheados, volutas e
palmetas. Possui pintura de
boa qualidade, em
tendência barroca, inspirada
em gravuras maneiristas.
Destaque à cruz com
incrustações em
madrepérola, com presença
de Cristo Barroco de feições
dramáticas e perizônio
esvoaçante.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade
do século XVIII
Dimensões (cm): 74,0 x
46,0 x 26,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Segue modelo dos
armários da época,
apresentando cimalha.
Base composta por mesa
com gaveta com pés
simulados. Pintura
ingênua, porém delicada e
cuidadosa. Presença de
marmorizado e simulação
pictórica de nichos.
Apresentação imagética
dos santos em sua
iconografia tradicional.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira
(Recorte, Policromia)
Origem: Norte de Minas
Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 69,5 x
42,0 x 25,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Apresenta
policromia ingênua,
caracterizando a fatura.
Segue a tipologia dos
móveis coloniais mineiros,
com linhas mais retas
apesar de apresentar
alguma sinuosidade no
frontão e almofadas.
Ornamentação da talha
composta por almofadas.
Ornamentação pictórica
composta por motivos
florais, ziguezague e
losangos.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira
(Recorte, Policromia)
Vidro (Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XIX e início do
XX
Dimensões (cm): 55,0 x
48,5 x 21,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura popular.
Apresenta linhas
simples de tendência
classicizante. Pintura
ingênua, porém
graciosa.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XVIII e início do
XIX
Dimensões (cm): 80,0 x
40,0 x 19,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Pintura de
composição ingênua,
porém esmerada.
Decoração de inspiração
rococó.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Latão (Fundição)
Madeira (Recorte) Vidro
(Aplainagem) Papel
(Impresso)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XIX e início do XX
Dimensões (cm): 94,0 x 59,0
x 98,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular,
simulando pequeno
templo. Observa-se além
das colagens, decoração em
rendilhado, recortes e
elementos geométricos.
Interessante exemplar de
artesanato popular de
inspiração remanescente do
barroco. Ornamentação
composta por círculos,
retângulos, losangos,
rendilhados, bandeirolas,
cruz e santinhos impressos.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Rio de Janeiro
Período: Entre o final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 102,0 x
60,0 x 25,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
No aspecto pesado da
caixa, segue os modelos
Barrocos de inspiração D.
João V. Contudo, em
relação a decoração,
aponta para o estilo
Rococó. Talha expressiva e
delicada, mas sem grande
erudição. Ornamentação da
talha composta por
rocalhas, volutas, palmetas,
florões, acantos e moldura
meia-cana.
ORATÓRIO DE ALCOVA
Alcova do árabe, al-qubbah, significa "o cofre“. No
Brasil refere-se a um dormitório situado no interior de
uma residência.
ORATÓRIO
DE ALCOVA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Folhas de
Flandres (Laminagem /
Martelagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 53,5 x
27,0 x 11,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Execução simplificada,
apresentando elementos
decorativos de inspiração
barroca com interpretação
ao gosto popular. Linhas e
entalhe simplificados.
Elemento simbólico pintado
dentro do frontão,
confirmando a datação por
tratar-se de devoção
difundida no Brasil a partir
de meados do século XIX.
ORATÓRIO
DE ALCOVA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Torneamento) Folha de
Flandres (Laminagem /
Martelagem) Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 47,0 x 22,0 x
14,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Execução elaborada,
contendo talha delicada, com
recortes sinuosos e pilastras
torneadas. Apresenta forma
singular, chanfrada, simulando
pequeno templo, contendo
arremate superior em pináculo
de inspiração gótica.
Elementos de inspiração
barroca como volutas e
pilastras, denotando ecletismo
da peça. Ornamentação da
talha composta por elemento
codiforme, volutas, colunas
torneadas, agulha (pináculo de
secção circular, comprido e
delgado), ondas de vitrúvio
(série de volutas que formam
um padrão ondulado
estilizado).
ORATÓRIO
DE ALCOVA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)<br/> Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais /
Diamantina
Período: Entre final do século
XVIII e início do século XIX
Dimensões (cm): 25,0 x 26,5 x
9,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais: Oratório
apresentando cena tradicional da
natividade. Presença de motivos
de inspiração barroca e rococó
em interpretação popular.
Representação do Menino Jesus,
Nossa Senhora, São José, Rei
Mago Gaspar, Rei Mago
Baltazar, Rei Mago Melquior e
Pastor. Imaginária contendo
feições com talhe delicado,
panejamento movimentado em
curvas sinuosas, cabeleiras
elaboradas, corpos sobre torção
denunciando datação entre fins
do século XVIII ou início do
século XIX. Observa-se
policromia em tonalidades fortes
e variadas, denotando
estamparia típica da região de
Diamantina/MG. Ornamentação
composta por volutas, motivos
fitomorfos e elemento codiforme.
ORATÓRIO
DE ALCOVA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 32,0 x
23,0 x 5,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta forma de
medalhão, sendo ornado
por rocalhas vazadas com
detalhes assimétricos,
tipicamente em estilo
rococó. Ornamentação da
talha composta por
rocalhas vazadas e
volutas. Pintura bastante
simples em elementos
fitomorfos.
ORATÓRIO
DE ALCOVA

