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BARRAGENS DE TERRA E DE ENROCAMENTO

ANÁLISE DE MATERIAIS
PROVENIENTES DO SISTEMA
DE DRENAGEM INTERNA DA
BARRAGEM DE TERRA DA UHE
SÃO SALVADOR
Cesar Schmidt GODOI | Engenheiro Civil / Tractebel Engineering
Juliana Francisca CORREA | Engenheira Civil / Tractebel Engineering
Karina Guimarães Lopes SOLA | Engenheira Civil / Tractebel Engineering
Márcia Collares MEIRELLES | Engenheira Civil / Statkraft

RESUMO ABSTRACT

A formação de concreções em saída de sistemas de drenagens The formation of concretions in the way out of drainage systems
em barragens é relativamente comum. São denominadas de in Dams is relatively common, denominated “ferrobacteria”
“ferrobactérias” e, mais recentemente, têm sido chamadas de and more recently, being called ocher formation. The present
formação ochre. O presente artigo tem por objetivo apresentar a article aims to present the analysis done with the material
análise dos materiais provenientes do sistema de drenagem interno coming from the internal drainage system of the Earthfill
da Barragem de Terra Margem Direita da Usina Hidrelétrica (UHE) São Dam / Right Margin of the São Salvador HPP, in relation to
Salvador, em relação às observações visuais e ensaios realizados em the visual observations and tests carried out at one of the
um dos pontos de captação de drenagem, o medidor de vazão MV- drainage points, the flowmeter MV -002. Since this flowmeter
002. Este medidor vem apresentando ao longo do tempo a presença has been presenting over time the presence of reddish colored
de material de coloração avermelhada, o que trouxe a discussão e a material, which brought the discussion and research on the
pesquisa sobre a origem do material: material fino proveniente do origin of the material: fine material coming from the dam cor
maciço da barragem ou uma formação ochre. or an ocher formation.
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1. INTRODUÇÃO • Argila: solo de granulação fina constituído por partículas com
dimensões menores que 0,002 mm, apresentando coesão e

A
formação de concreções em saída de sistemas de drenagens plasticidade (NBR 6502/1995).
em barragens é relativamente comum e cada vez mais
vem sendo abordada em trabalhos técnicos. Algumas • Concreção: material formado por precipitação química a
referências destacam essa ocorrência como “ferrobactérias” e, mais partir de solução aquosa, com forma de nódulos ou crostas, de
recentemente, como formação ochre (denominação de diversos composição diferente do solo ou rocha encaixante. Pode ser
autores). Essa formação ocorre em regiões de transição ou interface composta por concentração de agentes cimentantes, como
entre ambientes anaeróbios e aeróbios, comum em diversos pontos sílica, óxido de ferro, óxido de cálcio, etc. (NBR 6502/1995).
em barragens, como por exemplo, medidores de vazão, saída do
sistema de drenagem interno e drenos de alívio.
Conforme citado por Neves (2015), a bactéria ochre se 2. UHE SÃO SALVADOR
desenvolve ao oxidar minerais dissolvidos na água (o ferro é a forma
mais comum). Osako (2002) cita que “os depósitos de bactérias A Usina Hidrelétrica São Salvador está localizada no Rio
ferruginosas ocorrem em filtros de barragens de terra/enrocamento Tocantins, no estado de Tocantins, entre os municípios de São
e podem também ser encontrados em drenos de concreto”. O Salvador do Tocantins (margem esquerda) e Paranã (margem
mesmo autor indica que essas bactérias crescem em águas ricas direita). Ela dista cerca de 7 km a montante da cidade de São
em ferro que têm um pH entre 6,0 e 7,6 e uma condutividade entre Salvador do Tocantins, nas coordenadas geográficas 12º48’33”,
+200 e +320mV. O ferro transportado pela água subterrânea pode Latitude Sul e 48º14’05”, Longitude Oeste.
acumular nos sedimentos do fundo de um reservatório e pode, O arranjo das estruturas é composto por Barragem de Terra
algumas vezes, gerar um ambiente adequado para o crescimento Margem Direita, Barragem de Terra Leito do Rio, Barragem de
desse tipo de bactéria. Concreto (Blocos 1, 2, 3, 4, 5 e 6), Vertedouro controlado por
Mendonça (2000) indica que o ochre é uma substância 6 comportas tipo segmento; Casa de Força Abrigada contendo
biopolimérica extracelular, um gel amorfo produzido pela duas unidades hidrogeradoras tipo Kaplan de eixo vertical
bactéria. Essa massa, além de viscosa, tem fortes propriedades com potência nominal de 124,5 MW, totalizando 243,2 MW
adesivas. A massa é agregada pela própria bactéria e por material instalados. A altura máxima da barragem é de 40 m e a crista
em suspensão no meio. Superfícies com alguma porosidade encontra-se na elevação 290,00.
absorvem o material por meio de forças dinâmicas, eletrostáticas,
interação de Van der Waals, ligações covalentes e gravidade, 2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA
melhorando o ambiente para a bactéria e aumentando o acúmulo
de resíduo. Com o passar do tempo, essa massa absorve material A Barragem de Terra Margem Direita conta com dois
em suspensão. Com o envelhecimento e desidratação, cristaliza e medidores de vazão. O MV-001 está localizado próximo à
toma resistência mecânica. ombreira na estaca 2+12,65 m. O MV-002 está próximo ao
Com as discussões iniciais, o presente artigo tem por objetivo encontro com a Tomada d’Água. Estes dois medidores foram
mostrar a análise dos materiais possivelmente provenientes do locados nas regiões de maior contribuição de vazão segundo
sistema de drenagem interno da Barragem de Terra Margem os estudos apresentados no Projeto Executivo. O medidor
Direita da UHE São Salvador, em relação às observações visuais e de vazão MV-001 capta a vazão da região da margem direita
ensaios executados. Basicamente, a saída do sistema de drenagem na Figura 1, e o medidor de vazão MV-002 capta a vazão nas
é direcionada para o medidor de vazão MV-002, o qual vem proximidades do leito do rio.
apresentando ao longo do tempo a presença de material de A captação da água e direcionamento para o medidor de
coloração avermelhada. As análises feitas, histórico e descrição do vazão MV-02 é realizado através de um tubo de PVC com
processo estão descritas neste artigo. diâmetro de φ6”, na qual a extremidade inicial do tubo (boca
do tubo) encontra-se perfurada e envolta por tela de nylon
1.1 DEFINIÇÕES com malha de #2 mm (ou geotêxtil). Até a saída da água para o
medidor de vazão, o tubo é envolto por concreto. A Figura 2 e
• Coloide: são partículas menores que 1 (um) micrômetro de a Figura 3 apresentam esses detalhes.
diâmetro (0,001 mm).

