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CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS

 A mama feminina é composta de 15 a 20


glândulas sudoríparas modificadas envolvidas por
gordura.
 O restante da parte glandular da mama (não
lactante) é composta de pequenos lóbulos que
são conectados por uma série de pequenos
ductos, sendo que o principal ducto excretor se
abre dentro do mamilo.
 Durante a gravidez, todo sistema glandular da
mama sofre uma marcada hipertrofia.

CONSIDERAÇÕES HISTOLÓGICAS

 Os ductos excretores são compostos por uma


ou duas camadas de células cubóides.
 Pequenas células mioepiteliais planas
suportam as células cubóides.
 Ocasionalmente, alguns ductos podem
apresentam metaplasia apócrina (glândulas
sudoríparas apócrinas), que é a substituição do
epitélio glandular do ducto pelo epitélio igual ao
das glândulas sudoríparas, estas células
(apócrinas) tem mais citoplasma que as células
ductais.
 As células apócrinas são células cubóides
altas com citoplasma eosinófilo.

 CÉLULAS DUCTAIS (EPITELIAIS GLANDULARES):


 revestem os ductos.
 Em condições benignas elas tendem aparecer agrupadas, já quando aparecem isoladas e integras
sugerem malignidade.
 Tem pouco citoplasma. São todas iguais em tamanho, forma, cor e o tamanho do seu núcleo não
ultrapassa 2X o tamanho de uma hemácia. São coesas.
 Podem aparecer nucléolos eventualmente.

 CÉLULAS ESPUMOSAS:
 Núcleo excêntrico ou central
 Vacúolos no citoplasma.
 Não são células epiteliais.
 Apresentam-se isoladas ou juntas.
 Não formam grupamentos verdadeiros.
 Função de defesa, comportam-se como macrófagos mas não são (quanto mais degenerados, os
vacúolos estão abertos podem estar fagocitando partículas diversas, ex. hemácias).
 São encontradas em aspirados de cistos (mais freqüentemente em descargas papilares).
 São redondas ou ovais e, às vezes, multinucleadas.
 Mantém sua individualidade celular.

 CÉLULAS APÓCRINAS:
 São produto de metaplasia apócrina, ou seja, substituição do epitélio glandular pelo epitélio igual ao das
glândulas sudoríparas.
 Normalmente aparecem agrupadas e com mais citoplasma que as ductais.
 O citoplasma apresenta grânulos (produzem coloração eosinófila) e vacúolos.
 São células pequenas porém os núcleos são maiores que o das células ductais (e também uniformes
em tamanho) e os nucléolos são facilmente observados.
 Possuem núcleos escuros, homogêneos, regulares em forma e algumas vezes nucléolos.
 Ao contrário das espumosas, apresentam pontes intercelulares (as espumosas, mesmo juntas,
apresentam individualidade)
 São comuns nas alterações fibrocísticas.

 MACRÓFAGOS
 É comum serem encontrados em processos granulomatosos (tuberculose).
 Nestes processos, os macrófagos geralmente são gigantes e multinucleados.
 Tem citoplasma vacuolizado.
 Não tem bordos tão bem definidos como as células apócrinas.
 CÉLULAS MIOEPITELIAIS
 Tem várias formas e dão sustentação as células ductais do estroma.
 Aparecem em outro plano em relação as ductais (precisa micrometrar).
 Elas são um fator de união do epitélio com os ductos.
 Combinadas com células ductais são marcadoras de benignidade.
 Onde elas são encontradas, mesmo em grupamentos de células alteradas morfologicamente, descarta-
se a possibilidade de malignidade nesse grupamento.
 Elas são encontradas sobrepostas as ductais, mas são menores e mais hipercromáticas, não tem
citoplasma.
 Estão na base do estroma.

REGRAS DIAGNÓSTICAS

Não diagnosticar câncer de mama:


 Em um aspirado celular pobre
 Na ausência de células isoladas integras
 Na presença de núcleos desnudos, bipolares
 Na ausência ou escassez de atipia

INFLAMAÇÕES

 Mastites agudas e abscessos mamários: relacionados à amamentação ou dermatite afetando o mamilo.


(mastite purulenta aguda, mastite de células plasmáticas)
 A ectasia dos ductos mamários: secreção grossa, dilatação dos ductos e inflamação periductal.
 Necrose adiposa: quase sempre traumática, é seguida de uma inflamação. (inflamação crônica: tuberculose)
 Infecções raras: por fungos, etc.