Material: Madeira
(Recorte, Policromia,
Douramento) Gesso
(Modelagem, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 34,0 x
21,0 x 13,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Apresenta
elementos decorativos
tipicamente populares, em
interpretação livre da
tradição barroco-rococó.
Coração contendo
pequena representação
do Menino Jesus.
ORATÓRIO
DE ALCOVA
Material: Madeira
(Torneamento, Policromia,
Douramento) Ovo de Ema
(Recorte, Douramento)
Calcita (Entalhe, Policromia
e Douramento) Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Final do século
XVIII
Dimensões (cm): 23,0 x 9,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apesar da erudição da
peça, apresenta traços do
imaginário popular,
possibilitando assim o uso
de material inusitado, tal
como o ovo de ema, que
compõe a caixa e camarim.
Peanha em forma de taça
confirmando a datação,
assim como as imagens de
calcita com forte teor
barroco.
ORATÓRIO DE ALGIBEIRA
ORATÓRIO
DE ALGIBEIRA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Douramento)
Material Têxtil (Colagem,
Policromia) Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade
do século XVIII
Dimensões (cm): 16,5 x 9,0
x 5,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta decoração
fitomorfa em estilo nacional
português, primeira fase do
barroco luso-brasileiro.
Ornamentação composta
por conchas, volutas,
elementos fitomorfos e
rosinhas de Malabar (típica
pintura mineira de
imaginária rococó, com a
parte central em tons mais
escuros dando ideia de
profundidade).
ORATÓRIO
DE ALGIBEIRA
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre final do
século XIX e início do XX
Dimensões (cm): 14,0 x
6,5 x 2,5
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular, em
confecção rústica,
apresentando pequenas
dimensões. Caixa rígida
com escultura de Cristo
estilizada.
ORATÓRIO
DE ALGIBEIRA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Prateamento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 11,5 x
13,2 x 5,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Caixa simplificada, em
pequenas dimensões, com
policromia ingênua e
pouco detalhamento.
Representação escultórica
do Divino Espírito Santo.
ORATÓRIO
DE ALGIBEIRA
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Torneamento, Policromia)
Material Têxtil (Corte,
Colagem) Acetato
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira metade
do século XIX
Dimensões (cm): 18,0 x
8,0 x 4,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Imagem
em miniatura com talhe
delicado, representando
Nossa Senhora da
Apresentação. Manto com
recortes esvoaçantes de
inspiração rococó. Eixo
vertical que divide
simetricamente as
massas.
ORATÓRIO
DE ALGIBEIRA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 13,5 x 9,0
x 4,2
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Caixa simples, em
miniatura, terminada em
arco-abatido. Escultura de
fatura popular,
representando Nossa
Senhora do Bom Parto.
Imagem em miniatura, com
talha delicada, possuindo
manto com recortes
esvoaçantes de inspiração
rococó. Eixo vertical que
divide simetricamente as
massas, confirmando,
assim, a datação. Contém
base atributiva e coroa
figurativa.
ORATÓRIO LAPINHA
LAPA:
- grande pedra ou laje que, ressaltando de um rochedo,
forma abrigo.
- cavidade em rochedo; gruta.
ORATÓRIO
LAPINHA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento, Prateamento)
Vidro (Aplainagem) Calcita
(Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 65,0 x
25,0 x 10,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó,
com representações
pictóricas de concheados,
característicos ao estilo.
Talha rasa e delicada.
Imagens de fatura delicada,
com poucas partes
policromadas e douradas,
ao gosto da época.
Ornamentação da talha
composta por volutas,
palmeta e frisos dourados.
ORATÓRIO
LAPINHA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplainagem) Calcita
(Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 56,0 x
24,0 x 13,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó,
com talha rasa e delicada.
Frisos dourados. Imagens
de fatura delicada, com
poucas partes policromadas
e douradas, ao gosto da
época. Ornamentação da
talha composta por volutas,
palmeta e frisos dourados.
Ornamentação pictórica
composta por rosinhas de
Malabar.
ORATÓRIO
LAPINHA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplainagem) Calcita
(Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 64,0 x
29,0 x 11,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó,
com representações
pictóricas de concheados,
característicos ao estilo,
contendo talha rasa e
delicada. Imagens de fatura
delicada, com poucas
partes policromadas e
douradas, ao gosto da
época. Ornamentação da
talha composta por volutas,
palmeta e frisos dourados.
Ornamentação pictórica
composta por rosinhas de
Malabar.
ORATÓRIO
LAPINHA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplainagem) Calcita
(Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: São João del Rey /
Minas Gerais
Período: Segunda metade do
século XVIII
Dimensões (cm): 46,0 x 35,0
x 19,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó, com
talha rasa e delicada
característica ao estilo.
Pintura delicada com
padrões em rosinhas de
Malabar. Destaque para as
colunas estriadas.
Ornamentação da talha
composta por volutas,
concheados e frisos.
Esculturas de São Joaquim e
Santa Rita de Cássia
possuindo padrão estético
diferenciado em relação as
demais imagens.
ORATÓRIO
LAPINHA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento) Vidro
(Aplainagem) Calcita (Entalhe,
Policromia, Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre final do século
XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 25,0 x 25,0 x
10,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
"Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó com
talha rasa. Ornamentação da
talha composta por concheado
e moldura em ""S"" e ""C""
suavizados. Versão simplificada
dos oratórios lapinhas,
apresentando apenas um nicho
com a cena da natividade, na
qual apenas Jesus Cristo é
representado. Resquícios de
policromia com as tradicionais
rosinhas de Malabar. Escultura
de fatura simplificada,
apresentando torção corporal,
mas com talha dura e sem
movimentação."
ORATÓRIOS AFRO-
BRASILEIROS
ORATÓRIO
AFRO
BRASILEIRO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Vale do
Jequitinhonha / Minas Gerais
Período: Segunda metade do
século XIX
Dimensões (cm): 141,0 x
69,0 x 53,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular,
em inspiração afro-brasileira.
Apresenta pintura popular
caracteristicamente ingênua.
Típico oratório encontrado
na região do Vale do
Jequitinhonha, em Minas
Gerais, destacando-se como
uma peça inerente ao
imaginário da época.
Ornamentação composta por
colunas torsas e rendilhado
tipo lambrequim. Presença
de cruz florenciada de metal
anexada ao oratório.
ORATÓRIO
AFRO-
BRASILEIRO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 45,0 x
46,0 x 6,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
"Oratório de fatura popular,
composto por caixa em
baixo relevo para
dependurar. Apresenta
confecção popular com
elementos arquitetônicos
externos nas portas.
Destaque para a
interessante imagem de
José de Arimateia, que
exibe a mesma postura de
uma ""Pietá"" ao segurar
uma figura feminina.
Inclusão da representação
de São Francisco sobre a
