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Juliana Vieria Martos Bertoletti

A importância de uma boa gestão financeira nas empresas


The importance of a sound financial management acompany

Juliana Vieira Martos Bertoletti1

Resumo
Em virtude dos movimentos econômicos das últimas décadas do final do século passado mudanças ocorreram. E
todas as empresas brasileiras passaram a necessitar de uma reestruturação administrativa em vários
departamentos, dentre eles o setor financeiro. Pois é ai que reside mudanças para o sucesso de um
empreendimento empresarial. O intuito deste artigo é analisar a importância da gestão financeira para as
empresas, conceitos, as principais funções de uma gestão financeira e identificar ferramentas para auxiliar no
trabalho do gestor face aos novos desafios que se impõem devido à forte globalização financeira e a
competitividade das empresas. Uma boa gestão financeira precisa superar os problemas e trazer progressos
econômicos, daí a importância de um gestor financeiro conhecer a gestão financeira contábil e auditoria na
empresa em que trabalha com fins úteis.
Palavras-chave: Gestão. Setor Financeiro. Estratégias.

Abstract
Giventhe economic movements of the decades of 1990 and 2000 all Brazilian companies began to require an
administrative restructuring in various departments, including financial, for therein is residing changes to the
success of an enterprise. The purpose of this paper is to analyze the importance of financial for therein is residing
changes to the success of an enterprise. The purpose of this paper is to analyze the importance of financial
management for businesses, the main functions of financial management and identify tools to assist in the work
of the manager of the new challenges that are imposed due to the strong financial globalization and the
competitiveness of enterprises. Sound financial management has to overcome the problems and bring economic
progress, hence the importance of a financial manager know the accounting financial management and auditing
in the company you work with useful purposes
Keywords: Management. Financial sector. Stratégies.

1 Introdução

Ficou comprovado em leituras que atualmente as empresas enfrentam dificuldades


com a gestão financeira, daí a importância de aprofundar na teoria sobre finanças nas
empresas, bem como os impactos por falta de gestão financeira mais consciente, séria e
eficaz.
Tendo em vista uma pesquisa teórica este trabalho consiste em analisar a importância
da gestão financeira para as empresas, os principais conceitos de gestão financeira, as
principais funções de uma gestão e a identificação de ferramentas para auxiliar no trabalho do
gestor face aos novos desafios que se impõem devido à forte globalização financeira e a
competitividade nas empresas.

1
Faculdades Integradas Rui Barbosa-FIRB. Curso de Especialização em Gestão Financeira, Contábeis e
Auditoria. E-mail: ju_martos@hotmail.com

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Melhorar os resultados e consequentemente aumentar o valor do patrimônio por meio


da geração de lucro líquido proveniente das atividades operacionais conscientes e duradouras
do gestor financeiro é nossa meta.
Uma correta administração financeira permite que se visualize a atual situação da
empresa. Registros adequados permitem análises e colabora com o planejamento, a superação
de problemas e a otimização de resultados.
Uma boa gestão financeira atua através de um conjunto de ações e procedimentos
administrativos que envolvem o planejamento, a análise e o controle das atividades
financeiras da empresa.
A metodologia adotada será a da pesquisa bibliográfica envolvendo os seguintes
subitens: conceito de gestão financeira, suas principais funções dentro de uma empresa. A
identificação das ferramentas para auxiliar no trabalho do gestor face aos novos desafios que
se impõem devido à forte globalização financeira e a competitividade das empresas. O
conceito e o histórico da gestão financeira bem como as principais funções e os problemas
que ela pode enfrentar farão parte final do trabalho.
Acredita-se no sucesso de uma empresa quando o gestor financeiro conhece as
diretrizes a enfrentar.

2 Conceito e histórico da Gestão financeira

Administração financeira é a disciplina que trata dos assuntos relacionados à


administração das finanças de empresas e organizações. Trata-se de um ramo privativo à
Administração. É o gestor de finanças quem dirige e administra as finanças de uma empresa,
(OLIVEIRA, 2005).
Primeiramente, pretende-se compreender o sentido e o significado de finanças, que
corresponde ao conjunto de recursos disponíveis circulantes em espécie que serão usados em
transações e negócios com transferência e circulação de dinheiro. Torna-se necessário
também analisar a situação econômica dos fundos da empresa, com relação aos seus bens e
direitos garantidos.
Com isso, verifica-se que as finanças fazem parte do cotidiano, no controle dos
recursos para compras e aquisições, tal como no gerenciamento da empresa, suas respectivas
áreas, seja no marketing, na produção, na contabilidade e, principalmente no planejamento de
nível estratégico, gerencial e operacional em que se toma dados e informações financeiras
para a tomada de decisão na condução da empresa.