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ANÁLISE DE MATERIAIS PROVENIENTES DO SISTEMA DE DRENAGEM INTERNA DA BARRAGEM DE TERRA DA UHE SÃO SALVADOR

Figura 1 – Planta da Barragem de Terra Margem Direita – sistema de drenagem interno (Intertechne – Projeto Executivo)

Figura 2 – Detalhe da captação do medidor de vazão até a saída no MV-02 (Intertechne – Projeto Executivo)

Figura 3 – Detalhe da
captação da água para
o MV-02 (Intertechne –
Projeto Executivo)

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3. BREVE HISTÓRICO No ano de 2015 foram produzidos ensaios de análise
granulométrica e sólidos em suspensão. Os resultados
Desde o ano de 2010, a Tractebel vem observando e dos ensaios foram analisados e comparados com a curva
acompanhando a ocorrência de material de coloração granulométrica dos materiais do filtro, transições e aterro.
avermelhada na saída do medidor de vazão MV-002. Quando O resultado do ensaio realizado em 2015 indica como uma
pertinente, a Tractebel elaborou recomendações técnicas para virtual hipótese a ocorrência de carreamento, tendo em vista
diagnosticar e entender essa ocorrência para possibilitar a que ocorre sobreposição da curva granulométrica do ensaio
avaliação deste comportamento. Na sequência está apresentado com as de projeto.
um registro histórico e fotográfico da evolução desta ocorrência. Entretanto, a análise foi feita com coleta de material da
Não existe um padrão de aumento deste processo. bacia do medidor de vazão, motivo pelo qual possa ter ocorrido
a contaminação durante a coleta. Além disso, como foi feito
apenas granulometria por peneiramento, não foi possível
verificar toda a curva granulométrica.
No ano de 2017, de forma a aprimorar o acompanhamento,
foram instaladas peneiras de malha 0,075 mm na saída da
tubulação do medidor de vazão. Desde o mês de abril daquele
ano, constatou-se que o material granular ficou retido nas
peneiras. Por isso, recomendou-se em caráter de urgência a
elaboração de novas análises granulométricas deste material.
Foto 1 – Material presente no Foto 2 – Material presente no
medidor de vazão MV-002 (2010) medidor de vazão MV-002 (2012)

4. REALIZAÇÃO DOS ENSAIOS EM 2017


4.1 COLETA DE AMOSTRAS

No mês de maio de 2017 foi realizada a coleta de amostra


para a granulometria por sedimentação. Na sequência está
apresentado o registro fotográfico com as principais informações
Foto 3 – Material proveniente Foto 4 – Material proveniente em cada legenda.
do MV-002 (2015) do MV-002 (2016)

Figura 4 – Curvas
granulométricas e faixas
granulométricas dos
materiais constituintes
da BTMD

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ANÁLISE DE MATERIAIS PROVENIENTES DO SISTEMA DE DRENAGEM INTERNA DA BARRAGEM DE TERRA DA UHE SÃO SALVADOR

Posteriormente foi realizado o ensaio de granulometria


(peneiramento e sedimentação). As imagens das frações retidas
em cada peneira estão apresentadas na sequência.