estrutura do oratório. "
ORATÓRIO
AFRO-
BRASILEIRO
Material: Ferro
(Martelagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 50,0 x
32,0 x 15,8 Aberto: 58,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
popular de fatura rústica
em inspiração afro-
brasileira. Apresenta
caixa simplificada,
porém com forma
suavizada devido ao
abaulamento da
cobertura.
ORATÓRIO
AFRO-
BRASILEIRO
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 83,0 x
54,0 x 29,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura popular, em
inspiração afro-
brasileira.
Ornamentação em
volutas, ondas em
debrum ornamental,
estrelas, zigue-zague e
porta almofadada.
ORATÓRIO
AFRO-
BRASILEIRO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira metade do
século XIX
Dimensões (cm): 75,0 x 35,0
x 27,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular,
em inspiração afro-brasileira.
Apresenta indícios de fatura
popular com forma arquétipa
de elementos fitomorfos e
volutas. Formato em padrão
arquitetônico das igrejas
coloniais mineiras.
Ornamentos em elementos
fitomorfos, volutas, torres,
árvores e cruzes.
ORATÓRIO
AFRO-
BRASILEIRO
Material: Madeira
(Recorte, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 70,0 x
40,0 x 21,5
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura popular, em
inspiração afro-
brasileira. Apresenta
portas lisas com
colagens, denotando
singeleza, evidenciando
o uso popular.
Ornamentação pictórica
composta por rosinhas
de Malabar.
ORATÓRIO DE ERMIDA
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia, Douramento)
Origem: Norte de Minas
Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 162,0 x
91,5 x 35,0 Aberto: 166,00
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Apresenta
caixa pesada, com
ornamentação em estilo
rococó. Buquê do frontão
semelhante aos modelos
usuais das iluminuras
mineiras do período.
Ornamentação composta
por volutas, chave de
arco, losangos, rosinhas
de Malabar.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Nordeste do Brasil
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 146,0 x
85,0 x 46,0 Aberto: 147,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Talha ingênua apresentando
losangos nas almofadas da
porta, motivo encontrado em
outros oratórios da região
nordeste. Ornamentação da
talha composta por losangos,
triângulos, volutas e
rendilhado. Pintura interna
composta por vasos de
flores, repetindo modelo
ornamental muito frequente
nos oratórios populares com
porta em duas folhas.
Ornamentação pictórica
composta por vasos de flores
e estrelas estilizadas.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Pernambuco
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 137,0 x
69,5 x 35
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta linhas simples ao
modo de armários populares.
Pintura bastante estilizada,
especialmente no que se
refere às simulações de
marmorizado, indicando a
datação. Decoração popular
de inspiração rococó, cuja
simetria confirma a época de
execução. Ornamentação
pictórica contendo rosas,
flor-de-lis, losangos, óvulos e
padronagem marmorizada.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira metade do
século XIX
Dimensões (cm): 138,0 x
80,0 x 35,0 Aberto:
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta decoração
pictórica de inspiração
rococó, com padronagem
interna delicada, em rosinhas
de Malabar. Imaginário
popular na talha, que exibe
certa dureza, com decoração
atípica devido às carrancas
na porta. Ornamentação da
talha composta por
máscaras negróides,
elementos fitomorfos,
rocalhas e volutas.
Referência ao Divino Espírito
Santo no forro.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira metade do
século XIX
Autoria: Ignorado
Dimensões (cm): 150,0 x
61,5 x 40,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
"Oratório de fatura erudita.
Apresenta inspiração rococó,
caracterizada pelos
rendilhados vazados, cartela
e composição alongada.
Internamente, possui pintura
ingênua com presença de
Santo Antônio e São
Francisco de Assis, além da
típica padronagem em
rosinhas de Malabar,
raminhos e rocalhas
assimétricas. "
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XVIII e início do
XIX
Dimensões (cm): 301,0
x 143,0 x 50,0 Aberto:
210,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura erudita.
Ornamentação da talha
composta por volutas e
almofadas.
Ornamentação pictórica
composta por rocalhas.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe)
Origem: Nordeste do Brasil
Período: Século XVII
Dimensões (cm): 142,0 x
96,0 x 40,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Aparência pesada, sem
movimento na decoração,
com elementos
simetricamente dispostos.
Apresenta frontispício de
conotação maneirista,
possuindo motivos barrocos
compostos por ondas e
acantos. Ornamentação em
ondas que formam um
debrum ornamental com e
sem imbricações (padrão
decorativo que lembra a
sobreposição regular de
telhas), acantos, florete,
flores pictóricas e elemento
conchóide.
ORATÓRIOS BALA
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira (Recorte,
Policromia, Torneamento)
Papel (Colagem)
Origem: Nordeste do Brasil
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 40,0 x
24,0 Ø Aberto: 51,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta pintura ingênua.
Destaque para a colagem
da cercadura grega
(moldura composta de
linhas retas artisticamente
entrelaçadas), que denota o
imaginário adaptativo
popular. Ornamentação
pictórica composta vaso,
elementos florais e estrelas.
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Nordeste do Brasil
Período: Segunda metade
do século XVIII
Dimensões (cm): 23,50 x
6,5 Ø Aberto: 20,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta contornos
sinuosos e pintura popular,
porém bastante esmerada.
Representações de Nossa
Senhora da Conceição,
São José e São Joaquim.
Imagens delicadas, com
vestes movimentadas.
Policromia esmerada, com
simplificações nos florões.
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira
(Recorte, Policromia)
Origem: Nordeste do
Brasil
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 24,0 x
10,0 Ø Aberto: 25,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura popular.
Apresenta confecção
rudimentar com pintura
caracteristicamente
popular.
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Nordeste do Brasil
Período: Entre final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 34,0 x
20,0 Ø Aberto: 39,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta pintura com
florão caracteristicamente
popular, ainda que de
confecção criativa.
Ornamentação composta
por florão e relevo em
projeções curvas na parte
externa e estrelas
estilizadas na área interna.
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira
(Entalhe, Torneamento,
Policromia, Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade
do século XVIII
Dimensões (cm): 21,0 X
8,3 Ø
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório em
miniatura. Ornamentação
pictórica chinoiserie,
possuindo representações
de pássaros e elementos
fitomorfos. Esculturas em
miniatura de composição
popular, contendo
entalhamento grosseiro e
panejamento teso.
Representação
escultórica de Santo
Antônio.
ORATÓRIO
BALA
Material: Latão
(Fundição, Recorte) -
Chumbo (Fundição)
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira
metade do século XX
Dimensões (cm): 6,0 x
1,5