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A administração financeira, hoje conhecida como gestão financeira é uma


ferramenta ou técnica utilizada para controlar da forma eficaz, à concessão de
credito para clientes, planejamento, analise de investimentos e, de meios viáveis
para a obtenção de recursos para financiar operações e atividades da empresa,
visando sempre o desenvolvimento, evitando gastos desnecessários, desperdícios,
observando os melhores “caminhos” para a condução financeira da empresa
(MORAIS, 2010, p. 33)

Entende-se que a área administrativa dentro de uma empresa pode ser considerada
como o combustível da empresa que possibilita o funcionamento de forma correta, sistêmica e
sinérgica.
Morais (2010) afirma que a empresa bem administrada pode passar vida para outros
setores, sendo preciso circular constantemente, possibilitando a realização das atividades
necessárias, objetivando o lucro, a maximização dos investimentos, mas acima de tudo, o
controle eficaz da entrada e saída de recursos financeiros. Morais (2010, p. 78) ainda diz.

Essa atuação pode acontecer em forma de investimentos, empréstimos entre outros,


mas sempre visando a viabilidade dos negócios, que proporcionem não somente o
crescimento, mas o desenvolvimento e estabilização da empresa via gestão

Geralmente por falta de informações financeiras precisas para o controle e


planejamento financeiro a maioria das empresas pequenas no Brasil entram em falência até o
quinto ano de existência. Entendemos segundo (Morais, 2010) que para superação desse
problema são indiscutivelmente necessárias as informações do balanço patrimonial, no qual
se contabilizam os dados da gestão financeira, que devem ser analisados detalhadamente para
a tomada de decisão. È importante também uma auditoria dentro da empresa para maior
eficácia nos lucros e maior lisura no empreendimento.

A contabilidade e a auditoria proporcionam à gestão financeira maior controle das


finanças, pois a função do contador é desenvolver e prover dados para mensurar o
desempenho da empresa, avaliando a situação financeira perante os impostos,
contabilizando todo seu patrimônio, elaborando as demonstrações, reconhecendo as
receitas no momento em que são incorridos os gastos (MORAIS, 2010, p. 80).

Entende-se que o que diferencia as atividades financeiras das contábeis é que a


administração financeira ou gestão financeira enfatiza o fluxo de caixa, que nada mais é do
que a entrada e saída de dinheiro, que demonstrará realmente a situação e capacidade
financeira para satisfazer suas obrigações e adquirir novos ativos a fim de atingir as metas da
empresa.

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Os contadores admitem a extrema importância do fluxo de caixa, assim como o


administrador financeiro utiliza o regime de caixa, mas cada um tem suas
especificidades e maneira de descrever a situação da empresa, sem menosprezar a
importância de cada atividade já que uma depende da outra no que diz respeito à
circulação de dados e informações necessárias para o exercício de cada uma delas
(OLIVEIRA, 2005, p. 05).

2.1 Histórico: O início do século XX

Para Archer e D’ Ambrosio (1979, p. 20) no inicio do século XX as obras de


Finanças foram caracterizadas pela abordagem tradicional, focando os “[...] principais
acontecimentos da vida financeira das empresas, ao invés dos problemas administrativos
rotineiros”.
De qualquer maneira, houve um desenvolvimento da função financeira nessa fase, de
forma que (SALAZAR, 2012) considera o início do século XX como o marco do princípio do
estudo sistemático em Finanças, ocorrido em decorrência do processo de consolidação das
empresas e do crescimento do mercado interno norte-americano, ambos resultado da
construção das grandes redes ferroviárias, realizada no final do século XIX.

2.2 Da década de 1920 à década de 1960

A década de 1920 foi caracterizada pelos seguintes fatos: a expansão de novas


indústrias e o processo de fusões das empresas para completar as linhas de comercialização.
Embora fosse um período de apuração de grandes margens de lucro, a flutuação dos preços
dos produtos e a escassez de recursos financeiros se constituíam em motivos de preocupação
(OLIVEIRA, 2005). Isso reforçou a importância da estrutura financeira da empresa, dos
estudos referentes à liquidez das empresas.
De acordo com esse autor a década de 30 foi marcada pela profunda recessão
econômica decorrente da Crise de 1929. Na década de 1940 houve a 2ª Guerra Mundial, e a
função financeira deu ênfase à obtenção de recursos para financiar a produção de bens
adequados ao período de guerra e ao pós-guerra.
Dessa forma, observa-se a predominância da abordagem tradicional até o final da 2ª
Guerra Mundial, evidenciada no interesse pelos assuntos referentes à estrutura de
capital e ao processo de financiamento (ARCHER; D’ AMBROSIO, 1979).

