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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ - UFPA

FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO - FAU

Disciplina: Teoria de Análise Regional e Urbana II – TARU II


Professora: Jose Júlio
Ficha para resenha dos textos
Aluno (a); Dayane Katrine Azevedo Turma: 2014 - 6º Semestre – Matutino

Tema da aula: O conceito de região Data de entrega:

Referência bibliográfica do texto utilizado: Choay, Françoise. O Urbanismo. São Paulo: Editora Perspectiva
S.A., 1992, pp.: 01-56.

Formação do autor Nasceu em Paris em 1925. Cursou filosofia e doutorou-se nesta área. É
historiadora teórica das formas arquitetônicas e urbanas.

Contexto do trabalho O texto se propõe a analisar e criticar as ideias que serviram de base para
procurar entender o crescimento das cidades no século XIX, ideias essas que
foram importantes para o estudo do urbanismo.

Desenvolvimento: O autor analisa as diferentes teorias que surgiram a partir do século XIX sobre
Onde deve constar as as cidades industriais, divide elas em pré-urbanismo e urbanismo. Com a
principais ideias Revolução Industrial as cidades sofrem um crescimento demográfico e problemas
tratadas no texto: estruturais surgem, pois não havia planejamento urbano, não se sabia os
problemas que uma urbe podia causar. As cidades medievais e barrocas ficaram
no passado e surgia uma nova estrutura urbana, social, política e econômica, de
maneira tão rápida que a população se viu em colapso.
Conceitos,
Esses problemas fizeram surgir as demandas e começaram a aparecer
argumentos,
estudiosos interessados em analisar esse momento histórico, entre eles está o
evidências.
modelo progressista de Owen, Fourier, Richardson, Cabet e Proudhon, esses
autores têm em comum a concepção do homem e da razão, pois tratam um
indivíduo humano como tipo, independente de todas suas diferenças culturais,
locais, históricas, os veem de maneira racional, cientifica e técnica. Isto os leva a
analisar a cidade como uma fórmula pronta e embalada, genérica, podendo
aplicar suas teorias em qualquer tempo e lugar.
A medida que são tão técnicos, negam as heranças do passado, pois para eles
não cabem no momento atual em que vivem, procuram inovar, propõem arranjos
novos, de forma simples e racional, pois a forma clássica de cidade perde o
sentido e começam a estimular a ideia cidade-campo.
Há também o modelo culturalista de Ruskin e William Morris, esse modelo vai
procurar trabalhar com o coletivo, pensando na individualidade de cada um,
veem importância na vivência cultural, local e histórica do agrupamento humano.
Criticam o desaparecimento das formas orgânicas das cidades, como era no
período medieval e que se transformou com a industrialização, não analisam de
uma boa forma o processo de industrialização das cidades e as compara com o
passado, são contra as construções padrões, geometricamente monótonas,
padronizadas, cada construção deve ser diferente e ter suas especificidades.
Porém todos esses pensadores, seja progressistas ou culturalistas imaginam a
cidade do futuro em termos de modelo, pois na prática todos fracassaram pois
tinham caráter limitador, repressivo e principalmente por romper com a
realidade socioeconômica contemporânea.
Houve outras teorias como a crítica sem modelo de Engels e de Marx que
criticam as grandes cidades industriais, mas não propõem nenhum modelo para
uma cidade futura, não trazem soluções teóricas para os problemas do
proletariado, Engels procura apenas garantir o mínimo para que os trabalhadores
possam existir, por isso se preocupa com os alojamentos. Enquanto na Europa do
século XIX os autores criticavam a grande cidade industrial, pois elas apareceram
como o nascimento das forças que transformaram a sociedade, o inverso
aconteceu nos Estados Unidos, onde essa época heroica está ligada a natureza
virgem, o que gerou uma corrente antiurbana, pois os da classe média alta
queriam fugir desse crescimento desenfreado, barulhento e incômodo que foi o
processo de urbanização das cidades, migrando assim para as áreas mais
afastadas e calmas.
O estudo do pré urbanismo e do urbanismo seguem certas diferenças, pois no
pré urbanismo a obra é generalista feita por historiadores, economista ou
políticos, já no urbanismo se caracteriza de duas formas, teórica e prática, feitas e
estudadas por especialistas, geralmente arquitetos.
O urbanismo é visto como despolitizado, o pré urbanismo não, o urbanismo
também se divide em urbanismo progressista e urbanismo culturalista. No
urbanismo progressista a La Cité industrielle do arquiteto Garnier, serviu de
influência para a primeira geração dos arquitetos “racionalistas”, que visavam a
modernidade, que foi dividida em dois campos – o da indústria e o da arte de
vanguarda, nesse momento era o cubismo e os movimentos derivados dele –
separavam as cidades em zonas, as zonas de trabalho, zonas de habitat,
separadas dos centros cívicos ou dos locais de lazer.
Como é privilegiado o indivíduo tipo, há dois tipos de habitats propostos na
carta de Atenas, um é a casa baixa, individual ou reservada a um pequeno
número de famílias, a outra é o imóvel coletivo gigante, que corresponde mais ao
ideal de uma sociedade modernista. Segue como exemplo a cidade radiosa de Le
Corbusier, muito parecida com as ideias do falanstério, mas em uma versão mais
moderna pois substitui a horizontalidade pela verticalização dos prédios, no lugar
do alojamento familiar, vem o apartamento-tipo.
No urbanismo culturalista de Camillo Sitte, Ebenezer Howard e Raymond
Unwin que realizou com B. Parker a primeira Garden-city inglesa de Letchworth,
ao planejar a cidade os culturalistas as viam como um organismo vivo, orgânico,
não podendo exceder em número de habitantes, por isso o cinturão verde, via as
ocupações das cidades de forma diferenciada, pois cada cidade povoa o espaço
de forma particular, pois a individualidade faz torna-la única. Sitte e Uwin, por
outro lado apegam-se aos meios de assegurar particularidade e variedade ao
espaço interior da cidade, recusam-se qualquer subordinação a quaisquer
princípios de simetria, seguem as sinuosidades naturais do terreno.
Existe outro modelo advindo do antiurbanismo americano, que é o modelo
naturalista de Frank Lloyd Wright, que nomeou o modelo de Broadacre-City, para
ele só o contato com a natureza pode devolver o homem a si mesmo e permitir
um harmonioso desenvolvimento da pessoa com a totalidade, para isso ele
pensou em alojamentos individuais, sem apartamentos, mas sim casa
particulares, cada uma com pelo menos quatro acres de terreno, sem modificar a
topografia do terreno, respeitando o meio ambiente e sendo cuidadoso na
preservação da mesma, pois para ele a arquitetura está subordinada a natureza,
apesar de ser muito radical e utópica, serviu para marcar o pensamento de uma
parte dos sociólogos e town-planners americanos.

Reflexão Apesar das teorias apresentadas se mostrarem de forma antagônicas, entre


aversão de uma sociedade mecanizada, nostalgia das cidades clássicas e da
natureza essas pioneiras críticas em relação aos problemas de cidades advindas
de uma Revolução Industrial foi pela primeira um objeto de estudo crítico radical,
pois foi através desses estudos que as cidades puderam se estruturar de forma
urbana, através delas puderam definir e ordenar normas básicas que antes eram
incompreensíveis, servindo de base até hoje no percurso do planejamento
urbano das grandes cidades.

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