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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS E ENGENHARIA DOS MATERIAIS

Departamento de Ciências dos Materiais

Técnicas de Instrumentação

Trabalho Prático

Nº1

Construção de um Voltímetro

Analógico DC/AC

João Nabais Nº 27298

Marília Pirralho Nº 27303

Mª do Rosário de Sousa Nº 27295

Nuno Teixeira Nº 27350


Técnicas de Instrumentação

Índice

Objectivo ....................................................................................................................................... 3
Fundamentos Teóricos essenciais: ................................................................................................ 3
Cálculos prévios efectuados ...................................................................................................... 6
Protocolo ....................................................................................................................................... 8
Tratamento dos dados experimentais ........................................................................................ 11
 Montagem DC ................................................................................................................. 11
 Montagem AC.................................................................................................................. 12
Cálculo da sensibilidade do voltímetro DC: ......................................................................... 13
Cálculo da sensibilidade do voltímetro AC: ......................................................................... 13
Conclusão .................................................................................................................................... 14
Bibliografia .................................................................................................................................. 15

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Técnicas de Instrumentação

Objectivo
Este trabalho prático teve como objectivo a construção de um voltímetro
multiescala DC e AC e comparação com um voltímetro comercial.

Fundamentos Teóricos essenciais:

Galvanómetro de D'Arsonval

O conhecimento do efeito magnético da corrente eléctrica possibilitou a


construção de aparelhos medidores que utilizassem ponteiros. Um exemplo
esquemático deste tipo de aparelhos é representado na figura 1. Quando
uma corrente eléctrica é estabelecida no fio que forma o electroíman
(bobine), este criará na região um campo magnético, havendo uma
superposição desse campo com o campo criado pelo íman permanente na
região. A força magnética de interacção entre o íman permanente e o
electroíman moverá este último por estar fixado a um eixo móvel,
deslocando consigo o ponteiro. Como a intensidade da força magnética
depende da corrente eléctrica, o ponteiro gira mais quanto maior for a
corrente. Ao girar, o electroíman comprime uma mola de formato espiral,
que vai provocar uma estabilização do ponteiro quando as forças magnéticas
e elástica, da mola, se equilibrarem. A este tipo de conjunto, funcionando
desta maneira, dá-se o nome de galvanómetro. A base de funcionamento dos
instrumentos analógicos é o galvanómetro de bobina móvel ou galvanómetro
de D'Arsonval, um medidor sensível à corrente, que só é capaz de medir
directamente correntes muito pequenas. Correntes mais elevadas só são
possíveis de ser medidas adicionando “shunts”.
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Fig 2 - A figura mostra o arranjo básico de um medidor


Fig 1 -
constituído por um electroíman, fixado a um eixo móvel.
O ponteiro é preso a este eixo, e um íman permanente é
colocado próximo ao electroíman, fixo à carcaça.

O medidor D’ Arsonval pode ser transformado em amperímetro, ohmímetro


e em voltímetro. A medição da tensão com recurso ao medidor de
D’Arsonval, poder ser feita adicionando multiplicadores (resistências em
série de valor múltiplo da do medidor). Por multiplicador entende-se a
resistência inserida em série com um medidor básico de corrente, de forma
a estender a sua faixa de medição de tensões. A forma de selecção da
resistência série (Rs) a utilizar deve ser tal que provoque a deflexão
máxima do medidor para a tensão pretendida.
Neste caso, é importante conhecermos a sensibilidade do aparelho de
medida S, definido como sendo o número de ohms a associar em série por
Volt a medir, isto é, S corresponde ao inverso do valor da corrente do
medidor que provoca a deflexão máxima:

𝟏
𝑺= Ω/𝑽
𝑰𝒇𝒔

Nestas condições, o valor de Rs a associar deve obedecer à relação:

𝑹𝒔 = 𝑺 × 𝑭𝑺 − 𝑹𝒎

onde FS representa o valor de fim de escala de leitura de tensão


pretendido e Rm corresponde à resistência interna do medidor, isto é, da
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bobine.
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Apesar do galvanómetro do tipo bobina móvel (md’A), ler apenas sinais DC, é
possível a utilização do mesmo nas medidas de sinais AC, o qual é
normalmente feito através da utilização de semicondutores rectificadores
(díodos).

Efeito de Carga

Todos os amperímetros e voltímetros introduzem algum erro no circuito


onde são colocados, devido ao facto do medidor ser considerado como uma
“carga” do circuito. Por erro de carga entende-se o erro ou desvio da
medida provocado pela inserção do aparelho de medida no circuito eléctrico.
Estes efeitos num voltímetro podem ser reduzidos utilizando voltímetros
com sensibilidades superiores a 20 KΩ/V.