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No início da década de 50 ocorreu uma rápida expansão econômica. Havia, porém, o


receio de uma possível recessão econômica no pós-guerra e, diante do crescimento dos custos
de mão-de-obra e das dificuldades de captação de recursos.
Em 1970, a teoria da Eficiência dos Mercados ganhou relevância, constituindo uma
das mais importantes contribuições à teoria de Finanças desenvolvidas nesse período. Essa
teoria explica que, em mercados eficientes, os preços dos ativos financeiros refletem o
conjunto de informações relevantes e disponíveis (FERREIRA, 2005).

2.3 A década de 80 ao inicio do século XXI

Nessas duas décadas, de acordo com Franco (1996) o crescimento da economia norte
americana foi caracterizado pela manutenção de produtos europeus e japoneses, e adoção de
uma política monetária restritiva. Isso provocou o aumento das taxas de juros internacionais,
fato que, aliado à redução do preço das commodities fez com que crescesse a economia.
Na década de 1990 o processo de globalização se intensificou, incrementando o fluxo
internacional de capitais, de produtos e de serviços. “[...] o processo de globalização nos leva
a identificá-lo com o crescimento dos fluxos de comércio de bens e serviços e do investimento
internacional em níveis consistentemente superiores aos do crescimento da produção” é o que
afirma Franco (1996, p. 3).
Por isso, a intensificação do fluxo internacional de capitais, de produtos e serviços
levou a uma interdependência maior entre as economias dos países, implicando aumento da
possibilidade de que um eventual colapso econômico de um determinado país resulte no
contágio dos demais.

3 O contexto da gestão financeira no Brasil

Segundo Fausto (2006), no Brasil, o estudo de Administração de Empresas e a


tecnologia desenvolvida nos Estados Unidos trouxeram sucesso para aumentar os
conhecimentos. Nesse contexto, o desenvolvimento da função financeira no Brasil é
determinado pela forte influência do conhecimento gerado no exterior, especificamente dos
modelos norte-americanos, como se observa na literatura.
Morais (2010) por sua vez, avalia que a literatura financeira no Brasil é focada nos
acontecimentos econômicos, como a inflação e a troca de moeda, por exemplo, onde os livros
de finanças tiveram de se adaptar às novas situações do mercado brasileiro.

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A função financeira no Brasil depende dos modelos e práticas desenvolvidas no


exterior, os quais, por sua vez, são aplicados e adequados à realidade brasileira. Se fatos
nacionais tiveram pouco impacto no desenvolvimento da teoria e da prática financeira,
acontecimentos no exterior provocaram reflexos internos, tais como:
• A lei Sarbanes Oxley (SOX) provocou impactos nas empresas brasileiras que lançaram
ações no mercado de capital norte-americano. Essas organizações tiveram de se adaptar às
exigências desse mercado. Além disso, as empresas brasileiras que ainda não lançaram ações
no mercado norte americanas estão procurando se adaptar a essa lei, almejando um maior
diferencial no mercado decapitais;
• Na relação entre empresa e demais stakeholders, discussões sobre ética empresarial e
transparência também se tornaram freqüentes. Balanços Sociais passaram a ser divulgados,
podendo-se destacar, no Brasil, os modelos propostos pelo Instituto Brasileiro de Análises
Sociais e Ambientais (IBASE), pela Global Reporting Initiative (GRI) e pelo Instituto Ethos
(SCHARF, 2004);
• No que se refere à redução do risco sistêmico, o Banco Central do Brasil (BACEN)
promoveu, em 2002, a reestruturação do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). Foi
observado o aumento da liquidez do setor financeiro nacional, o que minimizou os riscos de
crédito e de liquidação.
Considerando o exposto pode-se dizer que a função financeira evoluiu e que o seu
papel é alcançar a maximização do valor da empresa para o acionista, por meio de políticas de
investimento, de financiamento e de dividendos. É importante também avaliar constantemente
os fatores que envolvem os risco e retorno, custos de capital e o equilíbrio no relacionamento
com investidores. Esse é papel do gestor financeiro.

3.1 Ferramentas para uma gestão financeira segura

Segundo Mores e Oliveira (2011) a sincronia entre o setor de compras, o setor


comercial, o de contas a pagar e a receber bem como o controle da produção é de suma
importância para o desenvolvimento e controle financeiro da empresa.
Para fazer a ligação sistêmica entre estes setores existem duas ferramentas
importantes como: o fluxo de caixa e o demonstrativo de resultados.

