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INTRODUCAO
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1.Noçao: Empresário comercial.
Podemos assim, definir o empresário comercial, como sendo aquele que enquadrando-se
numa das categorias do artigo 2 do Ccom,seja titular de uma empresa que exerça uma das
actividades comerciais, tais como, as qualificam o artigo 3 e as demais disposições avulsas
que caracterizam e englobam no Direito Comercial certas actividades económicas.
A categoria de empresário comercial, não e transmissível entre vivos e nem mortis causa, na
medida em que ele exige em si a reunião de certos requisitos, estes requisitos que a seguir
indicamos.
Em relação a capacidade comercial, que e a medida dos direitos e obrigações de que uma
pessoa e susceptível de ser sujeito,destingue-se entre a capacidade de exercício e capacidade
de gozo.
No que tange aos menores, e menor toda pessoa de um ou outro sexo, enquanto não perfizer
vinte e um anos de idade (Artigo 122 do CC) e, em princípio, estariam feridos de
incapacidade de exercício profissional da actividade empresarial por forca do princípio da
equivalência consagrado no artigo 9 do Ccom.
Contudo, o artigo 10 do Ccom, vem estabelecer algumas excepções e nestes termos, o menor
de vinte e um anos de idade e maior de dezoito anos de idade, pode exercer a actividade
empresarial, desde que devidamente autorizado (emancipado).
Esta autorização pode ser dada pelos pais, desde que detenham a guarda do menor. Sucede
que, se os pais não exercem a guarda do menor, por forca da decisão Judicial ou outro
qualquer impedimento, não tem poderes para autorizar o menor para a prática da actividade
empresarial.
Pelo tutor, nos termos estabelecidos na Lei Civil e pelo juiz, na falta dos pais ou do tutor, ou
quando entender conveniente e oportuno aos interesses do menor.
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Assim, equivale dizer que, o juiz pode por decisão a favor dos interesses do menor, e
autorizar a este a prática da actividade empresarial, mesmo que sem anuência dos seus pais
ou tutores.
A lei comercial, impõe que tal autorização para o exercício da actividade empresarial seja
outorgada por escrito, podendo tal instrumento limitar os poderes do menor ou impor
condições para o seu exercício, indicar o ramo da actividade a ser explorado pelo menor,
fixar o prazo de validade da autorização e, mesmo quando concedida por tempo determinado,
pode ser revogada, a qualquer altura, pelo outorgante, salvaguardados os direitos adquiridos
de terceiros. Impõe igualmente o legislador que esta autorização seja registada para que seja
valida perante terceiros.
No entanto, não basta a prática de actos de comércio isolados ou ocasionais para se adquirir a
qualidade de comerciante e necessária a pratica regular,habitual,sistemática dos actos de
comércio;
Não basta por outro lado, a prática mesmo que habitual, de quaisquer actos de comércio, no
sentido de que nem todos os actos têm a mesma potencialidade de atribuir a quem os pratique
a qualidade de empresário comercial.
E indispensável, para que se fale de profissional idade que o individuo pratique os actos de
comercio como seu modus vivendi (faça do comercio o seu dia a dia e a forma de viver).
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E necessário que se organizem factores de produção com vista a criar utilidades económicas,
resultantes de uma daquelas utilidades económicas que a Lei considera como comerciais (na
verdade, nem todas actividades que sob o ponto de vista económico são como tal
consideradas, na perspectiva jurídica).
A questão que se pode colocar e a de saber ser expresso e resultara de deliberação dos sócios
seguindo as regras da maioria estabelecidas para cada tipo societário ou resulte do estatuto da
sociedade.
Por fim, importa anotar que este impedimento que recai sobre os administradores e parcial e
não geral na medida em que só se aplica ao ramo de actividade ou objecto igual ou
coincidente com o da sociedade.
Equivale dizer que, o administrador não esta impedido no seu todo de exercer actividades
comerciais.
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5.Incompatibilidades
A noção de incompatibilidade esta associada a impossibilidade decerto sujeito em função da
posição determinada que ocupa, estar impedido de praticar certos actos ou negócios. Não
quer significar que ele não tenha capacidade e muito menos possibilidade física de o fazer.
Tem e, a impossibilidade de o fazer por forca da posição que ocupa nesse dado momento
podendo cessar se tal posição deixar de existir relativamente a pessoa que recai a proibição.
Outra coisa, são as inibições que atingem selectivamente certas pessoas por questões de
natureza pessoal. E o que acontece com os falidos.
Havendo separação de pessoas e bens nos termos dos artigos 176 e seguintes da Lei da
Família ou ainda havendo apenas a separação de bens, o cônjuge empresário comercial que
tiver contraído obrigações no âmbito do exercício da sua empresa comercial, irá responder
pelo seu património não dotal cabendo-lhe inclusive, a possibilidade de empenha-los,
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Vende-los, hipoteca-los ou aliena-los, sem dependência de autorização do outro cônjuge (tal
entendimento resulta do artigo 12 do Ccom).
Tais liames previstos por Lei, não terão igual valor se os cônjuges por exemplo, constituírem
conjuntamente e como sócios, uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada nos
termos do artigo 284 do Ccom. E que, a ideia de protecção do património do socio não
empresário comercial cai por terra na medida em que haverá entre eles, um novo ente que e a
sociedade por quotas a qual se aplicara o regime consagrado para o efeito. Por isso, não fara
qualquer sentido a discussão deste assunto.
d)Prestar contas.