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Cálculos prévios efectuados

 Montagem DC

Escala 1

𝑽𝟏 = 𝑰𝒇𝒔 × (𝑹𝟏 + 𝑹𝒎 )

𝟏
𝟏 = 𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑 × 𝑹𝟏 + 𝟓𝟎 ⟺ 𝑹𝟏 = − 𝟓𝟎 ⟺ 𝑹𝟏 = 𝟗𝟓𝟎 Ω
𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑

Escala 2

𝑽𝟐 = 𝑰𝒇𝒔 × (𝑹𝟏 +𝑹𝟐 + 𝑹𝒎 )

𝟏𝟎
𝟏𝟎 = 𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑 × 𝟗𝟓𝟎 +𝑹𝟐 + 𝟓𝟎 ⟺ 𝑹𝟐 = − 𝟏𝟎𝟎𝟎 ⟺ 𝑹𝟐 = 𝟗𝟎𝟎𝟎 Ω
𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑

Escala 3

𝑽𝟑 = 𝑰𝒇𝒔 × (𝑹𝟏 +𝑹𝟐 +𝑹𝟑 + 𝑹𝒎 )

𝟑𝟎
𝟑𝟎 = 𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑 × 𝟗𝟓𝟎 + 𝟗𝟎𝟎𝟎 + 𝑹𝟑 + 𝟓𝟎 ⟺ 𝑹𝟑 = − 𝟏𝟎. 𝟎𝟎𝟎
𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑

𝑹𝟑 = 𝟐𝟎. 𝟎𝟎𝟎 Ω
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 Escalas em Vrms

𝑽𝑫𝑪 × 𝝅
𝑽𝒓𝒎𝒔 =
𝟐

𝟏×𝝅
𝑽𝟏𝒓𝒎𝒔 = = 𝟐, 𝟐𝟐
𝟐

𝟏𝟎 × 𝝅
𝑽𝟐𝒓𝒎𝒔 = = 𝟐𝟐, 𝟐𝟏
𝟐

𝟑𝟎 × 𝝅
𝑽𝟑𝒓𝒎𝒔 = = 𝟔𝟔, 𝟔𝟒
𝟐

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Protocolo

Material utilizado:

o Medidor d’Arsonval (md’A)


o Fonte de tensão DC
o Gerador de funções
o Multimetro
o Fios de ligação
o Board
o Chave de fendas
o 2 Resistências de 10KΩ
o 2 Trimmeres
o 1 potênciometro
o Diodo de germânio

Procedimento Experimental:

 Montagem do Voltímetro Multiescala DC

1. Escolheu-se as resistências fixas apropriadas, através do código de


cores identificativo, que se encontra em anexo.
2. Calibrou-se os trimmeres com a ajuda de uma chave de fendas e com
o auxílio de um multimetro.
3. Procedeu-se à montagem do voltímetro segundo o esquema 1.
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R1
0,95 K

R2 IFS = 1mA
9K Rm = 50

1V N

R3
10 V 20 K

30 V

Esquema 1 – montagem do voltímetro multiescala DC.

4. Através da aplicação de uma tensão, fez-se a leitura de 5 valores


entre 0 Volts e o fim de escala, apresentados pelo md’a e pelo
voltímetro comercial para as escalas 1 e 2.
5. Para a escala 3 utilizou-se o esquema 2 abaixo representado e
procedeu-se da mesma forma para a leitura dos valores.

R1
0,95 K

R2 IFS = 1mA
9K Rm = 50

1V N

R3
10 V 20 K

30 V
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Esquema 2 - montagem do voltímetro multiescala DC, sem potênciometro.


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Técnicas de Instrumentação

6. Procedeu-se à análise de resultados.

 Montagem do Voltímetro Multiescala AC

7. Partindo do esquema 3, efectuou-se a montagem do voltímetro


multiescala AC, trocando a fonte de tensão DC por uma AC e
acrescentando um díodo à entrada do voltímetro, esquema 4.

R1
0,95 K

R2 IFS = 1mA
9K Rm = 50

2,22 rms N

R3
22,21 rms 20 K

66,64 rms

Esquema 3 - montagem do voltímetro multiescala AC.

Nota: A não utilização de um díodo para a rectificação da corrente alterna para o


voltímetro comercial, deve-se ao facto de este já ter incorporado os seus próprios
díodos.