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular, possuindo
inusitada confecção em
bala de cartucheira.
Representação de Cristo
Crucificado.
ORATÓRIO
BALA
Material: Latão
(Fundição, Recorte)
Origem: Minas Gerais
Período: Primeira
metade do século XIX
Dimensões (cm): 6,5 X
1,5 Ø
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório
de fatura popular, em
formato bala.
Apropriação de bala de
cartucheira enquanto
material primário.
Representação de
Nossa Senhora
Aparecida.
ORATÓRIO BALA
DE SALÃO
(ESMOLEIRO)
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Bahia
Período: Entre final do
século XIX e início do XX
Dimensões (cm): 90,0 x
36,0 x 34,0 Aberto: 76,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Ornamentação pictórica
composta por padrão
marmorizado, estrelas e
flores. Pintura de cunho
popular, indicando origem
baiana. Segue a tipologia
bala, porém mantendo a
função de esmoleiro,
verificável pela presença
de gaveta-cofre.
ORATÓRIOS DE ESMOLER
ORATÓRIO
DE ESMOLER
Material: Ferro
(Martelagem), Madeira
(Recorte), Couro (Recorte)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 21,0 x 13
x 11,0 Aberto: 24,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Esmoleiro de fatura
popular. Abertura de nicho
em semicírculo com
espécie de rendilhado de
inspiração barroca e
interpretação popular.
Ornamentação composta
por rendilhado em
projeções curvas,
formando um debrum
ornamental.
ORATÓRIO
DE ESMOLER
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre final do
século XVIII e início do
XIX
Dimensões (cm): 28,0 x
13,5 x 3,5
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Esmoleiro
de fatura popular. Esmoler
dos mercedários,
Execução simplificada
contendo elementos
fitomorfos de inspiração
barroca. Pilastras
simplificadas denotando
influência classicizante.
Representação de Nossa
Senhora das Mercês.
ORATÓRIO
DE ESMOLER
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia, Douramento)
Vidro (Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade
do século XVIII.
Dimensões (cm): 20,0 x
10,5 x 3,0 Aberto: 20,5
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Esmoleiro
de fatura popular.
Confecção ingênua,
porém com boa execução.
Apresenta caixa tipo
relicário. Pintura com
rocalhas e imagens ao
gosto barroco.
ORATÓRIO
DE ESMOLER
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 26,0 x
14,0 x 8,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta interpretação
simplificada de decoração
barroca, possuindo
elementos fitomorfos.
Inspiração nas portadas
manuelinas e nos retábulos
em estilo nacional-
português. Ornamentação
da talha composta por
elementos fitomorfos e
chave de arco.
Ornamentação pictórica
composta por padronagem
floral.
ORATÓRIOS DE VIAGEM
Altar Portátil
ORATÓRIO DE
VIAGEM / ALTAR
PORTÁTIL
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)Vidro
(Aplainagem)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade do
século XVIII.
Dimensões (cm): 44,0 x 29,0
x 7,0 Aberto: 47,0 x 29,0 x
44,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de inspiração
rococó, no qual se verifica o
forte imaginário popular do
século XVIII. Altar
característico da Península
Ibérica, com adaptação
colonial. Apresenta forma de
falso livro, que se transforma
em oratório para as horas de
oração. Pintura bem
elaborada, dando delicadeza
à composição singular da
peça. Ornamentação
pictórica composta por
rosinhas de Malabar e
motivos florais.
ORATÓRIO DE
VIAGEM / ALTAR
PORTÁTIL
Material: Madeira (Recorte,
Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre final do século
XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 27,0 x 100,0
x 33,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais: Altar
portátil apresentando
medalhões pictóricos
simetricamente dispostos,
com ornatos em estilo rococó.
Sugere repintura
apresentando motivos
barroco/rococó. A concepção
da arca que se transforma em
altar destaca o imaginário da
época. Ornamentação
composta por volutas,
rocalhas, medalhões e
rosinhas de Malabar (típica da
pintura mineira de imaginária
rococó, com a parte central
em tons mais escuros dando
ideia de profundidade). Altar
dedicado ao Cristo da Cana
Verde. Prataria: Âmbula,
Galheteiro, Santos Óleos
ORATÓRIOS TÍPICOS
CONCHA – ARTE CONVENTUAL - PINGENTE
ORATÓRIO
CONCHA
Material: Madeira (Entalhe,
Policromia, Douramento)
Conchas (Recorte, Colagem)
Vidro (Soprado) Tecido
(Bordado) Gesso
(Moldagem)
Origem: Rio de Janeiro
Período: Entre o final do
século XVIII e início do XIX
Autoria: Francisco Xavier dos
Santos
Dimensões (cm): 77,0 x 41,0
Características Estilísticas,
Formais e
Ornamentais:Oratório de
fatura erudita. Apresenta
estilo rococó inspirado na
decoração de fontes e
grutas. Guirlandas de flores
ornamentando o camarim.
Escultura religiosa com
traços delicados e
panejamento movimentado,
possuindo policromia vistosa,
estrutura elegante e torções
leves. Ornamentação
composta por guirlandas de
flores. Imagem de São
Camilo de Lelis
ORATÓRIO
CONCHA
Material: Madeira (Entalhe,
Policromia, Douramento)
Concha (Recorte, Colagem)
Vidro (Soprado) Tecido
(Bordado) Gesso
(Moldagem)
Origem: Rio de Janeiro
Período: Entre o final do
século XVIII e início do XIX
Autoria: Francisco Xavier dos
Santos
Dimensões (cm): 52,0 x 28,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Apresenta estilo rococó, na
qual é observada laboriosa
decoração, composta por
pequenas conchas, que
criam grandes guirlandas,
buquês e volutas. Escultura
religiosa com traços
delicados, panejamento com
movimentação suave,
estrutura elegante e torções
leves. Ornamentação
composta por guirlandas de
flores.
ORATÓRIO DE
ARTE
CONVENTUAL
Material: Papelão (Recorte,
Colagem), Papel
(Impressão, Recorte,
Colagem), Isopor (Recorte),
Vidro (Aplainagem)
Origem: Bahia
Período: Século XX
Dimensões (cm): 41,5 x
33,5 x 8,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório com influência
portuguesa, apresentando
delicado trabalho de
colagens ao gosto Kitsch,
executado por freiras em
conventos. Imagem de
Nossa Senhora das Dores.
ORATÓRIO DE
ARTE
CONVENTUAL
Material: Papelão (Colagem),
Papel (Recorte, Colagem,
Impressão), Vidro (Aplainagem)
Origem: Bahia
Período: Século XX
Dimensões (cm): 18,6 x 8,5 x
4,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Caixilhos decorados através de
recortes, colagens e
montagens, denotando tradição
decorativa portuguesa.
Cumprem o papel de registros
de santo, tendo sempre ao
centro do simulacro de altar
uma gravura popularmente
chamada de santinho. Esses
oratórios apresentam materiais
diversos em sua composição:
papelão, papel fantasia,
laminados, flores secas, tecido
e algodão. O uso de pedras
fantasias ou lantejoulas
conferem a tais peças um teor
mais Kitsch. Representação
imagética de Santo Antônio.
ORATÓRIO
PINGENTE
Material: Ouro (Fundição,
Filigrana)
Origem: Diamantina /
Minas Gerais
Período: Entre final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 4,5 x 2,0
x 0,8
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Obra de ourivesaria
formada por fios de ouro,
delicadamente
entrelaçados e soldados.
Pingente constituindo
pequeno nicho. Destacam-
se os corações tipicamente
de tradição diamantinense.
ORATÓRIOS DO MUSEU
DE ARTE SACRA DE SP
Oratório
Autoria desconhecida
Material: madeira
policromada
Data: Século XVIII
Origem: Minas Gerais
Dimensões:
178x100x55cm –
fechado
178x151,5x55cm –
aberto