O artigo 16 do Ccom, enumera as obrigações especiais dos empresários comerciais, o que nos
pode fazer concluir que há para além destas, outras obrigações que como tal, são gerais. O
artigo 16 do Ccom, estabelecendo o que se designa por obrigações especiais dos empresários
comerciais que embora assim o pareça, não se pode considerar que os deveres profissionais
dos comerciantes se esgotam nesse artigo 16. Na verdade, este artigo tem a peculiar
relevância de definir o estatuto jurídico-comercial da profissão de empresário comercial.
Relativamente a estas obrigações, os pequenos empresários, cuja qualificação deve ser feita
com base em critérios fixados por Lei, podem ser dispensados em parte ou no todo delas.
Como tal, esse nome representa a sua identidade comercial, tal como qualquer pessoa,
adquire um nome a nascença que o código de Registo Civil obriga que se faça o registo, o
empresário comercial também terá o seu nome a nascença que também e obrigado a registrar
e será conhecido por esse nome no exercício da sua empresa.
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7.FIGURAS AFINS DO EMPRESARIO COMERCIAL
Veremos, a figura de mandatário comercial, do gerente, comissario e do mediador.
7.2. Gerente
E aquele que em nome e por conta de um empresário trata do comércio no lugar onde este
empresário comercial tenha ou o peça para actuar, ou seja, aquele que sobre qualquer outra
designação de acordo com os usos comerciais, se coloca na situação de tratar do comércio de
outrem no lugar onde o empresário exerce a empresa ou em qualquer outro lugar.
O gerente, tem o poder de representação mas, este e um poder geral, compreende todos os
actos pertencentes e necessários ao exercício do comércio que para tal tenha sido atribuído. A
intervenção do gerente e uma intervenção acessória relativamente a do empresário comercial.
Não e um empresário comercial. Nos termos do nr 1 do artigo 166 Ccom, é-lhe aplicável
relativamente a responsabilidade, o regime aplicável aos titulares dos órgãos sociais da
sociedade por exemplo, aos administradores. Os seus actos repercutem-se na esfera jurídica
do empresário comercial.
Entendemos que tal facto se deve a maior ligação que este, assume para com a sociedade e/ou
com os actos relativos ao exercício do comercio no seu dia-a-dia.
7.3.COMISSARIO
Trata-se de um mandato sem representação (artigo 1180 do CC, e aquele que e exercido por
conta do mandante em nome do próprio mandatário, ou seja, isto mesmo que o mandatário
tenha recebido poderes representativos ou o mandato conhecido dos terceiros que participem
nos actos ou sejam destinatários destes).
Em termos gerais, dá-se por comissão quando a pessoa executa um mandato comercial
sem menção alguma do mandante (empresário comercial). Na verdade, há aqui, uma
vinculação do comissario que acontece em virtude de ter havido um acordo entre o
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comissario e o comitente que neste caso e o empresário comercial. O comissario tem alguma
autonomia mas, não pode ter iniciativa individual. A sua iniciativa deve resultar e resulta da
vinculação com o comitente.
E preciso anotar que quando o comissario vai actuar relacionando com terceiros, naos estarão
em dúvidas de que ele pratica actos de comércio mas, tal só em consequência da vinculação
que ele tem com o empresário comercial. Assim, pratica actos de comércio em representação
de outrem numa situação de mandato sem representação (artigos 1178 e ss do Código Civil).
Há, quantos a nos e,em conformidade com a posição defendida pelo Professor Luís Teles de
Menezes Leitão, (pág. 455-456), e fortemente consagrada pela nossa Lei Civil, a consagração
da teoria da dupla transferência. Assim, quando o artigo 1180 do CC, ao referir que se o
mandatário agir em nome próprio adquire os direitos e assume as obrigações resultantes dos
negócios que celebra, os efeitos dos negócios não se repercutem assim directamente na esfera
do mandante, mas antes, na esfera do mandatário, de onde terão de ser posteriormente
transferidos para o mandante. Adoptando a teoria da dupla transferência, o nr 1 do artigo
1181 do CC,vem estabelecer uma obrigação para o mandatário de transferir para o mandante
os direitos adquiridos em execução do mandato.
7.4. O Mediador
O mediador e autónomo deste e em princípio não se pode assumir que ele pratica actos
jurídicos na terminologia rigorosa de Mota Pinto. Para este Professor, os actos jurídicos
simples são factos voluntários cujos efeitos se produzem, mesmo que não tenham sido
previstos entre a vontade destes e os respectivos efeitos. Não e, todavia, necessária uma
vontade de produção dos efeitos correspondestes ao tipo simples de acto jurídico em causa
para essa eficácia se desencadear (Teoria Geral do Direito Civil,pag 355,3ª edição
actualizada).
E de facto, o que sucede com o mediador. Na verdade, ele age no interesse de aproximar as
partes para que o negócio se concretize. No entanto, a sua concretização embora ele actue
com essa intenção, muitas das vezes, não depende dele a sua efectivação. O mediador no
contrato de compra e venda, por exemplo, aproxima o comprador do vendedor, sem que ele
outorgue o tal contrato de compra e venda, ao contrário do mandatário comercial que poderá
outorgar o contrato em representação do mandante. Limita-se a criar condições para que o
contrato seja celebrado se as partes aproximadas assim o entender e seu papel termina com a
aproximação das partes.
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Nessa medida, porque o mediador limita-se a aproximar as partes sem a prática de qualquer
acto jurídico naquele sentido do Professor Mota Pinto, com o qual concordamos, ele não pode
ser classificado como empresário comercial.
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