8. Através da aplicação de uma tensão, fez-se a leitura de 5 valores


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entre 0 Volts e o fim de escala, apresentados pelo md’a e pelo


voltímetro comercial para as escalas 1, 2 e 3.
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9. Procedeu-se à análise de resultados.


Técnicas de Instrumentação

Tratamento dos dados experimentais

 Montagem DC

Tabela 1 - tabela de calibração DC da escala 1

Escala 1
md´a Veq (medido) V comercial (valor esperado) Erro relativo (%)
0,3 0,3 0,284 5,633802817
0,4 0,4 0,39 2,564102564
0,6 0,6 0,589 1,867572156
0,8 0,8 0,787 1,65184244
1 1 1,018 1,768172888

Tabela 2 - tabela de calibração DC da escala 2

Escala 2
md´a Veq (medido) V comercial (valor esperado) Erro relativo (%)
0,2 2 1,84 8,695652174
0,4 4 3,82 4,712041885
0,6 6 5,82 3,092783505
0,8 8 7,75 3,225806452
1 10 10,04 0,398406375

Tabela 3 - tabela de calibração DC da escala 3

Escala 3
md´a Veq (medido) V comercial (valor esperado) Erro relativo (%)
0,2 6 5,4 11,11111111
0,5 15 14,2 5,633802817
0,7 21 20,2 3,96039604
0,9 27 26,3 2,661596958
1 30 30,1 0,332225914
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 Montagem AC

Tabela 4 - tabela de calibração AC da escala 1

Escala 1
erro relativo
md´a Veq (medido) V comercial ( valor esperado) (%)
0,2 0,444 0,62 28,38709677
0,4 0,888 1,15 22,7826087
0,6 1,332 1,67 20,23952096
0,8 1,776 2,18 18,53211009
1 2,22 2,79 20,43010753

Tabela 5 - tabela de calibração AC da escala 2

Escala 2
erro relativo
md´a Veq (medido) V comercial ( valor esperado) (%)
0,26 5,7746 5,54 4,23465704
0,33 7,3293 7,75 5,428387097
0,3 6,663 6,46 3,142414861
0,2 4,442 4,31 3,062645012
0,1 2,221 2,05 8,341463415

Tabela 6 - tabela de calibração AC da escala 3

Escala 3
erro relativo
md´a Veq (medido) V comercial ( valor esperado) (%)
0,02 1,3328 0,42 217,3333333
0,04 2,6656 1,99 33,94974874
0,06 3,9984 3,26 22,65030675
12

0,1 6,664 5,97 11,62479062


Página

0,12 7,9968 7,36 8,652173913


Técnicas de Instrumentação

Cálculo da sensibilidade do voltímetro DC:

𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟏 𝟏
𝑺= = = = = 𝟏𝟎𝟎𝟎 Ω. 𝑽−𝟏 = 𝟏 𝑲Ω. 𝑽−𝟏
𝑽𝒎𝒂𝒙 𝑰𝒇𝒔 × 𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝑰𝒇𝒔 𝟏 × 𝟏𝟎−𝟑

Cálculo da sensibilidade do voltímetro AC:

𝑹𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝟐𝟗. 𝟗𝟓𝟎


𝑺𝑨𝑪 = = = 𝟒𝟒𝟗, 𝟒 𝜴. 𝑽−𝟏
𝑽𝒎𝒂𝒙 𝟔𝟔, 𝟔𝟒

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Conclusão

Analisando os resultados obtidos para a sensibilidade do voltímetro,


podemos verificar que a sensibilidade do voltímetro em AC é cerca de 45%
da sensibilidade do voltímetro em DC, (𝑺𝒂𝒄 = 𝟎, 𝟒𝟓 × 𝑺𝑫 ), apresentando por
conseguinte erros relativos bastante superiores aos verificados em DC.
Podemos também verificar com os resultados obtidos que o erro relativo
obtido é bastante menor para os valores de fim de escala. Uma outra
observação que podemos fazer aos resultados obtidos, surge devido ao
facto de termos tido um valor de erro relativo bastante elevando de
217,33%, para uma medição feita na montagem AC, da escala 3, tabela 6.
Este erro tão elevado pode dever-se ao facto da agulha do md’a não
começar exactamente no zero e o valor a medir, 0,02, ser muito próximo de
zero.

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Bibliografia

MARTINS, RODRIGO, Apontamentos de Técnicas de instrumentação,


Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, 1997.

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ANEXO
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Fig 3- Exemplo esquemático da escolha de uma resistência através do código de cores.


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