(Fotos: Silvana Borges, 2015)


Oratório

Autoria desconhecida
Material: Madeira de
Jacarandá, vidro e
imagens em marfim.
Data: Século XVIII
Origem: Porto - Portugal
Dimensões:
170x103x58cm

(Fotos: Silvana Borges, 2015)


Oratório em
Caixa de
Bacalhau
Autoria: Dito Pituba (
Benedito Amaro de
Oliveira – Santa
Isabel(SP) 1848-1923)
Material: madeira
policromada
Data: Século XIX
Origem: São Paulo
Dimensão:
125x98x32cm (aberto)
125x68x32cm (fechado)

Este oratório foi


confeccionado a partir
do aproveitamento de
uma caixa de bacalhau.

(Fotos: Silvana Borges, 2015)


ETAPAS NA PINTURA
BARROCA
A talha e a pintura
• A decoração de um oratório, finalizada a talha da
madeira, poderia receber camadas de policromia.
• As etapas de elaboração poderiam seguir duas linhas:
- a linha de confecção como mobiliário, com elementos
escultóricos elaborados, fechos, dobradiças,
acabamentos em metal e polimento da superfície da
madeira, como no caso das peças confeccionadas em
jacarandá;
- ou seguir as mesmas etapas de preparo da imaginária,
com aplicação da base de preparação, uso do bolo de
armênia para aplicação de folhas metálicas no
douramento, as camadas de tinta que algumas vezes
fingiam os marmorizados.
Base de preparação
• A base de preparação “tem a
função de isolamento,
uniformização da superfície,
nivelando as irregularidades
da madeira e também possui
efeito ótico” (COELHO, 2014,
P.148).
• Feita a partir da adição de
carbonato de cálcio à cola
proteica como aglutinante,
era aplicada em várias
camadas para nivelamento
da superfície. Porém antes
era aplicada a encolagem,
com a cola pura diluída para
selamento da superfície.
Bolo de Armênia
• “É preparado com argila
(como carga) e cola
proteica (como aglutinante)
e vai servir de base para
receber a folha metálica”
(COELHO, 2014, p.148)
• A argila é muito fina,
qualquer imperfeição
prejudicará a douração,
é também aplicada em
camadas até o
acabamento desejado.
Folhas Metálicas
• A folha metálica (de ouro ou
prata) é aplicada sobre a
superfície preparada com o
bol de armenia, com uso da
água de dourador (cola
proteica diluída). Os materiais
utilizados pelo dourador são:
a folha de ouro, o coxim e a
faca (para corte da folha), o
pincel ou pelenesa (para o
transporte do coxim), e o
brunidor com pedra de ágata
(para o polimento).
(COELHO, 2014)
Policromia
• As pinturas eram realizadas com óleo ou
tempera, entre os pigmentos mais
utilizados em Minas Gerais (COELHO,
2014), por exemplo, estavam:
- o branco de chumbo (carbonato básico
de chumbo)
- vermelhão (sulfeto de mercúrio).
Além desses nas pinturas
percebemos visualmente a predominância
das cores terrosas (do amarelo-ocre ao
marrom-avermelhado, e terras-verdes),
que poderiam ser produzidas a partir de
argilas, e ainda os verdes e azuis mais
comuns provenientes da azurita e
malaquita, pela oxidação dos minérios de
cobre.
Nessa época já existiam os
pigmentos sintetizados, como o azul da
prússia, descoberto em 1704.
ELEMENTOS NA PINTURA E
DECORAÇÃO DE UM ORATÓRIO
Rosinhas de Malabar – Rocalhas – Folhas de Acanto –
Motivos Geométricos – Adamascados – Douramento -
Estêncil, Escaiola, Marmorizados, Decoupage e
Marrouflage
Rosinhas de Malabar
• Em 1498 Vasco da
Gama chegou ao
Malabar na Costa
Ocidental da India, essa
região tornou-se
possessão portuguesa
de 1505 até 1663. Esses
elementos decorativos
são típicos do rococó,
mas além do fato da
presença portuguesa na
Índia, não se pode
estabelecer uma origem
precisa para esse tipo
Malabar Melastome. Fonte: http://www.flowersofindia.net/
de designação.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Segunda metade do
século XVIII
Dimensões (cm): 60,0 x 29,0 x
16,5
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura popular.
Apresenta confecção delicada,
com detalhes populares que
imitam o requinte de oratórios
eruditos como se vê no
rendilhado dourado do perfil do
camarim. Policromia com
rosinhas de Malabar, similar as
encontradas nos oratórios e
armários da região de Sabará.
Ornamentação pictórica
composta por flores e rosinhas
de Malabar. Ornamentação da
talha composta por frisos,
molduras e recortes sinuosos.
Rocalhas
As rocalhas são elementos
decorativos característicos do
Período Rococó, a designação
rococó deriva do nome dado a uma
pérola irregular.
A rocalha, do francês “rocaille” é
uma decoração assimétrica que
imita os contornos irregulares das
pedras e conchas, inspirada em
elementos marinhos, que exercem
influência tardia em decorações de
interiores de igrejas nos elementos
arquitetônicos, estuque, pinturas,
esculturas, relevos, móveis e
objetos (espelhos, castiçais,
cerâmicas, etc.). Esses
ornamentos eram comumente
copilados de estampas e gravuras.
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Douramento)
Origem: Rio de Janeiro
Período: Segunda metade
do Século XVIII
Dimensões (cm): 103,0 x
64,5 x 24,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Segue os modelos barrocos
de inspiração D. João V, já
em transição para o gosto
rococó. Destaca-se a talha
expressiva e bem evoluída,
em rocalhas elegantes de
fatura erudita. Tal peça não
apresenta policromia, que
pode ter sido
completamente removida
através de restauro.
Ornamentação composta
por rocalhas, volutas, frisos,
palmeta, florões e acantos.
FOLHA DE ACANTO FLOR DE ACANTO
Folhas de Acanto
A folha de acanto tem origem
na Grécia. O capital coríntio
criado por Calímaco é descrito
por Vitrúvio no Livro 4 (Da
Arquitetura). O acanto
(Acanthus mollis) é uma planta
espinhosa decorativa não
apenas por suas flores mas
também pelas folhas
compridas, brilhantes e
recortadas. Utilizadas como
motivos arquitetônicos, em
construções de templos e
monumentos sacros, passou a
ser associada à pureza e à
honestidade. Os oratórios
como “altares diminutos”
absorveram a decoração da
arquitetura religiosa,
predominantemente o estilo
barroco e rococó. DETALHE DE CAPITEL CORÍNTIO, OBRA DO ENTALHADOR RUSSO
TEMPLO DE ZEUS, ATENAS ALEXANDER GRABOVETSKI
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia, Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 45,0 x
26,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura erudita. Apresenta
entalhe de inspiração
barroca, com elemento
fitomorfo e dossel estilo
D. João V, confirmando a
datação do século XVIII.