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3.1.1 Primeira Ferramenta- Fluxo de caixa

O fluxo de caixa nada mais é do que a sintetização dos movimentos monetários


realizados por uma empresa em um determinado período, bem como o registro de despesas e
receitas. Existem várias maneiras de se aplicar o fluxo de caixa.

Pode ser criado um fluxo de caixa somente para o setor de compras, que pode ser
chamado de fluxo de caixa por atividade. Já o fluxo de caixa global, ou seja, aquele
que abrange todas as transações da empresa exige disciplina e metodologia.
(MORAES; OLIVEIRA, 2011).

Cada empresa tem sua especificidade, sendo assim, os fluxos monetários são
diferentes, tendo, cada empresa que se adaptar ao modelo de fluxo de caixa da própria
empresa, não admitindo “importação de modelos”. Por esse motivo é importante que o gestor
financeiro tenha conhecimento de todo o ciclo financeiro da empresa, suas receitas e suas
despesas, para melhor formatação do fluxo de caixa.
Com relação ao período do lançamento dos movimentos, é aconselhável que seja
feito diariamente, para que se obtenha melhor controle e conhecimento das informações.
Segundo Ferreira (2005), para uma eficiente administração é preciso conhecimento e
muita conscientização no trabalho na empresa. Seguem abaixo algumas orientações do
SEBRAE - SP para o sucesso empresarial:
- A aplicação do conceito do "fluxo de caixa" é a mesma indiferente do ramo ou tamanho da
empresa.
- Mais do que recursos de informática e tecnologia é preciso ter disciplina.
- Faça os lançamentos diariamente e acompanhe o extrato do banco também diariamente.
- Não adianta fazer cursos e não praticar, por isso exercite o aprendizado dia-a-dia e
transforme o fluxo de caixa em uma rotina da empresa.
- Registre sempre a saída do pró-labore, ele faz parte do balanço da empresa.
- Se não tiver tempo para fazer o fluxo de caixa você mesmo, contrate alguém que possa ficar
responsável por essa função. No caso de contratar um funcionário, acompanhe o trabalho
executado por ele.
Morais e Oliveira (2011) afirmam que todo gestor financeiro tem muita
responsabilidade dentro da empresa que atua. Por isso precisa dominar conhecimentos como:
análise e planejamento financeiro isto é: analisar os resultados financeiros e planejar ações
necessárias para obter melhorias. Saber utilizar os recursos financeiros analisando e

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negociando a captação dos recursos financeiros necessários, bem como a aplicação dos
recursos financeiros disponíveis.
Outro quesito importante do gestor financeiro é conhecer as funções de crédito e
cobrança, analisando a concessão de crédito aos clientes e administrando o recebimento dos
créditos concedidos.
Quanto ao caixa é importante efetuar os recebimentos e os pagamentos, controlar o
saldo de caixa, bem como as contas a receber e a pagar, controlando também as contas a
receber relativas às vendas a prazo e contas a pagar relativas às compras a prazo, impostos e
despesas operacionais, etc.
No entanto, entende-se que é comum que empresas deixem de realizar uma adequada
gestão financeira caminhando para o fracasso, pois uma gestão financeira equilibrada é o
pulmão das empresas.

3.1.2 Segunda Ferramenta: DRE- Demonstrativo de resultado de exercício

Em primeiro momento entende-e que o DRE, é uma simples ferramenta da


contabilidade, entretanto ela é fundamental para a gestão financeira, uma vez que, através dela
avaliamos se a empresa projeta lucro ou prejuízo.
A Demonstração do Resultado do Exercício é uma demonstração contábil que
apresenta o fluxo de receitas e despesas, que resulta em aumento ou redução do patrimônio
líquido ente duas datas (HOJI, 2009).
“Ela deve ser apresentada de forma dedutiva, isto é, inicia-se com a Receita
operacional bruta e dela deduzem-se custos e despesas, para apurar o lucro líquido” [...]
(HOJI, 2009, p.267). É importante verificar se o gestor financeiro estiver atento a esse
problema poderá evitar prejuízos.
Entende-se que é importante estar atento aos Controles financeiros e para uma
empresa manter sua liquidez confortável e obter resultados satisfatórios, há necessidade de
tomadas de decisões diárias. A existência de controles, em especial os financeiros, é essencial
para que essas atitudes sejam as mais corretas possíveis. Para Brasil (2005, p. 01):

Ao empresário, interessa ter em mãos um instrumental que lhe permita conduzir o


barco ao porto, com relativa segurança ou, pelo menos, ter condições de avaliar os
riscos que está correndo, para tomar a tempo as medidas corretivas que se fizerem
necessárias.