Foto 5 – Coleta de material para Foto 6 – Detalhe do material


ensaio de granulometria por coletado para análise Foto 13 –
peneiramento granulométrica por peneiramento Fração retida
na peneira
1,19 mm

Foto 14 –
Fração retida
na peneira
Foto 7 – Tambor coletando material Foto 8 – Tambor coletando material 0,6 mm
para análise granulométrica por para análise granulométrica por
sedimentação sedimentação

4.2 ENSAIOS DE LABORATÓRIO


Foto 15 –
Inicialmente, a amostra ficou em repouso, onde os materiais Fração retida
particulados sedimentaram. Entretanto, mesmo com pequenos na peneira
0,42 mm
movimentos sobre a água, foi constatada a rápida mistura entre
a água e as partículas, o que indica possível fração coloidal.
Posteriormente, o material foi seco em estufa em
temperatura próxima a 600C de modo a não ocorrer a queima
de eventual matéria orgânica (NBR 6457/2016).
Foto 16 –
Fração retida
na peneira
0,3 mm

Foto 9 – Material sedimentado Foto 10 – Aspecto da amostra após Foto 17 –


a secagem Fração retida
na peneira
0,15 mm

Foto 18 –
Fração retida
Foto 11 – Aspecto da amostra após Foto 12 – Amostras preparadas na peneira
o destorroamento para os ensaios de granulometria e 0,075 mm
densidade

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Observa-se que as partículas apresentam coloração escura.
Possivelmente, trata-se de óxido de algum mineral (ferro ou
manganês).

4.3 RESULTADOS DOS ENSAIOS

A Figura 4 apresenta a curva granulométrica obtida na


análise granulométrica. As frações obtidas estão apresentadas
na Tabela 1.

Figura 5 – Comparação da curva


granulométrica obtida no ensaio
com as faixas granulométricas do
material da barragem

Constata-se que não há sobreposição entre materiais. Apenas


na fração acima de 0,42 mm ocorre uma pequena sobreposição
(aproximadamente 1%), e que pode ser considerada irrelevante. Ou
seja, a hipótese de fuga de material (carreamento) pelo corpo da
barragem está totalmente descartada com base nas investigações.
O valor de densidade real dos grãos de 4,7 g/cm3 também
indica o descarte da hipótese mencionada anteriormente, tendo
em vista que nenhum ensaio gerado durante a etapa de projeto
básico e executivo da UHE São Salvador aponta esse valor, o qual é
significativamente elevado.
Conforme as informações obtidas no Projeto da UHE São
Salvador, para os materiais ensaiados nas três áreas de empréstimo
na margem direita foram obtidos valores de massa específica dos
grãos entre 2,60 e 2,80 g/cm³, com uma média aproximada de 2,7
Foto 19 – Curva granulométrica obtida no ensaio de granulometria com g/cm³. O valor obtido encontra-se na faixa de densidade para óxidos
sedimentação
de ferro ou óxidos de manganês. Para os óxidos de ferro foram
Fração Porcentagem
encontrados em bibliografias os valores de densidade entre 4,6 a
5,3. O valor de densidade para óxidos de manganês também está
Argila 61% próximo a esta faixa.
Silte 33% Tabela 1 – Porcentagem
de materiais obtidos no
Areia Fina 5% ensaio de granulometria
Areia Média 1%
(frações conforme NBR
6502/1995)
5. CONCLUSÕES
Tendo em vista as análises efetuadas, têm-se como principais
No ensaio de densidade real dos grãos, obteve-se o valor
conclusões:
de 4,717 g/cm³.
• Os resultados não indicam um eventual carreamento de
materiais do corpo da barragem e/ou fundação;
4.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
• A densidade obtida está na faixa de densidade para
óxidos de ferro ou óxidos de manganês. Para os óxidos
A comparação da curva granulométrica obtida com as faixas dos
de ferro foram encontrados em bibliografias os valores
materiais constituintes da barragem está apresentada na Figura 5.