Ornamentação da talha
composta por volutas,
acantos, dossel,
cortinado e bolacha.
Motivos Geométricos
Os motivos geométricos estão
presentes desde da
Antiguidade nas artes
decorativas, exercendo
influências até os dias de hoje.
Importante mencionar o
arquiteto inglês Owen Jones
(1809-1874), autor da
Gramática do Ornamento
(1856),que estudou a
decoração islâmica no
Alhambra (Granada),
desenvolvendo teorias sobre
plano padrão, geometria e
policromia. Gramática do ornamento (Owen Jones)
prancha XXXV da edição de 1868 –
MOTIVOS GEOMÉTRICOS ÁRABES
ORATÓRIO
DE SALÃO
Material: Madeira
(Recorte, Entalhe,
Policromia)
Origem: Minas Gerais
Período: Século XIX
Dimensões (cm): 60,0 x
38,0 x 22,0
Características
Estilísticas, Formais e
Ornamentais: Oratório de
fatura popular. Apresenta
pintura popular de
inspiração rococó.
Ornamentação pictórica
composta por rosinhas de
Malabar, motivos florais,
gotas e losangos.
OS TECIDOS
O tecido adamascado foi assim
batizado em homenagem a
Damasco, cidade da Síria,
descoberta na época das Cruzadas.
Com cor única eram tecidos 100%
seda que sob o efeito da luz se
destacavam desenhos florais
estilizados no cruzamento da trama
com os fios do urdume. Atualmente
utilizam-se algodão e fibras
sintéticas.
Já os motivos em “arabesco” (do
italiano à moda árabe) foram
descobertos pelo Ocidente através
primeiramente da tapeçaria que
encantava o mundo e é até hoje uma
especialidade dos países
muçulmanos.
Os chineses também produziam
tecidos de seda ornamentada,
trazida do Oriente para a Europa no
século XII pelo aventureiro Marco
Polo.
ORATÓRIO
ERMIDA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Rio de Janeiro
Período: Século XVIII
Dimensões (cm): 210,0 x
125,0 x 35,0
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório originário do Rio de
Janeiro, datável do século
XVIII. Talha bastante
erudita, com alta qualidade,
característica do período D.
João V em transição para D.
José. Pintura de delicada
confecção, com tendência
Rococó, devido ao fundo
claro com detalhes
dourados. Ornamentação
composta por rocalhas,
acantos, palmetas e
elementos fitomorfos.
Douramento
A chamada talha dourada é uma
técnica escultórica em que
madeira é esculpida, recebe uma
camada de gesso e cola animal
para nivelar os veios da madeira,
essa base de preparo para
execução do ouro brunido
recebe uma camada de argila
fina com cola animal (bolo de
armênia) que posteriormente
recebe a aplicação das folhas de
ouro (douração à água), para
então a película de ouro (23K)
receber o polimento com
brunidores (pedra de ágata), as
vezes realizando um jogo de
reflexos com partes sem
polimento (ouro fosco). Esta
técnica, principalmente
associada à arquitetura, teve
grande aplicação na península
Ibérica e respectivas colônias no
período estilístico do Barroco. Reconstrução e Douramento de uma Porta de Sacrário
da Igreja Paroquial de Colmeias, Leiria (Portugal).
Fonte: Ateliê Jgrestauro (Joana Gândara)
ORATÓRIO
BALA
Material: Madeira (Recorte,
Entalhe, Policromia,
Douramento)
Origem: Minas Gerais
Período: Entre o final do
século XVIII e início do XIX
Dimensões (cm): 80,0 x 35
Características Estilísticas,
Formais e Ornamentais:
Oratório de fatura erudita.
Oratório de salão, em
formato bala,
caracteristicamente rococó.
Atribuído ao entalhador
Francisco Vieira Servas,
devido a presença de
arbaleta, elemento
decorativo característico de
suas obras. Ornamentação
da talha composta por
conchas, acantos, gabletes,
tarja, dossel, arbaleta e
colunas estriadas.
Ornamentação pictórica
composta por marmorizado,
rosinhas de Malabar e
rocalhas.
AS ORIGENS E TIPOS DE
TEMPERAS
TÊMPERAS = EMULSÕES
• A designação tempera é atribuída a todos os processos
de pintar cujo aglutinante seja solúvel em água, com
exceção da aquarela.
• O termo têmpera vem da palavra ¨temperare” (latim), que
significa juntar ou misturar. Misturam-se pigmentos a
aglutinantes e estes passam a designar cada tipo de
têmpera que constituem, as mais conhecidas são as
temperas de: ovo (gema), cola animal e leite (caseína).
• A tempera é composta por uma emulsão de dois líquidos
imiscíveis em que um deles (a fase dispersa oleosa)
encontra-se na forma de finos glóbulos espalhados em
outro líquido, que no caso das têmperas, é a própria
água.
• A gema de ovo trata-se de uma
emulsão compatível com as mais
Têmpera a ovo
variadas misturas de ingredientes nos
receituários antigos, podendo se
acrescentar óleos secativos ou
essenciais, resinas na forma de
alguns vernizes. Pode-se pintar com
o ovo inteiro, só a gema ou só a clara.
Têmpera “rica”, com a gema pura:
• 01 gema de ovo
• 01 % fungicida
- separar a gema da clara, retirando a
película que envolve a gema. Juntar o
fungicida (que pode ser o vinagre)
- juntar aos pigmentos para formar a
tinta e utilizar água como diluente.
As pinceladas são finas, transparentes
e opacas.
• Na adição de óleos = teremos a
têmpera “gorda”. Atualmente alguns
fabricantes vendem a tempera a ovo
pronta em tubo com alguns aditivos.
Encolagem – cola animal (ou de coelho)
Muito utilizada na arte sacra
para a policromia e decoração
com a douração
Preparo da cola de coelho:
em 100 gramas de cola
adiciono 1 litro de água
destilada.
Deixar de molho de um dia
para o outro e derreter em
banho-maria, não deixe que a
cola ferva, adiciona-se 1% de
fungicida (vinagre) ou óleo de
cravo(eugenol).
Conservar na geladeira.
Aquecer em banho-maria
para o uso.
Fórmula de Angélica Schianta:
- 1 copo (200ml) de cola de coelho (equivale a 100gr)
- hidratar a cola com 1 copo e meio de água por 12 horas
(300ml de água)
- levar ao fogareiro elétrico em banho-maria para derreter
- tirar do calor acrescentar 1 copo (200ml) de água e
mais um copo (200ml) de álcool absoluto (ele empelota
um pouco a cola mas depois ela dissolve de novo)
- 3 gotas de essência de cravo (Eugenol).
- No preparo da tempera adiciona-se aos pigmentos.
Sempre esterilize o recipiente.
Essa mistura pode ser conservada fora da geladeira!
A caseína (do latim "caseus", queijo) é
Caseína
uma proteína do leite que perde a sua
solubilidade com o tempo e exposição
e torna-se resistente à água. Uma vez
que o filme de tinta seca é inflexível e
quebradiço, não é adequado para ser
aplicado em pesados ​impastos em
suportes flexíveis tais como a tela. Tem
acabamento fosco.