NÓDULOS E TUMORES BENIGNOS

 Mastopatia: Cisto (simples ou hiperplasia) na gravidez


 Papiloma intraductal
 Fibroadenoma
 Tumor filodes (benigno): semelhante ao fibroadenoma
 Adenoma de mamilo
 Lesões raras: tumor de células granulosas

TUMORES MALIGNOS

 Carcinoma ductal (intraductal e infiltrante) e seus subtipos: carcinoma cístico, papilar, medular, colóide e
inflamatório
 Carcinoma lobular
 Carcinomas raros
 Sarcomas: tumor filodes maligno
 Tumores metastásicos (na mama é muito raro)

CARACTERÍSTICAS CITOLÓGICAS (geralmente, processos malignos são mais celulares e processos


benignos menos celulares)

ALTERAÇÕES NUCLEARES E NUCLEOLARES

 Amoldamento nuclear
 Núcleos maiores 2X que o tamanho de uma hemácia
 Reforço nuclear
 Contorno irregular
 Eventualmente macronucléolos
 Anisonucleose
 Núcleo normalmente excêntrico com citoplasma frágil (características de adenocarcinoma)

HIPERPLASIA DUCTAL

 Celularidade moderada a alta


 Variação dentro dos limites
 Coesão, poucas células isoladas
 Dupla população
 Células epiteliais e núcleo desnudo e bipolar
 Também: espumosas, apócrinas, estroma, etc.
 Amontoamento leve e moderado e pleomorfismo (variabilidade do tamanho da célula, do núcleo e da forma)
 Micro mas não macronucléolos
 Figuras de mitose normal (ocasionalmente)

ALTERAÇÕES FIBROCÍSTICAS (mastopatias benignas)

 Doenças não proliferativas da mama


 Baixa celularidade
 Fragmentos estromais e/ou tecido adiposo
 Arranjos em monocamadas de células uniformes tipo "favo-de-mel"
 Células espumosas e/ou apócrinas
 Células mioepiteliais

 Doenças proliferativas sem atipia da mama


 Celularidade de moderada a alta
 Considerável número de células em arranjos coesos
 Sobreposição e aumento nuclear
 Células apócrinas, histiócitos e partículas calcificadas
 Células mioepiteliais
 Perda focal de polaridade

 Doenças proliferativas com atipia da mama


 Aspirados celulares
 Agregados com sobreposição de células epiteliais
 Anisonucleose e condensações cromatínicas
 Nucléolos ocasionais
 Células mioepiteliais
 Raras células apócrinas e macrófagos

NÓDULOS E TUMORES BENIGNOS

 Dilatação e ectasia dos ductos


 Resultam de processos inflamatórios da mama ou obstrução nos ductos (acúmulo de material
esverdeado e viscoso nos ductos dilatados)
 Componente principal são as células espumosas e origem ductal
 Células tipo histiócitos grandes, vacuolizadas, podendo apresentar nucléolos proeminentes
 Estas secreções podem contem células ductais, isoladas ou em agrupamentos (são células pequenas,
freqüentemente ovais quando isoladas e algo irregular quando em agrupamentos)
 Células maiores com citoplasma eosinofílico e granular, refletem metaplasia apócrina ductal

 Tuberculose da mama
 Células epitelióides (macrófagos com núcleos alongados - macrófagos modificados)
 Células gigantes tipo Langhan's

 Mastites
 Numerosos neutrófilos e macrófagos com partículas fagocitadas no citoplasma
 Macrófagos grandes multinucleados, tipo corpo estranho, cercado por neutrófilos (em calcificações da
mama).
 Eventualmente células epitelióides

 Mastopatia benigna (alteração fibrocística)


 Células epiteliais, metaplasia apócrina, agrupamentos coesos
 Agrupamentos tipo "favo-de-mel" com células epiteliais bem demarcadas
 Células espumosas
 Células mioepiteliais nos agrupamentos

 Cistos
 Fluido com poucas células
 Células espumosas
 Células apócrinas
 Atipias reativas ou degenerativas

 Papiloma
 Tumor benigno mais freqüente nas descargas papilares
 Pode produzir secreções da mama
 É difícil diagnostica-lo numa punção aspirativa
 Aspirados celulares
 Fundo protéico ou sanguinolento
 Células espumosas ou macrófagos contendo hemossiderina
 Presença de células mioepiteliais
 Arranjos celulares em bola ou papilas
 Agrupamentos de células apócrinas grandes, com núcleos homogêneos, podendo apresentar marcada
hipercromasia (boa aderência entre si)

 Fibroadenoma (é o tumor benigno mais comum nas mulheres)


 Células epiteliais: alta celularidade, projeções chamadas digitiformes (agrupamentos densos)
 Agrupamentos grandes e coesos, tipo lençol, com arranjos ordenados de células
 Células mioepiteliais dispersas ou agrupamentos de células epiteliais
 Núcleos desnudos, ovais (fala em favor da benignidade): numerosos
 Fragmentos estromais: metacromáticos, mais células em fuso
 Poucas células espumosas (a presença delas não exclui diagnóstico) ou apócrinas
 Tem componente estromal bem desenvolvido
 O diagnóstico correto de fibroma nem sempre é possível

 Tumor filodes benigno (cistossarcoma filodes)


Extremamente raro
Tumor volumoso, semelhante ao fibroadenoma
Apresenta numerosos orifícios e fendas, criando padrões foliáceos de tumor
População dimórfica
 Estroma: atipia celular +/- alta e células mesenquimais isoladas
 Epitélio: benigno, similar ao fibroma; alteração apócrina rara e metaplasia escamosa

 Adenoma de mamilo (papilomatose)


 Aspirado celular
 Fundo inflamatório
 Macrófago contendo hemossiderina
 Arranjos papilares
 Núcleos desnudos