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ANÁLISE DE MATERIAIS PROVENIENTES DO SISTEMA DE DRENAGEM INTERNA DA BARRAGEM DE TERRA DA UHE SÃO SALVADOR

de densidade entre 4,6 a 5,3. O valor de densidade para [5] TRACTEBEL ENGINEERING [2002-2018] – Arquivos Internos.
óxidos de manganês também está próximo a esta faixa. [6] INTERTECHNE – Projeto Executivo – UHE São Salvador
• O material proveniente do tubo do MV-2 é uma concreção [7] ANEEL - Resolução ANEEL nº 696/2015
de óxidos, possivelmente ferrobactérias; [8] ABNT NBR 6457/2016 – “Amostras de solo - Preparação
• A coleta foi executada de forma adequada, com o para ensaios de compactação e ensaios de caracterização”.
material plenamente obtido da saída do tubo do
medidor de vazão, descartando-se qualquer hipótese de
contaminação de material na coleta. A amostra recebida Cesar Schmidt GODOI
Graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal
em laboratório estava totalmente selada, sem vazamento
de Santa Catarina (2011) e Mestre em Engenharia Civil pela
ou outro indício de perda de material.
mesma instituição (2014), com ênfase na área de Geotecnia
e Ensaios de Laboratório. É doutorando na Universidade
Destaca-se que o monitoramento vem sendo feito com Federal do Rio Grande do Sul em Geotecnia de Barragens,
frequência, através de uma equipe técnica locada em campo, e trabalha como Engenheiro Civil na Tractebel Engineering
a qual produz as observações visuais, bem como através dos desde 2011. Atua na área de Engenharia Geotécnica, especialmente em estabilidade
dados de instrumentação. As inspeções de segurança regular de taludes, barragens, segurança de barragens, fundações e ensaios de laboratórios
são elaboradas por equipe multidisciplinar de Engenharia e de campo, bem como é professor das disciplinas de Geotecnia no curso de
Engenharia Civil na Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) desde 2016.
conforme a Resolução ANEEL nº 696/2015.

Márcia Collares MEIRELLES


6. AGRADECIMENTOS Engenheira Civil, graduada pela Universidade Federal de
Santa Catarina (2004). É Mestre pela mesma instituição
Os autores agradecem à Engie Brasil Energia, aos (2008) e certificada Project Management Professional
Engenheiros Cleuton Pacheco e Eduardo Marchante. Os (PMP), renovado em agosto de 2017. Engenheira Civil

autores agradecem também aos técnicos de Segurança de da equipe PNBP & Project, da área de O&M Brasil da
Statkraft, atua na gestão de projetos civis de usinas
Barragens da Tractebel que trabalham na UHE São Salvador
hídricas e parques eólicos, processos de due diligence de usinas hídricas,
e se dedicam à manutenção da Segurança da Barragem,
parques eólicos e solares e segurança de barragens. Líder técnica no projeto de
Vagnaldo Carneiro e Romildo Chagas. otimização de segurança de barragens da Statkraft América Latina. Atuou como
Engenheira Civil na Tractebel Engineering, nas funções de Engenheira e Gerente
da área de Segurança de Barragens e Geotecnia no escritório de Florianópolis,

7. PALAVRAS-CHAVES sendo responsável técnica por diversos serviços de engenharia do proprietário,


além de projetos e segurança de barragens, entre os anos de 2004 a 2017.

Barragem de Terra; Formação Ochre; Sistema de Drenagem


Interno.
Juliana Francisca CORREA
Graduada em Engenharia Civil pela Universidade Federal
de Santa Catarina (2006) e Mestre em Engenharia Civil
8. REFERÊNCIAS pela mesma instituição (2008), com ênfase na área de
Infraestrutura e Gerência Viária. Engenheira Civil na
Tractebel Engineering desde 2008. Atua na gestão de
[1] NEVES, B. (2015) “Considerações Sobre a Ameaça Ochre”.
projetos e contratos da área de Engenharia de Segurança
Revista Brasileira de Barragens. CBDB. e auscultação de Barragem e Geotecnia.
[2] OSAKO, C. I. (2002) “Manutenção dos Drenos nas
Fundações de Barragens: O Caso da Usina Hidrelétrica de
Itaipu”. Dissertação de Mestrado. UFPR – Universidade Federal SOLA, Karina Guimarães Lopes
do Paraná. Engenheira Civil, graduada pela Universidade Federal de
[3] MENDONÇA (2000). “Avaliação da Formação do Ocre no Santa Catarina (2010). Atua como Engenheira Civil na
Tractebel Engineering desde 2010, com foco na área de
Desempenho de Filtros Geotêxteis.” Tese de Doutorado.
Segurança de Barragens.
COPPE/UFRJ
[4] ABNT NBR 6502/1995 – Rochas e Solos.

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