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Pode-se afirmar que a principal finalidade dos controles financeiros é gerar


informações úteis e confiáveis, em tempo hábil, para o empresário tomar as decisões
acertadas.
Outro item que o gestor financeiro precisa estar atento é quanto ao Controle de
Caixa. Este item deve estar disponível para a empresa no exato momento, não necessitando de
espera para que se torne disponível. Para financiar a continuidade das operações, a empresa
necessita de recursos, sendo que o caixa é o item que está disponível para a empresa.
Assim como o caixa, quando a empresa possui saldos em contas de bancos, poderá
utilizar os recursos encontrados nessas contas para pagamentos imediatos, mas sendo
utilizados com cheques conforme ressalta Sanvicente (1980, p. 124) “[...] o item “Bancos”
refere-se aos saldos mantidos em contas bancárias movimentáveis a vista contra a emissão de
cheque.”

Para controlar a circulação dos recursos nas contas em banco, a empresa necessitará
do extrato fornecido pelo banco, para conferir com sua movimentação e verificar se
os débitos e os créditos realizados pelo banco são os corretos e que se o saldo final
confere (SANVICENTE, 1980, p. 125).

Em geral, as empresas trabalham com vendas a prazo, sendo uma maneira de


conquistar os clientes que não tem condições de comprar a vista. E atualmente o controle de
contas a receber é a forma de pagamento mais solicitada.
Os estoques não ficam sob a supervisão direta do departamento financeiro, mas
através da administração financeira é possível analisar como investir seus recursos nos
diversos tipos de estoques da empresa.
Segundo Sanvicente (1986) as contas a pagar são obrigações assumidas pela
empresa, que devem ser saldadas dentro do vencimento. É comum nas empresas, que a
mercadoria necessária para as operações serem adquiridas a prazo, sendo indispensável à
devida quitação dos compromissos assumidos dentro dos prazos estabelecidos para evitar
transtornos nas próximas compras.
Muitos confundem custos com despesas, que apesar de serem gastos da empresa, são
distintos. Custos são aqueles gastos utilizados diretamente na produção, na comercialização
ou na prestação de serviço, podendo ser fixos ou variáveis. Conforme define Sanvicente
(1980, p. 236), custo fixo é:

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[...] todo aquele item de custo ou despesa que não varia, em valor total, com o
volume de atividade ou operação. Portanto, o seu valor unitário é que varia com o
volume de operação. O valor do custo fixo unitário aumenta ou diminui de acordo
com as diminuições ou os aumentos das operações, mas o valor total sempre será o
mesmo.

Despesas são gastos que a empresa tem que não estão ligados diretamente com o
funcionamento da empresa, incluindo outros gastos.

Considerações finais

O presente trabalho analisou a importância da gestão financeira nas empresas como


obtenção de sucesso e lucros, através de um conjunto de ações e procedimentos
administrativos, tais como planejamento, análise e o controle das atividades financeiras.
Entendeu-se que a função financeira, numa empresa requer cuidados, planejamento e
muita responsabilidade em gerir as finanças. Entendemos através da revisão bibliográfica que
os conceitos predominantes atualmente são resultados do acúmulo de conhecimentos e de
experiências anteriores.
Destacou-se pelo histórico que a evolução da função financeira não está finalizada.
Estudos estão em andamento e novos pontos de vista estão sendo explorados.
Constatou-se que, o trabalho do gestor financeiro é complexo, pelo fato de
envolverem questões que muitas vezes exigem compreensão, liderança e empreendedorismo.
É dever de o gestor avaliar suas capacidades e buscar novos conhecimentos para enfrentar os
desafios que lhe são colocados na função.
No mundo mercadológico de hoje, os saberes em administração, contabilidade e
economia devem estar em poder do gestor financeiro para que as decisões por ele tomadas
sejam as mais eficientes e eficazes possíveis.
Concluí-se que a sincronia entre o setor de compras, comercial, contas a pagar e a
receber e o controle da produção é de suma importância para o desenvolvimento e controle
financeiro da empresa.
Para fazer a ligação sistêmica entre estes setores existem duas ferramentas
importantes que o gestor financeiro precisa dominar como: o fluxo de caixa e o demonstrativo
de resultados. Todo gestor financeiro necessita estar atualizado para gerir as finanças com
capacidade e conscientização para levar a empresa ao sucesso.

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