TUMORES MALIGNOS

 Carcinoma ductal (intraductal e infiltrante)


 Preenchimento da luz do ducto por células ductais malignas (células carcinomatosas relativamente
grandes e/ou pleomórficas) que crescem, enchem e obstruem o ducto, porém, estas ficam confinadas pela
membrana basal.
 Estão presentes diversos padrões: variantes sólidas, cribiformes, papilares, micropapilares e
comedocarcinomatosas.
 As células malignas descamam isoladas (com citoplasma integro) ou em agrupamentos (perda da
coesão)
 As células malignas isoladas variam de tamanho, podendo chegar até duas vezes ou mais o tamanho
de células ductais benignas
 Características de malignidade: alterações nucleares e nucleolares; mitoses atípicas
 O núcleo das células malignas são hipercromáticos e irregulares
 Ocasionalmente, os agrupamentos podem exibir sobreposição celular e arranjos papilares
(agrupamento tridimensional)
 As células malignas podem ser acompanhadas de material necrótico e células inflamatórias

 Variantes especiais do Ca. Ductal infiltrante


 Carcinoma cirroso: escassa evidência de malignidade, restrita a pequenas células dispersas, pouca
descamação de células, poucas células atípicas (fibrose intensa)
 Carcinoma papilar: agrupamentos coesos de células de difícil diagnóstico - células isoladas); diferente
do papiloma, que não tem células isoladas atípicas
 Carcinoma medular: células grandes com citoplasma delicado e frágil, núcleo pálido com nucléolo,
presença de linfócitos (muitos)
 Carcinoma colóide: numerosos agrupamentos celulares compactos; coloração especial para muco
(muita mucina)

 Carcinoma lobular invasivo


 Responsável por 5% dos carcinomas invasivos
 Celularidade alta
 Pouca coesão
 Freqüentemente multifocal (ou multicêntrico) e bilateral
 Tem mais ou menos o mesmo prognóstico do Ca. ductal invasivo
 O tumor é constituído de pequenas células uniformes, formando espirais de células tumorais infiltrativas
 Grandes e pequenos agregados frouxos de células atípicas
 Células atípicas isoladas
 Características celulares: anormalidades nucleares e nucleolares, mitoses atípicas e freqüente
localização periférica do núcleo
 Características especiais: células em "anel de sinete", inclusões intracitoplasmáticas de muco e arranjos
em "fila indiana"

 Carcinoma lobular in situ


 Proliferação de pequenas células uniformes em dúctulo ou ácinos, que enchem, distendem ou
distorcem pelo menos 50% das unidades acinares de um único lóbulo

 Carcinoma tubular (tem maiores índices de falso-negativo)


 Tumor pequeno, mamografia anormal
 Grupos: mais coesivo que o carcinoma usual; rígido, túbulos abertos; glândulas angulares
 Células discretas
 Regra diagnóstica: membrana nuclear irregular, lúmens intracitoplasmáticos
 Fundo e lâmina: escassez de núcleo desnudo, bipolar

 Carcinoma medular
 Tumor relativamente grande, mole, bem circunscrito
 Ausência de desmoplasia
 Infiltrado linfoplasmocitário moderadamente denso
 Grandes células tumorais pleomórficas crescendo em massas anastomosadas sinciciais

 Carcinoma colóide ou mucinoso


 Responsável por 2 a 3% dos carcinomas de mama
 Cresce lentamente, ocorre mais comumente em mulheres idosas e tem bom prognóstico quando é um
carcinoma mucinoso puro, ocupando mais de 75% da massa tumoral
 Massas gelatinosas moles, constituídas de lagos de mucina corados levemente, no interior dos quais
flutuam pequenas ilhotas de células bem diferenciadas
 Células formando "ninhos", pode-se usar coloração especial par a mucina.

 Carcinoma apócrino (raríssimo)


 Células malignas grandes: grânulos finos, glóbulos hialinos (lisossomos)
 Ausência de núcleo desnudo, bipolar; sem elementos benignos

 Tumor filodes maligno (sarcoma)


Crescimento estromal
 Lençóis difusos, grupos soltos
 Epitélio ausente, raro
Citologia estromal
 Atipia citológica
 Atividade mitótica
Malignidade na parte estromal (o componente estromal está mais desenvolvido que no fibroadenoma)
As alterações malignas incluem:
 maior celularidade
 Anaplasia
 Elevada atividade mitótica
 Crescimento excessivo do componente estromal (estroma hialino frouxo)

 Doença de Paget
 Forma de carcinoma ductal que ocorre no interior dos grandes ductos excretores e estende-se até
envolver a pele do mamilo e da auréola (sugere lesão inflamatória ulcerada)
 Além de células ductais, células de Paget, que são grandes células malignas com núcleos
hipercromáticos e citoplasma claro e abundante
 Na ausência de secreção espontânea, esfregaço direto ou raspado do mamilo pode levar ao
diagnóstico
 Malignidade característica de carcinoma epidermóide escamoso (nos carcinomas escamosos os
núcleos são centralizados, no adenocarcinoma os núcleos são excêntricos)

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