TEMPERA À CASEINA
• Caseína em pó (10gr)
• Água destilada (100ml)
• amônia (carbonato de amônio)ou
água da cal (hidróxido de cálcio) (2g)
esperar a efervescência (dissolução
dos grumos)
A tinta tem pouca durabilidade após o
preparo, deve-se guardar na geladeira,
podendo durar alguns dias.
A emulsão acrílica
• A tinta acrílica também é uma
emulsão e compatível com outras
emulsões como a caseína, que
transfere suas qualidades de
secagem e transparência como
medium, tornando a tinta acrílica
menos viscosa, mais fluída e
transparente. O mesmo acontece se
usarmos o CMC como medium.
• O Acrylic Binder 2207 (LUKAS) é
um aglutinante acrílico que pode ser
usado para fazer tinta acrílica com
pigmentos naturais.
• Preparar os pigmentos de Preparo das cores
cada cor separadamente e
NUNCA MISTURAR OS
PIGMENTOS EM PÓ!
• Nas temperas é preciso
hidratar o pigmento seco
antes de adicionar o
aglutinante, pois cada
pigmento tem um índice de
absorção diferente.
• No caso da tempera com cola
animal a mistura tem maior
fluidez se aquecida (a água
também evapora, portanto às
vezes há necessidade de
repor o líquido da cola)
Alguns Conselhos
• Utilize a colher medida para fazer a tinta, para início colocando uma
medida rasa de pigmento, uma de água deionizada e uma de
aglutinante, os pigmentos tem absorção diferente, alguns necessitam
de mais aglutinante, pense que a tinta deve resultar em uma
consistência cremosa.
• Você pode adicionar água a mistura de cores para ter uma tinta mais
fluída, e ela ficará também mais transparente.
• Melhor sobrepor camadas finas, do que fazer uma camada espessa de
pintura, as temperas ao secarem formam uma película pouco elástica e
por isso tendem a craquelar em camadas grossas.
• Use o pincel nylon para misturar a tinta, e tenha sempre os pincéis
limpos ao trocar de cor.
• Use a bandeja para misturar cores, não misture os pigmentos secos,
muitas cores podem ser feitas misturando as tintas prontas entre si.
• Os passos aqui descritos são algumas das infinitas opções na pintura
sacra, existem outros processos de pintura e decoração e ainda os
planejamentos mais elaborados como o pastilho, esgrafito e a punção,
e outros tipos de têmpera e pigmentos
• Cada um de nós desenvolve suas particularidades em seu processo de
criação, somando a sua experiência o que observa e aprende.
O que iremos utilizar?
Cada participante receberá um oratório de
madeira com base de preparação acrílica
para executar sua pintura.
Orientações a serem dadas:
- aplicação de folha de ouro sobre um
elemento central do frontão do oratório,
com mordente acrílico.
- pintura com tempera caseína, com
manufatura das tintas. Pigmentos
utilizados: Amarelo sincomin, Vermelho de
veneza, óxido de ferro verde, azul
ultramar sintético e branco de titânio
Preparar os pigmentos separadamente,
Sempre manter os pincéis limpos.

O modelo impresso serve apenas para


Camarim do Altar do Senhor dos Passos,
orientação. A expressão é SUA.
Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso – Caeté. IEPHA/MG .
A pintura é LIVRE !

BOM TRABALHO!
BIBLIOGRAFIA:
• BULFINCH, Thomas. O Livro de Ouro da Mitologia. São Paulo: Martin Claret, 2006.
• COELHO, Beatriz (org.). Devoção e Arte, Imaginária Religiosa em Minas Gerais. SP, Edusp, 2005.
• COELHO, Beatriz . Estudo da Escultura devocional em madeira. Fino Traço, Belo Horizonte, 2014
• COUTINHO, Maria Inês Lopes (org.). Museu de Arte Sacra de São Paulo, São Paulo, 2014.
• GUTIERREZ, Angela (org.). Objetos da Fé – Oratórios Brasileiros. Coleção Angela Gutierrez, catálogo de
exposição. Editora Gráfica Formato, MG, 1994
• MASSEY, Robert. Formulas for painters. Watson-Guptill Publications,1967
• MAYER, Ralph. Manual do Artista. Ed.Martins Fontes, SP, 2006
• MOTTA, Edson & SALGADO, Maria Luiza Guimarães. Iniciação à Pintura. Ed.Nova Fronteira, RJ, 1976.
• RUSSO, Silveli Maria de Toledo. Espaço Doméstico Devoção e Arte – aconstrução histórica do acervo de
oratórios brasileiro séculos XVIII e XIX. Tese de Doutorado. vol I. FAUUSP, SP, 2010
• RUSSO, Silveli Maria de Toledo. O Oratório como Documento do Exercício religioso Doméstico no Brasil
Colônia. Atas do IV Congresso Internacional do Barroco Íbero Americano. Pg. 300-310. Ouro Preto, 2006.
• SOMBRA, Fausto. Luís Saia e Lúcio Costa. A parceria no Sítio Santo Antônio. Arquitextos, São Paulo, ano 14,
n. 161.03, Vitruvius, out. 2013
• THOMPSON, Daniel V. The practice of tempera painting, Material and methods. Ed. Dover, 1962.

• http://portal.iphan.gov.br/noticias/detalhes/1024/mario-de-andrade
• http://museudooratorio.org.br/
• http://www.ppow.com.br/portal/2011/08/22/oratorios-barrocos/
• http://www.historias.interativas.nom.br/incorporais/bbarroco/bbarroco.htm

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